A marrentinha e o popular casp 22

Sinto arrependimento quando não aprendo com meus erros…

7:22:52 @ 6/29/2014 68 notes

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Posted by ui-marrentinha

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Olhei para o garoto atrás de mim com os olhos apertados. Que papo era aquele?

   - Foi mal aí. – levantou as mãos e saiu.

 Eu não iria ficar com o cara, porém não acho que Lucas devesse se meter no meio. Que raios. Era só uma aposta, a não ser...

   - Que ataque de ciúmes foi esse? – sorri vitoriosa.

   - Que ataque de ciúmes o que. – desconversou. – Eu apenas vi que você não estava a fim de conversar com aquele cara e vim te ajudar.

   - Meu Deus, meu príncipe de cavalo branco. – ironizei. – Eu sei me virar.

   - Nunca disse que não sabia. -sorriu.

 Revirei os olhos. Levei minha garrafa se cerveja a boca, andando até o outro lado do quintal. Empurrei o povo que parecia estar se jogando para cima de mim de propósito, pisei no pé de algumas pessoas sem noção, tudo somente para chegar no lugar mais calmo da festa. Me encostei no muro baixo do final do terreno, respirando aliviada por conseguir sair daquela muvuca.

   - Não pode me ignorar a noite toda.

   - Posso sim.

   - Marrentinha, assim você não facilita pro meu lado. – estalei a língua. – Ignorei todas aquelas meninas apenas por você e é assim que me retribui?

 Ele só podia estar brincando, certo?

   - Esteja a disposição, meu amor. – lhe fiz uma reverência, dando caminho livre.

   - Seu amor? – sorriu malandro. – Já estamos nesse nível?

   - Cada dia que passa, como você consegue ser cada vez mais inconveniente?

   - É um dom. – riu. – Quer dançar?

   - Não.

   - Não? Então tá, não reclame se eu ficar aqui te infernizando. Pelo menos dançando eu consigo ficar quieto por causa da música alta. – resmungou.

   - Pode tentar me chantagear que você não vai conseguir nada. Sem contar que a música continua alta e você ainda está falando.

   - Chata.

 O ignorei. Prestei atenção na festa que acontecia a minha volta e me pergunto como posso ter desanimado tanto desde o momento que fiquei sabendo da festa. A animação de Ana tinha me contagiado tanto, que acho meio estranho ela se esvair do nada. Sem contar que os caras mais velho daqui nem são tão bonitos assim.

 Estalei minha língua. Como é uma merda está sem saco. Será que eu preciso ficar bêbada?

   - Quer pegar uma bebida? – perguntei para o garoto ao meu lado.

   - Hum. – concordou.

 Me aproximei de uma barzinho improvisado no jardim mesmo, já pegando umas bebidas para misturar.

 Me estiquei no gramado embaixo de mim. Em algum momento muito louco comecei a sentir o efeito do álcool em meu organismo, arrastando Lucas para a pista de dança onde ficamos até agora. Prendi meu cabelo em um rabo de cavalo improvisado, abanando a minha nuca em seguida. Estava muito quente. Já estou suando feito uma porca.

   - Acho que deixou isso no meio do caminho. – me estendeu um par de tênis.

   - Isso não é meu. – ri esticando uma perna.

   - Opa. – arremessou o tênis para trás como um buquê de noiva. Sorri.

 Fiz sinal com o dedo para que se aproximasse, ganhando um sorrisinho malicioso em troca, enquanto o bonito se jogava em cima de mim. Seu peso nos jogou para trás e fiquei estatelada no chão com ele por cima me encarando. Balancei a cabeça negativamente o encarando de baixo, ganhando um beijo molhado no pescoço, junto com um sopro. Sinal de que ele estava rindo.

   - Tá rindo de que palhaço?

   - Caímos como duas jacas. – continuou rindo.

   - O quão bêbado você está?

   - Não sei, mas sei que você não está o suficiente. – chupou meu pescoço. – Quero ver o seu lado bêbada.

   - Pois vai ficar querendo.

   - Por que você é tão má, marrentinha? – resmungou. – Facilita um pouco as coisas, vai.

 Revirei os olhos o empurrando para o lado. Tudo o que eu menos preciso é de uma pessoa carente reclamando em meu ouvido. Me sentei ajeitando meu cabelo, vendo Ana quase cair na porta da casa. Segurei minha risada ao ver que ela estava bem. Tão bem que estava claramente dando em cima de Marcos. Observei os dois se a massagem na porta quase ao ponto de se fundir, até que desaparecessem dentro da casa.

 Safada. Já vai transar.

   - Parece que tá rolando um joguinho maneiro ali. – escutei seu resmungo.

   - Acho que já está na hora de achar a Sophia e darmos o fora daqui.

   - A festa só está começando. – se levantou.

   - Até parece. Já tem mais gente jogada no chão do que algum filme de zumbi. – me levantei também.

   - Temos que achar o Marcos também então.

   - Até parece. Ele e Ana devem estar muito ocupados nesse momento. Eu que não vou empatar foda de ninguém.

   - Uau! – riu. – A gente podia estar transando agora também. Dizem que alivia a tensão. Você anda muito tensa, mulher. – apertou meus ombros.

   - Você vem de gracinha pra cima de mim, pra ver se eu não meto minha mão na sua cara. – me soltei. – Agora vamos embora.

 Acordei com uma dorzinha chata de cabeça. Nem ao menos tinha bebido ao ponto de ficar com ressaca, porém me parece que a mistura de bebidas com a música alta não fez muito bem para a minha cabeça.

 Me sentei na beirada da cama massageando minha cabeça, como se isso fosse resolver alguma coisa. Tentei achar meus chinelos, mas pelo jeito tinha ido parar em Nárnia. Resmunguei, xinguei e fiz mais mil coisas condizentes com meu mau humor matinal, me rastejando para o banheiro a fim de tirar essa nhaca do meu corpo. Pelo jeito eu não tive nem ao menos a coragem de tirar a roupa da festa antes de ir dormir.

 Abri a porta do banheiro arrancando a minha blusa na base do ódio. A pior coisa é mau humor matinal. Eu acordo o cão. E não dito isso somente pelo humor, minha aparência também não fica das melhores.

   - Droga.

   - Que que você está fazendo? - a voz de Lucas me trouxe de volta para a realidade.

 Paralisei na porta. Olhei para ele dentro do box, debaixo do chuveiro e sufoquei um grito que estava preso na minha garganta.

   - Que porra é essa?! – praticamente berrei.

   - Eu quem pergunto.

 Que merda tá acontecendo?

   - Como você veio parar aqui?

   - Aqui é a minha casa. Mais especificamente, meu quarto. – sorriu sarcástico.

   - Que merda. – sussurrei. – Como eu vim parar aqui?

   - Se você não lembra, quem dirá eu.

 Bufei. Agora eu entendi o porquê de não ter achado o meu chinelo. Para começar essa nem era a minha casa.

   - Ham... Você vai ficar aí parada? Por que eu quero tomar banho.

 Fechei a cara, saindo do banheiro batendo a porta atrás de mim. Merda. Meu pai deve estar uma fera.

   - Você esqueceu sua blusa! – gritou.

 Nem tinha me tocado desse detalhe. Abri a porta e peguei minha blusa jogada no chão, olhando feio para ele antes de sair novamente.

   - Belos seios! – gritou.

   - Vá se fuder!

 Peguei meus tênis jogados no chão perto da porta, andando o mais rápido possível para sair daquela casa. Ouvi vozes no andar debaixo. Pelo jeito a família dele estava toda reunida para o café da manhã. Ou o jantar. Nem sei que horas são.

 Me sentei no topo da escada para calçar meu sapato, pendurando minha bolsa no ombro em seguida. É um saco ter que andar de bolsa em festa, mas é melhor que enfiar minhas coisas no bolso e correr risco de perder em um momento de loucura e descuido. Não que isso não fosse acontecer com a minha bolsa também. Já perdi tantas bolsas que até perdi a conta.

 Tentei passar o mais despercebida que eu conseguia. Teria êxito, se não fosse a desgraça do meu telefone tocando que nem um doido. Aposto que era meu pai. Esse velho um dia ainda vai me dar um ataque cardíaco. Isso se eu não der nele primeiro.

   - Oh, bom dia, meu bem! – ouvi a vozinha suave da mãe do abestalhado que estava tomando banho.

   - Hum, bom dia.

   - Venha tomar café. – sorriu. – Ou almoçar. Porque pela hora só um almoço mesmo.

   - Obrigada. Mas eu não quero incomodar. Meu pai também já está ligando. – balancei meu telefone. Tossi. – Tenho que ir. Obrigada e tchau.

 Corri até a porta de entrada, quase a batendo na saída de tão desesperada que eu estava. Que momento constrangedor. E olha que eu acho poucas coisas constrangedoras na vida.

 Cheguei em casa sem me dar o trabalho de olhar para a cara do meu pai quando este me chamou da sala de jantar. Fechei a porta do meu quarto, correndo para debaixo do chuveiro, aliviando meu corpo tenso depois de todo aquele estresse.

 Droga. Eu nem ao menos sabia se tinha ou não dormido com aquele garoto. Tudo indica que não.

   - Desgraçado. – resmunguei me enrolando na toalha.

 Preciso saber como fui parar na casa dele.

   - Onde estava mocinha? – Meu pai entrou no meu quarto.

 Olá privacidade. Tchau privacidade.

   - Acabei dormindo na casa de um amigo.

   - Amigo? Homem? – arqueou uma sobrancelha.

   - Sim.

 Observei uma veia pulsar em sua testa.

   - Relaxa. Não fizemos nada pai. – peguei umas roupas.

   - Não devia nem ter dormido lá. – resmungou.

 Relevei. Tinha que encerrar o assunto por agora, caso o contrário viu começar a abrir a boca e é aí que as coisas vão feder. Como vou dizer a ele que nem ao menos me lembro de ter ido parar na casa dele? Melhor deixar baixo mesmo.

   - Minha namorada vai vir jantar aqui em casa hoje. – anunciou.

 Namorada?

   - Como?

   - Minha namorada. Uma mulher adorável. Você vai amar conhecê-la. – sorriu.

 Quem é esse cara e o que ele fez com o meu pai?

   - Ah! – voltou ao quarto. – E ela vai trazer o filho dela. Ela quer muito te conhecer e quer apresentá-lo a nós. Acho que ele tem a sua idade.

 Que maravilha.

 Puta que pariu. Ainda vou ser obrigada a fazer sala para visitas. Sério?

 Não vou me dar bem com ninguém. Zero paciência para conhecer gente nova, quanto mais fingir ser gentil com ela. Vai tudo tirando seus cavalinhos da chuva.

 Me joguei na cama de toalha mesmo, já prevendo o escândalo que Layla faria se me visse deitada na cama com a filha molhada. Peguei meu celular vendo o grupo com o pessoal que estava começando a se agitar. Parece que todos finalmente acordaram também.

   Vão tomar tudo no cu🖕

 Sou ótima para criar nomes, não sou?

Sofria: Nunca mais bebo na vida. 13:02

Ana banana: Puta dor de cabeça. Acho que vou morrer. 13:04

 Marcaco: Não sei se tô dolorido da bebida ou da foda. 13:05

 Matheus versículo 5: Feliz de ser o único sóbrio do grupo. Kkkllkk 13:07

 Sofria: Sóbrio nada. Tu bebeu pra cassete. Só não tanto ao ponto de ficar fudido que nem o casal ali. 13:07

 Sofria: Aliás. Cês sumiram. Onde estavam? 13:08

                Eu: Fodendo né, minha filha. Não é óbvio? 13:08

                Eu: Vi os dois se atracando na festa e depois entrando. 13:08

                Eu: Aposto que vai ter trabalho pra limpar o quarto que usaram. Kkkkkkkkkkkkkkk 13:09

 Perdedor: Vc é podre marrentinha. 13:09

                Eu: Parece que alguém aqui perdeu o respeito. 13:10

 Apaguei a tela do meu celular, encarando o teto branco do meu quarto. Tudo a minha volta estava no mais perfeito silêncio. Que paz.

 Isso até um barulho meu alto no corredor chamar a atenção da casa inteira.

   - Quer quebrar a casa?! – grito já abrindo a porta.

 Fiquei um bom tempo com uma cara de bocó olhando para a cena a minha frente. Meu pai estava estatelado no chão, com a cara quase se fundindo com o piso. Eu não sabia se ria ou se gargalhada. Segurei o máximo que pude, porém é de mim que estamos falando, então é meio óbvio que em menos de dois segundos eu já estava sentada no chão quase morrendo sem ar de tanto rir.

   - Porra pai. – não estava conseguindo respeitar. – Deita na cama cara. – ri mais alto.

 Este é o sentido literal de vou esfregar sua cara no chão.

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