Qual a importância do Programa Nacional de controle de qualidade do ar?

A gestão da qualidade do ar de um território engloba um conjunto de regras e orientações que incluem:

  • Adoção para cada poluente de objetivos de qualidade que não devem ser ultrapassados num determinado período de tempo, os quais estão relacionados com os respetivos efeitos na saúde humana e/ou ecossistema;
  • Avaliação de conformidade dos resultados das medições com esses objetivos;
  • Em caso de excedência, a identificação das causas e/ou fontes seguida da identificação e da implementação de medidas para que o período de excedência seja o mais curto possível;
  • Divulgação ao público dos resultados da monitorização da qualidade do ar e, sempre que ocorram, das excedências aos limiares de informação e alerta;
  • Atribuição de competências aos diversos organismos intervenientes.

No âmbito da gestão da qualidade do ar no território nacional a legislação portuguesa estabelece:

  • Um conjunto de objetivos de qualidade do ar ambiente para os poluentes: Dióxido de enxofre (SO2); Dióxido de azoto (NO2); Óxidos de azoto (NOx); Partículas em suspensão (PM10 e PM2,5); Chumbo (Pb); Benzeno (C6H6); Monóxido de carbono (CO); Ozono (O3); Metais: arsénio (As), cádmio (Cd), níquel (Ni) e mercúrio (Hg); Benzo(α)pireno (C20H12), como indicador de hidrocarbonetos aromáticos policíclicos.
  • A monitorização da qualidade do ar em todo o território nacional efetuada de acordo com determinados critérios.
  • A preparação de planos ou programas de qualidade do ar com medidas de redução das emissões das fontes responsáveis com o objetivo de garantir o cumprimento dos objetivos de qualidade, onde os níveis de qualidade do ar estão acima dos valores-limite ou dos valores-alvo (consultar os objetivos de qualidade do ar);
  • A elaboração de um Programa Nacional contra a Poluição Atmosférica com o objetivo de reduzir as emissões de poluentes para o ar dos vários setores de atividade, cumprindo os objetivos de redução de emissão que Portugal acordou cumprir até ao ano 2030.

Em Portugal as competências em matéria de avaliação e gestão da qualidade do ar são partilhadas entre Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e as comissões de coordenação e desenvolvimento regional (CCDR) e direções regionais das Regiões Autónomas (DRA).

À Agência Portuguesa do Ambiente, na qualidade de autoridade nacional, compete:

  • Garantir, coordenar e harmonizar os procedimentos para avaliação e gestão da qualidade do ar ambiente no território nacional em cooperação com as outras entidades intervenientes no território nacional;
  • Analisar as metodologias de avaliação da qualidade do ar ambiente;
  • Aprovar as redes de medição para o cumprimento das obrigações de avaliação da qualidade do ar ambiente no território nacional;
  • Proceder e coordenar a troca de informação com a Comissão Europeia relativa à transmissão de dados e à gestão e avaliação da qualidade do ar ambiente;
  • Disponibilizar ao público, no seu sítio na Internet, a informação à qualidade do ar;
  • Exercer as funções de laboratório de referência nacional no âmbito das quais se destaca a aprovação dos sistemas de medição e a emissão de diretrizes que garantam a exatidão das medições.

Às comissões de coordenação e desenvolvimento regional e direções regionais do ambiente das Regiões Autónomas compete:

  • A gestão e avaliação da qualidade do ar ambiente na respetiva área de competência territorial, garantindo a sua qualidade e a exatidão das medições de poluentes;
  • A disponibilização da informação relativa à qualidade do ar e a comunicação das excedências aos limiares de informação e alerta ao público e a um conjunto de entidades que incluem as autarquias locais e autoridades de saúde;
  • Elaboração, promoção da aplicação e acompanhamento da execução dos planos de qualidade do ar, com as medidas destinadas a atingir os valores limite ou valores alvo.

Ao caminhar e pedalar pelas ruas ou circular pelas principais vias de áreas urbanas, podemos perceber que o ar está mais poluído, quente e pesado e isso reflete diretamente em aspectos de saúde do ser humano.

Monitorar corretamente a qualidade do ar é algo relevante, pois avaliar as concentrações dos poluentes atmosféricos gera dados sobre a qualidade do ar que respiramos, um histórico para monitoramento o qual nos dá base para a criação de políticas públicas sobre o tema.

O assunto é tão grave, que há uma estimativa de que uma a cada seis mortes está relacionada diretamente com a má qualidade do ar respirado no mundo. No Brasil, o cenário é muito parecido, 23% da população brasileira está exposta a um ar poluente acima do permitido pela OMS e CONAMA. O percentual não é baixo porque as demais regiões apresentam boa qualidade do ar, e sim porque não há cobertura e estações de monitoramento suficientes.

No ano de 2018, a OMS destacou que o impacto da poluição do ar é comparável ao do tabagismo. Embora as consequências do tabaco sejam mais agressivas, os riscos são muito parecidos.  Mais de 90% da população mundial está exposta a esse fator de risco. No Brasil apenas 40 cidades possuem estações de monitoramento da qualidade do ar e em todas a qualidade do ar está acima do permitido e recomendável pelos órgãos de saúde e meio ambiente.

O nosso país criou em 1989 o Programa Nacional de Controle da Poluição do Ar (Pronar), com o objetivo de monitorar sua qualidade e propor políticas para a redução dos poluentes, mas o seu alcance é limitado à atuação de estados e municípios. Hoje, apenas dez estados e o Distrito Federal monitoram a qualidade do ar: Ceará, Pernambuco, Bahia, Goiás, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul. Faltam estações nas regiões norte e nordeste para monitorar como as queimadas impactam o ar respirado pelos habitantes das demais regiões.

De forma geral, são monitorados 4 indicadores de poluição atmosférica: 

  1. Material Particulado
  2. Ozônio
  3. Dióxido de Enxofre
  4. Monóxido de Carbono. 

Dentre os 10 estados que possuem monitoria, nem todos possuem equipamentos que avaliam todos os itens citados acima. 

Além disso, apenas 8 estados monitoram o material particulado, que, em grande parte, tem qualidade entre boa e moderada. O dióxido de enxofre possui índices moderados, piores em grandes centros urbanos, como Rio de Janeiro e São Paulo. Já o Ozônio e o Monóxido de Carbono apresentam níveis críticos nos estados da região sudeste.

Na sua maioria, cidades localizadas em grandes centros urbanos possuem qualidade do ar com poluição acima do permitido, causando danos à saúde quando a exposição for prolongada, principalmente por material particulado e monóxido de carbono. Ainda faltam dados e estações de controle fora das capitais e na maioria dos estados brasileiros. Dados da qualidade de ar podem ser consultados pelo portal do Instituto Energia e Meio Ambiente (https://energiaeambiente.org.br/qualidadedoar).

https://energiaeambiente.org.br/qualidadedoar

https://www.scielo.br/j/ea/a/fbCFjRbBRhf4M5F6xQVrbfR/#:~:text=No%20Brasil%2C%20todas%20as%2040,2018%3B%20Opas%2C%202018

https://wribrasil.org.br/noticias/estudo-revela-estado-da-qualidade-do-ar-e-mostra-como-o-tema-e-negligenciado-no-brasil

https://veja.abril.com.br/coluna/matheus-leitao/estado-da-qualidade-do-ar-no-brasil/

Qual é a importância da preservação da qualidade do ar?

A fixação de padrões de qualidade do ar, bem como o controle das emissões de fontes fixas e móveis é essencial para reduzir a poluição atmosférica. Cada entidade federativa deve desempenhar suas atividades no limite das respectivas competências para garantirem o direito a um meio ambiente ecologicamente equilibrado.

Qual a função e o objetivo da gestão da qualidade do ar?

O objetivo da gestão da qualidade do ar é controlar a poluição atmosférica de forma a garantir o desenvolvimento socioeconômico de forma equilibrada e ambientalmente sustentável.

Qual a importância do controle da poluição do ar?

O avanço na tecnologia limpa e sustentável de modo a reduzir as emissões de poluentes atmosféricos é essencial para que continuemos no caminho do desenvolvimento afetando cada vez menos o meio ambiente. Este deve ser o objetivo comum dentre as nações.

Por que é importante a medição e monitoramento da qualidade do ar?

Além disso, uma má qualidade do ar causa danos também ao clima, à produção de alimentos, à biodiversidade e aos ecossistemas. Apesar de todos esses fatores problemáticos, a maioria dos cidadãos não tem acesso a dados de qualidade do ar em tempo real. “Este monitoramento é o primeiro passo da gestão ambiental.