Qual o final de Corte de névoa e fúria?

O que aconteceria se Glória Perez escrevesse uma fantasia medieval?

Apesar de ser divertida, um dos aspectos menos funcionais na leitura de Corte de Espinhos e Rosas era sua dependência ao conto original em que ele se baseava, que fazia com que 80% de sua narrativa acabasse previsível. Era apenas nos momentos em que a autora mostrava mais da mitologia de Prythian, os jogos de poder e as nuances dos personagens, que a história ganhava brilho próprio. Felizmente, aqui em Corte de Névoa e Fúria, ela pôde enfim mostrar todo o potencial do universo que criou.

Aviso: spoilers do volume anterior à frente.

Três meses se passaram desde os eventos Sob a Montanha. Amarantha, a cruel comandante dos exércitos do rei de Hybern, a nação inimiga tanto de Prythian quanto do mundo humano, foi morta. Mas Feyre Archeron, a humana que ousou enfrentá-la, também pereceu. Então, com a combinação dos poderes dos sete Grão-Senhores, ela renasceu como uma Grão-Feérica, e ao lado de Tamlin, seu amado, ela achava que isso era o bastante para seguir em frente. Mas o trauma por aquilo que foi obrigada a fazer e passar a persegue, e pesadelos e paranoias terríveis a atormantam noite após noite. Mesmo com tantos poderes que nenhum outro féerico jamais sonhou em ter, ela se sente a cada dia mais vulnerável, e seu espírito afundando em pura escuridão.

É quando Rhysand, o Grão-Senhor da Corte Noturna, reaparece. Exigindo a parte que lhe foi prometida no acordo que fizeram antes, ele a leva para ver um lado de Prythian que ela nunca pensou que conheceria. E conforme a magia dela cresce, assim crescem as forças inimigas em Hybern, preparadas para usar uma força ancestral com o poder de recriar o universo e trazer morte em uma escala jamais vista. E conforme Feyre aprende mais sobre o jogo de poder entre as cortes, além de seu papel nisso tudo, ela logo se verá diante de uma escolha terrível entre o amor que sente e a liberdade de todos.

Existem muitas discussões sobre como certos assuntos devem ser abordados em obras de fantasia. O cenário medieval sugere uma época de mentalidade mais antiquada, onde certos crimes eram vistos como casualidades, e submissão não apenas era incentivada, como imposta. Então, ver que Sarah decidiu usar sua obra para discutir questões como relacionamentos abusivos e o papel feminino na sociedade, não apenas é louvável como também mostra que sim, estar em um mundo antigo não significa que não possa mostrar lados melhores das pessoas, mas principalmente, usar tais cenários para mostrar que independente da época, tais atitudes tóxicas são tão nocivas quanto os piores venenos.

O que Feyre passa não apenas ocorre com inúmeras mulheres até hoje, mas também mostra o quanto isso marca alguém profundamente. Vê-la justificando as atitudes de seu abusador, relativizando o que ele a faz passar com pequenas atitudes e gestos, e depois a fazendo ignorar o que a perturba com sexo, não é apenas doloroso, mas também aumenta o impacto da mensagem e do momento em que ela percebe tudo aquilo que estava passando. Isso também se contrasta, ao mesmo tempo, com o drama em que ela acaba sendo inserida depois.

Bem-humorado, o ritmo de Corte de Névoa e Fúria jamais tira a seriedade dos momentos em que ela precisa estar ali, mas quando também precisa, consegue ser extremamente divertido. Este ainda é um romance, afinal de contas, e os dramas de Feyre, Rhysand e da Corte Noturna não apenas humanizam seus personagens, mas, mesmo com as situações mais absurdas, fazem com que pareçam muito mais próximos da realidade do que se esperaria. Rhysand, aqui, sendo um destaque ainda maior. Ainda que a autora peque um pouco ao torná-lo em alguns momentos uma figura excessivamente romantizada de um ideal masculino, ele ainda possui uma personalidade que pulsa nas páginas, tornando-o tão charmoso para quem lê quanto ele o é para aqueles de seu mundo.

A trama aqui também é bem mais encorpada. A ameaça de Hybern paira por todos os personagens, estejam eles nos holofotes ou não, e a autora sabe bem como fazer que sejam adversários aterradores e eficientes. As tensões políticas entre as cortes não possuem tanto espaço, mas mostram que independente de serem humanos ou não, quem está no poder faz tudo para permanecer nele. As poucas sequências de ação, mesmo tão esparsas, são impactantes, sangrentas e sem medo de abraçar as fontes de alta fantasia que a autora claramente bebe.

Além disso, o romance que ela aqui desenvolve também consegue ser comovente, bem-construído e quase irresistível. E, ainda assim, ela encontra espaço para explorar novos cenários e personagens coadjuvantes carismáticos e convincentes. O ritmo da leitura aqui é muito mais fluido do que o anterior, e mesmo quando a narrativa emperra ou alguma cena não funciona tão bem, o momento seguinte acaba sendo um acerto tão grande que compensa o vacilo anterior. As cenas mais sensuais aqui também são mais presentes (e explícitas), mas possuem função na história e a última a acontecer consegue ser particularmente memorável pelo significado que carrega.

Culminando em um final explosivo e um gancho impressionante para o final desta trilogia, Corte de Névoa e Fúria aprende com os erros do antecessor e desenvolve sua própria identidade, além de saber abordar temas importantes e deixar uma mensagem poderosa sobre o direito de escolha. Mesmo imperfeito, este segundo volume mostra que o mundo de Prythian ainda esconde muitas maravilhas — e horrores -, e que o potencial para contar histórias neste mundo é tão grande quanto a força daqueles que nele vivem.

O que acontece no livro corte de névoa e fúria?

Corte de névoa e fúria apresenta uma história de emoção absoluta. Feyre aprende como se tornar uma verdadeira guerreira usando as ferramentas que possui. Um novo elenco de personagens dá vida ao reino. Cassian e Azriel – os irmãos de armas de Rhys, o sempre poderoso e charmoso Morrigan e o mortal, sarcástico, Amren.

O que acontece no final de ACOTAR?

No final de ACOTAR temos uma Feyre com o título de Quebradora de Maldições desde que ela libertou os Grã-Féericos de um encantamento de 50 anos e além disso, após quase morrer se tornou uma féerica carregando uma parte do poder dos 7 Grãos-Féericos.

O que acontece com tamlin em corte de névoa e fúria?

Tamlin continua dando para Feyre e para nós as mesmas desculpas para justificar suas ações, ao mesmo tempo que pratica abusos diversos, como restringir a liberdade de Feyre; não contar a ela a verdade sobre o que ocorre na corte; forçar um casamento com ela, mesmo sabendo que Feyre está passando por um péssimo momento ...

O que acontece no final de corte de asas e ruína?

Em meio à Corte Primaveril, num perigoso jogo de intrigas e mentiras, a Grã-Senhora da Corte Noturna esconde seu laço de parceria e sua verdadeira lealdade. Tamlin está fazendo acordos com o invasor, Jurian recuperou suas forças e as rainhas humanas prometem se alinhar aos desejos de Hybern em troca de imortalidade.