O leite materno pode secar de repente

Nos grupos de apoio à amamentação é comum que as mães se queixem de redução da produção de leite em algum momento do período de lactação. Algumas mulheres acreditam que seu leite está secando, que não vai mais satisfazer às necessidades do bebê, que precisam ingerir algum medicamento ou alimento para aumentar a produção ou que o bebê está rejeitando o seio. Na verdade, existem algumas causas da redução da produção láctea que a mãe deve conhecer e verificar qual o seu caso para reverter rapidamente a situação.

 

Algumas explicações para a redução do leite materno são físicas (hipotireoidismo, diabetes, uso de anticoncepcionais orais, etc), no entanto, as questões práticas, ou seja, relacionadas à forma de amamentar são as mais frequentes e, felizmente, mais simples de serem modificadas.

 

Algumas situações em que a produção de leite diminui são:

 

  • Adaptação à demanda do bebê: com o nascimento, o colostro é liberado entre 3-7 dias após o parto, quando acontece a apojadura (descida do leite em grande quantidade). Inicialmente, a mãe percebe suas mamas cheias, muitas vezes ocorre ingurgitamento e até mastite. Ela precisará ordenhar diversas vezes, amaciar a aréola para o bebê conseguir abocanhar e mamar corretamente e isso ocorre porque o organismo não sabe o volume necessário ao bebê. Após os primeiros meses, a produção de leite passa a ser regulada pela ingestão. Isso não quer dizer que o leite diminuiu, apenas se adaptou às necessidades.

 

  • Uso de leite artificial: quando o leite artificial é inserido na dieta do lactente, o que ocorre é uma redução da amamentação. Como o leite é produzido pela ordenha e esvaziamento das mamas, nos horários em que o bebê ingerir leite artificial não estimulará o seio e, portanto, haverá menor produção de leite com o tempo. Para promover o aumento, a mãe deve amamentar o bebê em todas as mamadas, permitir que ele esvazie ao menos uma mama e oferecer a outra, caso ele deseje. Se realmente for necessário uso de complemento, será após as mamadas, em quantidade reduzida e apenas por um tempo, até que a produção se adapte à necessidade dele.

 

  • Uso de bicos artificiais: o uso de chupeta, por exemplo, faz com que o bebê realize sucção não nutritiva (sem a presença de alimento, no caso o leite) e muitas vezes estará com a musculatura fadigada no momento da amamentação. Como resultado, a ordenha pode ficar prejudicada, além do risco de confusão de bicos que dificultará a mamada e  poderá inviabilizar a amamentação. O uso de mamadeira, por sua vez, além da confusão de bicos e possibilidade de desmame precoce, pode promover ordenha ineficaz de leite e a ingestão de leite artificial pode reduzir a produção láctea.

 

  • Oferecimento de água, chás e outros líquidos: sempre que o bebê recebe outros líquidos, especialmente água e chás, haverá ingestão de volume líquido sem calorias, vitaminas, minerais e outras substâncias importantes para a nutrição. Como resultado, há preenchimento gástrico e o bebê não conseguirá sugar o que necessita. Sempre que ele não estimular a mama, a produção ficará prejudicada.

 

  • Amamentação com horários rígidos: a livre demanda (oferecer a mama sempre que o bebê solicitar, pelo tempo que desejar) mantém o estímulo das mamas frequentemente e quanto mais esvaziadas estiverem, maior a liberação do hormônio prolactina, responsável pela produção de leite. Os horários rígidos impedem a manutenção dos níveis de prolactina, podendo reduzir a produção láctea.

 

  • Ingurgitamento mamário/mastite: sempre que a mama estiver muito cheia, o fator inibidor da lactação (FIL) enviará mensagens ao cérebro para não produzir mais leite, já que a mama está cheia. O segredo para aumentar a produção, ao contrário do que se acredita, é manter as mamas sempre vazias, assim o FIL não terá ação. Muitas mães acreditam que se esvaziarem a mama, o bebê ficará sem leite, o que é um mito. Quanto mais se retirar leite, maior a produção.

 

É importante que as mães saibam que, com o tempo, as mamas não ficarão mais cheias e endurecidas, doloridas ou vazando o tempo todo. Com a adaptação, o leite será produzido durante a mamada, por isso não precisam se preocupar. Para se certificar que a produção está adaptada, a mãe pode observar:

 

–  a urina (várias fraldas pesadas por dia, com xixi sem cheiro, transparente)

– o ganho de peso (lembrando que não importa muito se o ganho é de 20, 30 ,40 gramas/dia, mas que o bebê ganhe e a curva de crescimento seja ascendente)

– o desenvolvimento do bebê (motor, de linguagem, atenção à voz materna, responsividade)

– se o bebê está corado, ativo, com ciclos de sono e vigília

 

Com o conhecimento das possíveis causas da redução da produção láctea, a mãe pode agir rapidamente nos casos em que há interferências reais ou confiar que sua produção está regulada com a demanda do bebê e dessa forma evitar, desnecessariamente, uso de leites, líquidos, bicos ou outras estratégias que podem, inclusive, reduzir a produção láctea ao invés de aumentá-la.

Quais os sinais que o leite materno está secando?

Os seguintes sinais mostram que seu bebê não está recebendo leite suficiente:.
Baixo ganho de peso. É normal nos primeiros dias o recém-nascido perder 5% a 7% do peso que tinha ao nascer – alguns perdem até 10%. ... .
Fraldas molhadas ou sujas em número insuficiente. ... .
Desidratação..

Porque o leite materno secar de repente?

Entenda por que o leite seca A pega errada e posição do bebê ao mamar não adequada podem fazer diminuir a produção de leite; Fissuras nas mamas fazem com que o ato de amamentar não seja prazeroso e a produção de leite diminua. Falta de ingestão de líquidos pela mãe: a mamãe que amamenta deve estar bem hidratada!

Quando o leite materno seca pode voltar?

É possível que uma mulher que parou de amamentar volte a produzir leite? Sim, totalmente possível. A estimulação das mamas, manual, elétrica ou por meio da sucção do bebê, favorece a produção de leite, entre 15 e 45 dias após o início da intervenção.

O que reduz a produção de leite materno?

Ansiedade, desconforto, dor e estresse Dor para amamentar, privação de sono, cobranças, falta de apoio… Todos esses fatores juntos acabam por inibir a produção de ocitocina, hormônio responsável pela ejeção do leite, prejudicando a amamentação. Além disso o próprio estresse pode levar à diminuição da produção de leite.