No terceiro parágrafo, a comparação do coronel com uma ave pernalta representa

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do Sul, 4,2 ºC. TEXTO 2: 108 www.projetomedicina.com.br 77 - (UFPel RS) Na oração [...] quando uma nova frente fria entrará provocando chuva (Refs.3 e 4), uma nova frente fria instaura o pressuposto de que a) o frio chegou fora de época. b) as chuvas são reguladas pelas temperaturas baixas. c) o inverno será muito rigoroso este ano no Rio Grande do Sul. d) a queda da temperatura já havia ocorrido anteriormente. e) o frio provoca chuva. f) I.R. TEXTO: 46 - Comum à questão: 78 Considere a passagem de um romance de Autran Dourado (1926- 2012). 109 www.projetomedicina.com.br A gente Honório Cota Quando o coronel João Capistrano Honório Cota mandou erguer o sobrado, tinha pouco mais de trinta anos. Mas já era homem sério de velho, reservado, cumpridor. Cuidava muito dos trajes, da sua aparência medida. O jaquetão de casimira inglesa, o colete de linho atravessado pela grossa corrente de ouro do relógio; a calça é que era como a de todos na cidade — de brim, a não ser em certas ocasiões (batizado, morte, casamento — então era parelho mesmo, por igual), mas sempre muito bem passada, o vinco perfeito. Dava gosto ver: O passo vagaroso de quem não tem pressa — o mundo podia esperar por ele, o peito magro estufado, os gestos lentos, a voz pausada e grave, descia a rua da Igreja cumprimentando cerimoniosamente, nobremente, os que por ele passavam ou os que chegavam na janela muitas vezes só para vê-lo passar. Desde longe a gente adivinhava ele vindo: alto, magro, descarnado, como uma ave pernalta de grande porte. Sendo assim tão descomunal, podia ser desajeitado: não era, dava sempre a impressão de uma grande e ponderada figura. Não jogava as pernas para os lados nem as trazia abertas, esticava-as feito medisse os passos, quebrando os joelhos em reto. Quando montado, indo para a sua Fazenda da Pedra Menina, no cavalo branco ajaezado de couro trabalhado e prata, aí então sim era a grande, imponente figura, que enchia as vistas. Parecia um daqueles cavaleiros antigos, fugidos do Amadis de Gaula ou do Palmeirim, quando iam para a guerra armados cavaleiros. (Ópera dos mortos, 1970.) 78 - (UNESP SP) No terceiro parágrafo, a comparação do coronel com uma ave pernalta representa a) um recurso expressivo para ilustrar sua aparência e sua presença física. b) uma figura de retórica sem grande significado descritivo. c) uma imagem visual de seu temperamento amável, mas perigoso. d) uma imagem que busca representar sua impressionante beleza. 110 www.projetomedicina.com.br e) um modo de chamar atenção para o ambiente rústico em que vivia. TEXTO: 47 - Comum à questão: 79 Certos textos só podem ser adequadamente compreendidos quando se recorre a regras pragmáticas do discurso, aquelas estabelecidas pelo contexto. Veja-se o caso do seguinte enunciado inscrito num cartaz fixado em um centro comercial: “Esta área é um espaço reservado a não fumantes. Mas há um bar no final do corredor”. Para compreender essa sequência de duas orações interligadas pelo conectivo “mas”, é necessário que o interlocutor interprete a relação aí estabelecida. Para isso, deve procurar uma interpretação verossímil, apoiando-se ao mesmo tempo no contexto e no valor de “mas” na língua. MAINGUENEAU, Dominique. Análise de textos de comunicação. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2008. p. 28. (Adaptado). 79 - (Unievangélica GO) Considerando-se o contexto em que ocorre, a oração “Mas há um bar no final do corredor” assume o seguinte valor semântico: a) é impossível fumar no lugar em que você está neste momento. b) é impossível fumar no bar que se encontra no final do corredor. c) no final do corredor há um lugar onde é permitido fumar. d) no final do corredor há um lugar onde é permitido beber. TEXTO: 48 - Comum à questão: 80 111 www.projetomedicina.com.br Canção Pus o meu sonho num navio E o navio em cima do mar; – depois, abri o mar com as mãos, Para o meu sonho naufragar. Minhas mãos ainda estão molhadas Do azul das ondas entreabertas, E a cor que escorre de meus dedos Colore as areias desertas. O vento vem vindo de longe, A noite se curva de frio; Debaixo da água vai morrendo Meu sonho, dentro de um navio... Chorarei quanto for preciso, Para fazer com que o mar cresça, E o meu navio chegue ao fundo E o meu sonho desapareça. MEIRELES, Cecília. Obra poética. Rio de Janeiro: J. Aguilar, 1958. p. 18. 80 - (Unievangélica GO) 112 www.projetomedicina.com.br Na última estrofe do poema verifica-se, entre o pranto do sujeito lírico e a imagem do mar que se forma, uma relação de a) tempo e concessão. b) comparação e alternância. c) causa e efeito. d) dúvida e finalidade. TEXTO: 49 - Comum à questão: 81 ESTOJO ESCOLAR 1 Noite dessas, ciscando num desses canais a cabo, vi uns caras oferecendo maravilhas eletrônicas. 2 Bastava telefonar e eu receberia um notebook capaz de me ajudar a fabricar um navio, uma usina nuclear, 3 uma estação espacial. 4 Minhas necessidades são mais modestas: tenho um PC mastodôntico, contemporâneo das cavernas 5 da informática. E um notebook da mesma época que começa a me deixar na mão. Como pretendo viajar 6 esses dias, habilitei-me a comprar aquilo que os caras anunciavam como o top do top em matéria de 7 computador portátil. 8 No sábado, recebi um embrulho complicado que necessitava de um manual de instruções para ser 9 aberto. Depois de mil operações sofisticadas para minhas limitações, retirei das entranhas de isopor o novo 10 notebook e coloquei-o em cima da mesa. De repente, como vem acontecendo nos últimos tempos, houve um 11 corte na memória. Tinha cinco anos e ia para o Jardim de Infância. E vi diante de mim o meu primeiro 12 estojo escolar. 13 Era uma caixinha comprida, envernizada, com uma tampa que corria nas bordas do corpo principal. 14 Dentro, arrumados em divisões, havia lápis coloridos, um apontador, uma lapiseira cromada, uma régua de 15 20 cm e uma borracha para apagar meus erros. 113 www.projetomedicina.com.br 16 Da caixinha vinha um cheiro gostoso, cheiro que nunca esqueci e que me tonteava de prazer. Fechei 17 o estojo para proteger aquele cheiro, que ele ficasse ali para sempre, prometi-me economizá-lo. Com 18 avareza, só o cheirava em momentos especiais. 19 Na tampa que protegia estojo e cheiro, havia estampado um ramo de rosas vermelhas que se 20 destacavam do fundo creme. Amei aquele ramalhete – olhava aquelas rosas e achava que nada no mundo 21 podia ser mais bonito. 22 O notebook que agora abro é negro, não tem nenhuma rosa na tampa. E, em matéria de cheiro, é 23 abominável. Cheira a telefone celular, a cabine de avião, ao aparelho de ultrassonografia onde outro dia uma 24 moça veio ver como sou por dentro. 25 Piorei de estojo e de vida. (Carlos Heitor Cony. O harém das bananeiras, p. 244-245. Adaptado.) 81 - (UNIMONTES MG) Leia e analise este trecho: “*...+ vi uns caras oferecendo maravilhas eletrônicas.” (linha 1). Acerca de seu sentido e estrutura, nesse contexto, assinale a alternativa CORRETA. a) A palavra “caras” não caracteriza uma relação de polissemia porque a presença do artigo “uns” a faz perder seu caráter polissêmico. b) O campo semântico de “maravilhas eletrônicas” inclui, na sequência textual, “notebook”, “PC mastodôntico”, “computador portátil” e “estojo”, aparatos tecnológicos que o sentido geral desse texto nos autoriza a englobar nesse mesmo conjunto semântico. c) O verbo “oferecer” poderia ser substituído, no trecho, por “estar em oferta, promoção, liquidação”, sendo esse sentido sugestionado pela palavra que o segue: “maravilhas”. d) O uso da expressão “uns caras” serve para apontar ao leitor do texto que essas pessoas teriam uma índole duvidosa, levando-nos à desconfiança.

No terceiro parágrafo, a comparação do coronel com uma ave pernalta representa
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As questões de números 01 a 05 tomam por base uma passagem de um romance de Autran Dourado (1926- 2012). A gente Honório Cota Quando o coronel João Capistrano Honório Cota mandou erguer o sobrado, tinha pouco mais de trinta anos. Mas já era homem sério de velho, reservado, cumpridor. Cuidava muito dos trajes, da sua aparência medida. O jaquetão de casimira inglesa, o colete de linho atravessado pela grossa corrente de ouro do relógio; a calça é que era como a de todos na cidade — de brim, a não ser em certas ocasiões (batizado, morte, casamento — então era parelho mesmo, por igual), mas sempre muito bem passada, o vinco perfeito. Dava gosto ver: O passo vagaroso de quem não tem pressa — o mundo podia esperar por ele, o peito magro estufado, os gestos lentos, a voz pausada e grave, descia a rua da Igreja cumprimentando cerimoniosamente, nobremente, os que por ele passavam ou os que chegavam na janela muitas vezes só para vê-lo passar. Desde longe a gente adivinhava ele vindo: alto, magro, descarnado, como uma ave pernalta de grande porte. Sendo assim tão descomunal, podia ser desajeitado: não era, dava sempre a impressão de uma grande e ponderada figura. Não jogava as pernas para os lados nem as trazia abertas, esticava-as feito medisse os passos, quebrando os joelhos em reto. Quando montado, indo para a sua Fazenda da Pedra Menina, no cavalo branco ajaezado de couro trabalhado e prata, aí então sim era a grande, imponente figura, que enchia as vistas. Parecia um daqueles cavaleiros antigos, fugidos do Amadis de Gaula ou do Palmeirim, quando iam para a guerra armados cavaleiros. (Ópera dos mortos, 1970.) 1 No primeiro parágrafo, com a frase “então era parelho mesmo, por igual”, o narrador faz referência ao fato de o coronel a) vestir em certos eventos sociais a calça também de casimira. b) ser par para qualquer desafio que lhe fizessem. c) usar também em certas ocasiões o jaquetão de brim. d) usar roupas iguais às de todos na cidade. e) demonstrar sua humildade por meio das roupas. Resolução “Então era parelho mesmo, por igual” refere-se ao fato de que, em ocasiões especiais, o coronel en vergas - se calça do mesmo tecido do seu “jaquetão de casimira inglesa”. Informa o dicionário Houaiss que parelho é um substantivo regional (São Paulo) que significa “conjunto de calça e paletó masculinos”. Resposta: AA UUNNEESSPP —— 11ªª FFAASSEE -- NNOOVVEEMMBBRROO//22001144 2 No terceiro parágrafo, a comparação do coronel com uma ave pernalta representa a) um recurso expressivo para ilustrar sua aparência e sua presença física. b) uma figura de retórica sem grande significado des cri - tivo. c) uma imagem visual de seu temperamento amável, mas perigoso. d) uma imagem que busca representar sua impressionante beleza. e) um modo de chamar atenção para o ambiente rústico em que vivia. Resolução Trata-se de uma comparação em que se ressaltam a magreza e o porte da personagem. Resposta: AA 3 Em seu conjunto, a descrição do coronel sugere uma figura que a) exibe um temperamento tímido e fechado. b) manifesta desprezo por tudo à sua volta. c) demonstra humildade em tudo o que fazia. d) revela nos gestos e comportamento segurança e poder. e) inspira certo receio aos habitantes da cidade. Resolução É sobretudo no quarto parágrafo transcrito que a atitude altiva e segura do coronel é focalizada na descrição. Resposta: DD 4 No início do segundo parágrafo, por ter na frase a mesma função sintática que o vocábulo “vagaroso” com relação a “passo”, a oração “de quem não tem pressa” é consi derada a) coordenada sindética. b) subordinada substantiva. c) subordinada adjetiva. d) coordenada assindética. e) subordinada adverbial. Resolução Trata-se de uma oração subordinada adjetiva restri - tiva referente a “passo”. Resposta: CC UUNNEESSPP —— 11ªª FFAASSEE -- NNOOVVEEMMBBRROO//22001144 5 Analisando o último período do terceiro parágrafo, verifica-se que a palavra “feito” é empregada como a) advérbio. b) verbo. c) substantivo. d) adjetivo. e) conjunção. Resolução Empregado como conjunção comparativa, feito é um brasileirismo. Equivale a como, tal qual. Resposta: EE UUNNEESSPP —— 11ªª FFAASSEE -- NNOOVVEEMMBBRROO//22001144 As questões de números 06 a 10 focalizam uma passagem de um artigo de Cláudia Vassallo. Aliadas ou concorrentes Alguns números: nos Estados Unidos, 60% dos formados em universidades são mulheres. Metade das europeias que estão no mercado de trabalho passou por universidades. No Japão, as mulheres têm níveis semelhantes de educação, mas deixam o mercado assim que se casam e têm filhos. A tradição joga contra a economia. O governo credita parte da estagnação dos últimos anos à ausência de participação feminina no mercado de trabalho. As brasileiras avançam mais rápido na educação. Atualmente, 12% das mulheres têm diploma universitário — ante 10% dos homens. Metade das garotas de 15 entrevistadas numa pesquisa da OCDE1 disse pretender fazer carreira em engenharia e ciências — áreas especialmente promissoras. [...] Agora, a condição de minoria vai caindo por terra e os padrões de comportamento começam a mudar. Cada vez menos mulheres estão dispostas a abdicar de sua natureza em nome da carreira. Não se trata de mudar a essência do trabalho e das obrigações que homens e mulheres têm de encarar. Não se trata de trabalhar menos ou ter menos ambição. É só uma questão de forma. É muito provável que legisladores e empresas tenham de ser mais flexíveis para abrigar mulheres de talento que não desistiram do papel de mãe. Porque, de fato, essa é a grande e única questão de gênero que importa. Mais fortalecidas e mais preparadas, as mulheres terão um lugar ao sol nas empresas do jeito que são ou desistirão delas, porque serão capazes de ganhar dinheiro de outra forma. Há 8,3 milhões de empresas lideradas por mulheres nos Estados Unidos — é o tipo de empreendedorismo que mais cresce no país. De acordo com um estudo da EY2, o Brasil tem 10,4 milhões de empreendedoras, o maior índice entre as 20 maiores economias. Um número crescente delas tem migrado das grandes empresas para o próprio negócio. Os fatos mostram: as empresas em todo o mundo terão, mais cedo ou mais tarde, de decidir se querem ter metade da população como aliada ou como concorrente. (Exame, outubro de 2013.) 1 OCDE: Organização para a Cooperação e Desenvol vi mento Econômico. 2 EY: Organização global com o objetivo de auxiliar seus clientes a fortalecerem seus negócios ao redor do mundo. UUNNEESSPP —— 11ªª FFAASSEE -- NNOOVVEEMMBBRROO//22001144 6 Indique a acepção da palavra “estagnação” que melhor se enquadra no contexto do primeiro parágrafo: a) “ausência completa de atividade ou movimento”. (Dicionário On-line de Português) b) “situação em que o produto nacional não cresce à altura do potencial econômico do país”. (Houaiss) c) “falta de movimento, de atividade; inércia, para li - sação”. (Aurélio) d) “estado das águas que formam charco”. (Michaelis) e) “estado ou situação daquilo que está estagnado, sem fluir, sem evoluir, sem progredir, sem se mover”. (Caldas Aulete) Resolução A alternativa b define com precisão o sentido do termo quando aplicado à economia. Resposta: BB 7 “Cada vez menos mulheres estão dispostas a abdicar de sua natureza em nome da carreira.” Considerando esse trecho, do segundo parágrafo, marque a alternativa que melhor traduz o conceito apresentado pela autora com a expressão “abdicar de sua natureza”: a) recusar qualquer forma de trabalho mal remunerado. b) renunciar à maternidade por causa do trabalho. c) deixar de aperfeiçoar-se na profissão. d) desistir de sua vocação de liderança sobre os homens. e) abrir mão de suas ambições no empreendedorismo. Resolução É o que se depreende do seguinte trecho do 2.º pará - grafo: “É muito