4 de novembro de 2021
A alimentação da mãe durante o período de amamentação é de extrema importância tanto para a boa saúde dela quanto de seu bebê. Tabus ou restrições alimentares podem fazer com que a lactante se prive de nutrientes importantes para o seu sustento e, consequentemente, para a produção de leite.
Diana Ruffato Resende Campanholi
O leite materno é, indiscutivelmente, a melhor e mais adequada fonte de nutrientes, fatores de proteção e fortalecimento emocional para o bebê durante o seu primeiro ano de vida. Especialmente quando oferecido como alimento exclusivo até os seis meses de idade, desempenha papel fundamental nas condições ideais de saúde da criança e da mãe, com repercussões favoráveis por toda a vida.
Um estudo feito pela Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto, no Departamento de Pediatria, com 504 mães em período de amamentação, investigou a restrição de alguns alimentos e mostrou que refrigerantes (17%), pimenta (17%), gordura de porco (11%) e bebidas alcoólicas (10%) foram os mais prevalentes. Os principais motivos alegados para que tais alimentos não fossem consumidos foram as cólicas na criança (49%) e a resposta inespecífica “faz mal à criança” (33%).
Uma queixa muito comum entre as mães é a do “leite fraco”. O leite anterior, do início da mamada, tem a aparência de ser mais “ralo”, e isso pode levar as mulheres a pensarem que sua produção de leite não está adequada. Entretanto, esta porção da mamada contém água e elementos de proteção. O leite posterior, que desce depois de um certo tempo que a criança está mamando, contém proteína; e no final da mamada, ele é rico em gordura, fração do leite que trará saciedade para o bebê. Por isso, quando o bebê for colocado para sugar, deve-se deixá-lo até o esgotamento do leite. Desta forma, ele se sentirá farto e a mãe perceberá que seu leite não é fraco, e sim, que o bebê não o consumia na quantidade e qualidade correta.
Por vezes as mãe deixam, também, de comer determinados alimentos por acreditarem que estes secam ou diminuem a produção do leite. Ainda, podem dar ênfase na ingestão de alimentos que consideram produtores e/ou estimuladores de leite, tais como: canjica, sopa de fubá, cerveja preta, arroz doce, canja de galinha, suco de laranja e chá para lactação. Entretanto, não há comprovações científicas de que tais alimentos exerçam essa função. Deve-se levar em consideração que alguns destes alimentos possuem substâncias com maior teor de glicose, proteínas, sais minerais, vitaminas e água. Esses sim são elementos essenciais à qualidade e à quantidade do leite a ser produzido.
É importante salientar que a dieta materna não afeta a quantidade de proteína, gordura e carboidratos em seu leite, o corpo da mãe é capaz de retirar as reservas desses nutrientes do próprio corpo e transferir para o leite para que esse não fique deficiente. No entanto, deficiências na ingestão de vitaminas e minerais podem afetar a composição desses micronutrientes no leite.
- Veja também: Tipos de Adoçantes e Indicações de uso
Dessa forma, é essencial que a mulher que amamenta tenha uma alimentação variada, contendo todos os grupos alimentares para que ela possa se manter bem nutrida e consequentemente oferecer a nutrição adequada a seu filho por meio do leite materno. Isso significa comer quantidades adequadas, por exemplo, de frutas, verduras e legumes bem como carnes magras, leguminosas, produtos lácteos e cereais integrais. Com relação às restrições alimentares, cada caso deve ser analisado com cuidado por um nutricionista que poderá informar e orientar melhor as mães sobre como conduzir sua dieta em seus aspectos quantitativos e qualitativos, afastando os fatores que possam colaborar com o desmame precoce.
18 de fevereiro de 2017/em Amamentação/
Bebidas alcoólicas e alguns tipos de ervas podem reduzi a produção de leite materno, veja quais são
A maioria esmagadora dos alimentos não interfere na produção de leite da mãe. Contudo, existem algumas ervas e bebidas que de fato podem prejudicar a produção de leite. A seguir, listamos quais são. Confira:
Álcool
Ao contrário do que muitos acreditam, o álcool, inclusive a cerveja preta, não ajuda na produção de leite materno, muito pelo contrário: estas bebidas atrapalham! De acordo com a Academia Americana de Pediatria, o álcool altera o gosto do leite, o que faz com que o bebê diminua as mamadas, e quanto menos bebê mama, menor é a produção de leite.
Além disso, as bebidas alcoólicas são perigosas para a saúde do bebê. “É um perigo porque o bebê toma cerveja junto com a mãe, o álcool passa para o leite materno e o bebê pode ficar com doenças sérias por consequência da cerveja”, alerta a pediatra Luciana Herrero, consultora internacional de amamentação pelo IBLCE/EUA (International Board of Lactation Consultant Examiners).
Salsinha
A salsinha é uma erva que possui propriedades que podem reduzir a produção de leite materno. Contudo, isto só ocorre quando a salsinha é ingerida em grandes quantidades, como comer um prato de tabule, aquela receita típica árabe.
Hortelã
Quando ingerido em grandes quantidades ou na forma de óleo, o hortelã pode reduzir a produção de leite materno. Assim, pode ser interessante evitar doces que possuam grandes quantidades de hortelã. Mas saiba que a redução da produção de leite costuma ocorrer apenas após um consumo frequente de hortelã, consumos esporádicos raramente causam problemas.
Sálvia
Sálvia é outra erva que também tem sido associada a menor produção de leite materno. Mas também neste caso, isto só costuma ocorrer quando ela é ingerida em grandes quantidades e frequentemente.
Veja outras coisas inesperadas que diminuem a produção de leite materno aqui. E saiba como aumentar a produção de leite materno aqui.
Fontes consultadas
La Leche League International
Academia Americana de Pediatria