É utilizado como referência para detectar atrasos no desenvolvimento motor infantil?

É utilizado como referência para detectar atrasos no desenvolvimento motor infantil?

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.6638645


Autoras:
Andrielli Batassini
Paula Zeni


RESUMO

Introdução: Existem diversos fatores que podem interferir no desenvolvimento da criança de forma negativa. Essas condições são chamadas de fatores de risco e aumentam as chances de a criança apresentar atrasos e distúrbios do desenvolvimento. Objetivo: A pesquisa teve como objetivo responder a seguinte pergunta: Crianças residentes em instituições de acolhimento possuem atraso no desenvolvimento neuropsicomotor? Metodologia: Trata-se de uma pesquisa de revisão de literatura. Foram realizadas buscas das publicações, nas bases de dados: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde, Scientific Electronic Library Online e Biblioteca Virtual da Saúde. Resultados: Encontrou-se atrasos relacionados à resolução de problemas e coordenação motora ampla, coordenação motora grossa e fina. A suspeita de atraso da linguagem e interação social é encontrada com menor índice em crianças que possuem irmãos dentro da instituição. Grande parte dos indivíduos apresentaram piora do estado nutricional após a institucionalização. Além de que crianças institucionalizadas apresentam mais indicadores que revelam ansiedade, timidez, temor, tristeza e mais traços de psicoticismo, déficit nas habilidades sociais, falta de empatia e dificuldade para externalização de sentimentos. Conclusão: Os indícios de atraso no DNPM são maiores em indivíduos institucionalizados, independentemente da idade. Sugere-se que indivíduos institucionalizados sejam avaliados periodicamente e caso seja diagnosticado algum déficit no desenvolvimento deve-se encaminhar o indivíduo para profissionais atuantes na área. O ideal seria que as instituições de acolhimento possuíssem um maior número de monitores para, dessa forma, proporcionar maiores estímulos e a interação com o ambiente.

Palavras-chave: Desenvolvimento Infantil; Assistência Social; Estimulação Precoce; Fisioterapia.

ABSTRACT

Introduction: There are several factors that can negatively interfere with the child’s development. These conditions are called risk factors and they increase the chances that the child will have developmental delays and disturbances. Objective: The research aimed to answer the following question: Do children residing in residential institutions have delays in neuropsychomotor development? Methodology: This is a literature review research. Publications were searched in the following databases: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde, Scientific Electronic Library Online and Biblioteca Virtual da Saúde. Results: Delays were found related to problem solving and broad motor coordination, coordination, gross and fine motor coordination. The suspicion of language and social interaction delay is found at a lower rate in children who have siblings within the institution. Most individuals had a worsening of their nutritional status after institutionalization. In addition, institutionalized children have more indicators that reveal anxiety, shyness, fear, sadness and more psychotic traits, deficit in social skills, lack of empathy and difficulty in externalizing feelings. Conclusion: The signs of delay in DNPM are greater in institutionalized individuals, regardless of age. It is suggested that institutionalized individuals are periodically evaluated and if any deficit in development is diagnosed, the individual should be referred to professionals working in the area. Ideally, host institutions should have a greater number of monitors so, in this way, provide greater stimulation and interactions with the enviroment.

Keywords: Child development; Social assistance; Early Stimulation; Physiotherapy.

1. INTRODUÇÃO

O desenvolvimento infantil é tido como um processo que tem início desde a fase intrauterina e engloba o crescimento físico, maturação neurológica e a construção de habilidades cognitivas, sociais, comportamentais e afetivas, estágio em que a criança se torna capaz de responder às suas necessidades. Trata-se de um processo contínuo, sequencial e relacionado à idade cronológica que continua até o fim da vida. O desenvolvimento pode ser avaliado através de testes específicos para essa finalidade, a avaliação é o processo de aplicação dos testes a fim de detectar, de forma prática e padronizada, riscos ou atrasos no desenvolvimento. A definição do desenvolvimento infantil como um processo biológico é expresso por um consenso de quase 100 (cem) anos, que, através da observação e senso comum, afirma que as crianças devem crescer e desenvolver-se de acordo com o padrão esperado (CAMINHA et al., 2017; LIMA; CAVALCANTE; COSTA; 2016; OLIVEIRA; CHIQUETTI; SANTOS; 2013).

Alguns dos fatores que podem interferir no desenvolvimento da criança de forma negativa são as condições biológicas e ambientais, a exemplo de distúrbios neurológicos, de comportamento, falta de vínculo mãe-bebê, negligência, violência, cuidados precários à saúde e educação, fatores socioeconômicos, ambiente familiar, acidentes, abandono, entre outros. Essas condições são chamadas de fatores de risco e aumentam as chances de a criança apresentar atraso e distúrbios do desenvolvimento (RAMALHAIS et al., 2020). As principais situações que podem levar à institucionalização da criança são: violência doméstica, familiares com problemas de saúde ou dependentes de álcool e/ou outras drogas, despreparo para a maternidade ou paternidade, dissolução das relações conjugais, desemprego e outros fatores, como parto difícil, separação da criança após o parto, criança do sexo indesejado ou com algum tipo de deficiência (BRUGIOTTO, et al. 2018; OLIVEIRA; CHIQUETTI; SANTOS; 2013).

A pesquisa de Ramalhais, et al., (2020) discorre que experiências de separação ou perda de figuras que servem de referência, quando são as causas da permanência da criança no serviço de acolhimento, geram prejuízos quase irreparáveis no desenvolvimento da linguagem e na capacidade de apegar-se, algumas crianças jamais dormiram fora de casa ou afastaram-se do convívio com a família, e, subitamente são retiradas de seu ambiente. Da concepção até os 3 anos de idade, o afastamento da família e a permanência em uma instituição que ofereça pouco estímulo físico e social pode limitar o desenvolvimento da criança, pois é nesta fase que ocorre a aquisição de habilidades cognitivas e sociais (RAMALHAIS et al., 2020; CANTO; GUIDO; COSTA, 2019).

Atualmente é reconhecido e priorizado o que é conhecido como “os primeiros 1.000 dias”, entende-se que os nove meses de gestação e os primeiros dois anos após o nascimento representam um período de vulnerabilidade em termos de sobrevivência e desenvolvimento infantil, sendo o período apropriado para estimulação (CAMINHA et al., 2017).

Os primeiros anos de vida são considerados os mais importantes para o desenvolvimento do bebê, pelo fato de existir maior plasticidade cerebral. A plasticidade cerebral é reforçada no cérebro em desenvolvimento e a experiência apropriada neste período é de extrema importância para a adequada função dos sistemas neurais, tarefas apropriadas favorecerão a aquisição de habilidades motoras (RAMALHAIS et al., 2020; OLIVEIRA; CHIQUETTI; SANTOS; 2013; CAMINHA et al., 2017).

Na Psicologia do Desenvolvimento existe a Teoria do Apego, que fala sobre a construção de vínculo afetivo nos primeiros anos de vida. A relação estável e afetiva, de preferência com a mãe, sendo uma cuidadora sensível e responsável, em um ambiente familiar, seria o ideal para o desenvolvimento de apego seguro e desenvolvimento social e afetivo saudável. Destaca-se que, conforme a referida teoria, no caso de ocorrer mudanças na relação do bebê com a mãe, a qualidade do apego pode sofrer alterações, podendo haver o não estabelecimento de laços afetivos ou o rompimento destes de forma precoce, sem mencionar o grave risco de a criança desenvolver distúrbios emocionais e desordens psiquiátricas (MOURA; AMORIM, 2013).

As instituições de acolhimento infantil constantemente são citadas como locais de impacto para o desenvolvimento neuromotor, sendo também um local com fator de risco para as infecções respiratórias agudas. Devido a isso, o acompanhamento do desenvolvimento neuromotor e da função ventilatória de crianças institucionalizadas deve ser priorizado, com ações de prevenção e promoção da saúde. No Brasil, cerca de vinte mil crianças e adolescentes vivem em abrigos e acabam sendo privados dos cuidados parentais e do convívio familiar por longos períodos de tempo, o que configura a chamada infância de risco. Na literatura já foi relacionado o tempo de exposição às creches e infecções respiratórias agudas, de forma que a ocorrência entre crianças com permanência semanal de 12 a 50 horas em creches é de três a cinco vezes maior, quando comparadas àquelas cuidadas em casa (BRUGIOTTO, et al. 2018)

Independentemente dos aspectos do ambiente, é possível encontrar estudos que citam que a privação ou institucionalização nos primeiros anos de vida afetam o emocional, cognitivo, social e o desenvolvimento neurofisiológico de uma criança. Existem diversos estudos sobre os prejuízos que instituições de abrigo causam no desenvolvimento, porém a instituição de permanência possui um campo de relações que deve ser explorado, deve-se estimular a interação da criança com o meio em que está inserida e integrar na rotina atividades psicomotoras que podem resultar no desenvolvimento psicomotor e social positivo das crianças (NASCIMENTO; PIASSÃO, 2010; MISQUIATTI et al., 2015).

Para diminuir o atraso no desenvolvimento das crianças com fatores de risco, é necessária uma avaliação precoce e criteriosa, caso seja identificado algum nível de desenvolvimento atípico, uma intervenção adequada deve ser aplicada estimulando as áreas com atraso. Indica-se que o tratamento deve iniciar cedo para um melhor prognóstico (NASCIMENTO; PIASSÃO, 2010).

É preciso enfatizar ainda a importância do conhecimento que os profissionais da saúde devem ter sobre o desenvolvimento infantil e o contexto familiar, não só visualizando a reabilitação, mas também enfatizando a promoção e a prevenção de problemas do desenvolvimento de forma integral (OLIVEIRA; CHIQUETTI; SANTOS; 2013).

Considerando os aspectos citados acima, o presente estudo teve como problema de pesquisa: Crianças residentes em instituições de acolhimento de longa permanência possuem atraso no desenvolvimento neuropsicomotor?

2. METODOLOGIA

Este estudo foi uma pesquisa de revisão de literatura. Entre os meses de janeiro a maio de 2021 foram realizadas as buscas das publicações, bem como textos e artigos confiáveis, indexadas nas seguintes bases de dados: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Electronic Library Online (SciELO) e Biblioteca Virtual da Saúde (BVS), sem restrição do idioma nem período de publicação, e em referências bibliográficas dos artigos selecionados, onde foram definidos e catalogados diferentes e diversos artigos sobre o tema do estudo. Optou-se por estas bases de dados por entender que abrangem a temática abordada. Como critério de amostra, foram utilizados descritores e palavras-chave: desenvolvimento infantil, abrigo social e estimulação precoce.

Os critérios de inclusão foram: pesquisas que abordassem sobre o desenvolvimento neuropsicomotor de crianças institucionalizadas, estudos que avaliassem mais que 1 (uma) criança, estudos publicados em idiomas português e inglês, não sendo definida uma data mínima para a publicação dos estudos. Como critérios de exclusão foram descartados os trabalhos que não apresentam a versão completa nas bases de dados pesquisadas, bem como estudos que avaliaram crianças que nasceram prematuras ou com doenças neurológicas.

A coleta de dados atendeu o seguinte fluxograma:

É utilizado como referência para detectar atrasos no desenvolvimento motor infantil?

3. RESULTADOS

Com a pesquisa nas bases de dados, foram identificados 1020 estudos; após a leitura do título, resumo e metodologia dos estudos, restaram 16 estudos que se encaixavam nos critérios de inclusão da pesquisa, sendo então feita a leitura na íntegra para avaliação de dados. A tabela 1 a seguir mostra os resultados obtidos da revisão de literatura.

TABELA 1 – RESUMO DOS ESTUDOS SELECIONADOS COM REVISÃO DE LITERATURA

Título/Autor/Ano Característica do estudo Objetivo Resultados
Perfil do desenvolvimento neuropsicomotor e aspectos familiares de crianças institucionalizada s na cidade do Recife.

 LIMA, 2011.

Através do teste de Denver II foram avaliadas 22 crianças que residiam em duas unidades de acolhimento, foi realizado também uma análise documentar de dados pessoais das crianças para obter informações sobre a história familiar. Caracterizar o perfil do desenvolvimento neuropsicomotor de crianças institucionalizadas que possuem entre 0 a 4 anos de idade, e identificar a constituição familiar dessas crianças, o tempo de afastamento da família e os possíveis prejuízos da ausência familiar sobre o desenvolvimento neuropsicomotor. Maior índice de comprometimento nas crianças avaliadas é relatado na área de linguagem e menos comprometimento na área de motricidade ampla, as crianças não apresentam comprometimento grave no desenvolvimento neuropsicomotor. As crianças residem no local em média a 1 ano, sobre a história familiar conclui-se que são crianças com problemas de dependência química na família, com problemas de abandono e negligência da família.
Prevalência de
atraso no desenvolvimento neuropsicomotor em pré-escolares

 TORQUATO et al, 2011.

Estudo transversal analítico realizado em três abrigos e uma escola particular da Zona Leste de São Paulo-SP, utilizou- se o Teste Denver II para avaliar em 81 crianças. As crianças foram dividas em dois grupos: Grupo 1 (abrigos) com idade na média de 50,71 ± 17,81 meses e Grupo 2 (crianças da escola particular) com idade na média de 45,81 ± 17,63 meses. Verificar o a prevalência de atraso do desenvolvimento neuropsicomotor (DNPM) em pré- escolares. Não relatou diferenças estatisticamente significativas no desenvolvimento                    neuropsicomotor de crianças institucionalizadas e não- institucionalizadas, porém houve maior prevalência de suspeita de atraso nas crianças institucionalizadas sendo a linguagem a área mais frequentemente afetada nas crianças com suspeita de atraso.
Avaliação e
estimulação do desenvolvimento neuropsicomotor em lactentes institucionalizado s

 NASCIMENTO; PIASSÃO, 2010.

Foram avaliados 5 lactentes, com idades entre 11 e 22 meses através da Escala Brunet- Lèzini (EBL), os lactentes participaram de 20 sessões  de um programa de estimulação neuropsicomotora individualizado. Após foram reavaliados com a mesma escala e os resultados comparados. Avaliar os efeitos de um programa de estimulação neuropsicomotora no desenvolvimento de lactentes institucionalizados, nas áreas postural, da coordenação óculo-motriz, da linguagem e social. Na primeira avaliação 4 lactentes apresentaram atraso no desenvolvimento global e em um apresentou atraso na área social. Na avaliação pós intervenção todas as áreas do desenvolvimento evoluíram, com exceção da área social, na qual o atraso continuou em um caso. O desenvolvimento global alcançou perfis de normalidade em todos os lactentes. Foram obtidos resultados significantes nos quocientes de desenvolvimento da linguagem, coordenação óculo- motriz e para desenvolvimento global.
Avaliação do
crescimento e desenvolvimento de crianças institucionalizadas

 CHAVES et al., 2013.

Estudo com abordagem descritiva, transversal e de natureza quantitativa, realizado em um abrigo do Ceará, nos meses de março e abril de 2011. A amostra foi composta por 44 crianças. Prevaleceram crianças de sexo masculino (59,1%),  faixa etária entre 0 a 6 anos e tempo de abrigamento superior a um ano. Avaliar o crescimento e desenvolvimento de crianças de 0 a 6 anos institucionalizadas. Identificou que as crianças estavam na faixa de normalidade nutricional. Porém, 65,9% das crianças não alcançaram pelo menos um dos marcos do desenvolvimento propostos pelo Ministério da Saúde, porém em relação ao desenvolvimento a maioria das crianças apresentaram atrasos importantes nos fatores sociais e psíquicos, dentre eles destaca-se a linguagem, em que houve déficit significativo em todas as faixas etárias.
Crianças institucionalizadas  apresentam atraso no desenvolvimento neuropsicomotor?

 MEDEIROS, 2015.

Estudo analítico observacional transversal que avaliou crianças de 0 a 6 anos institucionalizadas em Santa Catarina. O desenvolvimento foi avaliado por meio do “Teste de Triagem Denver II” e a qualidade do ambiente institucional utilizando a escala “Infant Toddler Environment Rating Scale Revised (ITERS- R)”. Para as variáveis sócio- demográficas foram realizadas análises descritivas e ANOVA. Aplicado “Kruskal Wallis” para
análise das variáveis do ambiente institucional com correção de Bonferroni. Para verificar associação das variáveis sócio-demográficas e subáreas do desenvolvimento foi usado o Test-t, teste de Mann- Whitney e Qui- Quadrado.
Investigar a existência de Atraso no Desenvolvimento Neuropsicomotor (ADNPM) em crianças institucionalizadas, avaliar a qualidade do ambiente institucional e verificar a existência de correlação entre estas variáveis. Referiu que 53,3 % das crianças apresentavam alteração em alguma área do desenvolvimento. O maior comprometimento ocorreu na linguagem, seguido de pessoal social e motor grosso. A linguagem apresentou diferença significativa em relação ao tempo de institucionalização e possuir irmãos. O domínio pessoal-social apresentou resultados significativos ao ser comparado com possuir irmãos e idade das crianças. As variáveis do ambiente institucional foram significativas em todos os itens da ITERS-R exceto para estrutura do programa.
Desenvolvimento motor em crianças institucionalizada s no serviço de acolhimento em um município do Oeste Catarinense

 MACAGNAN, et al. 2016.

Pesquisa quantitativa de caráter descritivo, Foram avaliadas 9 crianças com a Escala de Desenvolvimento Motor (EDM) que permite avaliar o desenvolvimento de crianças de 2 a 11 anos, abrangendo as seguintes áreas: motricidade fina; motricidade global; equilíbrio; esquema corporal; organização espacial; organização temporal e lateralidade. Avaliar o desenvolvimento motor de crianças institucionalizadas em abrigo Chapecó-SC. Verificou-se o desenvolvimento motor das crianças institucionalizadas foi adequado para a faixa etária, sendo que as áreas de motricidade fina, esquema corporal, organização espacial e linguagem/organização temporal atingiram a classificação normal média, o equilíbrio obteve a classificação de normal baixo e a motricidade global em normal alto.
Análise do desenvolvimento motor em crianças institucionalizada s na faixa etária de 0 a 18 meses

 PEIXE; CUNHA; GOUVEIA, 2015.

Estudo com abordagem quantitativa, do tipo transversal de natureza observacional e descritivo realizado com um total de 17 lactentes de ambos os sexos que residem em um abrigo, na faixa etária de 0 a 18 meses. Os lactentes foram avaliados com a Escala de Alberta Infant Motor. Analisar o
desenvolvimento motor das crianças institucionalizadas no abrigo Tia Júlia.
Avaliados dez lactentes (58,82%) dos 17 avaliados apresentam alteração no desempenho motor, segundo a Escala de AIMS.
Desenvolvimento motor de crianças em vulnerabilidade social: o impacto do acolhimento infantil.

ZANELLA; CHIQUETTI; BRANCO, 2020.

Trata-se de um estudo transversal e observacional, em que 9 crianças com a idade entre 3 e 16 meses foram avaliadas com a AIMS (Alberta Infant    Motor Scale), todas as crianças residem em uma instituição de acolhimento. Identificar                          o desenvolvimento motor de crianças em     situação de vulnerabilidade social em contexto de abrigo. Os resultados obtidos através avaliação foram: 6 crianças apresentaram atraso no desenvolvimento motor, 2 crianças com suspeita de atraso no desenvolvimento motor e 1 crianças com o desenvolvimento motor normal. A pontuação mais baixa foi encontrada na postura de prono e em pé. As crianças no segundo semestre de vida apresentam uma pontuação baixa na postura sentada, e apresentam atraso no marco motor de engatinhar. Em relação ao primeiro semestre as crianças não possuem habilidade de manter-se apoiada nos cotovelos e levantar e manter a cabeça a 45 graus.
Avaliação nutricional de
crianças e adolescentes institucionalizado s

 CORVELHO; ETGES, 2019.

Este é um estudo transversal retrospectivo e de caráter quantitativo, realizado com 31 crianças  e adolescentes de 0 a 15 anos que vivem em uma instituição de acolhimento. Foi utilizado o Qui-quadrado para verificar possíveis mudanças no estado nutricional e no consumo alimentar dos escolares antes e após o acolhimento, e para a comparação das variáveis estado nutricional (antes e após o acolhimento) com sexo e motivo do abandono. Avaliar o estado nutricional das
crianças e adolescente e relacionar com o tempo de permanência na instituição COPAME.
O principal motivo que levou as crianças ao acolhimento foi negligência, em relação ao tempo de abrigamento das crianças durante o período da coleta de dados a média foi de 6,90±5,93 meses. Ao analisar os dados antropométricos dos dois grupos etários estudados, 0 a 5 anos e 5 a 15 anos, foi possível observar que houve uma piora do estado nutricional em todas as variáveis estudadas, em relação ao momento e após o abrigamento, uma parte das crianças apresentou o crescimento insatisfatório comparando com os padrões adotados pelo Mistério da Saúde.
Motor learning in children and adolescents institutionalized in shelters

 SANTOS et al. 2017.

Foram avaliados 36 indivíduos entre 6 e 18 anos, que divididos em 2 grupos: grupo experimental, composto por crianças e
adolescentes institucionalizados e grupo controle. Para avaliação da aprendizagem motora foi utilizada a tarefa de labirinto realizada em três fases: aquisição, retenção e
transferência. Para análise dos dados foram utilizados os testes de Shapiro Wilk, Wilcoxon, Mann Whitney, Kruskal Wallis e pós-teste de Dunn.
Analisar a aprendizagem motora de crianças e adolescentes institucionalizados em abrigo e comparar com indivíduos em contexto familiar. Neste estudo os indivíduos institucionalizados em abrigo apresentaram déficit na aprendizagem motora, apresentando maior tempo de execução da tarefa comparado aos indivíduos não institucionalizados, porém ambos evoluem de maneira semelhante durante a realização da tarefa.
Habilidades Sociais e Problemas de Comportamento de Crianças sob Acolhimento Institucional

 GUERRA; PRETTE, 2020.

Participaram 36 crianças, ambos os gêneros, na faixa etária de 6 a 12 anos e 19 cuidadores, como avaliadores do repertório das crianças, utilizando-se o Inventário de Habilidades Sociais, Problemas de Comportamento e Competência Acadêmica para Crianças (SSRS). Caracterizar o repertório de habilidades sociais e problemas de comportamento de crianças em situação de acolhimento institucional e analisar possíveis associações entre o repertório de habilidades sociais e      problemas de comportamento nessa população específica. Em relação às habilidades sociais, o repertório da maioria das crianças foi classificado como deficitário e médio inferior, tanto no escore geral como em três escores fatoriais, tanto na autoavaliação quanto na avaliação do cuidador. Sobre os escores fatoriais, a amostra apresentou repertório altamente comprometido em problemas de comportamento, os maiores déficits ocorreram em habilidades de empatia.
Motricidade de lactentes que vivem em abrigo

 REIS; PARAIZO; CAMPOS, 2012.

Trata-se de um estudo transversal. Foram avaliados 5 lactentes, com idade entre 7 e 12 meses, que vivem em abrigo. Para avaliação foi utilizada a Alberta Infant Motor Scale (AIMS). Avaliar a motricidade de lactentes que vivem em abrigo, visando detectar precocemente possíveis atrasos ou alterações motoras, e  encaminhá-los para intervenção. Verificou-se que 80% foram classificados abaixo do percentil 50, abaixo da média do grupo normativo, 40% dos lactentes apresentaram suspeita de atraso motor, sendo que as habilidades mais prejudicadas estavam relacionadas à posição sentada e em pé.
Avaliação de Desenvolvimento de Bebês em Acolhimento Institucional com “Ages and Stages Questionnaires”

 DIAS; PEDROSO; SANTOS, 2015.

A pesquisa foi realizada com seis bebês com idades entre 4 e 9 meses, e com as cuidadoras de referência dos dormitórios na instituição.  Os questionários Ages and Stages Questionnaires (ASQ-3) foram aplicados na avaliação das crianças. O estudo avalia o desenvolvimento de crianças em acolhimento institucional no que se refere às áreas da comunicação, coordenação motora fina e grossa, resolução de problemas e comportamento pessoal-social. Cinco das seis crianças apresentam alterações no seu desenvolvimento normal e necessitariam de avaliação mais aprofundada, principalmente, nas áreas de coordenação motora ampla e resolução de problema. Os principais atrasos estão relacionados à resolução de problemas e coordenação motora ampla, coordenação motora grossa e fina e habilidades de comunicação.
 
Condição nutricional de crianças admitiras
em uma instituição de acolhimento

 SILVEIRA, et al. 2016.

Estudo transversal, retrospectivo, avaliou 166 crianças menores de cinco anos de idade, acolhidas entre setembro de 2007 e setembro de 2012, em uma instituição de Recife. As variáveis estudadas foram sexo, peso, estatura, idade e motivo do acolhimento. O estado nutricional foi analisado mediante os índices antropométricos: peso por idade, estatura por idade, peso por estatura e índice de massa corporal para idade. Avaliar o estado nutricional de crianças de uma instituição         de acolhimento na cidade de Recife, no momento da admissão. A maioria das crianças era classificada como eutrófica quando chegou à instituição, a desnutrição foi o distúrbio nutricional mais
prevalente, sendo superior aos da população de mesma faixa etária no estado de Pernambuco. A desnutrição segundo o índice peso por estatura foi maior na faixa etária dos 6 aos 11 meses.
Analysis of fine motor control in institutionalized sheltered children and adolescents through performance in computer software

 ARAUJO, et al. 2020.

Estudo transversal no qual participaram 54 sujeitos, divididos em dois grupos: 27 crianças  e adolescentes abrigados institucionalizados e 27 crianças e adolescentes abrigados   não institucionalizados. O psychomotor battery e o software Learning and Motor Control foram utilizados para avaliar o desenvolvimento e o controle motor.                                                                                                             Analisar o desenvolvimento psicomotor e o controle motor fino de crianças e adolescentes abrigados, institucionalizados e não institucionalizados. Os indivíduos institucionalizados apresentaram desenvolvimento psicomotor inferior quando comparados com indivíduos não institucionalizados, apresentaram prejuízo no controle motor fino, percorrendo uma distância maior na tarefa que exigia o movimento diagonal, maior tempo de execução, menos acertos e mais erros.

Como já citado anteriormente, o desenvolvimento infantil de crianças institucionalizadas é considerado de risco, devido ao afastamento das crianças de suas famílias, cuidados não qualificados, superlotação de crianças, pouco espaço, poucas atividades de interação e com poucas chances de estimulação adequada à criança. Fazendo-se necessária uma avaliação sobre a qualidade do ambiente, considerando este um fator importante e com influência direta no desenvolvimento neuropsicomotor DNPM (CASTANHO; ASSIS, 2004; MEDEIROS, 2015).

O crescimento e o desenvolvimento motor não dependem apenas da maturação do SNC, mas também das experiências e oportunidades com o meio ambiente, principalmente nos primeiros 12 ou 18 meses de vida. Essas condições associadas a uma estimulação eficiente com bom relacionamento materno são fundamentais para o desenvolvimento intelectual (CASTANHO; ASSIS, 2004).

Nos primeiros três meses de vida o ganho motor do bebê é o alinhamento da cabeça e o movimento ativo contra a gravidade. O quarto, quinto e sexto mês, são marcados por grandes progressos em relação a força contra gravidade, a criança mantém a cabeça alinhada em relação ao corpo e começa a sentar sozinho com apoio anterior, por curtos períodos de tempo. Já no sétimo, oitavo e nono mês, começa a movimentar-se pelo ambiente de forma mais independente, inicia a rotação de tronco sentado com apoio lateral e é capaz de puxar-se para levantar. No décimo, décimo primeiro e décimo segundo mês, o bebê adquire o controle do corpo em posturas altas, o que levará a uma maior amplitude de seus movimentos (CASTANHO; ASSIS, 2004).

No estudo de Castanho e Assis (2004). apenas uma criança não apresentou resultado abaixo do percentil 50 da Alberta Infant Motor Scale (AIMS), 97% dos participantes estavam abaixo desse percentil. As pontuações abaixo do percentil 50 foram mais elevadas na faixa de 10 a 11 meses de idade, porém elevada e mais homogênea na faixa de 6 a 7 meses de idade. Além da falta materna não foi encontrado nenhum fator determinador para os atrasos, a não ser o ambiente e o fato de só haver um cuidador para 13 crianças. Existem indícios de que o atraso motor verificado na população estudada possa ter relação direta com o ambiente e a falta de estimulação, podendo-se caracterizar, nesse caso, o atraso motor dito circunstancial.

Danielli et al., (2016) apresentou resultado parecido na avaliação de crianças entre 1 e 14 meses. Na avaliação realizada pré-intervenção, as crianças foram classificadas com atraso motor, já na avaliação pós-intervenção fisioterapêutica o desenvolvimento foi classificado como normal. A intervenção motora teve duração de dois meses, sendo realizada uma vez por semana durante 20 minutos, no período da tarde.

Esse resultado pode ser comparado também com o estudo de Zanella, Chiquetti e Branco (2020), que foi realizado com crianças de 3 a 16 meses, em que as crianças avaliadas apresentam atraso no primeiro, segundo e terceiro semestre de vida, sendo que das 9 crianças avaliadas apenas uma possuía desenvolvimento motor normal.

Comumente em estudos com lactentes institucionalizados são encontradas alterações do desenvolvimento, como por exemplo no estudo de Nascimento e Piassão (2010) em que os lactentes avaliados entre 11 a 22 meses apresentaram atraso no desenvolvimento global, afetando o cognitivo, físico, comportamental, emocional e social. Sendo passível de comparação com a pesquisa de Peixe, Cunha e Gouveia (2015) que em seu estudo com crianças de 0 a 18 meses relatou que os lactentes avaliados apresentaram alteração no desenvolvimento motor.

Resultados parecidos são encontrados nos estudos de Dias, Pedroso e Santos (2015) em que avaliaram crianças de 4 a 9 meses e as mesmas apresentaram atraso em coordenação motora ampla, resolução de problema e comunicação, no estudo de, Reis, Paraizo e Campos (2012) em que avaliaram lactentes de 7 a 12 meses e constataram que a maioria dos lactentes (80%) foram classificados abaixo do percentil 50 da escala AIMS, 40% dos lactentes apresentaram suspeita de atraso motor.

Em contra partida na pesquisa de Torquatto, et al. (2011) as crianças institucionalizadas avaliadas entre 17 a 82 meses não apresentaram suspeita de atraso no desenvolvimento neuropsicomotor (ADNPM) em relação às crianças não institucionalizadas, porém, a prevalência de suspeita de atraso da linguagem foi maior entre as crianças institucionalizadas. Sendo comparável com o estudo de Chaves, et al. (2013) realizado com crianças de 24 a 72 meses, em que as crianças avaliadas também apresentam déficit principal na linguagem em todas as idades avaliadas.

Pode-se incluir o estudo de Lima (2011), que avaliou crianças com menos de 6 anos de idade e traz como resultado que o maior índice de comprometimento nas crianças avaliadas também é relatado na área de linguagem e menos comprometimento na área de motricidade ampla.

O estudo de Medeiros (2015) avaliou os quatro domínios de desenvolvimento de 15 crianças institucionalizadas, entre 0 e 6 anos de idade, dentre eles o da linguagem, domínio pessoal-social, domínio motor fino e grosso. 46,7% das crianças avaliadas apresentaram desenvolvimento normal em todos os domínios, 40% apresentaram alteração na área da linguagem, 6% no domínio pessoal social, 13,3% alteração motora grossa e nenhuma criança apresentou comprometimento na área motora fina. Crianças com irmãos dentro da instituição apresentaram menor suspeita de atraso na linguagem e pessoal social. Pode-se levar em consideração que o irmão é uma figura facilitadora e significativa como um vínculo duradouro.

Macagnan et al, (2016) relata que as crianças avaliadas entre 2 e 11 anos de idade não apresentam atraso, porém destaca que o melhor desempenho se encontra no quesito motricidade global e o maior déficit no quesito equilíbrio.

O estudo de Santos et al. (2017) com jovens de 6 a 18 anos chegou à conclusão de que indivíduos institucionalizados em abrigo apresentaram um déficit na aprendizagem motora, verificada pelo maior tempo de execução da tarefa em comparação a jovens não institucionalizados. Araujo et al (2020) analisou o desenvolvimento psicomotor e o controle motor fino de crianças e adolescentes institucionalizados e não institucionalizados em abrigos através de um software, a idade dos indivíduos avaliados varia entre 6 e 18 anos. No resultado obtido os indivíduos institucionalizados apresentaram desenvolvimento psicomotor inferior, além de comprometimento no controle motor fino com maior distância percorrida na tarefa que exigia o movimento em diagonal, maior tempo na execução, menos acertos e mais erros.

Um dos tópicos evidenciados foi que a instituição com maior suspeita de ADNPM, ocorreu no local em que as cuidadoras possuem uma jornada de trabalho de 12h e 36h de folga subsequentes, enquanto nas outras instituições possuem cuidadoras que trabalham por 24h ou que trabalham com dedicação exclusiva para as crianças (MEDEIROS, 2015). Apesar de muitas crianças institucionalizadas não apresentarem sequelas graves no desenvolvimento, muitas exibem sequelas de problemas induzidos por privações precoces como: problemas psicológicos e neuroevolutivos, desordens no processo sensorial (CASTANHO; ASSIS, 2004).

Em relação ao percentil peso/estatura, grande parte das crianças entre 24 e 72 meses, encontrou-se na faixa de normalidade, totalizando 84%. Contudo, 11,4% das crianças encontraram-se na faixa de sobrepeso e 4,6% na faixa de desnutrição aguda (CHAVES, et al. 2013). Silveira et al. (2016) avaliou crianças menores de 5 anos e relata que apresentaram alto índice de desnutrição e a baixa estatura.

Corvelho e Etges (2019) realizaram um estudo sobre o estado nutricional em crianças institucionalizadas de 0 a 15 anos e relatam que houve uma piora do estado nutricional em todas as variáveis estudadas, em relação ao momento e após o abrigamento, uma parte das crianças apresentou o crescimento insatisfatório comparando com os padrões adotados pelo Ministério da Saúde.

De acordo com o Ministério da Saúde em relação ao peso por idade para meninas e meninos, ambos estão classificados que ao nascer deve-se pesar aproximadamente 3 quilos e aos 5 anos de idade devem estar na faixa de 18 quilos. Aos 10 anos de idade, meninos devem pesar 30 quilos e meninas 38 quilos (BRASIL, 2007).

Sobre o peso por estatura em meninas de 2 a 5 anos de idade deve variar entre: meninas com 65cm devem pesar aproximadamente 7 quilos e meninas de 120cm devem pesar 23 quilos. Os meninos de 2 a 5 anos com 65cm devem pesar aproximadamente quase 8 quilos e os com 120cm devem pesar 22 quilos. A estatura de meninas de 15 anos deve ser de aproximadamente 160cm e dos meninos 170cm (BRASIL, 2006).

O estudo de Santos et al., (2010) com crianças de 5 a 10 anos, revela que crianças institucionalizadas, avaliadas através do Desenho da Figura Humana, apresentaram mais indicadores emocionais que revelam ansiedade, timidez, temor e tristeza, apresentaram também mais traços de psicoticismo e neuroticismo do que as crianças não institucionalizadas. Porém, deve-se levar em consideração o histórico de experiência familiar associada à rejeição, abandono, negligência e vitimização, sendo assim não é possível afirmar que esses dados são efeitos apenas da institucionalização.

Guerra e Prette (2020) avaliaram jovens de 6 a 12 anos de idade, e apresentaram dados de déficit nas habilidades sociais, falta de empatia e problemas para externalizar sentimentos.

No estudo de Castanho e Assis (2004), foi citado que todo abandono condiciona sentimentos de agressividade, angústia e não valorização de si mesmo, cita-se também a teoria de Bowlby, relatando que ao privar uma criança muito nova por um período prolongado dos cuidados maternos pode causar consequências no caráter, efeitos que podem se prolongar por toda a vida, alguns podem ser amigáveis em demasia, devido ao vínculo inseguro, enquanto outros evitam qualquer contato, como se estivessem com medo de decepcionar-se.

4. DISCUSSÃO

As crianças estão em constante mudança e devem seguir uma sequência previsível e regular de crescimento físico e de neurodesenvolvimento, o desenvolvimento motor sofre influências multifatoriais, resultando de fatores intrínsecos e extrínsecos, provocando variações de um indivíduo para o outro. Para compreendê-lo, deve-se prestar atenção na história, na cultura e nas oportunidades de prática de cada indivíduo em conjunto. Contudo, um ambiente pobre de estímulos pode ter influência direta no desenvolvimento motor desta criança (CASTANHO; ASSIS, 2004; OLIVEIRA; CHIQUETTI; SANTOS; 2013).

Além da hereditariedade e adaptação biológica, a criança precisa estar em um ambiente facilitador, adequado e estimulador para que lhe sejam oferecidas as condições propícias para autonomia (ANTONIETTO, 2019). Os atrasos no desenvolvimento infantil causam prejuízos que podem se estender até a fase adulta. Quando criança esses prejuízos podem ser demonstrados através da sala de aula, por exemplo, quando a criança demonstra dificuldades de aprendizagem (NASCIMENTO; PIASSÃO, 2010).

Para analisar o desenvolvimento deve-se compreender as mudanças que são semelhantes e consideradas universais, considerar as diferenças individuais e entender a forma como o comportamento das crianças é influenciado pelo contexto ambiental. Crianças de nível socioeconômico baixo, abandonadas e ainda institucionalizadas, podem ser consideradas grupos de risco para atraso no desenvolvimento psicoafetivo e psicossocial (CASTANHO; ASSIS, 2004).

Em instituições de acolhimento, frequentemente, as crianças encontram-se parcialmente privadas de praticar habilidades motoras, por serem muito novas e estarem limitadas ao berço, quase sem locomoção e locais para explorar, favorecendo que ocorram prejuízos ao desenvolvimento motor (CASTANHO; ASSIS, 2004).

No Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA – (1990), o “acolhimento institucional e o acolhimento familiar são medidas provisórias e excepcionais, utilizáveis como forma de transição para reintegração familiar ou, não sendo esta possível, para colocação em família substituta, não implicando privação de liberdade”, sendo assim, a função do abrigo é retirar a criança de um ambiente de risco até o momento em que se torne adequado e seguro para o desenvolvimento saudável (MOURA; AMORIM, 2013).

A institucionalização precoce pode prejudicar a memória de crianças em idade escolar. Uma pesquisa verificou que o desempenho da memória visual de crianças institucionalizadas em relação ao de crianças que não são institucionalizadas, sugeriu alterações estruturais no lobo temporal medial (incluindo o hipocampo) e no córtex pré-frontal. O que colabora para a compreensão dos processos cognitivos que podem ser afetados pela falta de estímulos associados com o cuidado institucional precoce (NASCIMENTO; PIASSÃO, 2010).

O estudo de Moura; Amorin (2013) traz argumentos de que a Teoria do Apego descreve a família como o lugar “ideal” de desenvolvimento e considerou “de risco” as creches e, acima disso, as instituições de abrigo. Além de destacar que a relação com a família é citada como a única maneira saudável de desenvolvimento, sendo esse o apego seguro.

Os mesmos autores ainda trazem estudos em que discorrem sobre um quadro de normopatia institucional, ou seja, de bebês estruturando-se sobre um falso self. Com esse falso self, a criança estaria aparentemente saudável enquanto está na instituição, mas evidenciaria um ajustamento superficial quando fosse embora.

Existe diferença entre atraso de desenvolvimento real e circunstancial, visto como real quando há uma lesão orgânica instalada como causa do problema, enquanto que o atraso circunstancial ocorre apenas por interferência social, como é o caso das crianças institucionalizadas. Se uma criança possui poucas experiências motoras e, devido a isso, apresenta atraso motor quando comparada a crianças da mesma faixa etária, este atraso pode ser considerado circunstancial. Há indícios de que o atraso motor verificado na população estudada possa ter relação direta com o ambiente e a falta de estimulação, caracterizando-se, neste caso, o atraso motor como circunstancial. 97% das crianças avaliadas com base na Alberta Infant Motor Scale (AIMS) com idade até dezoito meses, apresentaram alterações no curso do desenvolvimento motor na época da avaliação. Existe, ainda, a possibilidade da ocorrência de problemas neurofisiológicos em crianças que vivem em ambientes institucionais (CASTANHO; ASSIS, 2004).

Um estudo que analisou as relações entre os problemas escolares de crianças institucionalizadas verificou que 62% das crianças apresentaram pelo menos um problema de aprendizagem ou comportamento na escola, demonstrando, ainda, que as crianças mais vulneráveis são as do sexo masculino que foram para a instituição de abrigo por ordem judicial, com problemas na interação com os pais biológicos até mesmo as que permaneceram na instituição por curtos períodos de tempo (NASCIMENTO; PIASSÃO, 2010).

Misquiatti et al. (2015) realizaram um estudo em que foi possível comparar o vocabulário de crianças pré-escolares que residem em instituições de abrigo com crianças pré- escolares que moram com a família e estudam em escola pública e particular. Como resultado, o vocabulário das crianças que residem em instituições está abaixo da expectativa para a idade e é inferior em relação as crianças que residem com a família. As crianças da instituição parecem estar em um ambiente social menos favorável para o desenvolvimento da linguagem nos aspectos vocabulário-semântico do que as crianças que vivem com suas famílias

Em uma pesquisa sobre a classificação da maturidade cognitiva das crianças, 30,7% das crianças não institucionalizadas obtiveram classificação média, considerada como um resultado adequado para a faixa etária avaliada, e 57,2% da amostra das crianças institucionalizadas está abaixo da média (ANTONIETTO, 2019).

Com relação a padrões de vínculos, autoestima e estados emocionais em uma criança institucionalizada e não institucionalizada é possível identificar que crianças não institucionalizadas apresentam maiores indícios de um padrão seguro em comparação com crianças institucionalizadas. Tratando-se do desenvolvimento emocional, no entanto, deve-se considerar que depende de uma relação de qualidade com a família para garantir segurança e base que representam apoio positivo durante o desenvolvimento. (ANTONIETTO, 2019)

5. CONCLUSÃO

A análise das pesquisas trouxe como percepção que indícios de atraso no DNPM é maior em indivíduos institucionalizados, independente da idade. O principal traço de atraso encontrado é no desenvolvimento global afetando o cognitivo, físico, comportamental, emocional e social.

É de conhecimento popular que a criança precisa estar em um ambiente facilitador, adequado e estimulador, o que acontece é que em instituições de acolhimento, frequentemente, as crianças encontram-se parcialmente privadas de praticar habilidades motoras, quase sem locomoção e locais para explorar, devido também a sobrecarga das cuidadoras, sendo responsáveis por muitas crianças ao mesmo tempo, isso acaba favorecendo a ocorrência de prejuízos ao desenvolvimento motor. Existem indícios de que o atraso motor pode ter relação direta com o ambiente e a falta de estímulo, sendo classificado como atraso circunstancial, com estímulos o atraso tende a melhorar.

A institucionalização muitas vezes cumpre com sua função de retirar a criança de um ambiente de alto risco e não apropriado para o desenvolvimento saudável pelo período de tempo necessário, porém, deixa a desejar na falta de estímulos e no grande número de crianças e a falta de profissionais no local.

Indica-se que indivíduos institucionalizados sejam avaliados periodicamente e caso seja diagnosticado algum déficit no desenvolvimento deve-se encaminhar o indivíduo para profissionais atuantes na área. O ideal seria que as instituições de acolhimento possuíssem um maior número de cuidadoras para crianças, dessa forma seria possível quer as crianças fossem mais estimuladas a interagir com o ambiente.

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Qual a escala que verifica o atraso no desenvolvimento infantil?

O Teste de Denver é uma escala utilizada por profissionais de saúde para avaliar e identificar crianças entre 0 e 6 anos de idade com risco para atraso no desenvolvimento (ADNPM).

Como identificar o atraso no desenvolvimento de uma criança?

Quais são os principais sinais de atraso no desenvolvimento?.
Hipotonia: músculos fracos e postura descaída até 6 meses..
Dificuldade de sustentar a própria cabeça aos 3 meses..
Não conseguir se sentar sozinha aos 6 meses..
Não começar a engatinhar antes dos 9 meses..
Não andar sozinha antes dos 15 meses..

Como diagnosticar atraso no desenvolvimento?

Sinais e sintomas do atraso no desenvolvimento Aprendizagem e desenvolvimento mais lento do que outras crianças da mesma idade. Rolar, sentar, engatinhar ou andar muito mais tarde do que o esperado. Dificuldade de comunicação ou socialização. Dificuldades para falar ou atrasos na fala.

O que é a escala de Gesell?

O teste de Gesell é um teste de referência, envolvendo a avaliação direta e a observação da qualidade e da integração de comportamentos10. Pode ser aplicado em crianças de quatro semanas até 36 meses de idade cronológica.