Porque mesmo após a rendição da Alemanha em 7 de maio de 1945 a guerra continuou no pacífico

A primeira grande capitulação de uma grande formação do exército alemão aconteceu no dia 4 de maio de 1945. O marechal de campo britânico Bernard Montgomery recebeu a rendição parcial do almirante Hans Georg von Friedeburg.

A intenção de Friedeburg era possibilitar ao maior número de alemães, tanto soldados quanto civis, a fuga para o Ocidente. Foi assim que surgiu a situação em que um comandante suplicou ao inimigo que o tornasse prisioneiro, para assim escapar de outro inimigo.

Montgomery aceitou a rendição, mas descreveu mais tarde, de maneira descontraída, que deixou o almirante alemão esperando por um longo tempo.

A primeira capitulação em Lüneburg se estendeu a todos os soldados que combatiam ao Norte e ao Oeste do país, mas não para toda a Wehrmacht. Esta outra rendição foi recebida pelo general Dwight D. Eisenhower (EUA), em Reims, na França. Novamente Friedeburg foi o encarregado das negociações, e fez a seguinte oferta: os alemães continuariam resistindo no Leste, se o Ocidente estivesse disposto a uma paz moderada.

Recusa

Porque mesmo após a rendição da Alemanha em 7 de maio de 1945 a guerra continuou no pacífico
Montgomery (e), Eisenhower (c) e Georgi Zhukov (d): datas diferentesFoto: AP

Mas Eisenhower recusou a proposta. Por um lado, o "gentleman" não quis violar os acordos com o russos, e por outro, uma paz separada não seria viável politicamente. Os norte-americanos ainda tinham grande simpatia por Stalin.

Eles tampouco cederam quando grande almirante Karl Dönitz enviou, logo após a morte de Hitler, o general Alfred Jodl com as mesmas intenções. Com a frase "Isso é tudo!", Eisenhower rechaçou a oferta de Jodl. E o general alemão saiu mudo e aceitou tudo.

Na madrugada do dia 7 de maio de 1945, Jodl assinou o que talvez seja o documento mais importante da Segunda Guerra. Depois de cinco anos e nove meses e cinqüenta milhões de mortos em uma guerra de dimensões inimagináveis, terminava a grande matança.

Stalin fora de si

Mas Stalin se irritou porque o fim oficial da guerra havia sido decidido sob direção dos norte-americanos. Entre outras coisas, devido às grandes perdas que a União Soviética havia tido, ele insistiu que deveria ser realizada uma nova e definitiva rendição, mesmo que fosse apenas uma encenação. E que isso deveria acontecer onde tudo começou: em Berlim.

O comandante de Berlim, Helmuth Weidling, já havia se rendido no dia 2 de maio. Desde então, a Escola de Engenharia da Wehrmacht, em Karlshorst, era o quartel-general russo. A nova rendição deveria ser assinada na presença dos oficiais, e foi planejada por Stalin até os seus últimos detalhes.

Pelo lado dos aliados ocidentais, assinaram o documento o general norte-americano Carl Spaatz, o marechal britânico do ar William Tedder e o general francês Jean de Lattre, que nada mais eram mais do que comparsas.

Os protagonistas

Os verdadeiros protagonistas foram Wilhelm Keitel e Georgi Shukov. O marechal de campo alemão se esforçou para demonstrar compostura, mas o marechal da União Soviética não o permitiu. Com palavras ásperas, ordenou a Keitel que assinasse o documento já preparado. Keitel obedeceu – assinou, levantou-se e se retirou. Para as festividades posteriores, a mesa para os alemães foi posta num edifício anexo.

Keitel havia entregado aos aliados "todas as forças armadas sob comando alemão". Mesmo assim, muitas unidades continuaram combatendo, menos por fanatismo do que para romper a frente ocidental. Em meados de maio, todas as armas definitivamente se calaram. A guerra havia terminado.

A primeira grande rendição de tropas alemãs aconteceu em 4 de maio, a primeira capitulação general, no dia 7 em Reims. O cessar-fogo estava previsto para as 23h01min do dia 8, mas na verdade aconteceu às 0h26min do dia 9, quando Keitel assinou o documento. O relógio do Cremlin inclusive já apontava 2h26min.

Por isso, muitos norte-americanos recordam o fim da guerra no dia 7, os alemães no dia 8, e os russos, no dia 9. Nenhuma das datas, no entanto, está correta: o conflito continuou ainda por quatro meses e custou a vida de outras dezenas de milhares de pessoas até a rendição do Japão, no dia 2 de setembro de 1945.

O Holocausto aconteceu dentro do contexo mais amplo da Segunda Guerra Mundial.  Ainda cambaleante, devido à derrota da Alemanha na Primeira Guerra Mundial, o governo de Hitler tinha em mente a criação de um império vasto, amplo, com um  “espaço vital” (Lebensraum) para a espansão germânica no leste europeu.  A efetivação da dominação alemã sobre a Europa, seus líderes calcularam, requereria uma nova guerra.

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1939

Alemanha deu início à Segunda Guerra Mundial ao invadir a Polônia, no dia 1 de setembro de 1939. No dia 3 de setembro daquele mesmo ano, a Inglaterra e a França responderam à agressão com declarações de guerra aos alemães. Em um mês, a Polônia foi derrotada pela combinação das forças alemãs e soviéticas, e teve seu território dividido entre a Alemanha nazista e a União Soviética.

1940 

Porque mesmo após a rendição da Alemanha em 7 de maio de 1945 a guerra continuou no pacífico

A relativa calmaria que ocorreu logo após a derrota da Polônia, terminou no dia 9 de abril de 1940, quando as forças alemãs invadiram a Noruega e a Dinamarca. Em 10 de maio daquele mesmo ano, a Alemanha iniciou uma série de ataques contra a Europa ocidental, invadindo os Países Baixos—Holanda, Bélgica, e Luxemburgo—que haviam assumido uma postura de neutralidade, e também ocuparam a França. Em 22 de junho de 1940, franceses colaboracionistas assinaram um tratado de cessar-fogo com a Alemanha, autorizando este último país a ocupar a parte norte da França, bem como a costa mediterrânea, e criando um regime pró-nazista no sul daquele país, com sede na cidade de Vichy.

Encorajada pela Alemanha, em junho de 1940 a União Soviética ocupou os países bálticos-- Lituânia, Letônia e Estônia--anexando-os formalmente à URSS. A Itália, como parte do “Eixo”, países aliados à Alemanha, aderiu à guerra em 10 de junho de 1940. Entre 10 de julho e 31 de outubro de 1940, os nazistas levaram a cabo uma intensa batalha aérea contra a Inglaterra, conhecida como a “Batalha da Inglaterra”, no fim da qual foram derrotados.

1941

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Após garantir sua posição na região dos Balcãs, através da invasão da Iugoslávia e da Grécia em 6 de abril de 1941, os alemães e seus aliados invadiram a União Soviética em 22 de junho de 1941, em violação direta aos termos do Pacto de Não-Agressão Germano-Soviético. Em junho e julho de 1941, os alemães também ocuparam os estados bálticos. O chefe de estado soviético, Joseph Stalin, opôs-se à Alemanha nazista e seus parceiros do “Eixo”, tornando-se a partir daquele momento um importante líder das forças Aliadas. Durante o verão e o outono de 1941, as tropas alemãs avançaram sobre o território soviético, mas a forte resistência oferecida pelo Exército Vermelho impediu que capturassem as cidades-chave de Leningrado (atual São Petersburgo) e Moscou. Em 6 de dezembro de 1941, as tropas soviéticas contra-atacaram, fazendo com que as forças alemãs saíssem definitivamente dos arredores de Moscou. Um dia depois, em 7 de dezembro de 1941, o Japão, país membro do Eixo, bombardeou Pearl Harbor, no estado norte-americano do Havaí, e imediatamente os Estados Unidos declarou guerra ao Japão. Em 11 de dezembro a Alemanha e a Itália declararam guerra aos Estados Unidos. O conflito militar ampliava-se através dos continentes.

1942-1943

Em maio de 1942, a Real Força Aérea Britânica, com mil bombardeiros, levou a cabo um ataque contra a cidade alemã de Colônia, levando assim a guerra ao território alemão pela primeira vez.  Durante os três anos seguintes, as forças aéreas dos Aliados bombardearam sistematicamente instalações industriais e cidades por toda a região do Reich, reduzindo a escombros uma boa parte da área urbana alemã até 1945.  No final de 1942 e início de 1943, as forças Aliadas obtiveram uma série de sucessos militares em áreas do norte da África, então sob domínio alemão.  O fracasso das forças armadas francesas em impedir a ocupação do Marrocos e da Argélia pelos Aliados, causou a ocupação da França colaboracionista de Vichy pelos alemães no dia 11 de novembro de 1942.  As unidades militares dos países do Eixo na África, cerca de 150.000 homens, renderam-se em maio de 1943.

Na frente oriental da Europa, durante o verão de 1942, os alemães e seus aliados no Eixo renovaram suas ofensivas contra a União Soviética, tentado capturar a cidade de Stalingrado (atual Volvogrado), junto ao rio Volga, assim como também a cidade de Baku (no Azerbaijão) e os campos petrolíferos do Cáucaso (área situada entre os Mares Negro e Cáspio).  A ofensiva alemã foi paralisada nas duas frentes no final do verão de 1942.  Em novembro daquele mesmo ano, as tropas soviéticas lançaram uma contraofensiva em Stalingrado e, no dia 2 de fevereiro de 1943, o Sexto Exército Alemão rendeu-se aos soviéticos.  Em julho de 1943, no que foi a maior batalha de tanques da história, os alemães ainda tentaram um ataque contra Kursk (cidade russa próxima à Ucrânia), mas as tropas soviéticas enfrentaram aquele assalto e assumiram o domínio militar do qual não mais abririam mão durante o restante do período da Guerra.

Porque mesmo após a rendição da Alemanha em 7 de maio de 1945 a guerra continuou no pacífico

Em julho de 1943, as forças Aliadas desembarcaram na Sicília (ilha na Itália), e em setembro chegaram à área continental italiana.  Após a deposição do Primeiro-Ministro Benito Mussolini (um aliado de Hitler) pelo Grande Conselho do Partido Fascista, os militares italianos assumiram o poder e negociaram sua rendição às forças anglo-americanas, no dia 8 de setembro daquele mesmo ano.  As tropas alemães ainda posicionadas na Itália tomaram controle da parte norte da Península Italiana, e continuaram a resistir.  Mussolini, que havia sido preso pelas autoridades militares italianas, foi resgatado por comandos das SS em setembro, e estabeleceu um regime fantoche neo-fascista (sob comando alemão) naquela região. As tropas alemães continuaram a controlar o norte da Itália até sua rendição, em 2 de maio de 1945. 

1944

Porque mesmo após a rendição da Alemanha em 7 de maio de 1945 a guerra continuou no pacífico

No dia 6 de junho de 1944 (conhecido como o Dia D), como parte de uma operação militar massiva, mais de 150.000 soldados das forças Aliadas desembarcaram na França, a qual foi libertada dos nazistas no final do mês de agosto. No dia 11 de setembro de 1944, as primeiras tropas dos Estados Unidos da América entraram na Alemanha, um mês após as tropas soviéticas haverem cruzado sua fronteira oriental.  Em meados de dezembro, os alemães lançaram um contra-ataque fracassado na Bélgica e no norte da França, conhecido como a Batalha de Bulge.  As forças aéreas Aliadas atacaram instalações industriais nazistas, tais como a que havia sido instalada no Campo de Auschwitz (muito embora nunca tenham tentado destruir as câmaras-de-gás lá instaladas).

1945

Os soviéticos iniciaram uma ofensiva no dia 12 de janeiro de 1945, libertando então a Polônia e forçando a Hungria (país membro do Eixo) a se render. Em meados de fevereiro de 1945, os Aliados bombardearam a cidade alemã de Dresden, com a morte de 35.000 civis. As tropas norte-americanas cruzaram o rio Reno no dia 7 de março de 1945.  A ofensiva soviética final, iniciada no dia 16 de abril de 1945, permitiu que as tropas soviéticas cercassem Berlim, a capital alemã.

No dia 30 de abril de 1945, enquanto as tropas soviéticas abriam seu caminho até a Chancelaria do Reich, Hitler cometeu suicídio.  No dia 7 de maio daquele mesmo ano, a Alemanha rendeu-se incondicionalmente aos países Aliados do Ocidente na cidade de Reims e, no dia 9 de maio, aos soviéticos, em Berlim. Em agosto, a Guerra, que continuava em andamento no Oceano Pacífico, terminou imediatamente após os Estados Unidos lançarem bombas atômicas sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki matando 120.000 civis.  O Japão rendeu-se formalmente no dia 2 de setembro.

A Segunda Guerra Mundial resultou em cerca de 55 milhões de mortes de seres humanos em todo o mundo.  Ela foi o maior e mais destrutivo conflito na história da humanidade.

Porque mesmo após a rendição da Alemanha em 7 de maio de 1945 a guerra continuou no pacífico

Porque mesmo após a rendição da Alemanha a guerra continuou no Pacífico?

Isso porque os Estados Unidos entraram em confronto tanto com a Alemanha quanto com o Japão durante o conflito, e mesmo após a rendição alemã continuaram a travar batalhas sangrentas no Pacífico, como Okinawa, e depois lançaram as duas primeiras bombas atômicas nas cidades de Hiroshima e Nagasaki.

Qual a situação da Alemanha após a sua rendição em 1945?

Após a derrota do país na Segunda Guerra Mundial e o início da Guerra Fria, a Alemanha permaneceria dividida por 40 anos, com cada uma das partes integrando blocos econômico-ideológicos opostos.

O que aconteceu no dia 7 de maio de 1945?

7 e 8 de maio de 1945 A Alemanha assina sua rendição incondicional no quartel-general do General estadunidense, Dwight D. Eisenhower, comandante das forças Aliadas no norte da Europa, na cidade de Reims, no dia 7 de maio. A rendição entra em vigor no dia 8 de maio às 23h01, horário da Europa Central (CET).

Por que a Alemanha perdeu a Segunda Guerra Mundial?

Devido às ideologias de guerra, às disputas entre a União Soviética e os seus aliados e ao legado deixado pela Primeira Guerra Mundial, a Alemanha rendeu-se efetivamente duas vezes.