Qual é a importância da Revolução Neolítica para o processo de sedentarização do ser humano?

Desde o seu surgimento, o homem buscou formas de se adaptar ao meio em que vive. Relacionou-se e criou ferramentas que o auxiliariam nas necessidades impostas pelo meio. Passamos por uma revolução técnica, material, intelectual e interpessoal.

No período do Paleolítico, os hominídeos perceberam que a melhor forma para sobreviver seria por meio da socialização, pois em conjunto poderiam defender-se de animais e de tribos rivais, e dividir as tarefas por gênero. Suas primeiras ferramentas foram fabricadas com ossos, pedras e madeira.

A falta das técnicas de cultivo agrícola e a não criação de animais limitavam as atividades subsistentes à pesca, a caça e a coleta de frutos. Tais práticas impediam a sedentarização dos primeiros grupos humanos.

O desenvolvimento físico e intelectual dos hominídeos concedeu-lhes a oportunidade de transformação do seu modo de vida. Uma das mais significativas descobertas do período Neolítico foi a agricultura.

Essa descoberta deu origem a Revolução Neolítica (ou Revolução Agrícola), pois com a agricultura o homem deixou de ser nômade, e consequentemente pôde criar animais para o consumo. Além disso, a redução dos deslocamentos em busca de alimentos fez com que a população dos grupos aumentasse, já que com as migrações muitos morriam de fome e sede.

Ao longo do tempo, os primeiros centros urbanos começaram a surgir. As comunidades agrícolas autossuficientes transformaram-se em cidades, realizando a chamada Revolução Urbana. De acordo com alguns estudos, os primeiros centros urbanos surgiram na parte sul da Mesopotâmia.

O desenvolvimento de sociedades complexas acabou exigindo uma nova configuração política. A autoridade patriarcal e familiar já não era mais suficiente para controlar os novos grupos sociais. Foi necessária a criação de leis e de líderes, foi então que o surgiu o Estado.

Além disso, a produção agrícola gerava excedentes, que proporcionou o desenvolvimento do artesanato e o manuseio com o barro e argila. Esses materiais serviam de matéria-prima para a fabricação de potes e vasos de cerâmica, que por sua vez, guardariam os alimentos em excesso. Os estoques, a princípio, serviriam para as épocas de seca e estiagem ou quando a produção não era suficiente. Só que algumas civilizações produziam algo que não existia em outras. A melhor forma de suprir essa falta seria por meio da troca.

As relações de troca podem ser consideradas como a base para o comércio (uma das características do capitalismo atual).  As moedas e o sistema de pesos e medidas só vieram a surgir anos depois, como uma forma de padronizar a crescente atividade. A busca por simplificar e reduzir o tempo nos cálculos resultou no surgimento do ábaco e de outras calculadoras, que posteriormente deram origem aos primeiros computadores analíticos.

Logo, o que sempre motivou o homem a criar as coisas foi a necessidade. Hoje em dia não é diferente, o que mudou foi apenas o foco, antes o homem precisava de armas de caça e pesca e agora precisa descobrir melhores técnicas de curar doenças, criar novas tecnologias, entre tantas coisas. O que foi criado pode ser aperfeiçoado ao longo do tempo ou servir de base e inspiração para a criação de novas coisas, mas o mais importante, influencia diretamente ou indiretamente no estilo de vida. A necessidade pode ser uma arma de construção ou de destruição, depende qual seja e quem vai supri-la.

Referências bibliográficas : 

  • Ser Protagonista : História , Ensino Médio – Volume único/ Fausto Henrique Gomes Nogueira e Marcos Alexandre Capellari – Editora SM.
  • Apostila do Ensino Médio – TOP 3 – Livro 1/ Colégio TOP.

O Neolítico ou Idade da Pedra Nova (neo = novo + litos = pedra), iniciou-se há cerca de doze mil anos. Está associado à técnica de polimento da pedra tornando os instrumentos mais eficazes, ao aparecimento da agricultura, da pastorícia, da tecelagem e dos primeiros aldeamentos. Surgiu a economia de produção e a sedentarização das comunidades agropastoris. Acentuaram-se as diferenciações sociais, surgiram os cultos agrários e a construção de monumentos megalíticos.

Há cerca de 12 a 10 mil anos, verificaram-se alterações climáticas com o recuo dos gelos para norte. Na região que se designa por Crescente Fértil, verificou-se o desenvolvimento da agricultura e da pastorícia. Os fatores que conduziram ao aparecimento da agricultura são inúmeros, identificando-se áreas rodeadas por água, por montanhas e desertos, que permitiram um clima propicio ao crescimento de grãos/gramíneas selvagens, destacando-se a cevada e o trigo (na sua forma ancestral).

Os locais e o modo como ocorreram estas alterações não foi idêntico nem ocorreu em simultâneo. De acordo com as características das regiões, da sua flora e fauna, assim a domesticação de plantas e animais variou.

A recolha de gramíneas de plantas como a cevada, o trigo e o centeio, fosse pela observação da natureza ou por motivos que não são decifráveis, possibilitou que o Homem passasse a produzir alguns dos alimentos que anteriormente recolhia.

Posteriormente, pelos dados que a arqueologia nos fornece, verificou-se a domesticação de alguns animais. O primeiro terá sido o cão que tudo aponta para uma domesticação ainda no Paleolítico, acompanhando o Homem nas caçadas. Outros animais como a cabra, a ovelha, o porco e o boi, facilitavam uma maior permanência de acampamentos e povoados a determinados grupos que dominavam a produção do seu próprio alimento – através da agricultura e do acesso a produtos como leite, ovos, fibras, sangue, peles e carne.

A recoleção e caça não deixaram de se realizar, mas surgiu um modo de vida mais estável e seguro para as populações que dominavam a agricultura e a domesticação dos animais: a sedentarização. A proximidade de fontes de água, como os rios, proporcionava o cultivo das plantas e a sua manutenção bem como o acesso à água por parte dos animais e homens. Surgiram os primeiros aldeamentos e a necessidade de os membros do grupo dividirem tarefas entre si para garantir a sobrevivência e a segurança dos aldeamentos. Uma economia produtora, associada ao sedentarismo, teve lugar.

Estes homens não tinham de se deslocar continuamente pois o controle sobre a natureza e a produção dos alimentos proporcionava maior estabilidade e segurança a todo o grupo. Associados à agricultura produziram-se, entre outros,  novos instrumentos como a enxada, a foice, o arado. Alguns instrumentos, feitos em pedra lascada, passaram a ser polidos resultando numa maior eficácia na sua utilização. Outros utensílios surgiram associados às atividades como a cerâmica, cestaria (já praticadas no final do Paleolítico, mas que têm outro impulso) e a tecelagem.

As tarefas dividiam-se entre homens e mulheres, de um modo geral. As atividades como a agricultura, a caça, a pesca, a defesa e a proteção do gado eram, geralmente, realizadas pelos homens. A tecelagem, a cestaria, a cerâmica e os trabalhos domésticos eram, geralmente, destinados à mulher.

A especialização de determinadas funções consideradas vitais para a sobrevivência e continuidade da comunidade, associadas ao prestígio que lhes era conferido pela comunidade acentuaram a diferenciação social. Destacaram-se os sacerdotes, elos de ligação entre o mundo e o sobrenatural, os guerreiros, encarregues da proteção da comunidade, os chefes e os membros mais idosos, respeitados devido à sua experiência de vida e sabedoria.

A acumulação de riqueza, como os excedentes agrícolas e cabeças de gado, que habitualmente eram pertença de toda a comunidade, passaram para a posse de alguns proprietários conferindo-lhes mais poder. Os cultos agrários estavam intimamente ligados à agricultura e à pastorícia pela exposição do Homem aos fatores de ordem natural e à sua necessidade de proteção face aos mesmos.

Por toda a Europa, particularmente na faixa litoral do Atlântico, surgiram grandes monumentos utilizando blocos de pedra na sua construção. Designam-se por monumentos Megalíticos (mega= grande e lithos= pedra). A finalidade destes monumentos difere. Os menires, blocos de pedra eram enterrados no solo na posição vertical, individualmente ou em linhas retas (alinhamentos) ou em círculo (cromeleques). A sua função não é precisa, mas pensa-se que poderiam estar relacionados com a observação dos astros ou com cerimónias relacionadas com os cultos agrários e as atividades agrícolas das diferentes estações do ano. Os de caráter funerário, como antas ou dolmens, serviam para o enterramento, individual ou coletivo.

As alterações descontinuadas neste longíssimo período do Neolítico foram tão profundas que certos historiadores consideram que se deu uma revolução, designada de Revolução Neolítica.

Qual a importância da sedentarização do ser humano?

Com a sedentarização dos grupos humanos, pôde-se observar e reconhecer os fenômenos naturais e explorar a natureza em benefício do grupo. Além disso, o primitivo pôde utilizar a terra, plantando e colhendo seus frutos.

Porque o ser humano se tornou sedentarização no Neolítico?

Em geral, argumenta-se que a sedentarização da humanidade foi resultado das mudanças climáticas que aconteceram na Terra. O aquecimento do planeta permitiu que esses grupos pudessem se fixar em um local.