Qual a principal característica da Política dos Governadores?

Isto você deve lembrar da aula de história: a palavra “oligarquia” vem do grego e significa “governo de poucos”. No caso da República Oligárquica, foi o momento em que o Brasil esteve na mão dos setores das oligarquias de São Paulo e Minas Gerais. Os grandes fazendeiros – os “coronéis” – estavam diretamente ligados ao poder, influenciando as eleições para presidente e governador. Veja 7 características políticas e econômicas que foram importantes na época:

– Política do Café com Leite

O nome é uma alusão à aliança que alternava no poder os representantes dos estados de Minas Gerais, produtor de leite, e São Paulo, líder na produção do café. Eram os dois estados mais ricos e populosos do Brasil naquele período. Estavam representados pelos partidos Republicado Paulista (PRP) e Republicano Mineiro (PRM). A cada eleição, era escolhido um candidato único às eleições presidenciais, ora escolhido por Minas, ora por São Paulo. Em alguns casos foram abertas exceções que permitiram a entrada de candidatos gaúchos.

Qual a principal característica da Política dos Governadores?
Quadro “O Café”, de Cândido Portinari (1935) (foto: reprodução)

– Política dos Governadores

Todo esse esquema político de alternância entre SP e MG só foi possível porque foi estabelecida a chamada “Política dos Governadores”, que funcionava assim: o presidente dava suporte aos candidatos oficiais nas eleições dos estados e, os governadores, de sua parte, apoiavam o indicado do governo nas eleições para presidente.

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– Coronelismo

Para dar certo a eleição dos candidatos escolhidos, era preciso que alguém estivesse por trás de tudo isso. Esse “alguém” eram os coronéis, que não chegavam a ser militares, mas sim grandes produtores rurais. O título foi distribuído em troca de favores ainda na época do Brasil Império, mas manteve o seu prestígio depois da proclamação da República. Eles dominavam as suas regiões, os chamados “currais eleitorais”.

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– Voto de cabresto

Essa expressão, “voto de cabresto”, é bem importante lembrar. Imagine só: o voto era aberto e, portanto, bem fácil de ser manipulado. Os coronéis tinham grande poder em seus “currais” e contavam com afilhados políticos, que votavam nos candidatos escolhidos por eles em troca de proteção. Para conseguir o voto, eram usadas estratégias como violência, ameaças, fraudes de documentos e troca de favores (como a compra de votos).

– Começo da industrialização brasileira

A industrialização brasileira começou a engatinhar nas primeiras décadas do século 20. Parte do lucro obtido nos cafezais foi usada como investimento para a indústria, que se desenvolveu principalmente na região Sudeste. Mesmo durante a República da Espada, Floriano Peixoto tinha facilitado as importações de equipamentos industriais e a concessão de financiamentos para a expansão desse tipo de atividade econômica.

– Formação de bairros operários e chegada de imigrantes

Uma das consequências do processo de industrialização foi a maior fixação de pessoas nas cidades, especialmente em torno dos bairros operários. A densidade populacional aumentou ainda mais com a chegada de imigrantes majoritariamente europeus (principalmente italianos) para trabalhar nas fábricas. Junto com esses operários estrangeiros, vieram ao Brasil ideias sindicais e a luta por direitos trabalhistas por meio de greves (A Greve Geral de 1917 é uma das mais famosas do período).

 – Tenentismo

O Tenentismo foi um movimento de caráter militar, formado principalmente por oficiais da ala jovem do Exército, que estavam descontentes com a corrupção das eleições. A intenção era usar a luta armada para derrubar o governo. Foram apoiados por oligarquias dissidentes e por parte da classe média. Defendiam o voto secreto, o combate à corrupção e um governo central forte.

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Política do Café com Leite” é uma expressão utilizada para caracterizar um procedimento político típico de um período da história do Brasil denominado de República Oligárquica(1898 a 1930). Esse procedimento consistia na alternância no cargo de Presidente da República entre as oligarquias dos dois estados mais poderosos da época, o estado de São Paulo e o estado de Minas Gerais. Para compreendermos como esse procedimento foi viável, é necessário que saibamos o efeito que teve a opção do Brasil pelo sistema federativo naquela época.

  • Tópicos deste artigo

    • 1 - Sistema federativo e descentralização do poder
    • 2 - Política dos Governadores e Política do Café com Leite

    Sistema federativo e descentralização do poder

Com a Proclamação da República, em 15 de novembro de 1889, a organização política do Brasil mudou estruturalmente. Durante o PeríodoImperial, a política era centralizada no gabinete do Imperador, e o país era administrado regionalmente pelos presidentes de províncias. O poder central era exercido pela própria figura do imperador por meio do Poder Moderador.

O regime republicano, inspirado no modelo dos Estados Unidos e, em parte, no modelo positivista de Auguste Comte, descentralizou o poder. As antigas províncias converteram-se em estados da Federação, com autonomia para decisões políticas, econômicas e militares – tudo isso garantido pela primeira lei máxima de nossa Primeira República, a Constituição de 1891. Como assinala Boris Fausto, em sua História do Brasil:

A chave da autonomia dos estados – designação dada às antigas províncias – estava no artigo 65, §2º da Constituição. Aí se dizia caber aos Estados poderes e direitos que não lhes fossem negados por dispositivos do texto constitucional. Desse modo, os Estados ficaram implicitamente autorizados a exercer atribuições diversas, como as de contrair empréstimos no exterior e organizar forças militares próprias: as forças públicas estaduais. Tais atribuições eram do interesse dos grandes Estados e, sobretudo, de São Paulo. [1]

Porém, em vez de ter dado vazão a um pleno funcionamento da República Federativa, a autonomia dos estados levou à sobreposição de alguns estados (os mais poderosos economicamente) sobre o próprio poder federal.

  • Política dos Governadores e Política do Café com Leite

Os dois estados que mais se beneficiaram com o sistema federativo foram São Paulo e Minas Gerais (atrás deles estavam Bahia, Rio Grande do Sul e Pernambuco). As características econômicas desses dois estados, isto é, a produção de café, em São Paulo, e a de leite, em Minas, serviram de mote para a designação de “Política do Café com Leite”. Isso porque o cargo de presidente da República passou a ser ocupado, na maior parte das vezes, por algum representante dos oligarcas de um desses dois estados.

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Ao presidente cabia organizar total a máquina estatal em função da administração dos interesses desses oligarcas e de quem mais orbitasse em volta deles.

Esse esquema passou a se efetivar durante o governo de Campos Sales, a partir de 1898, e ficou conhecido como “Política dosGovernadores”. Essa política constituía a base da Política do Café com Leite. Diz Boris Fausto que o objetivo principal da “política dos governadores” era:

[…] reduzir ao máximo as disputas políticas no âmbito de cada Estado, prestigiando os grupos mais fortes; chegar a um acordo básico entre a União e os Estados; pôr fim às hostilidades existentes entre o Executivo e o Legislativo, domesticando a escolha dos deputados. O governo central sustentaria assim os grupos dominantes dos Estados, enquanto estes, em troca, apoiariam a política do presidente da República. Para ajustar a Câmara dos deputados a esses fins, processou-se uma pequena mas importante modificação em seu regimento. Apesar de um pouco complicada, vale a pena conhecê-la, entre outras coisas, por ser um exemplo vivo de como se manipulava a representação popular. [2]

Pelo fato de os dois estados que se tornaram preponderantes nessa fase da República terem sido São Paulo e Minas Gerais, os dois partidos que faziam as principais articulações políticas e eleitorais eram o Partido Republicano Paulista (PRP) e o Partido Republicano Mineiro (PRM).

NOTAS

[1] FAUSTO,Boris. História do Brasil. São Paulo: EDUSP, 2013. p. 214-15.

[2] ibid. p. 222-23


Por Me. Cláudio Fernandes

Qual a principal características da Política dos Governadores *?

Denominada "política dos governadores", significou, na prática, que o governo central deveria respeitar as decisões dos partidos que mantinham o poder em cada estado, desde que estes elegessem bancadas no Congresso absolutamente fiéis ao presidente da República.

Qual é a principal característica do coronelismo?

O voto de cabresto é a principal característica do coronelismo. O termo “cabresto” se refere a um arreio colocado no cavalo para controlar o seu movimento. Esse acessório foi associado ao coronelismo porque os coronéis conseguiam controlar a votação em sua região de domínio.

Quais são as principais características políticas?

Aprovada pela comunidade. Uma sociedade democrática possui as seguintes características: direito ao voto, divisão de poderes (legislativo, executivo, judiciário), igualdade perante a lei (independentemente do sexo, raça,etc), direito livre de qualquer trabalho/profissão.

O que foi a Política dos Governadores questões?

A Política dos Governadores foi um acordo político firmado durante o período da República Velha (1889-1930). O intuito era unir os interesses dos políticos locais marcado pelas oligarquias estatais da época juntamente ao governo federal, para assim, garantir o controle do poder político.