O que é mamografia é por que é importante brainly

Câncer é o nome dado a um grupo de doenças que se caracterizam pelo crescimento desordenado e incontrolável de células. Esse crescimento de células leva à formação de tumores, os quais podem espalhar-se e atingir outras partes do corpo, distantes inclusive da região original do tumor, um processo conhecido como metástase.

Leia também: Tumor é câncer?

Tópicos deste artigo

→ Como o câncer surge?

O câncer inicia-se após uma mudança no DNA da célula, mais precisamente uma mudança nos chamados proto-oncogenes. Quando esses genes são ativados, tornam-se oncogenes que podem levar à transformação de células normais em células cancerosas. Isso faz com que a célula cresça de maneira desordenada.

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o processo de formação do câncer pode ser dividido em três etapas:

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Quando genes específicos são ativados, a célula começa a multiplicar-se de maneira desordenada.

  1. Iniciação: Quando se observa alterações em genes específicos devido à ação de agentes cancerígenos. Nessa etapa as células encontram-se preparadas para o desenvolvimento do próximo estágio, estando essas já geneticamente alteradas.

  2. Promoção: Quando as células preparadas no estágio anterior sofrerão a ação dos agentes chamados de oncopromotores, e, de forma lenta, essas células serão transformadas em uma células malignas. Essa transformação está diretamente relacionada com o período de exposição ao agente promotor.

  3. Progressão: Quando temos a multiplicação de maneira descontrolada das células que sofreram alteração. Nesse momento considera-se que o câncer está instalado.

Leia também: Pílula do câncer (Fosfoetanolamina Sintética)

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→ Causas

Diferentes fatores podem contribuir para o desenvolvimento do câncer, podendo esses fatores serem externos ou internos ao organismo. Quando nos referimos a fatores internos, diz-se, principalmente, dos fatores genéticos. Já os fatores externos estão relacionados, por exemplo, aos hábitos de vida e substâncias às quais somos expostos durante a vida.

Veja a seguir alguns agentes (já bem conhecidos) que apresentam associação com o desenvolvimento de alguns tipos de câncer:

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O cigarro relaciona-se com o desenvolvimento de câncer de pulmão.

  • Cigarro: É um agente que apresenta relação com o desenvolvimento do câncer de pulmão. De acordo com o Instituto Oncoguia, o tabagismo está relacionado com o surgimento de 90% dos casos de câncer de pulmão, além disso, fumantes apresentam cerca de 20 vezes mais risco de desenvolver a doença.

  • Exposição inadequada ao sol: Pode ser responsável pelo desenvolvimento de câncer de pele.

  • Alguns vírus: O HPV é um vírus relacionado, por exemplo, com o desenvolvimento de câncer de colo do útero e câncer de pênis, e é transmitido, principalmente, por via sexual.

  • Bebidas alcoólicas: O consumo de bebidas alcoólicas está associado com vários tipos de câncer, como o câncer de boca, laringe, estômago e fígado.

Leia também: Câncer endometrial e o consumo de refrigerantes

→ Tipos de câncer

Existem mais de 100 tipos diferentes de câncer, cada qual apresentando uma característica de desenvolvimento e sintomas específicos. Vejamos alguns tipos de câncer conhecidos:

→ Diagnóstico

O câncer é uma doença que necessita de diagnóstico rápido para que as chances de cura sejam maiores. Quando descobrimos um câncer em seus estágios iniciais, o tratamento apresenta maiores chances de sucesso, portanto, consultas de rotina tornam-se essenciais.

Vale salientar que alguns sinais e sintomas podem sugerir a presença de câncer, porém só um profissional capacitado é capaz de identificá-los e sugerir exames mais precisos para diagnosticar o problema. Sendo assim, é importante sempre consultar um médico quando percebemos que algo de errado está acontecendo em nosso organismo.

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A mamografia é uma importante forma de diagnosticar o câncer de mama.

Alguns tipos de câncer são rastreados, ou seja, são feitos exames mesmo que não haja sinais e sintomas da doença. Esse é o caso, por exemplo, do câncer do colo do útero e do câncer de mama.

Para identificar o câncer do colo do útero, a mulher é submetida à realização de um exame conhecido como papanicolau, que visa identificar alterações nas células do colo do útero. Já o câncer de mama é rastreado, principalmente, por meio de exames clínicos, mamografia e ultrassonografia.

Leia também: Câncer de mama masculino

→ Tratamento

O tratamento do câncer depende de uma série de fatores, tais como condição de saúde do paciente e estágio da doença. Cada tratamento, portanto, será individualizado, o que significa que dois pacientes com mesmo tipo de câncer podem apresentar tratamentos distintos.

Dentre as principais formas de tratamento do câncer podemos citar:

  • Radioterapia: Na radioterapia utiliza-se radiação para garantir que um tumor seja destruído ou impedir que cresça de tamanho. A radioterapia pode ser feita de duas formas: radioterapia externa — a radiação é emitida por um aparelho localizado afastado do paciente —, ou braquiterapia — aplicador é colocado no local que deve ser tratado e um aparelho emite a radiação para os aplicadores.

  • Quimioterapia: Na quimioterapia medicamentos serão utilizados a fim de destruir as células cancerosas. A quimioterapia pode ser administrada de forma oral, intravenosa, intramuscular, subcutânea, sobre a pele ou pela espinha dorsal. Esse tratamento pode causar efeitos colaterais, como queda de cabelo, diarreia, enjoo, vômito, entre outros.

  • Cirurgia: No caso da cirurgia, observa-se a retirada do tumor por um procedimento cirúrgico. A cirurgia possui como finalidade garantir a retirada completa do tumor e a cura da doença, ou ainda apresenta finalidade paliativa, sendo nesse último caso responsável por tentar reduzir o número de células cancerosas ou alguns sintomas. A cirurgia pode, por exemplo, ser utilizada para descomprimir algumas estruturas importantes para o organismo.

  • Transplante de medula óssea: Esse procedimento é feito para tratar doenças que afetam as células sanguíneas, como a leucemia. Para realizá-lo, é necessário achar um doador compatível.

Leia também: Avanços no tratamento do câncer

→ Prevenção

O câncer apresenta diferentes causas, portanto, para preveni-lo devemos evitar os fatores que podem provocá-lo. De uma maneira geral, devemos apresentar uma melhoria nos nossos hábitos de vida, adotando uma rotina mais saudável. Confira alguns hábitos que podem ajudar na prevenção do câncer:

Dia Mundial do Câncer

Dia Mundial do Câncer, comemorado em 4 de fevereiro, é uma data criada no ano 2000 com a finalidade de fornecer informações relevantes a respeito do câncer à população e também pressionar os governantes a adotarem medidas para reduzir o número de casos de câncer no mundo. A cada ano, um novo tema é proposto. No ano de 2019, por exemplo, foi lançada a campanha “Eu sou e eu vou”, que terá duração de três anos e seu objetivo é mostrar que cada pessoa apresenta o poder de reduzir o impacto que o câncer causa na sociedade. É importante destacar que o Dia Mundial do Câncer é uma forma de conscientizar as pessoas a respeito dessa doença e, portanto, uma forma importante de diminuirmos as mortes em consequência dela.


Por Ma. Vanessa Sardinha dos Santos

O que é mamografia é por que é importante brainly
Sim, esse é um fato: A mamografia causa certa dor e incômodo na maioria das mulheres, pois para a sua realização comprime-se as mamas, que normalmente são muito sensíveis. Mas a dor não pode, de forma alguma, impedir as mulheres de realizarem o exame! Afinal, a mamografia é o único método capaz de detectar o câncer de mama em estágio inicial, quando o tumor ainda é pequeno, e com uma maior chance de cura.

O Dr. Waldemir Rezende, especialista em Obstetrícia, Ginecologia e Mastologia, conversou com o Portal Oncoguia sobre as maneiras possíveis de minimizar a dor ocasionada pela compressão das mamas. Optar pela realização do exame fora do período menstrual é uma saída, diz o médico. "Quanto mais próxima do ciclo menstrual, por retenção de líquido ou por uma questão hormonal, a mulher pode sentir-se mais desconfortável”.

Leia a entrevista na íntegra e multiplique a informação!

Instituto Oncoguia: A mamografia causa mesmo dor, ou é mais um preconceito, um medo, assumido pelas mulheres?

Dr. Waldemir Rezende – O exame em si, a técnica do exame, exige que haja uma compressão do tecido mamário. Então, se eu falar que não dói é uma inverdade. A sensibilidade é individual, ou seja, algumas pacientes sentirão mais e outras menos dor. Isso dependerá também de alguns fatores, como a faixa etária e o período menstrual. Quanto mais jovem a mulher, maior o seu tecido glandular e, portanto, a dor pode ser mais intensa; quanto mais próxima do ciclo menstrual, por retenção de líquido ou por uma questão hormonal, a mulher pode sentir-se mais desconfortável. Ainda mais se a retenção de líquido coincidir com a presença de cistos, ou seja, a retenção ocasionando a formação de pequenas bolinhas de água na mama (alteração fibrocística), o que pode provocar uma dor significativa. No entanto, há algumas alternativas para que se possa reduzir essa dor.

Instituto Oncoguia: E quais são elas, Dr. Waldemir?

Dr. Waldemir Rezende – Fazer o exame sempre após o período menstrual; quando possível realizar uma ultrassonografia antes da mamografia, para verificar a presença e o tamanho dos cistos - e se forem maiores que 2 cm esvaziá-los antes da mamografia - e fazer uso de um medicamento antinflamatório ou analgésico duas horas antes de realizar o exame, algo que não existe contraindicação, para as mulheres que tem uma sensibilidade importante. Essas são algumas medidas.

Instituto Oncoguia: O Sr. citou que o uso de antinflamatório ou analgésico pode ser interessante às mulheres mais sensíveis. Mas elas podem usar, também, posteriormente à realização do exame, caso a dor persista, ou apenas antes?

Dr. Waldemir Rezende – Na realidade a dor não deve persistir, já que é causada pela compressão das mamas. Se acontecer, o que é difícil, uma bolsa de gelo pode aliviar. Na realidade, o processo do exame é muito simples e a dor é passageira.

Instituto Oncoguia: Mais alguma sugestão para o alívio da dor e desconforto às mulheres muito sensíveis?

Dr. Waldemir Rezende – Pode ajudar, também, a alimentação rica em ácido linoleico e gamalinoleico, que estão presentes em alimentos como salmão, sardinha, castanha do Pará, e azeite extra virgem, 2 meses antes da realização do exame. Com a presença desses ácidos é possível observar-se a redução do efeito dos hormônios das mamas, o que pode atenuar a dor. Mas é fundamental, também, que o equipamento e a técnica utilizada para a realização do exame estejam adequados.

Instituto Oncoguia – Como, Dr. Waldemir?

Dr. Waldemir Rezende - Em mama jovem, obrigatoriamente a mamografia deveria ser digital. O equipamento da mamografia digital é mais moderno, exige menor compressão mamária e a imagem é obtida com maior facilidade, sendo praticamente desnecessário realizar compressões adicionais das mamas. Na mamografia digital, a imagem obtida permanece armazenada em computador, permitindo ao radiologista ampliar ou mudar a posição da imagem, contrastar as cores e comparar com exames anteriores.

Instituto Oncoguia – Mas o equipamento de mamografia digital é amplamente acessível no Brasil?

Dr. Waldemir Rezende - A mamografia digital é uma realidade inevitável. Os laboratórios e mesmo as unidades do SUS estão adquirindo esses equipamentos e, com isso, esta modalidade de exame está disponível tanto na rede pública quanto privada. Mas a prioridade de uso da mamografia digital são as mulheres com idade menor do que 50 anos, por conta da densidade da mama que faz com que a mamografia convencional não consiga detalhá-la de forma conveniente.

Instituto Oncoguia – E há muitos casos em que o exame dá falso negativo?

Dr. Waldemir Rezende - Tem uma frase que é importante frisar: melhor não fazer a mamografia a fazê-la da forma incorreta. Isso porque, a mulher fica com a falsa sensação de estar "protegida” por aderir ao rastreamento corretamente. Mas se o equipamento não estiver adequado, o técnico que o utiliza não estiver preparado para realizar o exame e o médico que interpreta as imagens não for atento aos detalhes e classificar a mamografia adequadamente, confirmando a sua validade, pode haver resultados falso negativos.

Instituto Oncoguia – Isso é algo que íamos mesmo perguntar, sobre a qualidade dos exames de mamografia praticados no país. Como uma mulher pode ter certeza que está realizando o exame com qualidade? Há um padrão de qualidade monitorado no país?

Dr. Waldemir Rezende - Teoricamente, tanto o equipamento quanto as unidades que realizam o exame são monitorados por Órgãos Públicos como ANVISA e Vigilância Sanitária, além da Sociedade Brasileira de Radiologia (SBR) conferir um selo de qualidade para esses serviços. Qualquer pessoa pode, inclusive, encontrar na internet informações sobre o serviço de radiologia onde realizará o exame.

Instituto Oncoguia – Aliás, Dr. Waldemir, um equipamento mal calibrado pode ser, também, a razão de uma dor muito intensa?

Dr. Waldemir Rezende - Na realidade, quanto mais moderno o equipamento e melhor treinado o técnico, melhor, mais fácil e mais acurado será o exame. Existe, com certeza, uma relação.

Instituto Oncoguia – E como a mulher pode estar mais segura de que está realizando a prevenção corretamente, sendo que pode haver problemas com o mamógrafo?

Dr. Waldemir Rezende - Sim. Isso é importante. É importante lembrar que a mamografia é um exame complementar, assim como a ultrassonografia. Existe uma média de 15% a 20% de exames de mamografia aparentemente normais, mas que na realidade são falsos negativos, principalmente em mulheres muito jovens, com as mamas densas. O exame físico, em casos como esses, muitas vezes é mais importante que a mamografia. É importantíssimo o mastologista realizar o exame físico detalhado, para garantir que não haja falsos negativos e falsos positivos – um nódulo que na verdade é um cisto, e que gera uma notícia de um tumor.

Instituto Oncoguia - Falando sobre os mitos que ainda estão atrelados à realização do exame. Muita mulher afirma não fazer a mamografia porque aumentaria a sua chance de ter um câncer. Existe alguma relação?

Dr. Waldemir Rezende - A dose de radiação da mamografia não é suficiente para desencadear o câncer de mama. Nós estamos em uma fase em que, cada vez mais, realiza-se o exame mais precocemente, por conta de antecedentes familiares, fatores de risco genéticos, identificação de câncer em mulheres com menos de 30 anos (...) com isso, há uma preocupação em proteger a glândula da tireoide, que é sensível à radiação. Isso acontece hoje. É obrigatório que as unidades que realizam o exame protejam a glândula. Eu desconheço qualquer trabalho científico que ligue a mamografia ao risco de desenvolvimento de um câncer de mama, ou a qualquer outro tipo de neoplasia. Agora, se uma mulher realiza sempre o exame em local onde o mamógrafo não é calibrado, o técnico não é habilitado e que, por isso, ela tem que repeti-lo por diversas vezes, pode haver problemas futuros.

Instituto Oncoguia - Como nunca é demais repetir, qual a importância de se fazer a mamografia?

Dr. Waldemir Rezende - Uma regra básica é que o início da mamografia de controle deve ser por volta dos 40 anos de idade, ou, uma regra prática, dez anos antes que o câncer de mama foi diagnosticado em parente de primeiro grau (mãe ou irmã). A importância da mamografia é a redução da mortalidade pelo diagnóstico precoce. A mamografia identifica alterações iniciais do câncer de mama, permitindo a realização do tratamento em fase muito precoce, ideal, de forma a obter a cura (...), com estadiamento inicial, o que significa um tumor com menos de 2 cm. E a mamografia consegue identificar microcalcificações, nódulos ou características desse nódulo que podem permitir o tratamento precoce e a cura. Infelizmente, no Brasil, o número de mamógrafos digitais parece não ser ideal, e a mamografia convencional ainda é realizada tardiamente em muitos casos. E assim aparecem tumores de 4, 5, 10 cm, os quais até mesmo o autoexame poderia identificar. Com isso, o diagnóstico tardio mantém a mortalidade por câncer de mama elevada. Por fim, sempre é importante ressaltar que a mamografia aumenta as chances de cura, pois promove o diagnóstico precoce.


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Sim, esse é um fato: A mamografia causa certa dor e incômodo na maioria das mulheres, pois para a sua realização comprime-se as mamas, que normalmente são muito sensíveis. Mas a dor não pode, de forma alguma, impedir as mulheres de realizarem o exame! Afinal, a mamografia é o único método capaz de detectar o câncer de mama em estágio inicial, quando o tumor ainda é pequeno, e com uma maior chance de cura.

O Dr. Waldemir Rezende, especialista em Obstetrícia, Ginecologia e Mastologia, conversou com o Portal Oncoguia sobre as maneiras possíveis de minimizar a dor ocasionada pela compressão das mamas. Optar pela realização do exame fora do período menstrual é uma saída, diz o médico. "Quanto mais próxima do ciclo menstrual, por retenção de líquido ou por uma questão hormonal, a mulher pode sentir-se mais desconfortável”.

Leia a entrevista na íntegra e multiplique a informação!

Instituto Oncoguia: A mamografia causa mesmo dor, ou é mais um preconceito, um medo, assumido pelas mulheres?

Dr. Waldemir Rezende – O exame em si, a técnica do exame, exige que haja uma compressão do tecido mamário. Então, se eu falar que não dói é uma inverdade. A sensibilidade é individual, ou seja, algumas pacientes sentirão mais e outras menos dor. Isso dependerá também de alguns fatores, como a faixa etária e o período menstrual. Quanto mais jovem a mulher, maior o seu tecido glandular e, portanto, a dor pode ser mais intensa; quanto mais próxima do ciclo menstrual, por retenção de líquido ou por uma questão hormonal, a mulher pode sentir-se mais desconfortável. Ainda mais se a retenção de líquido coincidir com a presença de cistos, ou seja, a retenção ocasionando a formação de pequenas bolinhas de água na mama (alteração fibrocística), o que pode provocar uma dor significativa. No entanto, há algumas alternativas para que se possa reduzir essa dor.

Instituto Oncoguia: E quais são elas, Dr. Waldemir?

Dr. Waldemir Rezende – Fazer o exame sempre após o período menstrual; quando possível realizar uma ultrassonografia antes da mamografia, para verificar a presença e o tamanho dos cistos - e se forem maiores que 2 cm esvaziá-los antes da mamografia - e fazer uso de um medicamento antinflamatório ou analgésico duas horas antes de realizar o exame, algo que não existe contraindicação, para as mulheres que tem uma sensibilidade importante. Essas são algumas medidas.

Instituto Oncoguia: O Sr. citou que o uso de antinflamatório ou analgésico pode ser interessante às mulheres mais sensíveis. Mas elas podem usar, também, posteriormente à realização do exame, caso a dor persista, ou apenas antes?

Dr. Waldemir Rezende – Na realidade a dor não deve persistir, já que é causada pela compressão das mamas. Se acontecer, o que é difícil, uma bolsa de gelo pode aliviar. Na realidade, o processo do exame é muito simples e a dor é passageira.

Instituto Oncoguia: Mais alguma sugestão para o alívio da dor e desconforto às mulheres muito sensíveis?

Dr. Waldemir Rezende – Pode ajudar, também, a alimentação rica em ácido linoleico e gamalinoleico, que estão presentes em alimentos como salmão, sardinha, castanha do Pará, e azeite extra virgem, 2 meses antes da realização do exame. Com a presença desses ácidos é possível observar-se a redução do efeito dos hormônios das mamas, o que pode atenuar a dor. Mas é fundamental, também, que o equipamento e a técnica utilizada para a realização do exame estejam adequados.

Instituto Oncoguia – Como, Dr. Waldemir?

Dr. Waldemir Rezende - Em mama jovem, obrigatoriamente a mamografia deveria ser digital. O equipamento da mamografia digital é mais moderno, exige menor compressão mamária e a imagem é obtida com maior facilidade, sendo praticamente desnecessário realizar compressões adicionais das mamas. Na mamografia digital, a imagem obtida permanece armazenada em computador, permitindo ao radiologista ampliar ou mudar a posição da imagem, contrastar as cores e comparar com exames anteriores.

Instituto Oncoguia – Mas o equipamento de mamografia digital é amplamente acessível no Brasil?

Dr. Waldemir Rezende - A mamografia digital é uma realidade inevitável. Os laboratórios e mesmo as unidades do SUS estão adquirindo esses equipamentos e, com isso, esta modalidade de exame está disponível tanto na rede pública quanto privada. Mas a prioridade de uso da mamografia digital são as mulheres com idade menor do que 50 anos, por conta da densidade da mama que faz com que a mamografia convencional não consiga detalhá-la de forma conveniente.

Instituto Oncoguia – E há muitos casos em que o exame dá falso negativo?

Dr. Waldemir Rezende - Tem uma frase que é importante frisar: melhor não fazer a mamografia a fazê-la da forma incorreta. Isso porque, a mulher fica com a falsa sensação de estar "protegida” por aderir ao rastreamento corretamente. Mas se o equipamento não estiver adequado, o técnico que o utiliza não estiver preparado para realizar o exame e o médico que interpreta as imagens não for atento aos detalhes e classificar a mamografia adequadamente, confirmando a sua validade, pode haver resultados falso negativos.

Instituto Oncoguia – Isso é algo que íamos mesmo perguntar, sobre a qualidade dos exames de mamografia praticados no país. Como uma mulher pode ter certeza que está realizando o exame com qualidade? Há um padrão de qualidade monitorado no país?

Dr. Waldemir Rezende - Teoricamente, tanto o equipamento quanto as unidades que realizam o exame são monitorados por Órgãos Públicos como ANVISA e Vigilância Sanitária, além da Sociedade Brasileira de Radiologia (SBR) conferir um selo de qualidade para esses serviços. Qualquer pessoa pode, inclusive, encontrar na internet informações sobre o serviço de radiologia onde realizará o exame.

Instituto Oncoguia – Aliás, Dr. Waldemir, um equipamento mal calibrado pode ser, também, a razão de uma dor muito intensa?

Dr. Waldemir Rezende - Na realidade, quanto mais moderno o equipamento e melhor treinado o técnico, melhor, mais fácil e mais acurado será o exame. Existe, com certeza, uma relação.

Instituto Oncoguia – E como a mulher pode estar mais segura de que está realizando a prevenção corretamente, sendo que pode haver problemas com o mamógrafo?

Dr. Waldemir Rezende - Sim. Isso é importante. É importante lembrar que a mamografia é um exame complementar, assim como a ultrassonografia. Existe uma média de 15% a 20% de exames de mamografia aparentemente normais, mas que na realidade são falsos negativos, principalmente em mulheres muito jovens, com as mamas densas. O exame físico, em casos como esses, muitas vezes é mais importante que a mamografia. É importantíssimo o mastologista realizar o exame físico detalhado, para garantir que não haja falsos negativos e falsos positivos – um nódulo que na verdade é um cisto, e que gera uma notícia de um tumor.

Instituto Oncoguia - Falando sobre os mitos que ainda estão atrelados à realização do exame. Muita mulher afirma não fazer a mamografia porque aumentaria a sua chance de ter um câncer. Existe alguma relação?

Dr. Waldemir Rezende - A dose de radiação da mamografia não é suficiente para desencadear o câncer de mama. Nós estamos em uma fase em que, cada vez mais, realiza-se o exame mais precocemente, por conta de antecedentes familiares, fatores de risco genéticos, identificação de câncer em mulheres com menos de 30 anos (...) com isso, há uma preocupação em proteger a glândula da tireoide, que é sensível à radiação. Isso acontece hoje. É obrigatório que as unidades que realizam o exame protejam a glândula. Eu desconheço qualquer trabalho científico que ligue a mamografia ao risco de desenvolvimento de um câncer de mama, ou a qualquer outro tipo de neoplasia. Agora, se uma mulher realiza sempre o exame em local onde o mamógrafo não é calibrado, o técnico não é habilitado e que, por isso, ela tem que repeti-lo por diversas vezes, pode haver problemas futuros.

Instituto Oncoguia - Como nunca é demais repetir, qual a importância de se fazer a mamografia?

Dr. Waldemir Rezende - Uma regra básica é que o início da mamografia de controle deve ser por volta dos 40 anos de idade, ou, uma regra prática, dez anos antes que o câncer de mama foi diagnosticado em parente de primeiro grau (mãe ou irmã). A importância da mamografia é a redução da mortalidade pelo diagnóstico precoce. A mamografia identifica alterações iniciais do câncer de mama, permitindo a realização do tratamento em fase muito precoce, ideal, de forma a obter a cura (...), com estadiamento inicial, o que significa um tumor com menos de 2 cm. E a mamografia consegue identificar microcalcificações, nódulos ou características desse nódulo que podem permitir o tratamento precoce e a cura. Infelizmente, no Brasil, o número de mamógrafos digitais parece não ser ideal, e a mamografia convencional ainda é realizada tardiamente em muitos casos. E assim aparecem tumores de 4, 5, 10 cm, os quais até mesmo o autoexame poderia identificar. Com isso, o diagnóstico tardio mantém a mortalidade por câncer de mama elevada. Por fim, sempre é importante ressaltar que a mamografia aumenta as chances de cura, pois promove o diagnóstico precoce.


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Sim, esse é um fato: A mamografia causa certa dor e incômodo na maioria das mulheres, pois para a sua realização comprime-se as mamas, que normalmente são muito sensíveis. Mas a dor não pode, de forma alguma, impedir as mulheres de realizarem o exame! Afinal, a mamografia é o único método capaz de detectar o câncer de mama em estágio inicial, quando o tumor ainda é pequeno, e com uma maior chance de cura.

O Dr. Waldemir Rezende, especialista em Obstetrícia, Ginecologia e Mastologia, conversou com o Portal Oncoguia sobre as maneiras possíveis de minimizar a dor ocasionada pela compressão das mamas. Optar pela realização do exame fora do período menstrual é uma saída, diz o médico. "Quanto mais próxima do ciclo menstrual, por retenção de líquido ou por uma questão hormonal, a mulher pode sentir-se mais desconfortável”.

Leia a entrevista na íntegra e multiplique a informação!

Instituto Oncoguia: A mamografia causa mesmo dor, ou é mais um preconceito, um medo, assumido pelas mulheres?

Dr. Waldemir Rezende – O exame em si, a técnica do exame, exige que haja uma compressão do tecido mamário. Então, se eu falar que não dói é uma inverdade. A sensibilidade é individual, ou seja, algumas pacientes sentirão mais e outras menos dor. Isso dependerá também de alguns fatores, como a faixa etária e o período menstrual. Quanto mais jovem a mulher, maior o seu tecido glandular e, portanto, a dor pode ser mais intensa; quanto mais próxima do ciclo menstrual, por retenção de líquido ou por uma questão hormonal, a mulher pode sentir-se mais desconfortável. Ainda mais se a retenção de líquido coincidir com a presença de cistos, ou seja, a retenção ocasionando a formação de pequenas bolinhas de água na mama (alteração fibrocística), o que pode provocar uma dor significativa. No entanto, há algumas alternativas para que se possa reduzir essa dor.

Instituto Oncoguia: E quais são elas, Dr. Waldemir?

Dr. Waldemir Rezende – Fazer o exame sempre após o período menstrual; quando possível realizar uma ultrassonografia antes da mamografia, para verificar a presença e o tamanho dos cistos - e se forem maiores que 2 cm esvaziá-los antes da mamografia - e fazer uso de um medicamento antinflamatório ou analgésico duas horas antes de realizar o exame, algo que não existe contraindicação, para as mulheres que tem uma sensibilidade importante. Essas são algumas medidas.

Instituto Oncoguia: O Sr. citou que o uso de antinflamatório ou analgésico pode ser interessante às mulheres mais sensíveis. Mas elas podem usar, também, posteriormente à realização do exame, caso a dor persista, ou apenas antes?

Dr. Waldemir Rezende – Na realidade a dor não deve persistir, já que é causada pela compressão das mamas. Se acontecer, o que é difícil, uma bolsa de gelo pode aliviar. Na realidade, o processo do exame é muito simples e a dor é passageira.

Instituto Oncoguia: Mais alguma sugestão para o alívio da dor e desconforto às mulheres muito sensíveis?

Dr. Waldemir Rezende – Pode ajudar, também, a alimentação rica em ácido linoleico e gamalinoleico, que estão presentes em alimentos como salmão, sardinha, castanha do Pará, e azeite extra virgem, 2 meses antes da realização do exame. Com a presença desses ácidos é possível observar-se a redução do efeito dos hormônios das mamas, o que pode atenuar a dor. Mas é fundamental, também, que o equipamento e a técnica utilizada para a realização do exame estejam adequados.

Instituto Oncoguia – Como, Dr. Waldemir?

Dr. Waldemir Rezende - Em mama jovem, obrigatoriamente a mamografia deveria ser digital. O equipamento da mamografia digital é mais moderno, exige menor compressão mamária e a imagem é obtida com maior facilidade, sendo praticamente desnecessário realizar compressões adicionais das mamas. Na mamografia digital, a imagem obtida permanece armazenada em computador, permitindo ao radiologista ampliar ou mudar a posição da imagem, contrastar as cores e comparar com exames anteriores.

Instituto Oncoguia – Mas o equipamento de mamografia digital é amplamente acessível no Brasil?

Dr. Waldemir Rezende - A mamografia digital é uma realidade inevitável. Os laboratórios e mesmo as unidades do SUS estão adquirindo esses equipamentos e, com isso, esta modalidade de exame está disponível tanto na rede pública quanto privada. Mas a prioridade de uso da mamografia digital são as mulheres com idade menor do que 50 anos, por conta da densidade da mama que faz com que a mamografia convencional não consiga detalhá-la de forma conveniente.

Instituto Oncoguia – E há muitos casos em que o exame dá falso negativo?

Dr. Waldemir Rezende - Tem uma frase que é importante frisar: melhor não fazer a mamografia a fazê-la da forma incorreta. Isso porque, a mulher fica com a falsa sensação de estar "protegida” por aderir ao rastreamento corretamente. Mas se o equipamento não estiver adequado, o técnico que o utiliza não estiver preparado para realizar o exame e o médico que interpreta as imagens não for atento aos detalhes e classificar a mamografia adequadamente, confirmando a sua validade, pode haver resultados falso negativos.

Instituto Oncoguia – Isso é algo que íamos mesmo perguntar, sobre a qualidade dos exames de mamografia praticados no país. Como uma mulher pode ter certeza que está realizando o exame com qualidade? Há um padrão de qualidade monitorado no país?

Dr. Waldemir Rezende - Teoricamente, tanto o equipamento quanto as unidades que realizam o exame são monitorados por Órgãos Públicos como ANVISA e Vigilância Sanitária, além da Sociedade Brasileira de Radiologia (SBR) conferir um selo de qualidade para esses serviços. Qualquer pessoa pode, inclusive, encontrar na internet informações sobre o serviço de radiologia onde realizará o exame.

Instituto Oncoguia – Aliás, Dr. Waldemir, um equipamento mal calibrado pode ser, também, a razão de uma dor muito intensa?

Dr. Waldemir Rezende - Na realidade, quanto mais moderno o equipamento e melhor treinado o técnico, melhor, mais fácil e mais acurado será o exame. Existe, com certeza, uma relação.

Instituto Oncoguia – E como a mulher pode estar mais segura de que está realizando a prevenção corretamente, sendo que pode haver problemas com o mamógrafo?

Dr. Waldemir Rezende - Sim. Isso é importante. É importante lembrar que a mamografia é um exame complementar, assim como a ultrassonografia. Existe uma média de 15% a 20% de exames de mamografia aparentemente normais, mas que na realidade são falsos negativos, principalmente em mulheres muito jovens, com as mamas densas. O exame físico, em casos como esses, muitas vezes é mais importante que a mamografia. É importantíssimo o mastologista realizar o exame físico detalhado, para garantir que não haja falsos negativos e falsos positivos – um nódulo que na verdade é um cisto, e que gera uma notícia de um tumor.

Instituto Oncoguia - Falando sobre os mitos que ainda estão atrelados à realização do exame. Muita mulher afirma não fazer a mamografia porque aumentaria a sua chance de ter um câncer. Existe alguma relação?

Dr. Waldemir Rezende - A dose de radiação da mamografia não é suficiente para desencadear o câncer de mama. Nós estamos em uma fase em que, cada vez mais, realiza-se o exame mais precocemente, por conta de antecedentes familiares, fatores de risco genéticos, identificação de câncer em mulheres com menos de 30 anos (...) com isso, há uma preocupação em proteger a glândula da tireoide, que é sensível à radiação. Isso acontece hoje. É obrigatório que as unidades que realizam o exame protejam a glândula. Eu desconheço qualquer trabalho científico que ligue a mamografia ao risco de desenvolvimento de um câncer de mama, ou a qualquer outro tipo de neoplasia. Agora, se uma mulher realiza sempre o exame em local onde o mamógrafo não é calibrado, o técnico não é habilitado e que, por isso, ela tem que repeti-lo por diversas vezes, pode haver problemas futuros.

Instituto Oncoguia - Como nunca é demais repetir, qual a importância de se fazer a mamografia?

Dr. Waldemir Rezende - Uma regra básica é que o início da mamografia de controle deve ser por volta dos 40 anos de idade, ou, uma regra prática, dez anos antes que o câncer de mama foi diagnosticado em parente de primeiro grau (mãe ou irmã). A importância da mamografia é a redução da mortalidade pelo diagnóstico precoce. A mamografia identifica alterações iniciais do câncer de mama, permitindo a realização do tratamento em fase muito precoce, ideal, de forma a obter a cura (...), com estadiamento inicial, o que significa um tumor com menos de 2 cm. E a mamografia consegue identificar microcalcificações, nódulos ou características desse nódulo que podem permitir o tratamento precoce e a cura. Infelizmente, no Brasil, o número de mamógrafos digitais parece não ser ideal, e a mamografia convencional ainda é realizada tardiamente em muitos casos. E assim aparecem tumores de 4, 5, 10 cm, os quais até mesmo o autoexame poderia identificar. Com isso, o diagnóstico tardio mantém a mortalidade por câncer de mama elevada. Por fim, sempre é importante ressaltar que a mamografia aumenta as chances de cura, pois promove o diagnóstico precoce.


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O que é mamografia é por que é importante brainly
Sim, esse é um fato: A mamografia causa certa dor e incômodo na maioria das mulheres, pois para a sua realização comprime-se as mamas, que normalmente são muito sensíveis. Mas a dor não pode, de forma alguma, impedir as mulheres de realizarem o exame! Afinal, a mamografia é o único método capaz de detectar o câncer de mama em estágio inicial, quando o tumor ainda é pequeno, e com uma maior chance de cura.

O Dr. Waldemir Rezende, especialista em Obstetrícia, Ginecologia e Mastologia, conversou com o Portal Oncoguia sobre as maneiras possíveis de minimizar a dor ocasionada pela compressão das mamas. Optar pela realização do exame fora do período menstrual é uma saída, diz o médico. "Quanto mais próxima do ciclo menstrual, por retenção de líquido ou por uma questão hormonal, a mulher pode sentir-se mais desconfortável”.

Leia a entrevista na íntegra e multiplique a informação!

Instituto Oncoguia: A mamografia causa mesmo dor, ou é mais um preconceito, um medo, assumido pelas mulheres?

Dr. Waldemir Rezende – O exame em si, a técnica do exame, exige que haja uma compressão do tecido mamário. Então, se eu falar que não dói é uma inverdade. A sensibilidade é individual, ou seja, algumas pacientes sentirão mais e outras menos dor. Isso dependerá também de alguns fatores, como a faixa etária e o período menstrual. Quanto mais jovem a mulher, maior o seu tecido glandular e, portanto, a dor pode ser mais intensa; quanto mais próxima do ciclo menstrual, por retenção de líquido ou por uma questão hormonal, a mulher pode sentir-se mais desconfortável. Ainda mais se a retenção de líquido coincidir com a presença de cistos, ou seja, a retenção ocasionando a formação de pequenas bolinhas de água na mama (alteração fibrocística), o que pode provocar uma dor significativa. No entanto, há algumas alternativas para que se possa reduzir essa dor.

Instituto Oncoguia: E quais são elas, Dr. Waldemir?

Dr. Waldemir Rezende – Fazer o exame sempre após o período menstrual; quando possível realizar uma ultrassonografia antes da mamografia, para verificar a presença e o tamanho dos cistos - e se forem maiores que 2 cm esvaziá-los antes da mamografia - e fazer uso de um medicamento antinflamatório ou analgésico duas horas antes de realizar o exame, algo que não existe contraindicação, para as mulheres que tem uma sensibilidade importante. Essas são algumas medidas.

Instituto Oncoguia: O Sr. citou que o uso de antinflamatório ou analgésico pode ser interessante às mulheres mais sensíveis. Mas elas podem usar, também, posteriormente à realização do exame, caso a dor persista, ou apenas antes?

Dr. Waldemir Rezende – Na realidade a dor não deve persistir, já que é causada pela compressão das mamas. Se acontecer, o que é difícil, uma bolsa de gelo pode aliviar. Na realidade, o processo do exame é muito simples e a dor é passageira.

Instituto Oncoguia: Mais alguma sugestão para o alívio da dor e desconforto às mulheres muito sensíveis?

Dr. Waldemir Rezende – Pode ajudar, também, a alimentação rica em ácido linoleico e gamalinoleico, que estão presentes em alimentos como salmão, sardinha, castanha do Pará, e azeite extra virgem, 2 meses antes da realização do exame. Com a presença desses ácidos é possível observar-se a redução do efeito dos hormônios das mamas, o que pode atenuar a dor. Mas é fundamental, também, que o equipamento e a técnica utilizada para a realização do exame estejam adequados.

Instituto Oncoguia – Como, Dr. Waldemir?

Dr. Waldemir Rezende - Em mama jovem, obrigatoriamente a mamografia deveria ser digital. O equipamento da mamografia digital é mais moderno, exige menor compressão mamária e a imagem é obtida com maior facilidade, sendo praticamente desnecessário realizar compressões adicionais das mamas. Na mamografia digital, a imagem obtida permanece armazenada em computador, permitindo ao radiologista ampliar ou mudar a posição da imagem, contrastar as cores e comparar com exames anteriores.

Instituto Oncoguia – Mas o equipamento de mamografia digital é amplamente acessível no Brasil?

Dr. Waldemir Rezende - A mamografia digital é uma realidade inevitável. Os laboratórios e mesmo as unidades do SUS estão adquirindo esses equipamentos e, com isso, esta modalidade de exame está disponível tanto na rede pública quanto privada. Mas a prioridade de uso da mamografia digital são as mulheres com idade menor do que 50 anos, por conta da densidade da mama que faz com que a mamografia convencional não consiga detalhá-la de forma conveniente.

Instituto Oncoguia – E há muitos casos em que o exame dá falso negativo?

Dr. Waldemir Rezende - Tem uma frase que é importante frisar: melhor não fazer a mamografia a fazê-la da forma incorreta. Isso porque, a mulher fica com a falsa sensação de estar "protegida” por aderir ao rastreamento corretamente. Mas se o equipamento não estiver adequado, o técnico que o utiliza não estiver preparado para realizar o exame e o médico que interpreta as imagens não for atento aos detalhes e classificar a mamografia adequadamente, confirmando a sua validade, pode haver resultados falso negativos.

Instituto Oncoguia – Isso é algo que íamos mesmo perguntar, sobre a qualidade dos exames de mamografia praticados no país. Como uma mulher pode ter certeza que está realizando o exame com qualidade? Há um padrão de qualidade monitorado no país?

Dr. Waldemir Rezende - Teoricamente, tanto o equipamento quanto as unidades que realizam o exame são monitorados por Órgãos Públicos como ANVISA e Vigilância Sanitária, além da Sociedade Brasileira de Radiologia (SBR) conferir um selo de qualidade para esses serviços. Qualquer pessoa pode, inclusive, encontrar na internet informações sobre o serviço de radiologia onde realizará o exame.

Instituto Oncoguia – Aliás, Dr. Waldemir, um equipamento mal calibrado pode ser, também, a razão de uma dor muito intensa?

Dr. Waldemir Rezende - Na realidade, quanto mais moderno o equipamento e melhor treinado o técnico, melhor, mais fácil e mais acurado será o exame. Existe, com certeza, uma relação.

Instituto Oncoguia – E como a mulher pode estar mais segura de que está realizando a prevenção corretamente, sendo que pode haver problemas com o mamógrafo?

Dr. Waldemir Rezende - Sim. Isso é importante. É importante lembrar que a mamografia é um exame complementar, assim como a ultrassonografia. Existe uma média de 15% a 20% de exames de mamografia aparentemente normais, mas que na realidade são falsos negativos, principalmente em mulheres muito jovens, com as mamas densas. O exame físico, em casos como esses, muitas vezes é mais importante que a mamografia. É importantíssimo o mastologista realizar o exame físico detalhado, para garantir que não haja falsos negativos e falsos positivos – um nódulo que na verdade é um cisto, e que gera uma notícia de um tumor.

Instituto Oncoguia - Falando sobre os mitos que ainda estão atrelados à realização do exame. Muita mulher afirma não fazer a mamografia porque aumentaria a sua chance de ter um câncer. Existe alguma relação?

Dr. Waldemir Rezende - A dose de radiação da mamografia não é suficiente para desencadear o câncer de mama. Nós estamos em uma fase em que, cada vez mais, realiza-se o exame mais precocemente, por conta de antecedentes familiares, fatores de risco genéticos, identificação de câncer em mulheres com menos de 30 anos (...) com isso, há uma preocupação em proteger a glândula da tireoide, que é sensível à radiação. Isso acontece hoje. É obrigatório que as unidades que realizam o exame protejam a glândula. Eu desconheço qualquer trabalho científico que ligue a mamografia ao risco de desenvolvimento de um câncer de mama, ou a qualquer outro tipo de neoplasia. Agora, se uma mulher realiza sempre o exame em local onde o mamógrafo não é calibrado, o técnico não é habilitado e que, por isso, ela tem que repeti-lo por diversas vezes, pode haver problemas futuros.

Instituto Oncoguia - Como nunca é demais repetir, qual a importância de se fazer a mamografia?

Dr. Waldemir Rezende - Uma regra básica é que o início da mamografia de controle deve ser por volta dos 40 anos de idade, ou, uma regra prática, dez anos antes que o câncer de mama foi diagnosticado em parente de primeiro grau (mãe ou irmã). A importância da mamografia é a redução da mortalidade pelo diagnóstico precoce. A mamografia identifica alterações iniciais do câncer de mama, permitindo a realização do tratamento em fase muito precoce, ideal, de forma a obter a cura (...), com estadiamento inicial, o que significa um tumor com menos de 2 cm. E a mamografia consegue identificar microcalcificações, nódulos ou características desse nódulo que podem permitir o tratamento precoce e a cura. Infelizmente, no Brasil, o número de mamógrafos digitais parece não ser ideal, e a mamografia convencional ainda é realizada tardiamente em muitos casos. E assim aparecem tumores de 4, 5, 10 cm, os quais até mesmo o autoexame poderia identificar. Com isso, o diagnóstico tardio mantém a mortalidade por câncer de mama elevada. Por fim, sempre é importante ressaltar que a mamografia aumenta as chances de cura, pois promove o diagnóstico precoce.


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O que é mamografia é por que é importante brainly
Sim, esse é um fato: A mamografia causa certa dor e incômodo na maioria das mulheres, pois para a sua realização comprime-se as mamas, que normalmente são muito sensíveis. Mas a dor não pode, de forma alguma, impedir as mulheres de realizarem o exame! Afinal, a mamografia é o único método capaz de detectar o câncer de mama em estágio inicial, quando o tumor ainda é pequeno, e com uma maior chance de cura.

O Dr. Waldemir Rezende, especialista em Obstetrícia, Ginecologia e Mastologia, conversou com o Portal Oncoguia sobre as maneiras possíveis de minimizar a dor ocasionada pela compressão das mamas. Optar pela realização do exame fora do período menstrual é uma saída, diz o médico. "Quanto mais próxima do ciclo menstrual, por retenção de líquido ou por uma questão hormonal, a mulher pode sentir-se mais desconfortável”.

Leia a entrevista na íntegra e multiplique a informação!

Instituto Oncoguia: A mamografia causa mesmo dor, ou é mais um preconceito, um medo, assumido pelas mulheres?

Dr. Waldemir Rezende – O exame em si, a técnica do exame, exige que haja uma compressão do tecido mamário. Então, se eu falar que não dói é uma inverdade. A sensibilidade é individual, ou seja, algumas pacientes sentirão mais e outras menos dor. Isso dependerá também de alguns fatores, como a faixa etária e o período menstrual. Quanto mais jovem a mulher, maior o seu tecido glandular e, portanto, a dor pode ser mais intensa; quanto mais próxima do ciclo menstrual, por retenção de líquido ou por uma questão hormonal, a mulher pode sentir-se mais desconfortável. Ainda mais se a retenção de líquido coincidir com a presença de cistos, ou seja, a retenção ocasionando a formação de pequenas bolinhas de água na mama (alteração fibrocística), o que pode provocar uma dor significativa. No entanto, há algumas alternativas para que se possa reduzir essa dor.

Instituto Oncoguia: E quais são elas, Dr. Waldemir?

Dr. Waldemir Rezende – Fazer o exame sempre após o período menstrual; quando possível realizar uma ultrassonografia antes da mamografia, para verificar a presença e o tamanho dos cistos - e se forem maiores que 2 cm esvaziá-los antes da mamografia - e fazer uso de um medicamento antinflamatório ou analgésico duas horas antes de realizar o exame, algo que não existe contraindicação, para as mulheres que tem uma sensibilidade importante. Essas são algumas medidas.

Instituto Oncoguia: O Sr. citou que o uso de antinflamatório ou analgésico pode ser interessante às mulheres mais sensíveis. Mas elas podem usar, também, posteriormente à realização do exame, caso a dor persista, ou apenas antes?

Dr. Waldemir Rezende – Na realidade a dor não deve persistir, já que é causada pela compressão das mamas. Se acontecer, o que é difícil, uma bolsa de gelo pode aliviar. Na realidade, o processo do exame é muito simples e a dor é passageira.

Instituto Oncoguia: Mais alguma sugestão para o alívio da dor e desconforto às mulheres muito sensíveis?

Dr. Waldemir Rezende – Pode ajudar, também, a alimentação rica em ácido linoleico e gamalinoleico, que estão presentes em alimentos como salmão, sardinha, castanha do Pará, e azeite extra virgem, 2 meses antes da realização do exame. Com a presença desses ácidos é possível observar-se a redução do efeito dos hormônios das mamas, o que pode atenuar a dor. Mas é fundamental, também, que o equipamento e a técnica utilizada para a realização do exame estejam adequados.

Instituto Oncoguia – Como, Dr. Waldemir?

Dr. Waldemir Rezende - Em mama jovem, obrigatoriamente a mamografia deveria ser digital. O equipamento da mamografia digital é mais moderno, exige menor compressão mamária e a imagem é obtida com maior facilidade, sendo praticamente desnecessário realizar compressões adicionais das mamas. Na mamografia digital, a imagem obtida permanece armazenada em computador, permitindo ao radiologista ampliar ou mudar a posição da imagem, contrastar as cores e comparar com exames anteriores.

Instituto Oncoguia – Mas o equipamento de mamografia digital é amplamente acessível no Brasil?

Dr. Waldemir Rezende - A mamografia digital é uma realidade inevitável. Os laboratórios e mesmo as unidades do SUS estão adquirindo esses equipamentos e, com isso, esta modalidade de exame está disponível tanto na rede pública quanto privada. Mas a prioridade de uso da mamografia digital são as mulheres com idade menor do que 50 anos, por conta da densidade da mama que faz com que a mamografia convencional não consiga detalhá-la de forma conveniente.

Instituto Oncoguia – E há muitos casos em que o exame dá falso negativo?

Dr. Waldemir Rezende - Tem uma frase que é importante frisar: melhor não fazer a mamografia a fazê-la da forma incorreta. Isso porque, a mulher fica com a falsa sensação de estar "protegida” por aderir ao rastreamento corretamente. Mas se o equipamento não estiver adequado, o técnico que o utiliza não estiver preparado para realizar o exame e o médico que interpreta as imagens não for atento aos detalhes e classificar a mamografia adequadamente, confirmando a sua validade, pode haver resultados falso negativos.

Instituto Oncoguia – Isso é algo que íamos mesmo perguntar, sobre a qualidade dos exames de mamografia praticados no país. Como uma mulher pode ter certeza que está realizando o exame com qualidade? Há um padrão de qualidade monitorado no país?

Dr. Waldemir Rezende - Teoricamente, tanto o equipamento quanto as unidades que realizam o exame são monitorados por Órgãos Públicos como ANVISA e Vigilância Sanitária, além da Sociedade Brasileira de Radiologia (SBR) conferir um selo de qualidade para esses serviços. Qualquer pessoa pode, inclusive, encontrar na internet informações sobre o serviço de radiologia onde realizará o exame.

Instituto Oncoguia – Aliás, Dr. Waldemir, um equipamento mal calibrado pode ser, também, a razão de uma dor muito intensa?

Dr. Waldemir Rezende - Na realidade, quanto mais moderno o equipamento e melhor treinado o técnico, melhor, mais fácil e mais acurado será o exame. Existe, com certeza, uma relação.

Instituto Oncoguia – E como a mulher pode estar mais segura de que está realizando a prevenção corretamente, sendo que pode haver problemas com o mamógrafo?

Dr. Waldemir Rezende - Sim. Isso é importante. É importante lembrar que a mamografia é um exame complementar, assim como a ultrassonografia. Existe uma média de 15% a 20% de exames de mamografia aparentemente normais, mas que na realidade são falsos negativos, principalmente em mulheres muito jovens, com as mamas densas. O exame físico, em casos como esses, muitas vezes é mais importante que a mamografia. É importantíssimo o mastologista realizar o exame físico detalhado, para garantir que não haja falsos negativos e falsos positivos – um nódulo que na verdade é um cisto, e que gera uma notícia de um tumor.

Instituto Oncoguia - Falando sobre os mitos que ainda estão atrelados à realização do exame. Muita mulher afirma não fazer a mamografia porque aumentaria a sua chance de ter um câncer. Existe alguma relação?

Dr. Waldemir Rezende - A dose de radiação da mamografia não é suficiente para desencadear o câncer de mama. Nós estamos em uma fase em que, cada vez mais, realiza-se o exame mais precocemente, por conta de antecedentes familiares, fatores de risco genéticos, identificação de câncer em mulheres com menos de 30 anos (...) com isso, há uma preocupação em proteger a glândula da tireoide, que é sensível à radiação. Isso acontece hoje. É obrigatório que as unidades que realizam o exame protejam a glândula. Eu desconheço qualquer trabalho científico que ligue a mamografia ao risco de desenvolvimento de um câncer de mama, ou a qualquer outro tipo de neoplasia. Agora, se uma mulher realiza sempre o exame em local onde o mamógrafo não é calibrado, o técnico não é habilitado e que, por isso, ela tem que repeti-lo por diversas vezes, pode haver problemas futuros.

Instituto Oncoguia - Como nunca é demais repetir, qual a importância de se fazer a mamografia?

Dr. Waldemir Rezende - Uma regra básica é que o início da mamografia de controle deve ser por volta dos 40 anos de idade, ou, uma regra prática, dez anos antes que o câncer de mama foi diagnosticado em parente de primeiro grau (mãe ou irmã). A importância da mamografia é a redução da mortalidade pelo diagnóstico precoce. A mamografia identifica alterações iniciais do câncer de mama, permitindo a realização do tratamento em fase muito precoce, ideal, de forma a obter a cura (...), com estadiamento inicial, o que significa um tumor com menos de 2 cm. E a mamografia consegue identificar microcalcificações, nódulos ou características desse nódulo que podem permitir o tratamento precoce e a cura. Infelizmente, no Brasil, o número de mamógrafos digitais parece não ser ideal, e a mamografia convencional ainda é realizada tardiamente em muitos casos. E assim aparecem tumores de 4, 5, 10 cm, os quais até mesmo o autoexame poderia identificar. Com isso, o diagnóstico tardio mantém a mortalidade por câncer de mama elevada. Por fim, sempre é importante ressaltar que a mamografia aumenta as chances de cura, pois promove o diagnóstico precoce.


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O que é mamografia é por que é importante brainly
Sim, esse é um fato: A mamografia causa certa dor e incômodo na maioria das mulheres, pois para a sua realização comprime-se as mamas, que normalmente são muito sensíveis. Mas a dor não pode, de forma alguma, impedir as mulheres de realizarem o exame! Afinal, a mamografia é o único método capaz de detectar o câncer de mama em estágio inicial, quando o tumor ainda é pequeno, e com uma maior chance de cura.

O Dr. Waldemir Rezende, especialista em Obstetrícia, Ginecologia e Mastologia, conversou com o Portal Oncoguia sobre as maneiras possíveis de minimizar a dor ocasionada pela compressão das mamas. Optar pela realização do exame fora do período menstrual é uma saída, diz o médico. "Quanto mais próxima do ciclo menstrual, por retenção de líquido ou por uma questão hormonal, a mulher pode sentir-se mais desconfortável”.

Leia a entrevista na íntegra e multiplique a informação!

Instituto Oncoguia: A mamografia causa mesmo dor, ou é mais um preconceito, um medo, assumido pelas mulheres?

Dr. Waldemir Rezende – O exame em si, a técnica do exame, exige que haja uma compressão do tecido mamário. Então, se eu falar que não dói é uma inverdade. A sensibilidade é individual, ou seja, algumas pacientes sentirão mais e outras menos dor. Isso dependerá também de alguns fatores, como a faixa etária e o período menstrual. Quanto mais jovem a mulher, maior o seu tecido glandular e, portanto, a dor pode ser mais intensa; quanto mais próxima do ciclo menstrual, por retenção de líquido ou por uma questão hormonal, a mulher pode sentir-se mais desconfortável. Ainda mais se a retenção de líquido coincidir com a presença de cistos, ou seja, a retenção ocasionando a formação de pequenas bolinhas de água na mama (alteração fibrocística), o que pode provocar uma dor significativa. No entanto, há algumas alternativas para que se possa reduzir essa dor.

Instituto Oncoguia: E quais são elas, Dr. Waldemir?

Dr. Waldemir Rezende – Fazer o exame sempre após o período menstrual; quando possível realizar uma ultrassonografia antes da mamografia, para verificar a presença e o tamanho dos cistos - e se forem maiores que 2 cm esvaziá-los antes da mamografia - e fazer uso de um medicamento antinflamatório ou analgésico duas horas antes de realizar o exame, algo que não existe contraindicação, para as mulheres que tem uma sensibilidade importante. Essas são algumas medidas.

Instituto Oncoguia: O Sr. citou que o uso de antinflamatório ou analgésico pode ser interessante às mulheres mais sensíveis. Mas elas podem usar, também, posteriormente à realização do exame, caso a dor persista, ou apenas antes?

Dr. Waldemir Rezende – Na realidade a dor não deve persistir, já que é causada pela compressão das mamas. Se acontecer, o que é difícil, uma bolsa de gelo pode aliviar. Na realidade, o processo do exame é muito simples e a dor é passageira.

Instituto Oncoguia: Mais alguma sugestão para o alívio da dor e desconforto às mulheres muito sensíveis?

Dr. Waldemir Rezende – Pode ajudar, também, a alimentação rica em ácido linoleico e gamalinoleico, que estão presentes em alimentos como salmão, sardinha, castanha do Pará, e azeite extra virgem, 2 meses antes da realização do exame. Com a presença desses ácidos é possível observar-se a redução do efeito dos hormônios das mamas, o que pode atenuar a dor. Mas é fundamental, também, que o equipamento e a técnica utilizada para a realização do exame estejam adequados.

Instituto Oncoguia – Como, Dr. Waldemir?

Dr. Waldemir Rezende - Em mama jovem, obrigatoriamente a mamografia deveria ser digital. O equipamento da mamografia digital é mais moderno, exige menor compressão mamária e a imagem é obtida com maior facilidade, sendo praticamente desnecessário realizar compressões adicionais das mamas. Na mamografia digital, a imagem obtida permanece armazenada em computador, permitindo ao radiologista ampliar ou mudar a posição da imagem, contrastar as cores e comparar com exames anteriores.

Instituto Oncoguia – Mas o equipamento de mamografia digital é amplamente acessível no Brasil?

Dr. Waldemir Rezende - A mamografia digital é uma realidade inevitável. Os laboratórios e mesmo as unidades do SUS estão adquirindo esses equipamentos e, com isso, esta modalidade de exame está disponível tanto na rede pública quanto privada. Mas a prioridade de uso da mamografia digital são as mulheres com idade menor do que 50 anos, por conta da densidade da mama que faz com que a mamografia convencional não consiga detalhá-la de forma conveniente.

Instituto Oncoguia – E há muitos casos em que o exame dá falso negativo?

Dr. Waldemir Rezende - Tem uma frase que é importante frisar: melhor não fazer a mamografia a fazê-la da forma incorreta. Isso porque, a mulher fica com a falsa sensação de estar "protegida” por aderir ao rastreamento corretamente. Mas se o equipamento não estiver adequado, o técnico que o utiliza não estiver preparado para realizar o exame e o médico que interpreta as imagens não for atento aos detalhes e classificar a mamografia adequadamente, confirmando a sua validade, pode haver resultados falso negativos.

Instituto Oncoguia – Isso é algo que íamos mesmo perguntar, sobre a qualidade dos exames de mamografia praticados no país. Como uma mulher pode ter certeza que está realizando o exame com qualidade? Há um padrão de qualidade monitorado no país?

Dr. Waldemir Rezende - Teoricamente, tanto o equipamento quanto as unidades que realizam o exame são monitorados por Órgãos Públicos como ANVISA e Vigilância Sanitária, além da Sociedade Brasileira de Radiologia (SBR) conferir um selo de qualidade para esses serviços. Qualquer pessoa pode, inclusive, encontrar na internet informações sobre o serviço de radiologia onde realizará o exame.

Instituto Oncoguia – Aliás, Dr. Waldemir, um equipamento mal calibrado pode ser, também, a razão de uma dor muito intensa?

Dr. Waldemir Rezende - Na realidade, quanto mais moderno o equipamento e melhor treinado o técnico, melhor, mais fácil e mais acurado será o exame. Existe, com certeza, uma relação.

Instituto Oncoguia – E como a mulher pode estar mais segura de que está realizando a prevenção corretamente, sendo que pode haver problemas com o mamógrafo?

Dr. Waldemir Rezende - Sim. Isso é importante. É importante lembrar que a mamografia é um exame complementar, assim como a ultrassonografia. Existe uma média de 15% a 20% de exames de mamografia aparentemente normais, mas que na realidade são falsos negativos, principalmente em mulheres muito jovens, com as mamas densas. O exame físico, em casos como esses, muitas vezes é mais importante que a mamografia. É importantíssimo o mastologista realizar o exame físico detalhado, para garantir que não haja falsos negativos e falsos positivos – um nódulo que na verdade é um cisto, e que gera uma notícia de um tumor.

Instituto Oncoguia - Falando sobre os mitos que ainda estão atrelados à realização do exame. Muita mulher afirma não fazer a mamografia porque aumentaria a sua chance de ter um câncer. Existe alguma relação?

Dr. Waldemir Rezende - A dose de radiação da mamografia não é suficiente para desencadear o câncer de mama. Nós estamos em uma fase em que, cada vez mais, realiza-se o exame mais precocemente, por conta de antecedentes familiares, fatores de risco genéticos, identificação de câncer em mulheres com menos de 30 anos (...) com isso, há uma preocupação em proteger a glândula da tireoide, que é sensível à radiação. Isso acontece hoje. É obrigatório que as unidades que realizam o exame protejam a glândula. Eu desconheço qualquer trabalho científico que ligue a mamografia ao risco de desenvolvimento de um câncer de mama, ou a qualquer outro tipo de neoplasia. Agora, se uma mulher realiza sempre o exame em local onde o mamógrafo não é calibrado, o técnico não é habilitado e que, por isso, ela tem que repeti-lo por diversas vezes, pode haver problemas futuros.

Instituto Oncoguia - Como nunca é demais repetir, qual a importância de se fazer a mamografia?

Dr. Waldemir Rezende - Uma regra básica é que o início da mamografia de controle deve ser por volta dos 40 anos de idade, ou, uma regra prática, dez anos antes que o câncer de mama foi diagnosticado em parente de primeiro grau (mãe ou irmã). A importância da mamografia é a redução da mortalidade pelo diagnóstico precoce. A mamografia identifica alterações iniciais do câncer de mama, permitindo a realização do tratamento em fase muito precoce, ideal, de forma a obter a cura (...), com estadiamento inicial, o que significa um tumor com menos de 2 cm. E a mamografia consegue identificar microcalcificações, nódulos ou características desse nódulo que podem permitir o tratamento precoce e a cura. Infelizmente, no Brasil, o número de mamógrafos digitais parece não ser ideal, e a mamografia convencional ainda é realizada tardiamente em muitos casos. E assim aparecem tumores de 4, 5, 10 cm, os quais até mesmo o autoexame poderia identificar. Com isso, o diagnóstico tardio mantém a mortalidade por câncer de mama elevada. Por fim, sempre é importante ressaltar que a mamografia aumenta as chances de cura, pois promove o diagnóstico precoce.


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O que é mamografia é por que é importante brainly
Sim, esse é um fato: A mamografia causa certa dor e incômodo na maioria das mulheres, pois para a sua realização comprime-se as mamas, que normalmente são muito sensíveis. Mas a dor não pode, de forma alguma, impedir as mulheres de realizarem o exame! Afinal, a mamografia é o único método capaz de detectar o câncer de mama em estágio inicial, quando o tumor ainda é pequeno, e com uma maior chance de cura.

O Dr. Waldemir Rezende, especialista em Obstetrícia, Ginecologia e Mastologia, conversou com o Portal Oncoguia sobre as maneiras possíveis de minimizar a dor ocasionada pela compressão das mamas. Optar pela realização do exame fora do período menstrual é uma saída, diz o médico. "Quanto mais próxima do ciclo menstrual, por retenção de líquido ou por uma questão hormonal, a mulher pode sentir-se mais desconfortável”.

Leia a entrevista na íntegra e multiplique a informação!

Instituto Oncoguia: A mamografia causa mesmo dor, ou é mais um preconceito, um medo, assumido pelas mulheres?

Dr. Waldemir Rezende – O exame em si, a técnica do exame, exige que haja uma compressão do tecido mamário. Então, se eu falar que não dói é uma inverdade. A sensibilidade é individual, ou seja, algumas pacientes sentirão mais e outras menos dor. Isso dependerá também de alguns fatores, como a faixa etária e o período menstrual. Quanto mais jovem a mulher, maior o seu tecido glandular e, portanto, a dor pode ser mais intensa; quanto mais próxima do ciclo menstrual, por retenção de líquido ou por uma questão hormonal, a mulher pode sentir-se mais desconfortável. Ainda mais se a retenção de líquido coincidir com a presença de cistos, ou seja, a retenção ocasionando a formação de pequenas bolinhas de água na mama (alteração fibrocística), o que pode provocar uma dor significativa. No entanto, há algumas alternativas para que se possa reduzir essa dor.

Instituto Oncoguia: E quais são elas, Dr. Waldemir?

Dr. Waldemir Rezende – Fazer o exame sempre após o período menstrual; quando possível realizar uma ultrassonografia antes da mamografia, para verificar a presença e o tamanho dos cistos - e se forem maiores que 2 cm esvaziá-los antes da mamografia - e fazer uso de um medicamento antinflamatório ou analgésico duas horas antes de realizar o exame, algo que não existe contraindicação, para as mulheres que tem uma sensibilidade importante. Essas são algumas medidas.

Instituto Oncoguia: O Sr. citou que o uso de antinflamatório ou analgésico pode ser interessante às mulheres mais sensíveis. Mas elas podem usar, também, posteriormente à realização do exame, caso a dor persista, ou apenas antes?

Dr. Waldemir Rezende – Na realidade a dor não deve persistir, já que é causada pela compressão das mamas. Se acontecer, o que é difícil, uma bolsa de gelo pode aliviar. Na realidade, o processo do exame é muito simples e a dor é passageira.

Instituto Oncoguia: Mais alguma sugestão para o alívio da dor e desconforto às mulheres muito sensíveis?

Dr. Waldemir Rezende – Pode ajudar, também, a alimentação rica em ácido linoleico e gamalinoleico, que estão presentes em alimentos como salmão, sardinha, castanha do Pará, e azeite extra virgem, 2 meses antes da realização do exame. Com a presença desses ácidos é possível observar-se a redução do efeito dos hormônios das mamas, o que pode atenuar a dor. Mas é fundamental, também, que o equipamento e a técnica utilizada para a realização do exame estejam adequados.

Instituto Oncoguia – Como, Dr. Waldemir?

Dr. Waldemir Rezende - Em mama jovem, obrigatoriamente a mamografia deveria ser digital. O equipamento da mamografia digital é mais moderno, exige menor compressão mamária e a imagem é obtida com maior facilidade, sendo praticamente desnecessário realizar compressões adicionais das mamas. Na mamografia digital, a imagem obtida permanece armazenada em computador, permitindo ao radiologista ampliar ou mudar a posição da imagem, contrastar as cores e comparar com exames anteriores.

Instituto Oncoguia – Mas o equipamento de mamografia digital é amplamente acessível no Brasil?

Dr. Waldemir Rezende - A mamografia digital é uma realidade inevitável. Os laboratórios e mesmo as unidades do SUS estão adquirindo esses equipamentos e, com isso, esta modalidade de exame está disponível tanto na rede pública quanto privada. Mas a prioridade de uso da mamografia digital são as mulheres com idade menor do que 50 anos, por conta da densidade da mama que faz com que a mamografia convencional não consiga detalhá-la de forma conveniente.

Instituto Oncoguia – E há muitos casos em que o exame dá falso negativo?

Dr. Waldemir Rezende - Tem uma frase que é importante frisar: melhor não fazer a mamografia a fazê-la da forma incorreta. Isso porque, a mulher fica com a falsa sensação de estar "protegida” por aderir ao rastreamento corretamente. Mas se o equipamento não estiver adequado, o técnico que o utiliza não estiver preparado para realizar o exame e o médico que interpreta as imagens não for atento aos detalhes e classificar a mamografia adequadamente, confirmando a sua validade, pode haver resultados falso negativos.

Instituto Oncoguia – Isso é algo que íamos mesmo perguntar, sobre a qualidade dos exames de mamografia praticados no país. Como uma mulher pode ter certeza que está realizando o exame com qualidade? Há um padrão de qualidade monitorado no país?

Dr. Waldemir Rezende - Teoricamente, tanto o equipamento quanto as unidades que realizam o exame são monitorados por Órgãos Públicos como ANVISA e Vigilância Sanitária, além da Sociedade Brasileira de Radiologia (SBR) conferir um selo de qualidade para esses serviços. Qualquer pessoa pode, inclusive, encontrar na internet informações sobre o serviço de radiologia onde realizará o exame.

Instituto Oncoguia – Aliás, Dr. Waldemir, um equipamento mal calibrado pode ser, também, a razão de uma dor muito intensa?

Dr. Waldemir Rezende - Na realidade, quanto mais moderno o equipamento e melhor treinado o técnico, melhor, mais fácil e mais acurado será o exame. Existe, com certeza, uma relação.

Instituto Oncoguia – E como a mulher pode estar mais segura de que está realizando a prevenção corretamente, sendo que pode haver problemas com o mamógrafo?

Dr. Waldemir Rezende - Sim. Isso é importante. É importante lembrar que a mamografia é um exame complementar, assim como a ultrassonografia. Existe uma média de 15% a 20% de exames de mamografia aparentemente normais, mas que na realidade são falsos negativos, principalmente em mulheres muito jovens, com as mamas densas. O exame físico, em casos como esses, muitas vezes é mais importante que a mamografia. É importantíssimo o mastologista realizar o exame físico detalhado, para garantir que não haja falsos negativos e falsos positivos – um nódulo que na verdade é um cisto, e que gera uma notícia de um tumor.

Instituto Oncoguia - Falando sobre os mitos que ainda estão atrelados à realização do exame. Muita mulher afirma não fazer a mamografia porque aumentaria a sua chance de ter um câncer. Existe alguma relação?

Dr. Waldemir Rezende - A dose de radiação da mamografia não é suficiente para desencadear o câncer de mama. Nós estamos em uma fase em que, cada vez mais, realiza-se o exame mais precocemente, por conta de antecedentes familiares, fatores de risco genéticos, identificação de câncer em mulheres com menos de 30 anos (...) com isso, há uma preocupação em proteger a glândula da tireoide, que é sensível à radiação. Isso acontece hoje. É obrigatório que as unidades que realizam o exame protejam a glândula. Eu desconheço qualquer trabalho científico que ligue a mamografia ao risco de desenvolvimento de um câncer de mama, ou a qualquer outro tipo de neoplasia. Agora, se uma mulher realiza sempre o exame em local onde o mamógrafo não é calibrado, o técnico não é habilitado e que, por isso, ela tem que repeti-lo por diversas vezes, pode haver problemas futuros.

Instituto Oncoguia - Como nunca é demais repetir, qual a importância de se fazer a mamografia?

Dr. Waldemir Rezende - Uma regra básica é que o início da mamografia de controle deve ser por volta dos 40 anos de idade, ou, uma regra prática, dez anos antes que o câncer de mama foi diagnosticado em parente de primeiro grau (mãe ou irmã). A importância da mamografia é a redução da mortalidade pelo diagnóstico precoce. A mamografia identifica alterações iniciais do câncer de mama, permitindo a realização do tratamento em fase muito precoce, ideal, de forma a obter a cura (...), com estadiamento inicial, o que significa um tumor com menos de 2 cm. E a mamografia consegue identificar microcalcificações, nódulos ou características desse nódulo que podem permitir o tratamento precoce e a cura. Infelizmente, no Brasil, o número de mamógrafos digitais parece não ser ideal, e a mamografia convencional ainda é realizada tardiamente em muitos casos. E assim aparecem tumores de 4, 5, 10 cm, os quais até mesmo o autoexame poderia identificar. Com isso, o diagnóstico tardio mantém a mortalidade por câncer de mama elevada. Por fim, sempre é importante ressaltar que a mamografia aumenta as chances de cura, pois promove o diagnóstico precoce.


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O que é mamografia é por que é importante brainly
Sim, esse é um fato: A mamografia causa certa dor e incômodo na maioria das mulheres, pois para a sua realização comprime-se as mamas, que normalmente são muito sensíveis. Mas a dor não pode, de forma alguma, impedir as mulheres de realizarem o exame! Afinal, a mamografia é o único método capaz de detectar o câncer de mama em estágio inicial, quando o tumor ainda é pequeno, e com uma maior chance de cura.

O Dr. Waldemir Rezende, especialista em Obstetrícia, Ginecologia e Mastologia, conversou com o Portal Oncoguia sobre as maneiras possíveis de minimizar a dor ocasionada pela compressão das mamas. Optar pela realização do exame fora do período menstrual é uma saída, diz o médico. "Quanto mais próxima do ciclo menstrual, por retenção de líquido ou por uma questão hormonal, a mulher pode sentir-se mais desconfortável”.

Leia a entrevista na íntegra e multiplique a informação!

Instituto Oncoguia: A mamografia causa mesmo dor, ou é mais um preconceito, um medo, assumido pelas mulheres?

Dr. Waldemir Rezende – O exame em si, a técnica do exame, exige que haja uma compressão do tecido mamário. Então, se eu falar que não dói é uma inverdade. A sensibilidade é individual, ou seja, algumas pacientes sentirão mais e outras menos dor. Isso dependerá também de alguns fatores, como a faixa etária e o período menstrual. Quanto mais jovem a mulher, maior o seu tecido glandular e, portanto, a dor pode ser mais intensa; quanto mais próxima do ciclo menstrual, por retenção de líquido ou por uma questão hormonal, a mulher pode sentir-se mais desconfortável. Ainda mais se a retenção de líquido coincidir com a presença de cistos, ou seja, a retenção ocasionando a formação de pequenas bolinhas de água na mama (alteração fibrocística), o que pode provocar uma dor significativa. No entanto, há algumas alternativas para que se possa reduzir essa dor.

Instituto Oncoguia: E quais são elas, Dr. Waldemir?

Dr. Waldemir Rezende – Fazer o exame sempre após o período menstrual; quando possível realizar uma ultrassonografia antes da mamografia, para verificar a presença e o tamanho dos cistos - e se forem maiores que 2 cm esvaziá-los antes da mamografia - e fazer uso de um medicamento antinflamatório ou analgésico duas horas antes de realizar o exame, algo que não existe contraindicação, para as mulheres que tem uma sensibilidade importante. Essas são algumas medidas.

Instituto Oncoguia: O Sr. citou que o uso de antinflamatório ou analgésico pode ser interessante às mulheres mais sensíveis. Mas elas podem usar, também, posteriormente à realização do exame, caso a dor persista, ou apenas antes?

Dr. Waldemir Rezende – Na realidade a dor não deve persistir, já que é causada pela compressão das mamas. Se acontecer, o que é difícil, uma bolsa de gelo pode aliviar. Na realidade, o processo do exame é muito simples e a dor é passageira.

Instituto Oncoguia: Mais alguma sugestão para o alívio da dor e desconforto às mulheres muito sensíveis?

Dr. Waldemir Rezende – Pode ajudar, também, a alimentação rica em ácido linoleico e gamalinoleico, que estão presentes em alimentos como salmão, sardinha, castanha do Pará, e azeite extra virgem, 2 meses antes da realização do exame. Com a presença desses ácidos é possível observar-se a redução do efeito dos hormônios das mamas, o que pode atenuar a dor. Mas é fundamental, também, que o equipamento e a técnica utilizada para a realização do exame estejam adequados.

Instituto Oncoguia – Como, Dr. Waldemir?

Dr. Waldemir Rezende - Em mama jovem, obrigatoriamente a mamografia deveria ser digital. O equipamento da mamografia digital é mais moderno, exige menor compressão mamária e a imagem é obtida com maior facilidade, sendo praticamente desnecessário realizar compressões adicionais das mamas. Na mamografia digital, a imagem obtida permanece armazenada em computador, permitindo ao radiologista ampliar ou mudar a posição da imagem, contrastar as cores e comparar com exames anteriores.

Instituto Oncoguia – Mas o equipamento de mamografia digital é amplamente acessível no Brasil?

Dr. Waldemir Rezende - A mamografia digital é uma realidade inevitável. Os laboratórios e mesmo as unidades do SUS estão adquirindo esses equipamentos e, com isso, esta modalidade de exame está disponível tanto na rede pública quanto privada. Mas a prioridade de uso da mamografia digital são as mulheres com idade menor do que 50 anos, por conta da densidade da mama que faz com que a mamografia convencional não consiga detalhá-la de forma conveniente.

Instituto Oncoguia – E há muitos casos em que o exame dá falso negativo?

Dr. Waldemir Rezende - Tem uma frase que é importante frisar: melhor não fazer a mamografia a fazê-la da forma incorreta. Isso porque, a mulher fica com a falsa sensação de estar "protegida” por aderir ao rastreamento corretamente. Mas se o equipamento não estiver adequado, o técnico que o utiliza não estiver preparado para realizar o exame e o médico que interpreta as imagens não for atento aos detalhes e classificar a mamografia adequadamente, confirmando a sua validade, pode haver resultados falso negativos.

Instituto Oncoguia – Isso é algo que íamos mesmo perguntar, sobre a qualidade dos exames de mamografia praticados no país. Como uma mulher pode ter certeza que está realizando o exame com qualidade? Há um padrão de qualidade monitorado no país?

Dr. Waldemir Rezende - Teoricamente, tanto o equipamento quanto as unidades que realizam o exame são monitorados por Órgãos Públicos como ANVISA e Vigilância Sanitária, além da Sociedade Brasileira de Radiologia (SBR) conferir um selo de qualidade para esses serviços. Qualquer pessoa pode, inclusive, encontrar na internet informações sobre o serviço de radiologia onde realizará o exame.

Instituto Oncoguia – Aliás, Dr. Waldemir, um equipamento mal calibrado pode ser, também, a razão de uma dor muito intensa?

Dr. Waldemir Rezende - Na realidade, quanto mais moderno o equipamento e melhor treinado o técnico, melhor, mais fácil e mais acurado será o exame. Existe, com certeza, uma relação.

Instituto Oncoguia – E como a mulher pode estar mais segura de que está realizando a prevenção corretamente, sendo que pode haver problemas com o mamógrafo?

Dr. Waldemir Rezende - Sim. Isso é importante. É importante lembrar que a mamografia é um exame complementar, assim como a ultrassonografia. Existe uma média de 15% a 20% de exames de mamografia aparentemente normais, mas que na realidade são falsos negativos, principalmente em mulheres muito jovens, com as mamas densas. O exame físico, em casos como esses, muitas vezes é mais importante que a mamografia. É importantíssimo o mastologista realizar o exame físico detalhado, para garantir que não haja falsos negativos e falsos positivos – um nódulo que na verdade é um cisto, e que gera uma notícia de um tumor.

Instituto Oncoguia - Falando sobre os mitos que ainda estão atrelados à realização do exame. Muita mulher afirma não fazer a mamografia porque aumentaria a sua chance de ter um câncer. Existe alguma relação?

Dr. Waldemir Rezende - A dose de radiação da mamografia não é suficiente para desencadear o câncer de mama. Nós estamos em uma fase em que, cada vez mais, realiza-se o exame mais precocemente, por conta de antecedentes familiares, fatores de risco genéticos, identificação de câncer em mulheres com menos de 30 anos (...) com isso, há uma preocupação em proteger a glândula da tireoide, que é sensível à radiação. Isso acontece hoje. É obrigatório que as unidades que realizam o exame protejam a glândula. Eu desconheço qualquer trabalho científico que ligue a mamografia ao risco de desenvolvimento de um câncer de mama, ou a qualquer outro tipo de neoplasia. Agora, se uma mulher realiza sempre o exame em local onde o mamógrafo não é calibrado, o técnico não é habilitado e que, por isso, ela tem que repeti-lo por diversas vezes, pode haver problemas futuros.

Instituto Oncoguia - Como nunca é demais repetir, qual a importância de se fazer a mamografia?

Dr. Waldemir Rezende - Uma regra básica é que o início da mamografia de controle deve ser por volta dos 40 anos de idade, ou, uma regra prática, dez anos antes que o câncer de mama foi diagnosticado em parente de primeiro grau (mãe ou irmã). A importância da mamografia é a redução da mortalidade pelo diagnóstico precoce. A mamografia identifica alterações iniciais do câncer de mama, permitindo a realização do tratamento em fase muito precoce, ideal, de forma a obter a cura (...), com estadiamento inicial, o que significa um tumor com menos de 2 cm. E a mamografia consegue identificar microcalcificações, nódulos ou características desse nódulo que podem permitir o tratamento precoce e a cura. Infelizmente, no Brasil, o número de mamógrafos digitais parece não ser ideal, e a mamografia convencional ainda é realizada tardiamente em muitos casos. E assim aparecem tumores de 4, 5, 10 cm, os quais até mesmo o autoexame poderia identificar. Com isso, o diagnóstico tardio mantém a mortalidade por câncer de mama elevada. Por fim, sempre é importante ressaltar que a mamografia aumenta as chances de cura, pois promove o diagnóstico precoce.