Como pode ser explicado o aumento na esperança de vida ao nascer da população brasileira?

Imprensa

19.11.2020

O Estado de S. Paulo – Editorial – 17/11/2020
É notável o avanço da longevidade dos brasileiros nos últimos anos. No Estado de São Paulo, a esperança de vida ao nascer chegou a 76,4 anos em 2019, de acordo com a Fundação Seade. Nas últimas cinco décadas, esse índice aumentou 17,7 anos. O ritmo, intenso pelo menos desde 1970, manteve-se alto nos últimos anos: entre 2000 e 2019, o aumento foi de 4,8 anos. O estudo divulgado pela Fundação Seade indica que o dado do Estado de São Paulo é melhor do que a média mundial, de 72,3 anos, bem como a média da América do Sul, com esperança de vida ao nascer de 75,6 anos, e comparável ao índice da Argentina, de 76,5 anos.
O dado expressa o número médio de anos que, mantidos os padrões de mortalidade daquele momento, um recém-nascido pode viver. É uma medida que, sem ser afetada pela estrutura etária da população, reflete as condições de vida e de saúde da população no momento em que é calculada.
Assim, seu avanço expressivo nos últimos 50 anos de certa forma resume a melhoria das condições em que vive a população residente no Estado de São Paulo. É, além disso, um dado de grande relevância para o planejamento, gestão e avaliação de políticas públicas no campo social, sobretudo na área de saúde, nos programas de assistência social e no sistema previdenciário.
No estudo da Fundação Seade, a esperança de vida ao nascer no Brasil é estimada em 75,5 anos, número ligeiramente inferior ao utilizado por estudos internacionais, como o último Relatório de Desenvolvimento Humano elaborado pelo Programa das Nações para o Desenvolvimento (Pnud) e que mede o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de cada país-membro da organização internacional. Para o cálculo do mais recente IDH, no qual o Brasil ficou na 79.ª posição no ranking mundial, foi considerada a expectativa de vida ao nascer de 75,7 anos no País.
Dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) referem-se a 2018, quando a expectativa de vida ao nascer no Brasil foi estimada em 76,3 anos, acima do valor utilizado pelo Pnud e pouco abaixo da média paulista de 2019 calculada pela Fundação Seade. Embora os dados apresentem alguma discrepância, o que talvez possa ser explicado pelos períodos a que eles se referem, sua evolução no Estado de São Paulo e no País nas últimas décadas mostra um paralelismo bastante apreciável.
Se em São Paulo o aumento entre 1970 e 2019 foi de 17,7 anos, no Brasil a esperança de vida ao nascer aumentou 18,7 anos entre 1970 e 2018. O aumento maior na média brasileira pode ser explicado em boa parte pelo fato de que, no momento inicial da comparação (1970), a média paulista era mais alta do que a do País (58,7 anos ante 57,6). O que a evolução desses índices mostra é que, ao longo do tempo, as condições de vida para a média dos brasileiros melhoram mais depressa do que as de São Paulo, aproximam-se das do Estado mais desenvolvido do País e praticamente já se equivalem a estas. Visto por meio desse indicador, o Brasil vem se tornando regionalmente menos desigual.
Obviamente as disparidades entre as regiões ainda permanecem. Um dado que expressa com grande clareza essas diferenças é a probabilidade (em porcentagem) de um recém-nascido não completar o primeiro ano de vida. Enquanto no Amapá essa probabilidade era de 22,8% em 2018, em São Paulo estava em 9,3% e no Espírito Santo (Estado com o melhor índice), em 8,1%. São dados do IBGE.
Num mesmo Estado há diferenças expressivas na esperança de vida por sexo. Em São Paulo, a esperança de vida feminina em 2019 era de 79,4 anos e a masculina, de 73,3 anos. A diferença, de 6,1 anos, era de 9,0 anos em 2000. É o fenômeno chamado de ?sobremortalidade masculina?, observado em todo o País. Desde a década de 1980 há maior ocorrência de mortes atribuídas a fatores externos, causados pela urbanização. Entre esses fatores estão homicídios, acidentes de trânsito e agressões, que atingem mais a população jovem masculina.

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A expectativa de vida do brasileiro passou de 75,8 anos para 76 anos de 2016 para 2017, um aumento de três meses e 11 dias. O dado é da Tábuas Completas de Mortalidade do Brasil de 2017, divulgada hoje (29), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Como pode ser explicado o aumento na esperança de vida ao nascer da população brasileira?
Como pode ser explicado o aumento na esperança de vida ao nascer da população brasileira?

A publicação apresenta as expectativas de vida às idades exatas até os 80 anos e são usadas como um dos parâmetros para determinar o fator previdenciário no cálculo das aposentadorias do Regime Geral de Previdência Social.

Segundo o estudo, a expectativa de vida dos homens aumentou de 72,2 anos em 2016 para 72,5 anos em 2017, enquanto a das mulheres foi de 79,4 para 79,6 anos.

Regionalmente, Santa Catarina apresenta a maior expectativa de vida, de 79,4 anos, seguida por Espírito Santo, 78,5 anos; Distrito Federal, 78,4 anos, e São Paulo, 78,4 anos.

O Rio Grande do Sul (78,0 anos), Minas Gerais (77,5 anos), Paraná (77,4 anos) e Rio de Janeiro (76,5 anos) são os únicos que têm indicadores superiores à média nacional. No outro extremo, com as menores expectativas de vida, estão Maranhão (70,9 anos) e Piauí (71,2 anos).

Ao comentar os resultados do estudo, a pesquisador do IBGE Marcio Minamiguchi disse que a tendência do país é de convergência com o nível dos países desenvolvidos. “Temos uma certa gordura para queimar em relação à expectativa de vida. No Brasil, tendemos a convergir para o nível dos países desenvolvidos, que estão na faixa dos 83 anos. É uma diferença ainda considerável, mas, se pensarmos que existem países na faixa dos 50 anos, vemos que estamos mais próximos dessa faixa superior”.

Segundo o pesquisador, a tendência é que esse aumento continue de forma gradual e cada vez mais lenta, uma vez que o salto dado no passado foi fruto, sobretudo, de uma forte queda na mortalidade infantil.

“Inicialmente, os ganhos se davam pela redução da mortalidade entre os mais jovens, em função da própria natureza dos óbitos. É algo que não necessita de grandes avanços tecnológicos, como a consciência de que é necessário dar água potável para as crianças. O próprio soro caseiro foi importante na década de 1980”, complementou Minamiguchi.

Expectativa de vida

Nos últimos 77 anos a expectativa de vida do brasileiro aumentou 30,5 anos. Segundo o IBGE, em 1940 a expectativa de vida era de 45,5 anos, sendo 42,9 anos para homens e 48,3 anos para mulheres.

Entre 1940 e 1960, o Brasil praticamente reduziu pela metade a taxa bruta de mortalidade (o número de óbitos de um ano dividido pela população total em julho daquele mesmo ano), caindo de 20,9 óbitos para cada mil habitantes para 9,8 por mil. Em 1960, a expectativa de vida ao nascer era de 52,5 anos.

Segundo o estudo do IBGE, em 1940, um indivíduo ao completar 50 anos tinha uma expectativa de vida de 19,1 anos, vivendo em média 69,1 anos. Com o declínio da mortalidade nesse período, um mesmo indivíduo de 50 anos, em 2017 teria uma expectativa de vida de 30,5 anos, esperando viver em média até 80,5 anos, ou seja, 11,4 anos a mais do que um indivíduo da mesma idade em 1940.

Homens

Apesar dos avanços nos indicadores de expectativa de vida dos brasileiros, em 2017 um homem de 20 anos tinha 4,5 vezes mais chance de não completar 25 anos do que uma mulher no mesmo grupo de idade.

Esse fenômeno pode ser explicado, segundo o IBGE, pela maior incidência dos óbitos por causas externas ou não naturais, que atingem com maior intensidade a população masculina. “Em 1940, o fenômeno da sobremortalidade masculina não era registrado no país, o que mostra que ele está relacionado com o processo de urbanização e metropolização do Brasil”, diz o IBGE.

A partir de 1980, as mortes associadas às causas externas ou não naturais, que incluem os homicídios, suicídios, acidentes de trânsito, afogamentos e quedas acidentais, entre ouros, passaram a desempenhar um papel de destaque, de forma negativa, sobre a estrutura por idade das taxas de mortalidade, particularmente dos adultos jovens do sexo masculino.

Idosos

A expectativa de vida dos idosos aumentou em 8,1 anos de 1940 a 2017. Segundo o IBGE, em 1940, de cada mil pessoas que atingiam os 65 anos de idade, 259 chegavam aos 80 anos ou mais. Já em 2017, de cada mil idosos com 65 anos, 632 completariam 80 anos.

A expectativa de vida ao atingir 80 anos, em 2017, foi de 10,3 anos e 8,6 anos para mulheres e homens, respectivamente. Em 1940, eram de 4,5 anos para as mulheres e 4,0 anos para os homens.

Mortalidade infantil

A taxa de mortalidade infantil (probabilidade de óbito até um ano de idade) teve uma melhora, que ficou em 12,8 a cada mil nascidos vivos, contra 13,3 em 2016.

Já a taxa de mortalidade na infância (de crianças menores de cinco anos de idade) caiu de 15,5 por mil em 2016 para 14,9 por mil em 2017. Das crianças que vieram a falecer antes de completar os 5 anos de idade, 85,7% teriam a chance de morrer no primeiro ano de vida e 14,3% de vir a falecer entre 1 e 4 anos de idade. Em 1940, a chance de morrer entre 1 e 4 anos era de 30,9%, mais que o dobro do que foi observado em 2017.

A tendência, segundo o pesquisador do IBGE, é de que os óbitos se concentrem cada vez mais nas crianças de até 1 ano, cujas mortes são causadas, predominantemente, por questões congênitas, como a má formação do feto.

“No grupo de 1 a 4 anos, predominam causas ligadas ao ambiente em que a criança vive, como a falta de saneamento básico. No grupo de até 1 ano, temos muitos óbitos que ocorrem nas primeiras semanas de vida da criança, causadas sobretudo por doenças congênitas”, explica.

A avaliação do IBGE é de que a queda na mortalidade infantil nas últimas sete décadas está amplamente relacionada ao aumento da expectativa de vida. Enquanto a taxa de mortalidade infantil caiu de 146,6 para 12,8 entre 1940 e 2017, a expectativa de vida ao nascer foi de 45,5 anos para 76 anos no mesmo período.

* Matéria atualizada às 11h48 para acrescentar informações

Como podemos explicar o aumento na esperança de vida ao nascer da população brasileira?

Vários fatores exercem influência direta na expectativa de vida da população de um país: serviços de saneamento ambiental, alimentação, índice de violência, poluição, serviços de saúde, educação, entre outros.

O que pode explicar o aumento da esperança de vida?

As condições sociais também são importantes para o aumento da expectativa de vida. Lugares que possuem uma melhor condição, como taxas mais elevadas de saneamento básico entre as cidades, maior nível de educação, menor índice de violência e poluição, por exemplo, tendem a ter uma expectativa mais duradoura.

Como você pode explicar o aumento da esperança de vida média ao nascer em muitos países do mundo?

Explicação: ela aumentou por causa que os países se desenvolveram,assim acabando com a maior parte da pobreza e fome, melhorando as cidades e consequentemente com os esgotos diminuindo doenças etc...

Qual a esperança de vida ao nascer do brasileiro?

A expectativa de vida dos brasileiros ao nascer era, em média, de 77 anos em 2021, apontam as estatísticas publicadas nesta sexta-feira (25) no Diário Oficial da União pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).