Explique como é possível caracterizar um personagem e descreva os elementos que podem ser utilizados

O foco narrativo designa o ponto de vista daquele que narra a história. Dessa forma, ele pode ser em primeira pessoa, isto é, quando pertence a uma das personagens (principal ou coadjuvante), e também pode ser em terceira pessoa, ou seja, quando não pertence a uma das personagens, localizando-se fora da história.

Leia também: Autor e narrador — os elementos que os diferenciam

Resumo sobre foco narrativo

  • O foco narrativo é, em síntese, o ponto de vista do narrador acerca de uma história.

  • Ele pode ser dividido em dois tipos: em primeira pessoa e em terceira pessoa.

  • Enquanto o foco narrativo trata da perspectiva dos acontecimentos narrados, o narrador é aquele que conta a história.

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Quais são os tipos de foco narrativo?

Foco narrativo é o elemento que designa o ponto de vista daquele que narra a história. Partindo disso, é importante destacar que ele é essencialmente compreendido em dois tipos. Veja-os a seguir.

→ Foco narrativo de primeira pessoa

Se o narrador é uma das personagens da história contada, diz-se que o foco narrativo é em primeira pessoa. Quando for o caso, podemos ter dois tipos de narrador — protagonista ou testemunha. No primeiro caso, o narrador conta a sua própria história; no segundo, ele participa ativamente da história de outrem.

No caso do narrador protagonista, a história é focada nele mesmo, isto é, sob o seu ponto de vista. Em Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, temos um narrador personagem. Já no caso do narrador testemunha, a história é sobre alguém e contada por outra pessoa. As histórias de Sherlock Holmes, escritas por Arthur Conan Doyle, são exemplos em que há um narrador testemunha.

→ Foco narrativo de terceira pessoa

Se o narrador se localiza fora da história, trata-se de um foco narrativo em terceira pessoa. Quando é o caso, é possível encontrarmos os seguintes tipos de narrador — narrador observador, narrador onisciente neutro ou narrador onisciente intruso.

O primeiro, o narrador observador, é aquele que relata os fatos com certa relação de distância, sem fazer qualquer interferência ou posicionamento. Trata-se de um narrador que não toma posição, agindo de forma neutra.

Quanto ao segundo, o narrador onisciente neutro, mantém-se a ideia de neutralidade do observador, mas ele consegue acessar elementos que o observador não consegue, como as emoções e os pensamentos das personagens. Por fim, o narrador onisciente intruso, diferentemente do onisciente neutro, emite opiniões e julgamentos durante sua fala, no intuito de induzir o leitor a tomar o seu lado ou posicionamento.

Por acessar as emoções e os pensamentos, eles podem ser utilizados como evidências para convencer o público que acompanha a trama. O narrador testemunha pode ser encontrado na maioria dos romances best-sellers, como Game of Thrones, Senhor dos Anéis e Harry Potter.

O narrador onisciente neutro pode ser encontrado nas obras O falcão maltês, de Dashiell Hammett, e Madame Bovary, de Gustave Flaubert. Já o narrador onisciente intruso pode ser visto nas obras Quincas Borba, de Machado de Assis, e Esplendores das cortesãs, de Balzac.

Saiba mais: Descrição — a tipologia textual que tem como função descrever algo ou alguma cena

Quais as diferenças entre foco narrativo e narrador?

Em um texto narrativo, o narrador é quem conta a história, podendo ser em primeira ou terceira pessoa. Por outro lado, o foco narrativo é o ponto de vista da narração, isto é, a quem a narrativa está sendo direcionada. Desse modo, o foco narrativo pode ser comparado com uma câmera em uma produção audiovisual.

As escolhas da câmera em mostrar determinada perspectiva estão relacionadas ao foco narrativo escolhido por sua produção. Assim, o foco narrativo e o narrador se misturam quando o narrador é o personagem principal. No caso de um narrador testemunha ou qualquer narrador em terceira pessoa, o ponto de vista pode variar a depender da história que está sendo contada.

É evidente que ambos os conceitos se complementam (foco narrativo e narrador), afinal, eles são interdependentes. O ponto de vista é estabelecido, em suma, pelo foco narrativo em primeira ou terceira pessoa.

Ao falarmos em narração, logo nos remete à ideia do ato de contar histórias, sejam estas verídicas ou fictícias.

E para que essa história seja dotada de sentido, ela precisa atender a critérios específicos no que se refere aos seus elementos constitutivos. Dentre eles destacam-se:

Espaço - É o local onde acontecem os fatos, onde as personagens se movimentam. Existe o espaço “físico”, que é aquele que caracteriza o enredo, e o “psicológico”, que retrata a vivência subjetiva dos personagens.

Tempo - Caracteriza o desencadear dos fatos. É constituído pelo cronológico, que, como o próprio nome diz, é ligado a horas, meses, anos, ou seja, marcado pelos ponteiros do relógio e pelo calendário.

O outro é o psicológico, ligado às lembranças, aos sentimentos interiores vividos pelos personagens e intrinsecamente relacionados com a característica pessoal de cada um.

Personagens - São as peças fundamentais, pois sem elas não haveria o próprio enredo.

Há a predominância de personagens que se destacam pelos atos heroicos, chamadas de principais, outras que se relacionam pelo seu caráter de oposição, as antagonistas, e as secundárias, que não se destacam tanto quanto as primárias, funcionando apenas como suporte da trama em si.

Narrador - É aquele que narra a história, atuando como um mediador entre a história narrada e o leitor/ouvinte. Classifica-se em três modalidades:

Narrador-personagem - Ele conta e participa dos fatos ao mesmo tempo. Neste caso a narrativa é contada em 1ª pessoa.

Narrador-observador - Apenas limita-se em descrever os fatos sem se envolver com os mesmos. Aí predomina-se o uso da 3ª pessoa.

Narrador Onisciente - Esse sabe tudo sobre o enredo e os personagens, revelando os sentimentos e pensamentos mais íntimos, de uma maneira que vai além da própria imaginação. Muitas vezes sua voz se confunde com a dos personagens, é o que chamamos de Discurso Indireto Livre.

Todos estes elementos correlacionam entre si, formando o que denominamos de enredo,
que é o desencadear dos fatos, a essência da história, a qual se constituirá para um desfecho imprevisível que talvez não corresponderá às expectativas do leitor.

Este, portanto, poderá ser triste, alegre, cômico ou trágico, dependo do ponto de vista do narrador.

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Como é possível caracterizar um personagem descreva os elementos que podem ser utilizados?

Muita coisa faz parte da caracterização de um personagem, sua etnia, sua idade, seu porte físico, sua altura, como se veste, como fala, como pensa, como age. Mas sem dúvida, o caráter mais importante da caracterização é revelar a personalidade e o psicológico de um personagem.

O que é a caracterização de um personagem?

Descrição pormenorizada dos traços distintivos de personagens que integram a acção de uma peça literária de carácter narrativo ou dramático. A caracterização não se confunde com a mera identificação de uma dada personagem na história narrada, embora possa contribuir para tal.

Como fazer caracterização de personagens?

5 dicas para arrasar na criação de personagem para o roteiro.
Desenvolva as características, personalidade e identidade. ... .
Evite estereótipos. ... .
Crie identificação com o público. ... .
Considere o contexto e o cenário. ... .
Indique suas fragilidades..

Quais são as características do personagem?

Resposta: é qualquer ser atuante de uma história ou obra. Normalmente é uma pessoa, mas pode ser um animal, um ser fictício, um objeto, desde que tenha características humanas, ou seja, personificados. ... Personagens podem ter nomes ou não, e podem ter qualquer tipo de personalidade.

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