Descreva as características do comércio triangular citando as regiões e produtos envolvidos

Comércio Triangular é uma expressão utilizada para designar um conjunto de relações comerciais dirigidas por países europeus entre as metrópoles e os vários domínios ultramarinos, de caráter transcontinental apoiado em três vértices geopolíticos e econômicos: Europa, África e América (Norte, Centro e Sul), com relações secundárias com a Ásia e os seus produtos.

Segundo o site escolar infoescola, no artigo comércio triangular, de autoria de Ana Lucia Santana, pode-se ler que o Comércio Triangular foi o principal instrumento do tráfico negreiro. Ele envolvia uma teia de interesses e de negociações entre Europa, África e América, com algumas ramificações englobando os produtos asiáticos. O processo era gerido pelas metrópoles europeias, principalmente Holanda, Inglaterra, França, Espanha e Portugal. Embora estas últimas nações estivessem já decadentes, ainda dispunham de poder em suas respectivas colônias e, portanto, nesta trajetória de produção e distribuição de mercadorias essenciais para a vida econômica global: ouro, prata, diamantes, açúcar e tabaco.

Esta estrutura comercial enredava produtores e distribuidores, compradores e vendedores, dominadores e subjugados, um intrincado jogo conduzido pelas potências europeias, mas que dependia essencialmente da existência, no continente africano, de negreiros dispostos a trocar os produtos manufaturados transportados por mercadores da Europa – armas de fogo, rum, tecidos de algodão provindos da Ásia, ferro, joias de baixo valor, entre outros – por seus próprios compatriotas, negros que seriam escravizados na América, onde eram permutados por açúcar, tabaco, moedas ou barras de ouro e prata, cedidos por seus futuros senhores, donos de minas ou proprietários de importantes plantações.

Assim, o continente africano tinha como função, no comércio triangular, oferecer trabalhadores escravos para as colônias da América e das Antilhas  – onde os barcos negreiros buscavam os portos da Jamaica, Bahamas, Haiti, Saint- Eustatius, Saba, Saint-Martin, Barbuda e Antigua, Guadalupe, Granada, Trinidad & Tobago, Bonaire, Curaçao e Aruba. Daí seguiam grupos de escravos para as Carolinas e a Virgínia nos EUA, enquanto outros tantos eram direcionados para o Norte e o Nordeste do Brasil, bem como ao Rio de Janeiro. O escravo era o motor que movia a produção das grandes lavouras de açúcar e tabaco que se estendiam do Rio de Janeiro até o Sul dos EUA, na Virgínia.

Os nativos africanos que negociavam com os europeus tinham um papel muito importante na captura e troca de seus conterrâneos, pois somente eles tinham coragem e conhecimento suficiente do território local para se enveredarem pelo interior da África em busca daqueles que se tornariam escravos em terras desconhecidas. Às vezes, porém, os próprios colonos se deslocavam até o continente africano, negociando diretamente com os negreiros, dispensando o intermédio de comerciantes europeus. Sem os negros escravizados a economia da Europa não teria sido tão beneficiada por esta rede comercial triangular. Na verdade, estas transações favoreciam, além das metrópoles, tanto os responsáveis por esta triangulação na África, quanto o mecanismo produtor das colônias americanas.

Os escravos eram utilizados pelas potências colonizadoras europeias como moeda de troca, através da qual elas importavam os produtos produzidos em suas colônias na América e nas Antilhas, completando assim os vértices do comércio triangular. Assim, não precisariam recorrer aos metais preciosos que detinham a base do Mercantilismo. Resumindo, os produtos manufaturados europeus eram trocados por escravos na África, embarcados para a América e para as Antilhas – nestes trajetos muitos escravos, submetidos a condições cruéis durante a viagem, não sobreviviam, onde eram permutados pelos produtos coloniais que interessavam às metrópoles.

De acordo com o site escolar mundo e educação, do artigo o comércio triangular, de autoria de Rainer Souza, pode-se ler que a chegada dos ingleses na América do Norte no século XVII promoveu a realização de um projeto colonial bastante diferente daquele que foi instituído pelos países ibéricos. Livres das possíveis exigências que a Inglaterra poderia impor na qualidade de metrópole, a população das Treze Colônias foi capaz de desenvolver uma economia autônoma baseada na combinação da pequena e média propriedade policultora junto à criação de manufaturas.

Este modelo teve maior força junto às colônias do centro-norte, que se diferenciavam da economia agrícola dos sulistas, praticamente sustentada pelas plantations que tinham sua produção voltada para o mercado externo. De fato, com o passar do tempo, as duras condições que marcavam a vida nas colônias do centro-norte foram dando lugar a uma próspera economia que passou a se articular com outras regiões do planeta. Foi dessa maneira que se originou o chamado comércio triangular. 

Esse termo, na verdade, designa a intensa atividade mercantil que começou a integrar as colônias norte-americanas às economias da América Central, África e Europa. Em linhas gerais, esse comércio tinha origem na exportação de gado, peixe, madeira e outros produtos alimentícios que saíam da América do Norte com destino às Antilhas. Ao chegarem à América Central, os comerciantes norte-americanos aproveitavam para realizar a aquisição de rum, açúcar e melaço.

Os produtos adquiridos eram utilizados para consumo interno e, principalmente, na fabricação do rum, que seria usado para se adquirir escravos no litoral africano. Por fim, os escravos trazidos da África eram revendidos para regiões das Antilhas e para as colônias agroexportadoras da região Sul. Em algumas situações, os mesmos derivados do açúcar obtidos na América Central serviam para a aquisição de tecidos e ferramentas produzidas na Inglaterra.

Não restringindo sua atuação no mercado europeu, os colonos também foram capazes de estabelecer laços comerciais com nações como Portugal e Espanha. Chegando à Península Ibérica com carregamentos de cereais, madeira e peixe, os norte-americanos obtinham carregamentos de vinho, sal e frutas que seriam negociados com a própria Inglaterra. Por fim, a longa e lucrativa viagem acabava com o retorno à América com produtos industrializados britânicos.

Já para o historiador Leandro Karnal (2009) o comércio triangular é muito diferente da maioria dos procedimentos comerciais do resto da América. Apesar de as leis estabelecerem limites, os comerciantes das colônias agiam com grande liberdade e seguiam mais a lei da oferta e da procura do que as leis do Parlamento de Londres. Na prática, estabeleceram um sistema de liberdade muito grande, desconhecido para mexicanos e brasileiros e intocados pela repressão inglesa até, pelo menos, 1764.

 Para o mesmo o comércio triangular funcionava da seguinte maneira: os colonos compravam cana e melado nas Antilhas, que seriam transformados em rum. A bebida obtinha fáceis mercados na África, para onde era levado por navios da Nova Inglaterra e trocada por escravos. Esses escravos eram levados para serem vendidos nas fazendas das Antilhas ou nas colônias do sul do Novo Mundo. Após a venda, os navios voltavam para a Nova Inglaterra com mais melado e cana para a produção de rum. Era uma atividade muito lucrativa, pois os navios estavam sempre cheios de produtos para vender em outro lugar. O comércio triangular também poderia envolver a Europa, para onde os navios levavam açúcar das Antilhas, voltando com os porões repletos de produtos manufaturados. 

Autor: Bruna Braga Tenaglia

ÍNDICE DE VERBETES

Quais são as características do comércio triangular?

O comércio triangular, ou comércio em triângulo, é um termo histórico indicando o comércio organizado entre três portos ou regiões. O comércio triangular geralmente evolui quando uma região possui mercadorias de exportação que não são necessárias na região de onde proveem as suas principais importações.

Quais eram os produtos envolvidos no comércio triangular?

O comércio triangular iniciava com a troca de produtos manufaturados como armas de fogo, joias, aguardente, tabaco e tecidos de algodão por homens e mulheres no continente africano, que foram trazidos às Américas e transformados em escravos, sendo trocados por açúcar, tabaco e ouro, produtos estes que eram cedidos ...

Qual a importância do comércio triangular?

Comércio triangular é um termo usado para chamar o comércio entre três portos ou regiões distantes em que cada uma atende as necessidades da outra de maneira a corrigir desequilíbrios comerciais entre elas.

Que produtos eram produzidos na América e eram vendidos na África?

RESPOSTA: Rum, armas e tecidos.

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