Qual o papel do Técnico de enfermagem na administração de dieta enteral

A alimentação saudável é muito importante para manutenção da saúde do indivíduo. Além do aspecto nutricional, o alimento tem uma importância que transcende a dimensão biológica, uma vez que possui significados culturais, sociais e emocionais. Assim, os profissionais de saúde precisam estar atentos na avaliação das necessidades do paciente, que incluem: oferta de dieta adequada ao ponto de vista nutricional; quantidades adequadas; temperatura e apresentação do alimento de acordo com a condição do paciente; manutenção das condições fisiológicas de deglutição, de motilidade, entre outras.

Nas situações em que os pacientes necessitam de cuidados para se alimentar, muitas vezes é necessário realizar introdução de dispositivos no trato gastrointestinal (TGI) (dieta enteral) ou via endovenosa (dieta parenteral), de modo a permitir a manutenção da oferta de nutrientes. Os cateteres são tubos cuja função é tanto infundir quanto retirar líquidos do organismo. Assim, os cateteres ou tubos são dispositivos que podem ser utilizados na administração de alimentos, quando o paciente se encontra impossibilitado de alimentar-se por via oral. Esses dispositivos são introduzidos pelo TGI (nutrição enteral) ou via endovenosa (nutrição parenteral). Podem ser compostos por borracha (látex), ou sintéticos (polietileno), policloreto de vinila (PVC) e silicone, podendo apresentar-se de diferentes formatos e diâmetros e sua apresentação vai depender da finalidade do equipamento.

Segundo a RDC nº 63/2000, entende-se por Terapia Nutricional (TN) o conjunto de procedimentos terapêuticos que visam à manutenção ou recuperação do estado nutricional por meio da Nutrição Parenteral (NP) ou Enteral (NE), realizados nos pacientes incapazes de satisfazer adequadamente suas necessidades nutricionais e metabólicas por via oral. Quando realizada em ambiente hospitalar, é obrigatório a atuação de uma equipe multidisciplinar de terapia nutricional (EMTN).

Os objetivos da TN incluem a correção da desnutrição prévia, a prevenção ou atenuação da deficiência calórico-proteica que costuma acontecer durante a evolução da enfermidade, equilibrando o estado metabólico por meio da administração de líquidos, nutrientes e eletrólitos. Ainda segundo a RCD nº 63/2000, na Nutrição Enteral (NE), os nutrientes são utilizados exclusiva ou parcialmente para substituir ou complementar a alimentação oral em pacientes desnutridos ou não, conforme suas necessidades nutricionais, em regime hospitalar, ambulatorial ou domiciliar, visando a síntese ou manutenção dos tecidos, órgãos ou sistemas.

Existem dois tipos de NE: a nutrição enteral em sistema aberto e fechado. A diferença delas é que a com sistema fechado é estéril. O paciente fazendo uso de NE irá necessitar de cuidados específicos por uma equipe multiprofissional, sendo o profissional enfermeiro a pessoa habilitada com competências para prestar assistência direta tanto na passagem do equipamento (cateteres via gástrica/enteral) e administração da nutrição. Os cateteres ou tubos por meio de uma estomia (gastrostomia ou jejunostomia) e por inserção venosa central são exclusivamente procedimentos médicos, cabendo nessa situação ao profissional enfermeiro a habilidade no manuseio do equipamento e administração da nutrição. Ao profissional nutricionista cabe o cálculo da dieta adequada, bem como as quantidades que devem ser ofertadas para o paciente, levando em consideração a patologia, seu estado nutricional, aceitabilidade, resíduo gástrico, evolução, dentre outros fatores.

Os cateteres ou tubos via nasogástricas são introduzidos até o estomago, geralmente pelo nariz (exceto em algumas situações), e possuem vários diâmetros, apenas um lúmen e uma das suas indicações é a gavagem. Já os cateteres ou tubos nasoenteral, também com finalidade de realizar administração de dieta, possuem tamanho mais longo e seu diâmetro é menor quando comparada a nasogástrica.

A gastrostomia e jejunostomia são estomias temporárias ou definitivas que viabilizam acesso direto ao estômago (GTT) e jejuno (jejunostomia), cujo um dos objetivos é proporcionar uma via de administração de alimento. Sua realização se dá por meio de técnicas cirúrgicas abertas, laparoscópicas ou endoscópicas. Geralmente esse tipo de procedimento é indicado para algumas patologias, como as neurológicas graves, câncer de boca, faringe e esôfago, atresia de esôfago e coma prolongado.

A nutrição enteral por gastrostomia ou jejunostomia tornou-se uma via de escolha para assegurar um aporte nutricional adequado a clientes com problemas funcionais do trato gastrointestinal ou problemas de deglutição e que não podem alimentar-se adequadamente por via oral. A assistência de Enfermagem ao cliente com GTT ou jejunostomia tem por finalidade assegurar o conforto do cliente, fornecendo os cuidados diários necessários para evitar possíveis complicações e gerenciar estas, caso ocorram. A educação do cliente, dos familiares e dos cuidadores constitui parte integrante da assistência da Enfermagem e da Nutrição.

Profª. Ma. Francisca Juliana Grangeiro Martins
Coordenadora do Curso de Enfermagem do Centro Universitário Ateneu
Mestre em Cuidados Clínicos em Saúde, especialista em Assistência e Gestão em Saúde da Família e graduada em Enfermagem

Profª. Ma. Gerusa Matias dos Santos
Coordenadora do Curso de Nutrição do Centro Universitário Ateneu
Mestre em Ciência e Tecnologia de Alimentos e graduada em Nutrição

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Qual a função do técnico de enfermagem na nutrição enteral?

Aos técnicos de enfermagem compete realizar os cuidados delegados pelo enfermeiro tais como: cuidados gerais prescritos aos pacientes, comunicar qualquer intercorrência advinda da terapia nutricional parenteral; manter cuidados com a via de administração e anotação no prontuário das intercorrências quanto à nutrição.

Qual é o papel do técnico de enfermagem na dieta?

PAPEL DO TÉCNICO DE ENFERMAGEM DA DIETOTERAPIA O técnico de enfermagem deve administrar a dieta aos pacientes impossibilitados de fazê-lo por si próprio. Após anotar no prontuário a aceitação alimentar do paciente.

Quais são os principais cuidados de enfermagem com a dieta enteral?

CUIDADOS DE ENFERMAGEM Limpeza com álcool e gaze nas junções da sonda e equipo antes de instalar a dieta; Manter a sonda fixa na pele, com esparadrapo anti-alérgico; Não tracionar a sonda enteral; Observar a marcação ou numeração da sonda diariamente (para garantir que não saiu do lugar);

Qual profissional pode administrar a dieta enteral?

II. A administração da dieta pode ser realizada pelo profissional Técnico de Enfermagem desde que sob supervisão do enfermeiro, conforme artigo 13 da lei supracitada.