Por que a Educação Infantil é considerada a etapa mais importante da Educação Básica?

A educação é um direito fundamental de todas as pessoas, principalmente de crianças e adolescentes. É o direito que vai garantir o pleno desenvolvimento social, econômico e cultural do indivíduo. É por meio da educação que o ser humano aprimora suas habilidades, encontra suas potencialidades, desenvolve a consciência e a postura ativa diante da própria existência e da vida em sociedade — é essencial, portanto. 

A trajetória educacional de uma pessoa passa pelos âmbitos escolar, familiar e também social. Todos eles são importantes e exercem forte influência na construção do sujeito-indivíduo e do sujeito-cidadão. Nesse contexto, a educação escolar assume o papel central e fundador na formação do pensamento intelectual e crítico do ser humano. É por meio dela que a criança e o adolescente vão obter o conhecimento necessário para que se tornem economicamente ativos e independentes.

No Brasil, a educação escolar é dividida em dois níveis — básica e superior. Nesse post, vamos focar na educação básica e suas fases. Vamos explicar como funciona cada etapa e abordaremos a importância de cada uma delas. Também vamos falar sobre a importância dos pais na trajetória escolar dos filhos. Siga com a leitura!

Como é o sistema de ensino brasileiro?

No Brasil, a educação é estruturada por duas legislaturas — a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) e as diretrizes gerais da Constituição Federal de 1988. Dentro da LDB está inserida a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) que é um conjunto de orientações que determinam, por exemplo, as metas de aprendizagem que devem ser seguidas em cada nível e etapa educacional. 

Além dessas leis, há também órgãos responsáveis pelo funcionamento do sistema educacional brasileiro. Os mais conhecidos, a nível federal, são o Ministério da educação (MEC) e o Conselho Nacional de Educação (CNE). Todas as instituições de ensino devem estar adequadas aos parâmetros e metas estabelecidas por essas leis e órgãos federais.

É a LDB que define, por exemplo, a existência de dois níveis educacionais no Brasil — o básico e o superior. Também determina a divisão da educação básica em três etapas — Educação infantil, Ensino fundamental e Ensino Médio. É importante salientar que o nível básico, no Brasil, tem caráter obrigatório. Isso significa que é responsabilidade dos pais ou dos responsáveis garantir a educação básica de suas crianças e adolescentes. 

Por que é importante conhecer as etapas da educação básica?

A educação básica tem um papel fundamental na vida das crianças, adolescentes e jovens. Nos primeiros anos são formadas as bases que vão estruturar todo o conhecimento dos estudantes, com impacto decisivo em sua vida acadêmica e profissional. Cada uma das etapas da educação básica são organizadas em fases com metas e características diferentes, pois têm objetivos específicos.

O texto da BNCC, por exemplo, indica que o conhecimento seja trabalhado em progressão. Isso significa que um mesmo assunto vai assumindo diferentes níveis de complexidade na trajetória escolar do aluno. A evolução do conhecimento ocorre pela consolidação das aprendizagens anteriores. Embora a BNCC dê liberdade às instituições para que escolham e desenvolvam suas metodologias de ensino, o texto determina as diretrizes, metas, assuntos e competências que precisam ser trabalhados na educação básica.

Nessas etapas são construídos os conhecimentos sobre os universos físico, social e cultural dos estudantes. Época em que eles vão adquirir as habilidades que farão com que compreendam e expliquem a realidade em que vivem. Tudo com intenso estímulo à curiosidade, à investigação, imaginação, criatividade e pensamento crítico.

Devem ser trabalhados diferentes tipos de linguagem — oral, verbal, corporal, escrita, visual, sonora, entre outras. O compartilhar de informações e experiências e a produção de conhecimento e ideias também precisam ser estimulados. O foco é desenvolver o protagonismo e a autonomia do indivíduo para que ele possa ter uma existência ativa em sua vida pessoal e coletiva. 

Além disso, o respeito e valorização da diversidade, dos saberes e vivências precisa ser incentivado. Bem como a promoção do acolhimento e aceitação das identidades, culturas e potencialidades. Sem preconceitos. A educação básica é a época em que o estudante desenvolverá a consciência crítica para que se aproprie dos conhecimentos e experiências que lhe possibilitem compreender a si mesmo, sua vocação e lugar no mundo.

Logo, é de fundamental importância que se conheça a fundo todas as etapas. É uma maneira de saber se a estratégia pedagógica adotada pela escola está proporcionando o ensino dos assuntos e competências adequados às crianças e jovens de determinada idade. É também uma forma de os pais se fazerem presentes e ativos na educação de seus filhos. 

Quais são as etapas da educação básica?

A educação básica no Brasil é dividida em: Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio. Essas etapas também são divididas em fases, pois é necessário que se adapte os conteúdos e seus níveis de complexidade às idades dos alunos, para que tenham o aproveitamento adequado. 

A educação infantil é a primeira etapa da educação básica. Tem duração de até cinco anos e divide-se em:

• creche: para crianças com até 3 anos de idade;
• pré escola: para crianças de 4 a 5 anos de idade.

O ensino Fundamental é a segunda etapa — e a mais longa também. Com duração de nove anos, é dividido em:

• cinco anos iniciais;
• quatro anos finais.

Por fim, a terceira e última etapa da educação básica é o Ensino Médio. A época em que os estudantes estão focados em se inserir no Ensino Superior ou no mercado de trabalho tem a duração mínima de três anos. 

Como funcionam as etapas da educação básica?

A educação básica deve desenvolver os conteúdos condizentes em cada uma de suas etapas para que o estudante tenha o melhor aproveitamento possível. Segundo As Bases Nacionais Comuns Curriculares, elas precisam trabalhar as seguintes competências:

Educação Infantil

É uma fase fundamental para o desenvolvimento da criança, que, por meio de atividades lúdicas, deve ser estimulada em seus aspectos motores, afetivos e sociais. O foco dessa etapa gira em torno das interações e das brincadeiras, experiências pelas quais a criança ativa e naturalmente age nos ambientes em que vive. 

Trabalha-se aqui a convivência com outras crianças e adultos, brincadeiras que estimulam suas experiências cognitivas, corporais e emocionais. Também incentiva-se que participem ativamente de todas as atividades propostas pelo educador com o intuito de desenvolver as linguagens e dar início às elaborações mais complexas dos conhecimentos. 

São explorados os movimentos, as formas, cores, sons, emoções, enfim, elementos que trabalham com todos os sentidos, físicos e psicológicos. Dessa forma, a criança dá início à ampliação de seus saberes sobre as culturas, as artes e a escrita. Estimula-se que ela expresse suas opiniões, necessidades e descobertas, para que possa, dessa maneira, conhecer a si mesma e construir a sua identidade. 

Ensino Fundamental

Nessa etapa, as experiências para a oralidade, compreensão, representação e percepção são ampliadas. O desenvolvimento desses atributos são importantes para que a criança, nos anos iniciais do ensino fundamental, se aproprie dos sistemas de escrita alfabética e matemática com sucesso.

Tudo o que ela viveu e aprendeu na educação infantil será ampliado e articulado com os novos conteúdos e as novas formas de se relacionar com o mundo. Dá-se início ao processo de alfabetização da criança e a introdução de conceitos que se farão presentes em toda a trajetória escolar dela. 

O trabalho no ambiente escolar precisa se organizar em torno dos interesses manifestados pelas crianças. Suas experiências mais imediatas vão influenciar fortemente a evolução de seu aprendizado. Deve-se promover o letramento matemático, letramento científico, desenvolvimento do raciocínio lógico, bem como do raciocínio geográfico e os conhecimentos históricos.

Nos anos finais, a progressão do conteúdo continua. Eles continuam sendo ampliados e aprofundados. Cada vez mais os alunos se deparam com desafios de maior complexidade e diferentes lógicas de organização do conhecimento. Os estudantes já têm mais compreensão das linguagens como construções humanas, bem como maior entendimento do meio social em que estão inseridos e da sociedade em geral. 

Um dos principais focos nessa hora é proporcionar ao estudante as habilidades para compreender o mundo, se expressar e atuar nele. Além da valorização das identidades, das subjetividades e dos conhecimentos acadêmicos que farão com que o aluno esteja cada vez mais próximo e consciente de seus pontos fortes e aptidões. 

Ensino Médio

O ensino médio é a última etapa da educação básica e sua função vai além de preparar para o Enem e vestibular. É essa a época em que o estudante vai aprofundar seus conhecimentos, seu pensamento crítico e autonomia intelectual. Além de ser o momento de validar seus interesses e vocações, definindo, com mais consciência, como ele vai querer orientar a sua vida.

O ensino médio brasileiro é composto por itinerários formativos. Eles são organizados por meio da oferta de diferentes percursos de aprendizado, sendo que Português e Matemática são disciplinas obrigatórias para todos os estudantes. As áreas de conhecimento dos itinerários formativos são:

• linguagem e suas tecnologias;
• matemática e suas tecnologias;
• ciências da natureza e suas tecnologias;
• ciências humanas e sociais aplicadas;
• formação técnica e profissional. 

Esses percursos tornam possível o aprofundamento acadêmico em uma ou mais áreas, seja o objetivo do aluno a entrada numa faculdade ou no mercado de trabalho. É relevante salientar que as áreas de conhecimento do ensino médio precisam se articular com as respectivas áreas do ensino fundamental, com as modificações necessárias aos objetivos do estudante. 

O que é importante em cada fase de ensino da educação básica?

Educação Infantil

É uma das fases mais importantes e essenciais, pois é quando a criança começa a experimentar o mundo fora do núcleo familiar. Esse momento deve ser conduzido de maneira muito sensível e cuidadosa, pois, na maioria das vezes, caracteriza-se pela primeira separação da criança de seus pais.

É a fase que se ocupa com a adaptação escolar das crianças e a construção dos alicerces do conhecimento e da personalidade. Os pequenos precisam aprender, de forma prazerosa, a como se socializar, respeitando a si mesmo e os outros. 

As creches e as escolas precisam acolher as experiências e conhecimentos que as crianças trazem de casa e articulá-las com as suas propostas pedagógicas. O foco dessa etapa é a ampliação e a diversificação das habilidades dos pequenos. Deve-se proporcionar a eles novas aprendizagens, de forma complementar à educação familiar, principalmente na fase de creche. 

As instituições, portanto, precisam compreender e trabalhar com a diversidade de culturas e experiências que os pequenos trazem de casa. Estimular, na criança, uma imagem positiva de si mesma para que ela possa desenvolver as noções de pertencimento e acolhimento nas diversas experiências proporcionadas pela escola e comunidade em que vive. 

Ensino Fundamental

Os objetivos educacionais dessa etapa compreendem o desenvolvimento da leitura, do cálculo e pensamento crítico. Trata-se de um momento em que as crianças, na faixa etária entre 6 e 14 anos, estão vivendo mudanças importantes em seu processo de desenvolvimento. É uma época delicada, pois todas as experiências do estudante, nessa etapa, vão repercutir em suas relações consigo, com os outros e com o mundo. 

As crianças e adolescentes, ao longo desse período, passam por uma série de mudanças físicas, cognitivas, afetivas, emocionais, entre outras. Essas mudanças impõem desafios às instituições que devem trabalhar no sentido de superar as diversas rupturas que ocorrem nesse estágio — as rupturas da infância à adolescência, do ensino infantil ao ensino fundamental, dos anos iniciais aos anos finais, do ensino fundamental ao ensino médio.

Para garantir um percurso contínuo de aprendizagem entre essas inúmeras rupturas, é importante que, cada vez mais, se estimule a autonomia intelectual do aluno, a compreensão das normas e interesse pela vida social. Deve-se proporcionar que os estudantes dessa longa etapa encontrem seus grupos de interação e desenvolvam o sentimento de pertencimento. 

Na transição dos anos iniciais para os anos finais, por exemplo, os alunos saem de um ensino mais generalista para um mais especializado. Toda atenção nesse momento é mais que necessária. O estudante, que está entrando na adolescência, além dos dilemas internos da idade, vê-se diante de novas demandas, rotinas, obrigações e complexidades de conhecimento. 

Ao mesmo tempo, eles se tornam cada vez mais capazes de ver e avaliar os fatos pelo ponto de vista do outro. O momento conflituoso também suscita o diálogo. Nessa hora, é tempo de compreender o adolescente como um sujeito que tem as suas singularidades, formações identitárias e culturais próprias. As práticas e métodos escolares precisam estar adequadas a esse fato. 

Os anos finais devem proporcionar as ferramentas para que o aluno comece a delinear seu projeto de vida. Em meio ao compartilhamento de informações, experiências, conhecimentos, ideias e sentimentos, o diálogo e a resolução de conflitos são essenciais. 

Ensino Médio

Os objetivos principais do ensino médio são a consolidação dos conhecimentos adquiridos nas etapas anteriores e o aprofundamento do pensamento crítico e autônomo do estudante. Nesse sentido, deve-se reconhecer os jovens como participantes ativos e conscientes da sociedade na qual estão inseridos. 

É o momento de as instituições garantirem formações em sintonia com as histórias, vivências e aptidões dos estudantes. Formações que possibilitem definir os projetos de vida dos jovens no que diz respeito a seus objetivos nos estudos, mercado de trabalho e estilo de vida. 

A escola precisa estar preparada para acolher a diversidade, já que, nessa etapa, há uma profusão intensa de personalidade, expressões e identidades. Proporcionar as experiências e conteúdos que garantam, para o jovem, as ferramentas no enfrentamento dos novos desafios da vida adulta. 

Os itinerários de formação devem contextualizar os conhecimentos nas dimensões da ciência, da tecnologia e mercado de trabalho. A função dos percursos de aprendizado é a de assegurar o protagonismo dos estudantes e serem coerentes aos seus objetivos de vida. Além de promoverem a capacidade de reflexão crítica no aluno. 

Portanto, o final da educação básica tem como central propósito o aprimoramento do aluno como ser humano, em todas as suas dimensões. Incluindo a formação ética, o desenvolvimento intelectual e o pensamento crítico e livre. 

Qual o papel dos pais e responsáveis para um bom desempenho escolar dos filhos?

Os pais e responsáveis têm fundamental importância na educação dos filhos. A verdade é que a forma como a pessoa se coloca na vida e se comporta diante do mundo tem muito a revelar sobre como seus pais agiram em determinados assuntos. Os pais têm o poder de validar ou invalidar as atitudes, os conhecimentos e os valores adquiridos pelos seus filhos. Exercem, portanto, um papel primordial no processo educacional e civilizatório de todas as pessoas. 

É notável que os responsáveis estabeleçam uma relação de diálogo com seus filhos. Uma relação em que estejam abertos a conversar sobre qualquer assunto ou, na impossibilidade de isso acontecer, que expressem seus limites e incapacidades, numa postura franca, sincera e corajosa. 

Em relação à educação formal, como a criança não tem capacidade para tomar decisões por si mesma, cabe aos pais e responsáveis tomarem essa importante decisão por ela. Sempre conscientes de que suas escolhas terão um impacto decisivo sobre o futuro daquele ser humano. 

O papel dos pais na educação dos filhos, portanto, é de afeto. Isso significa que a relação que eles próprios estabelecem com a formação colegial é que vai reforçar a relação de seus filhos com o conhecimento. Pais que valorizam a cultura e a educação influenciam positivamente seus filhos nesse sentido. Além disso, diversas pesquisas revelam que nas escolas em que os pais participam ativamente da vida escolar de seus filhos há um melhor aproveitamento e desempenho acadêmico.

Em casa, é importante incentivar a leitura dos filhos, dialogar sobre o que eles aprenderam nas salas de aula, suas dificuldades e garantir que estejam fazendo seus deveres escolares. É interessante, também, que se ofereça um ambiente agradável e tranquilo para que possam estudar em casa e, sempre que possível, se envolver nesse processo com eles. 

Na etapa de ensino médio, quando os filhos estão mais próximos da idade adulta, o diálogo é fundamental. É muito importante que os pais estejam dispostos a escutar o que os jovens têm como objetivos de vida, acolher suas escolhas e aconselhá-los para que se tornem cidadãos autônomos e ativos. Diante de tudo isso, fica mais que evidente a necessidade de se fazer uma intensa pesquisa sobre as instituições de ensino em que pretendem colocar os filhos. 

Como escolher uma boa escola para seu filho?

Realmente, a escolha da escola para os filhos é uma decisão significativa. Deve-se prestar atenção em diversos fatores, principalmente, o método de ensino da instituição, o valor e sua localização. Nesse processo, é importante buscar referências entre as pessoas conhecidas, sites e as indicações de seu bairro e região. É também importante conversar com pais de alunos já matriculados no colégio em que pretende colocar seu filho, para saber a opinião deles. 

Analisar a melhor alternativa que leve em conta a localização do colégio e a possibilidade de conciliar com os horários e a rotina dos responsáveis. A viabilidade é um fator que precisa ser considerado.

A escola precisa estar regularizada para a função, informação que é possível de obter com a Delegacia Regional de Ensino (DRE) da sua região. Além de tudo, é fundamental marcar um horário e conhecer pessoalmente a instituição, de preferência durante o funcionamento. 

Durante a visita, é indispensável conversar com a equipe pedagógica, conhecer as metodologias, calendários, atividades curriculares, tudo para descobrir se a proposta educacional do colégio está alinhada com o que você espera para seus filhos. Enfim, prestar atenção à infraestrutura oferecida — salas de aula, brinquedos, laboratórios, quadras esportivas — tudo precisa estar adequado para o melhor aprendizado do estudante e ao valor cobrado pela mensalidade do colégio.

É cada vez mais urgente que os pais e a sociedade em geral priorize a educação básica de suas crianças e jovens. Uma educação que preze pela capacitação e valorização de seus educadores, pois, só dessa maneira, é possível oferecer uma didática atraente e estimulante aos alunos.

É importante que o ensino seja estruturado em cima de valores de inclusão, acolhimento, respeito às identidades e pluralidades, e valorização do bom conteúdo. Nosso objetivo principal deve ser preparar nossas crianças e jovens para que consigam encarar a vida adulta com coragem, autonomia e felicidade. 

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