Qual é o setor da economia que mais emprega?

O mercado de trabalho brasileiro está se recuperando nos últimos meses, de acordo com dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios). A pesquisa divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostra que o número de pessoas desempregadas caiu —passou de 11,94 milhões para 10,08 milhões do primeiro para o segundo trimestre deste ano. Em comparação com o segundo trimestre do ano passado, a queda é ainda maior: na época, havia 14,83 milhões de pessoas desempregadas no país.

No segundo trimestre deste ano, 98,26 milhões de brasileiros estavam ocupados, frente a 89,38 milhões no mesmo período do ano passado. Veja a seguir por que e como estão crescendo as oportunidades de emprego no Brasil.

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O que está melhorando no país? O economista da LCA Consultores Bruno Imaizumi diz que o mercado de trabalho está se recuperando de forma robusta e que a reabertura da economia ajudou praticamente todos os setores, principalmente os que são mais dependentes do atendimento presencial e foram mais prejudicados pela pandemia, como hotéis, restaurantes, comércio e serviços domésticos (como empregadas domésticas, motoristas e cozinheiros).

Lucas Assis, economista e analista da Tendências Consultoria, afirma que as empresas que mais demitiram durante a pandemia estão retomando as contratações para repor essa mão de obra, como é o caso dos restaurantes, bares e hotéis, maior destaque na Pnad. Estas vagas entram no segmento batizado pelo IBGE de alojamento e alimentação, que foi o que mais cresceu em comparação ao segundo trimestre do ano passado, com alta de 23,1%.

Quais os setores que mais contrataram? As contratações no setor de serviços são as que mais ajudaram a derrubar a taxa de desemprego no país.

Serviços incluem hotéis e restaurantes, que ficaram fechados e sofreram muito na pandemia. Tiveram de demitir e agora estão se recuperando com contratações.

O item chamado de outros serviços pelo IBGE é o segundo que mais cresceu em retomada de empregos. Esse setor inclui salões de beleza, lavanderias e pet shops. Também sentiu bastante o impacto da pandemia.

E o terceiro colocado na geração de empregos foi o comércio em geral, que também ficou fechado na pior fase da pandemia.

A soma dessas três primeiras categorias mostra que elas empregam cerca de 16,44 milhões de brasileiros.

Veja o número de pessoas empregadas por setor e a variação em comparação ao segundo trimestre do ano passado:

  • Alojamento e alimentação: 5,44 milhões (23,1%)
  • Outros serviços: 5,11 milhões (18,7%)
  • Serviços domésticos: 5,89 milhões (18,7%)
  • Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas: 18,95 milhões (14,2%)
  • Construção: 7,48 milhões (11,2%)
  • Indústria geral: 12,65 milhões (10,2%)
  • Transporte, armazenagem e correio: 5,11 milhões (10%)
  • Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais: 17,09 milhões (5,5%)
  • Informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas: 11,67 milhões (5,1%)
  • Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura: 8,78 milhões (-0,7%)

Benefícios sociais ajudaram comércio: Imaizumi diz que o comércio foi beneficiado pela reabertura da economia e pelo aumento de dinheiro em circulação do mercado, com a entrada dos saques extraordinários do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e a antecipação do 13º para aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).

Como o comércio está contratando mesmo com inflação e menos consumo? No primeiro semestre do ano, o número de vendas subiu 1,4% e o faturamento aumentou 16,9% em comparação com o mesmo período do ano passado. As pessoas não estão comprando tantos produtos, mas, como eles estão mais caros, o faturamento das empresas também cresce.

Mauro Rochlin, professor de MBAs da FGV (Fundação Getulio Vargas), afirma que o Auxílio Brasil também ajudou a aumentar as contratações no comércio, já que há mais dinheiro em circulação na economia.

O Auxílio Brasil substituiu o Bolsa Família, aumentando o valor que as famílias recebem. O valor oficial do benefício é de R$ 400, mas foi aprovado um aumento provisório, de agosto a dezembro deste ano, para R$ 600. O Bolsa Família era de R$ 190, em média.

Como a indústria está contratando mesmo com queda na produção? A indústria contratou mais mesmo com queda na produção industrial no primeiro semestre do ano porque o setor também se recuperou com a reabertura da economia. Com a covid-19, as fábricas precisaram mudar o esquema de trabalho para garantir o distanciamento entre os funcionários, o que causou demissões, e agora está havendo recontratações.

O aumento das vagas no setor é reflexo da retomada da economia, com as fábricas sem restrições impostas pela pandemia. O setor está contratando para repor os trabalhadores que foram cortadas nos momentos de maior isolamento social, diz Imaizumi.

Em junho, a produção industrial teve queda de 0,4% em comparação ao mês anterior, interrompendo quatro meses seguidos de alta. De janeiro a junho, tem queda de 2,2% em comparação ao primeiro semestre de 2021, de acordo com dados do IBGE.

Aumento efetivo da população ocupada: Assis diz que a recuperação do mercado de trabalho é sólida, principalmente com o crescimento da população ocupada.

Parece óbvio, mas nem sempre uma queda na taxa de desemprego significa que o número de pessoas ocupadas aumentou. O desemprego pode cair, por exemplo, por um aumento no número de pessoas que desistem de buscar vagas no mercado de trabalho. Quando a pessoa desiste de procurar emprego, ela não entra na estatística do IBGE como desempregada. Isso diminui artificialmente o número de desemprego. O cenário atual é de queda de desemprego e aumento efetivo de pessoas ocupadas no mercado de trabalho. Há mais pessoas procurando e encontrando uma vaga.

O que ainda precisa melhorar? Apesar do aumento no número de pessoas que estão no mercado de trabalho, os salários estão mais baixos do que antes e há também muita contratação informal (sem carteira assinada).

No segundo trimestre deste ano, o salário médio das pessoas ocupadas era de R$ 2.652. No mesmo período do ano passado, era de R$ 2.794, o que representa uma queda de 5,1%. A taxa de informalidade ficou em 40% no segundo trimestre, atingindo 39,3 milhões.

Apesar de a informalidade ter uma participação mais forte no mercado, o número de contratações com carteira assinada também aumentou — passou de 10,60 milhões no segundo trimestre de 2021 para 13,04 milhões no mesmo período desse ano, uma alta de 23%.

Eduardo Correia, professor do Insper, diz que a queda dos salários foi motivada pelo alto desemprego causado pela pandemia. Para voltar ao mercado, muitas pessoas aceitaram vagas com salários menores ou até mesmo como informais.

Imaizumi afirma que o país tem um problema estrutural que dificulta melhorias no mercado de trabalho. Hoje os brasileiros não têm a qualificação pedida pelo mercado, o que faz com que ganhem salários menores e não tenham a produtividade que poderiam ter.

Qual o cenário para os próximos meses? Os especialistas ouvidos pelo UOL afirmam que o desemprego deve aumentar um pouco no segundo semestre em comparação ao primeiro pela instabilidade provocada pelas eleições presidenciais e pela inflação, que apesar de dar sinais de desaceleração, ainda acumula alta de dois dígitos.

Apesar do cenário desafiador, os especialistas dizem que a taxa de desocupação não deve voltar aos dois dígitos até o final do ano.

Qual Setor economia mais emprega?

O setor terciário no Brasil vem registrando um grande crescimento, principalmente a partir do final do século XX. Atualmente, ele responde por mais de 70% dos empregos no país.

Qual Setor economia mais emprega no Brasil?

Atualmente, o setor terciário emprega mais de 70% da PEA. Tornando-se assim, o setor com maior empregabilidade nas cinco regiões do País, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, do IBGE.

Quais os setores que geram mais empregos no Brasil?

Entre as micro e pequenas empresas, os três setores que mais geraram empregos se mantêm: serviços (61.996), comércio (34.469) e construção (30.661)”, diz o Sebrae, em nota.