1 – Jesus continua a falar-nos em parábolas. As duas primeiras falam-nos de tesouros e pérolas que concentram toda a atenção e que justificam a renúncia a outros pequenos tesouros. «O reino dos Céus é semelhante a um tesouro escondido num campo. O homem que o encontrou tornou a escondê-lo e ficou tão contente que foi vender tudo quanto possuía e comprou aquele campo. O reino dos Céus é semelhante a um negociante que procura pérolas preciosas. Ao encontrar uma de grande valor, foi vender tudo quanto possuía e comprou essa pérola». Há uns domingos atrás ouvíamos Jesus a colocar-nos entre escolhas: «Quem ama o pai ou a mãe mais do que a Mim, não é digno de Mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a Mim, não é digno de Mim. Quem não toma a sua cruz para Me seguir, não é digno de Mim». São opções. Prioridades que resolvem uma vida. Um grande amor merece e implica todas as renúncias. Perguntai a uma mãe o que está disposta a fazer em prol dos filhos! Tudo. O corpo, o sangue, qualquer vexame! Se fosse possível, a Mãe ficava doente, iria para a cadeia, morreria em vez dos filhos. Faria qualquer coisa para que os filhos ficassem bem e não tivessem que passar nenhum sacrifício ou sofrimento. Jesus coloca-nos diante de um amor maior, um único amor, o Reino de Deus. Onde está o teu tesouro estará o teu coração. Para o cristão o Reino de Deus coincide com o próprio Jesus. Ele é o reino de Deus no meio de nós. As palavras de Jesus são lapidares: o seguimento precede qualquer amor, por maior que seja. Víamos então que a exclusividade exigida por Jesus humaniza as relações, tirando-lhes o peso do endeusamento e o risco da instrumentalização. E em nada diminui ou secundariza a ligação, o cuidado e o compromisso com aqueles que Deus coloca na nossa vida. Primeiro o reino de Deus e a sua justiça e o mais virá por acréscimo. Cumprir com a justiça do reino significa seguir Jesus, amá-l'O de todo o coração, antes e acima de tudo, mas implica igualmente fazer como Ele: dar a vida, gastar a vida, resistir a todo o mal, cuidar de todos, daqueles que estão por perto, daqueles que se cruzam connosco. 2 – A terceira parábola deste domingo tem semelhanças com a parábola do trigo e do joio: «O reino dos Céus é semelhante a uma rede lançada ao mar… apanha toda a espécie de peixes. Logo que se enche, puxam-na para a praia e, sentando-se, escolhem os bons para os cestos e o que não presta deitam-no fora. Assim será no fim do mundo: os Anjos sairão a separar os maus do meio dos justos». Em definitivo não nos cabe a nós ajuizar, dividir e condenar. Lembremo-nos que a pressa em destruir o joio pode levar-nos a destruir também o trigo. A paciência de Deus dá tempo aos outros, dá-nos tempo a nós, para amadurecer. Deus é paciente e misericordioso, clemente e cheio de compaixão. 3 – Durante três anos, Jesus rodeia-se dos Doze e de outros discípulos para os instruir, os desafiar, os envolver no projeto do reino de Deus. Aqui e além provoca-os com palavras, com gestos, com a Sua postura. Também as parábolas são momentos de instrução e de convocação à sabedoria. É admirável como um conjunto de maltrapilhos vão espalhar a mensagem pelo mundo inteiro e como, quase ignorantes, simplórios, se arriscam em praças públicas a pregar, a anunciar destemidamente o Evangelho, repetindo e atualizando as histórias, argumentando, debatendo, refletindo. Se imaginarmos Pedro, um pescador, impulsivo, rude, com o coração ao pé da boca, capaz de argumentar diante das autoridades e escrever (ou inspirar) cartas magníficas à Igreja, vemos como se deixou moldar pelo Espírito de Deus, superando os seus impulsos e as suas limitações. Pe. Manuel Gonçalves Textos para a Eucaristia (ano A): 1 Reis 3, 5. 7-12; Sl 118 (119); Rom 8, 28-30; Mt 13, 44-52.
Nesta brevíssima parábola, Jesus toca de maneira muito forte a imaginação dos seus ouvintes. Todos sabiam o valor das pérolas que, na época, ao lado do ouro, eram o que de mais precioso se conhecia. Mas o que vem em evidência na parábola é o acontecimento excepcional, surpreendente e inesperado que, para aquele comerciante, significou o fato de ter visto, talvez num mercado, uma pérola cujo valor inestimável somente seus olhos experientes descobriram e da qual, portanto, ele poderia tirar um ótimo lucro. Daí porque, tendo feito as contas, ele decidiu que valia a pena vender tudo para comprar a pérola. E quem, no lugar dele, não teria feito o mesmo?
Não é a primeira vez que os discípulos se sentem postos diante de uma exigência radical, ou seja, diante daquele tudo que é necessário deixar para seguir Jesus: os bens mais preciosos, como os afetos familiares, a segurança econômica, as garantias para o futuro. Desse modo, com esta parábola Jesus nos assegura que teremos nas mãos um tesouro que nos deixará ricos para sempre. E, se pode parecer um erro deixar o certo pelo duvidoso, um bem seguro por um bem apenas prometido, pensemos naquele comerciante: ele sabia que aquela pérola era muito preciosa e esperava confiante o lucro que ela lhe renderia ao vendê-la. Da mesma forma, quem quer seguir Jesus sabe, vê, com os olhos da fé, o ganho enorme que será participar com Ele da herança do Reino por ter deixado tudo, ao menos espiritualmente. Deus oferece a todos os homens uma ocasião como essa na vida para que saibam agarrá-la.
É um convite concreto a deixar de lado todos os ídolos que podem ocupar o lugar de Deus no coração: carreira, casamento, estudo, uma bela casa, profissão, esporte, diversão. Fazendo assim, procurando o Reino, segundo a promessa do Evangelho, o resto nos será dado por acréscimo (cf Lc 12,31). Colocando tudo em segundo plano pelo Reino de Deus, recebemos o cêntuplo em casas, irmãos, irmãs, pais e mães (cf Mt 19,29), porque o Evangelho tem uma evidente dimensão humana: Jesus é homem-Deus e, além do alimento espiritual, nos garante também pão, casa, roupa, família. Talvez tenhamos que aprender com os “pequenos” a confiar mais na Providência do Pai, que não deixa faltar nada para quem dá, por amor, todo o pouco que possui. No Congo, um grupo de jovens fabrica há alguns meses, com casca de banana, cartões artísticos que depois são vendidos na Alemanha. Inicialmente eles ficavam com tudo o que tinham lucrado (com isso alguns conseguem sustentar a própria família). Agora decidiram colocar 50% do lucro em comum e 35 jovens desempregados receberam uma ajuda financeira. E Deus não se deixou vencer em generosidade: dois destes jovens deram um tal testemunho na empresa onde trabalham, que diversos comerciantes, precisando de mão-de-obra, foram procurar essa empresa. Deste modo, nada menos que 11 daqueles 35 jovens encontraram um trabalho fixo.
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E dizia: A que é semelhante o reino de Deus, e a que o compararei?
Ele, pois, dizia: A que é semelhante o reino de Deus, e a que o compararei?
Então Jesus os questionou: “Com o que se assemelha o Reino de Deus? Com o que o compararei?
So He was saying, "What is the kingdom of God like, and to what shall I compare it?
E disse outra vez: A que compararei o reino de Deus?
Que testemunho te trarei? A quem te compararei, ó filha de Jerusalém? A quem te assemelharei, para te consolar a ti, ó virgem filha de Sião? Porque grande como o mar é a tua ferida; quem te sarará?
Propôs-lhes outra parábola, dizendo: O reino dos céus é semelhante ao homem que semeia boa semente no seu campo;
Outra parábola lhes propôs, dizendo: O reino dos céus é semelhante ao grão de mostarda que o homem, pegando dele, semeou no seu campo;
E dizia: O reino de Deus é assim como se um homem lançasse semente à terra,
E dizia: A que assemelharemos o reino de Deus? Ou com que parábola o representaremos?
E disse o Senhor: A quem pois compararei os homens desta geração, e a quem são semelhantes?
Nem dirão: Ei-lo aqui, ou: Ei-lo ali; porque eis que o reino de Deus está entre vós.
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