Tendo em vista sua leitura do texto, como podemos interpretar a charge abaixo

A charge ou cartum é um desenho de caráter humorístico, geralmente veiculado pela imprensa. Ela também pode ser considerada como texto e, nesse sentido, pode ser lida por qualquer um de nós. Trata-se de um tipo de texto muito importante na mídia atual, graças à sua capacidade de fazer, de modo sintético, críticas político-sociais.Um público muito amplo se interessa pela charge, tanto pelo uso do humor e da sátira, quanto por exigir do leitor apenas um pequeno conhecimento da situação focalizada, para se reconhecerem as referências e insinuações feitas pelo autor.

Há cerca de dez anos, os exames escolares passaram a se utilizar de charges para avaliar a capacidade de interpretação dos alunos. No ENEM 2010, por exemplo, o tema proposto para a prova de redação era "O indivíduo frente à ética nacional", que vinha, como de costume, acompanhado de uma coletânea composta por dois textos opinativos, publicados na mídia impressa, e a seguinte charge:

De autoria de Millôr Fernandes, a charge discute a honestidade social a partir de uma cena irônica: a lamentação de um indivíduo que, por só poder lidar com gente honesta, encontra-se num deserto.

A charge, associada aos textos da coletânea e ao tema anunciado na proposta, compunham um panorama mais amplo do problema incluído na proposta, conduzindo o leitor a alguns questionamentos que poderiam direcionar a elaboração de seu texto:1) Existe alguma pessoa completamente honesta no mundo? O que isso significa?2) O indivíduo que chama os outros de desonestos e antiéticos apresenta realmente um comportamento ético que o diferencie dos demais?3) O fato de acharmos que a maioria age de modo antiético nos daria o direito de assim também o fazer, para não sermos os únicos diferentes?4) A ética que deveria nortear as relações humanas é hoje característica de poucos? Ela se tornou uma exceção?Essa proposta de redação do ENEM possibilitou aos alunos construírem sua argumentação a partir dos exemplos que melhor se adequassem à sua linha de raciocínio.Os temas de charges, porém, nem sempre são assim tão amplos. Podem estar ligados a acontecimentos específicos de uma época ou local, o que é muito frequente nas charges diárias. Quando são publicadas em jornais regionais, por exemplo, as charges podem fazer referência a fatos que não são conhecidos por moradores de outras cidades ou Estados, o que lhes dificulta a compreensão.Nos jornais de grande alcance, as charges normalmente recuperam os assuntos que ganharam destaque nacional nos dias anteriores. Abaixo veremos três exemplos de charges, todas referentes ao mesmo tema e publicadas no dia 03 de março de 2010. As três tratam do mesmo tema: a queda do governador de São Paulo, José Serra, nas pesquisas que avaliam a intenção de voto do eleitor brasileiro para a próxima campanha presidencial.

Para compreendê-las, o leitor precisa acionar uma série de conhecimentos prévios que já possui no seu próprio repertório cultural. Vamos examinar cada um dos casos:

Charge da Folha de S. Paulo

Criada por Glauco, não possui texto verbal. Assim, toda a informação deve ser identificada no desenho. Nele, pode-se ver um avião sendo consertado por um mecânico, um homem careca dentro do aparelho, com expressão aborrecida, e um triângulo usado no trânsito para indicar que o veículo está quebrado (esta já é uma informação prévia do leitor).Após a identificação desses elementos básicos, entram outros mais específicos que também precisam ser conhecidos pelo leitor: o reconhecimento dos personagens e das situações específicas a que se refere o desenho: o avião tem formato de tucano, uma referência ao símbolo de um partido político, o PSDB; o piloto do avião deve ser associado a José Serra, por ser careca e pertencer ao partido tucano; o avião quebrado é uma referência à dificuldade de Serra para "decolar" (metáfora política para designar avanço nas intenções de voto) no início da campanha para Presidência da República de 2010.

Assim o leitor também precisa saber que haverá eleição, que Serra é pré-candidato, que pertence ao PSDB, cujo símbolo é um tucano, que houve uma pesquisa de intenção de voto e que o candidato tucano teve desempenho ruim nessa pesquisa.

O povo (Fortaleza, CE)

Aqui também não há texto verbal. A imagem traz uma caricatura de José Serra, com a expressão tensa, de quem passa por apuros, caminhando como um equilibrista sobre a corda bamba. A corda, porém, tem a forma de uma escada, que termina numa seta vermelha, referência aos indicadores dos gráficos cartesianos.

Mais uma vez, para interpretar a charge, o leitor precisará relacionar a imagem a seu conhecimento sobre fatos divulgados pela mídia nacional naquela ocasião, ou seja, à queda que o candidato à Presidência teve naquela pesquisa de intenção de voto.

Agora São Paulo

Dos três casos, este é o único em que imagem e texto mesclam-se. No desenho de Claudio vemos o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, reconhecido pelos traços da caricatura. Ele abre a porta de um armário, no qual está escondido José Serra, e, apontando para fora do móvel, grita para que Serra assuma.Enquanto isso, segurando a pesquisa em que cai de 37 para 32% e sua concorrente sobe de 23 para 28%, Serra afirma estar indeciso. Além das falas e dos dados da pesquisa, a charge ainda tem título - Eleição para presidente - e um texto complementar - Tucanos cobram que Serra se declare candidato.Assim, todo o contexto fica identificado, facilitando o trabalho de interpretação do leitor, mas a este ainda cabe acionar seu conhecimento de mundo para completar informações, como a associação feita entre "assumir-se candidato à Presidência" e a imagem de "sair do armário", expressão usada principalmente para fazer referência a pessoas que escondem publicamente sua condição sexual.

O leitor deve perceber, porém, que não há na charge intenção de questionar a opção sexual do candidato. Apenas fez-se uma associação livre para gerar efeito de humor, criticando o medo de Serra de mostrar-se candidato diante da crescente rejeição popular.


A leitura interpretativa de charges é uma habilidade cada vez mais cobrada em provas de vestibulares e de concursos em geral, tanto nas questões de língua portuguesa quanto nos temas de redação. Isso acontece porque a charge é um modelo de texto que extrapola a linguagem verbal (por vezes até nem usada), exige um bom nível de conhecimento de mundo e competência para inferir críticas e relacionar fatos sociais. Por isso, treine a leitura de charges, procure ampliar seu nível de compreensão e evite ser surpreendido na próxima prova.

Tendo em vista sua leitura do texto, como podemos interpretar a charge abaixo

isto é verdadeiro, resultará daqui uma consequência importante: a não justificação da violência individual assenta, em última instância, no fato de ser aceita, porque justificada, a violência coletiva. Por outras palavras, não há necessidade da violência individual, porque basta a violência coletiva: a moral pode resolver ser tão severa com a violência individual, porque se fundamenta na aceitação de uma convivência que se rege pela prática contínua da violência coletiva. O contraste entre moral e Política, entendido como contraste entre ética individual e ética de grupo, serve também para ilustrar e explicar a secular disputa existente em torno da "razão de Estado". Por “razão de Estado”, se entende aquele conjunto de princípios e máximas segundo os quais, ações que não seriam justificadas, se praticadas só pelo indivíduo, são não só justificadas, como também, por vezes exaltadas e glorificadas, se praticadas pelo príncipe ou por quem quer que exerça o poder em nome do Estado. Que o Estado tenha razões que o indivíduo não tem ou não pode fazer valer, é outro dos modos de evidenciar a diferença entre Política e moral, quando tal diferença se refere aos diversos critérios, segundo os quais se consideram boas ou más as ações desses dois campos. A afirmação de que a Política é a razão do Estado encontra perfeita correspondência na afirmação de que a moral é a razão do indivíduo. São duas razões que quase nunca se encontram: é até desse contraste que se tem valido a história secular do conflito entre moral e Política. O que ainda é necessário acrescentar é que a razão de Estado não é senão um aspecto da ética de grupo, conquanto o mais evidente, quando menos porque o Estado é a coletividade em seu mais alto grau de expressão e de potência. Sempre que um grupo social age em própria defesa contra outro grupo; se apela a uma ética diversa da geralmente válida para os indivíduos, uma ética que responde a mesma lógica da razão de Estado. Assim, ao lado da razão de Estado, a história nos aponta, consoante as circunstâncias de tempo e lugar, ora uma razão de 14 partido, ora uma razão de classe ou de nação, que representam, sob outro nome, mas com a mesma força e as mesmas consequências, o princípio da autonomia da Política, entendida como autonomia dos princípios e regras de ação que valem para o grupo como totalidade, em confronto com as que valem para o indivíduo dentro do grupo. BOBBIO, N. Dicionário de Política. Brasília: Ed. UnB, 2004. 4.2. Vamos refletir: 1. Com base na leitura do texto acima, como podemos entender a política como ética? 2. Tendo em vista sua leitura do texto, como podemos interpretar a charge abaixo? Fonte: https://www.bocamaldita.com/charge-do-dia-e-o-fim-da-politica-por-nanihumor-com/ 5. AULA 4: Produção de conhecimento Ao longo das aulas de Filosofia do Ensino Médio, estudamos constantemente a questão do conhecimento e do conhecimento científico. Nessa última parte do bimestre, enfatizaremos a produção de conhecimento autônomo e crítico, e finalizaremos com uma reflexão a respeito da importância da pesquisa para a produção desse conhecimento científico e crítico. 15 5.1. Conhecimento autoral O estudo da Filosofia permite que desenvolvamos nossa capacidade crítica e racional sobre os mais variados temas e assuntos. Depois de tanto estudo e reflexão, chegamos a um momento no qual devemos produzir conhecimento por nossa própria conta. Estudamos que ao longo das nossas vidas, somos receptores de conhecimento escolar, normas sociais, pois assim nos constituímos. A partir de um ponto, desenvolvemos nossa autonomia sobre nossas próprias decisões de vida e de pensamento. Com base nos estudos filosóficos, o conhecimento científico produzido e os resultados de pesquisa encontrados partem de um acúmulo de coisas estudadas e pesquisadas, e de sistematização de tudo que aprendeu. Assim, passamos de simples reprodutores de conteúdo, a produtores e protagonistas de novos saberes e novas formas de pensar. Um outro ponto que os estudos filosóficos incrementam, é nossa capacidade crítica, ou seja, nossa capacidade de questionar e de procurar novas informações. De buscar diferentes e confiáveis fontes de informação e conseguir articular nossas próprias opiniões. 5.2. Importância da pesquisa para a sociedade O conhecimento se materializa em um resultado específico quando fazemos uma pesquisa. Se você tem alguma curiosidade em saber determinado assunto, basta entrar no Google, certo? Parece fácil, não é mesmo? Essa procura rápida que fazemos na internet é valida, mas para se efetivar em um conhecimento científico e racional, precisamos ir além disso. É necessário sistematizar as hipóteses e chegar a determinados resultados que irão explicar como um fenômeno ocorre, seja ele natural ou social. A pesquisa pode ter diferentes métodos a depender dos objetivos e das finalidades do objeto que se quer pesquisar, e ela é o pilar para a produção de conhecimento científico. Mencionamos em outro momento do ano em nosso estudo filosófico que existem alguns métodos dependendo da corrente filosófica. Em muitos desses estudos, uma característica presente nos métodos é seu caráter de experimentação. Para sabermos se uma ideia ou tema tem validade, precisamos comprovar na prática se ela funciona. Não é fácil fazer 16 pesquisa, pois ela incorre em muitas tentativas, como bem reflete a charge abaixo. No entanto, seus resultados podem ser de grande valia para nossa sociedade no sentido de produzir novas ideias e novos conhecimentos. Fonte: https://brainly.com.br/tarefa/33902456 #Parasabermais: https://www3.ufrb.edu.br/seer/index.php/griot/article/view/509 6. AULA 5: O “Enem” sabia disso? 1. ENEM 2019 A importância do conhecimento está em seu uso, em nosso domínio ativo sobre ele, quero dizer, reside na sabedoria. É convencional falar em mero conhecimento, separado da sabedoria, como capaz de incutir uma dignidade peculiar a seu possuidor. Não compartilho dessa reverência pelo conhecimento como tal. Tudo depende de quem possui o conhecimento e do uso que faz dele. WHITHEHEAD, A. N. Os fins da educação e outros ensaios. São Paulo: Edusp, 1969. No contexto do pensamento político, a ideia apresentada mostra-se consoante o(a): a) Prioriza o rigor conceitual. b) Valoriza seus dogmas. c) Avalia sua aplicabilidade. d) Busca a inovação tecnológica. e) Instaura uma perspectiva científica. https://www3.ufrb.edu.br/seer/index.php/griot/article/view/509 17 2. ENEM 2013 Os produtos e seu consumo constituem a meta declarada do empreendimento tecnológico. Essa meta foi proposta pela primeira vez no início da Modernidade, como expectativa de que o homem poderia dominar a natureza. No entanto, essa expectativa, convertida em programa anunciado por pensadores como Descartes e Bacon e impulsionado pelo iluminismo, não surgiu “de um prazer de poder”, “de um mero imperialismo humano, mas da aspiração de libertar o homem e de enriquecer sua vida, física e culturalmente”. CUPANI, A. A tecnologia como problema filosófico três enfoques. Scientiae Studia. São Paulo, v. 2, n. 4. 2004 (adaptado). Autores da filosofia moderna, notadamente Descartes e Bacon, e o projeto iluminista concebem a ciência como uma forma de saber que almeja libertar o homem das intempéries da natureza. Nesse contexto, a investigação científica consiste em: a) Expor a essência da verdade e resolver definitivamente as disputas teóricas ainda existentes. b) Oferecer a última palavra acerca das coisas que existem e ocupar o lugar que outrora foi da filosofia. c) Ser a expressão da razão e servir de modelos para outras áreas do saber que almejam o progresso. d) Explicitar as leis gerais que permitem interpretar a natureza e eliminar os discursos éticos e religiosos. e) Explicar a dinâmica presente

Tendo em vista sua leitura do texto, como podemos interpretar a charge abaixo
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