Quando vale a pena etanol comparado desgaste do motor

O Brasil foi o primeiro e único país do mundo a ter o etanol como matriz energética para abastecimento de veículos no mesmo patamar da gasolina e do diesel. No final dos anos 70, o Pró-álcool foi a saída do País para a Crise do Petróleo.

Assim, ao mesmo tempo em que proibiu o uso de diesel em automóveis, também incentivou o lançamento de carros abastecidos com o derivado da cana-de-açúcar. Pouco tempo depois, era possível comprar quase qualquer veículo com esse combustível, desde caminhões leves e médios até motocicletas!

Ao longo dos anos, os automóveis e outros veículos tinham versões especificas para cada combustível, com o álcool sendo a opção mais potente, porém, menos eficiente em consumo. Já com gasolina, a potência era menor e o consumo melhor.

Não era simplesmente uma questão de calibração do propulsor, eram motores realmente diferentes. Pistões, juntas, anéis e outros componentes eram específicos para cada combustível, assim como carburador e depois a injeção eletrônica.

Em 2003, porém, uma tecnologia colocou os dois combustíveis pela primeira vez juntos num mesmo tanque. Com o Gol Total Flex, surgia o carro que acabaria sendo chamado simplesmente de “flex”.

A tecnologia permitia que o mesmo motor usasse os derivados da cana e do petróleo em qualquer proporção. A partir daí, a tecnologia se espalhou rapidamente e chegou até os carros importados, cujos motores jamais havia sido feitos no país.

Como já dito acima, o que não mudou nos dois combustíveis é a eficiência de cada um. Agora chamado etanol, o antigo álcool não evoluiu e continua tendo um consumo ruim, mas ainda apresenta ganhos em resposta e até em potência e torque, dependendo da calibração de cada marca.

Motores da Nissan e de alguns fabricantes de carros de luxo ou mesmo com propulsores turbo e injeção direta, mantém os mesmos números de potência e torque para os dois combustíveis, acabando com essa vantagem do etanol.

Bom, mas e na prática, misturar gasolina com etanol economiza? Antes de tudo, é preciso saber que a gasolina vendida hoje em dia tem percentual de etanol de até 27%, conforme dita a lei.

Mesmo que se abasteça totalmente o carro com gasolina, haverá sempre um bom percentual de etanol em sua mistura, então, de certa forma, já se está adicionando o combustível vegetal junto com o derivado de petróleo.

Nesse caso, a tecnologia atual de injeção eletrônica flex já está calibrada para essa mistura “de fábrica” e não há problema algum em abastecer sempre o carro com a nossa gasolina.

Evidentemente, seu uso acarretará em um consumo melhor em relação ao se abastecer o carro completamente com etanol, que não possui qualquer adição de gasolina. Nesse caso, o consumo será maior, mas a resposta é igualmente melhor. Dependendo do motor, não haverá acréscimo em números de potência e torque.

A injeção flex permite que se faça qualquer combinação de gasolina ou etanol no tanque. Não há restrições quanto à isso. No caso de se abastecer sempre com etanol, dependendo do modelo, é necessário manter o reservatório da partida a frio com gasolina para ignição em dias frios.

Porém, a tecnologia mais recente em alguns modelos e marcas, permite eliminar esse sistema antigo, estabelecendo o pré-aquecimento do etanol para sua injeção no motor. Assim, pode-se esquecer da gasolina “para sempre”.

Desde tempos imemoriais, o álcool – hoje etanol – custa menos que a gasolina. Por conta disso, o efeito econômico é enorme quando se abastece com um ou outro. Essa relação é como um casamento e tem altos e baixos.

Como a tecnologia flex permite que o motorista escolha o que quer colocar no tanque, cabe a ele a missão de verificar qual combustível é mais vantajoso em termos financeiros. Apesar do etanol ser mais barato, sua eficiência menor não compensará essa diferença se ele custar mais de 70% do valor da gasolina. Esse é o parâmetro para saber se vale a pena ou não.

Misturar os dois combustíveis pode, dependendo das circunstâncias, gerar alguma economia em termos financeiros, embora não tendo um ganho real em termos de rendimento do propulsor e em economia de combustível. Na verdade, haverá uma média entre eles, não sendo tão gastão e nem tão econômico.

O tipo de motor influencia bastante nessa equação, assim como a qualidade do combustível que está sendo colocado no tanque.

Estimativas falam entre 10% e 20% de etanol e o restante de gasolina para se obter alguma redução nos gastos para abastecer no final do mês. A conta ainda tem que levar em consideração o preço por litro de cada um e a quilometragem percorrida.

Mais caro para abastecer, porém, anda-se mais com um tanque. Com a variação frequente nos preços dos combustíveis, quanto mais tempo ficar sem abastecer, melhor financeiramente.

Mas como funciona o motor flex?

Como já mencionado, antes os motores a álcool e gasolina eram diferentes. Vários componentes específicos faziam com que cada combustível exigisse muito em termos de peças e componentes exclusivos, desde dispositivos pequenos do carburador até a parte elétrica, com válvulas termostáticas próprias para cada um.

Nos anos 90, a escassez de álcool no mercado e a elevação de preços gerada com isso fez com que muitas pessoas convertessem seus carros para gasolina. Isso dava trabalho e muito dinheiro para as retíficas.

Até um pistão era diferente em cada motor, fora outros itens que eram necessários na mudança, por conta das características da gasolina.

Desde sempre se sabe que o etanol é mais corrosivo que a gasolina e, por isso, os motores a álcool tinha itens mais resistentes nesse caso. Com a tecnologia flex, o motor passou a ser mais resistente em termos gerais, pois utiliza materiais que suportam o etanol.

Assim, pode-se fazer uso a vontade deste combustível sem medo de maior desgaste do motor. Os projetos já levam em consideração o uso prolongado ou exclusivo de qualquer um dos dois.

O que faz com que o motor saiba qual combustível está queimando é a sonda lambda. É ela que manda a informação ao sistema de injeção sobre qual deles está em uso através da análise de gases e mede a quantidade exata de combustível necessário para o funcionamento correto do motor.

Essas informações são interpretadas pela ECU, que assim altera os parâmetros de funcionamento do motor, ajustando-o automaticamente ao combustível que está sendo queimado.

São feitos milhões de cálculos por segundo, o suficiente para que não haja qualquer alteração perceptível no funcionamento do propulsor. Tanto é que não se precisa fazer qualquer mudança na condução do veículo para que ele funcione perfeitamente com 100% de gasolina ou 100% de etanol.

Pode-se inclusive encher o tanque completamente com um deles, após ter consumido totalmente o outro combustível. Algumas pessoas abastecem o carro flex com três tanques de etanol e depois um com gasolina (veja também como tirar gasolina do tanque?), alegando que assim não haverá problemas quando eventualmente abastecer apenas com o derivado de petróleo.

Porém, a tecnologia da injeção flex, como já comentado, foi projetada para funcionar perfeitamente com os dois. Mesmo na partida a frio, com ou sem tanquinho, o sistema se adapta igualmente para prover partidas rápidas e econômicas.

Eventuais falhas ou alteração no funcionamento do motor ocorrem na maioria das vezes devido à qualidade do combustível. Por isso, recomenda-se abastecer em postos com histórico de bom combustível.

Alterar os combustíveis em postos diferentes pode ocasionar problemas, pois a gasolina pode ser boa, mas se o etanol for ruim ou vice-versa, haverá prejuízo.

Quer tirar suas dúvidas sobre se álcool ou gasolina é mais vantajoso para abastecer? Então você está no lugar certo. Na matéria de hoje vou explicar como fazer essa conta e economizar na hora de abastecer o carro.

Um assunto que está cada vez mais presente no cotidiano dos brasileiros é se vale abastecer com álcool ou gasolina. Com tantos aumentos dos valores nos últimos anos, tudo o que pode ser feito para diminuir o impacto no bolso do consumidor é válido.

Seja scolher um carro que tenha um consumo menor e adotar maneiras de economizar combustível até calcular se vale mais a pena utilizar álcool ou gasolina em carros flex. Para ajudar, vamos explicamos ao longo do texto como verificar o mais vantajoso para o seu bolso. 

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Como saber com qual compensa mais abastecer

Já faz algum tempo em que combustíveis fósseis, como diesel e gasolina, não reinam absolutos no mundo automotivo. O GNV (gás natural) e o etanol, como é conhecido o álcool utilizado para abastecer automóveis, têm sido mais utilizados nos últimos tempos.

Além disso, temos o lançamento de carros elétricos e dos híbridos que mosntram que a indústria automotiva está pensando em combustíveis menos poluentes e mais baratos. Contudo, enquanto eles ainda não dominam o mercado, o consumidor precisa saber como utilizar da melhor forma as opções a mesa. 

Para te ajudar nesse momento criamos um guia para te ensinar como calcular com qual combustível vale mais a pena abastecer.

Como calcular se álcool ou gasolina compensa mais

Como dissemos acima, o etanol geralmente tem o preço por litro menor que o da gasolina. Mas, por conta da diferença de rendimento dos combustíveis, isso não quer dizer que completar o tanque com álcool seja, financeiramente, a melhor por opção. Para saber qual deles terá o melhor custo-benefício, é necessário fazer um cálculo que envolve alguns fatores.

Segundo um padrão estabelecido já há alguns anos, o litro do etanol rende, em média, 70% da mesma quantidade de gasolina.  Sendo assim, você deve multiplicar o preço do litro da gasolina por 0,7. Se o resultado for inferior ao preço do litro do álcool, valeria a pena abastecer com gasolina. Caso seja maior, então a opção mais barata seria o álcool. 

Para facilitar o entendimento, imagine o seguinte:

  • Litro do etanol a R$ 5,84;
  • Litro da gasolina a R$ 6,91;
  • Multiplicando multiplicando R$ 6,91  por 0,7 o resultado é R$ 4,83.

Dessa forma, o valor é inferior aos R$ 5,84 do preço do etanol, portanto, compensa abastecer com gasolina.

Cálculo polêmico

No entanto, essa fórmula para calcular o combustível mais vantajoso é polêmica. Existem divergências quanto ao rendimento de 70% do álcool em relação à gasolina. Estudos como o realizado pelo Instituto Mauá de Tecnologia, com 20 veículos de quatro categorias diferentes, mostram que esse número variou entre 70,7% e 75,4%.

Isso acontece porque os cálculos anteriores, utilizados pelo Programa Brasileiro de Etiquetagem, do Inmetro, levam em conta a gasolina com 22% de etanol de anidro em sua composição, enquanto, atualmente, a quantia presente é de 27% na gasolina comum e 25% na premium. Além disso, os motores e os próprios combustíveis evoluiram ao longo do tempo, o que impacta nessa conta. 

Apesar do cálculo que leva em conta os 70% ainda ser o valor de referência para a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), o mais indicado é fazer fazer testes com ambos os combustíveis e verificar seus rendimentos por litro. Além disso, a forma como o motorista dirige também impacta no consumo de combustível.

Como calcular o consumo de combustível do seu carro

O primeiro passo para descobrir com qual compensa mais abastecer é saber qual é o consumo do seu carro. Sendo assim, você deve encher o tanque e zerar o hodômetro parcial.

Continue usando seu carro normalmente e da próxima vez que for abastecer, confira na bomba a quantidade de litros colocados no tanque. Agora você só precisa olhar a média de quilômetros rodados no período e encontrar a média de quilômetros por litro que seu carro faz. Por exemplo:

  • Você rodou 300 quilômetros e no abastecimento precisou colocar 22 litros para completar o tanque, a média será de 13,63 (300 dividido por 22).

Agora que você já consegue medir o consumo do seu carro, já pode fazer uma conta mais individualizada de qual compensa mais.

Quais as diferenças entre os combustíveis

Para entender as diferenças entre álcool e gasolina, é necessário conhecer a origem de cada um desses combustíveis. 

Etanol

O etanol, como é conhecido o tipo de álcool utilizado como combustível para os veículos, pode ser produzido a partir de diferentes matérias primas. Entre elas estão milho, beterraba e cana-de-açúcar, esta última é a utilizada para produzir o etanol brasileiro.

Para se tornar uma fonte de energia para os motores, a cana é triturada, tem seu líquido, a garapa, reservado para ser aquecido e transformado em melaço. Após isso, ele é fermentado, passa pela destilação e se torna um combustível, composto por 96% etanol e 4% água. 

Gasolina

Já a gasolina é um combustível derivado do petróleo, que passa por processos de destilação em diferentes temperaturas. Seu o objetivo é dividir os compostos a partir de seus diferentes pontos de ebulição. Assim, a determinada temperatura obtêm-se substâncias como gás de cozinha, asfalto, diesel e a própria gasolina. Vale lembrar que a gasolina vendida nos postos não é totalmente pura. A substância presente nas bombas tem até 27% de etanol anidro, que é o etanol desidratado.   

Por que a eficiência de álcool e gasolina é diferente no motor?

Quando você chega a um posto para abastecer com álcool ou gasolina, nota que há uma diferença nos preços. Geralmente, o álcool é mais barato, e isso acontece pela diferença na queima entre eles no motor.

Isso está relacionado às características do combustível. Quando se compara a densidade energética de um litro de etanol com a de um litro de gasolina, a diferença fica próxima de 30%. Um litro de gasolina tem por volta de 30% a mais de energia do que o de etanol. Foi a partir disso que surgiu a conta de 70% que já explicamos anteriormente.

Qual causa mais impactos no meio ambiente?

Na hora de escolher álcool ou gasolina, é importante também levar em conta os impactos que cada combustível tem no meio ambiente. Ainda que a gasolina seja muito utilizada, o etanol é, sem dúvidas, menos nocivo para a natureza. 

Como a gasolina é derivada do petróleo, sua combustão libera dióxido de carbono (CO2). Esse gás é um dos vilões que contribuem para o aquecimento global e efeito estufa. Além disso, a combustão incompleta libera o monóxido de carbono (CO), poluente que se acumula na atmosfera. Portanto, a gasolina é um combustível que prejudica sensivelmente o meio ambiente. 

Já o etanol, por ser obtido a partir da cana, emite muito menos gases poluentes na atmosfera. Em segundo lugar, ele não agride a camada de ozônio da mesma forma que combustíveis derivados do petróleo. Além disso, outra vantagem do álcool é que o bagaço da cana utilizada em sua produção também pode ser utilizada como fonte de energia elétrica. Para se ter uma ideia, existem centenas de indústrias brasileiras autossuficientes em energia por conta disso. 

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