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A inflação acontece quando a oferta de dinheiro aumenta, desvalorizando a moeda. É percebida especialmente através da elevação de preços, pois a oferta maior de dinheiro reduz o poder de compra dos consumidores. Por exemplo, se a oferta de diamantes se tornasse tão abundante quanto a de vidro, o preço de mercado de produtos que contenham diamantes cairia drasticamente. Do mesmo modo, quando a quantidade da moeda ofertada aumenta, seu valor cai, e o poder de compra diminui, assim como a quantidade de bens que pode ser adquirida com uma unidade desse dinheiro. Como enfatizado pelo economista Ludwig Von Mises, as pessoas costumam enxergar a causa da inflação no aumento dos preços, e não no seu real motivo, que é o aumento da quantidade de dinheiro ofertado. A quantidade de dinheiro presente em uma economia nacional é controlada pelo governo por meio do Banco Central. Mas, levando em conta que o aumento da oferta de dinheiro reduz o poder de compra dos cidadãos, por que o Estado faria tal coisa? Isso acontece principalmente quando o governo está com déficit no orçamento. Quando o governo aumenta seus gastos acima da arrecadação dos impostos, recorre ao aumento de impressão de notas de dinheiro para cobri-los. Com a evolução da tecnologia de impressão e a ausência de lastro no dinheiro, emitir mais notas se tornou algo cada vez mais fácil, dependendo simplesmente das decisões governamentais. Um exemplo de quando o governo emite mais notas para cobrir seus gastos é o do pagamento de funcionários públicos, especialmente quando seus salários são aumentados. Essas pessoas acabam tendo mais dinheiro enquanto todas as outras continuam a ter a mesma quantidade de dinheiro que tinham antes. Aqueles que receberam aumento de salário através da multiplicação da moeda competirão com os demais compradores. E por outro lado, apesar da oferta de dinheiro nessa economia ter aumentado, o número de mercadorias continua o mesmo. A consequência inevitável é a desvalorização da moeda e o aumento de preço das mercadorias e bens ofertados. Os funcionários públicos que receberam o novo dinheiro antes dos demais consumidores terão uma vantagem temporal em relação aos outros, estando em posição privilegiada, pois, como são os primeiros a receberem o novo dinheiro, podem comprar enquanto os preços ainda não aumentaram, isto é, podem comprar bens e serviços no estágio anterior de troca de dinheiro por mercadoria, antes que a inflação ocorra. Mas os preços de serviços e mercadorias não se alteram na mesma medida e ao mesmo tempo. Existem preços que mudam mais rapidamente que outros, caindo ou subindo mais depressa. Isso acontece porque as pessoas não compram as coisas ao mesmo tempo, e porque não consomem exatamente as mesmas mercadorias ou a mesma quantidade das mercadorias em comum que consomem. O dinheiro extra que o governo emitiu não é usado para comprar de todas os serviços e mercadorias. Deste modo, quando a inflação acontece, diferentes grupos da população são afetados por ela de diferentes formas. Muitos governos recorrem ao controle e congelamento de preços para combaterem a inflação. Mas tais medidas podem no máximo atrasar sua manifestação. O economista Henry Hazlitt explica que o controle de preços exercido pelo Estado apenas comprime ou elimina por completo os lucros, causando o desarranjo da estrutura de produção da economia, gerando até mesmo a escassez de produtos. O controle de preços do governo é uma tentativa de jogar a responsabilidade da inflação sobre produtores e vendedores, e não em suas próprias políticas monetárias. Políticas desastradas arruinaram o Bolívar venezuelano, com uma inflação próxima a 1.000.000 % (um milhão por cento) ao ano. Na prática, as notas de dinheiro não valem praticamente nada. Na foto, maços de dinheiro venezuelano equivalem à um dólar americano no final de 2018. Foto: sunsinger / Shutterstock.com Referências: HAZLITT, Henry. O básico sobre inflação. Disponível em: <https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1296>. Acesso em 30 de dezembro de 2018. MISES, Ludwig Von. As seis lições. São Paulo:Instituto Ludwig Von Mises, 7 ª edição, 2009, 61-76p. Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/economia/inflacao/ Inflação é um indicador econômico que mede o aumento dos preços de bens e serviços em um período de tempo. As variações na inflação são ocasionadas pelo descompasso entre a demanda e a oferta, pelo aumento na emissão de papel-moeda em um determinado país, pela elevação dos custos de produção e até mesmo pelas incertezas da conjuntura econômica que causam uma expectativa no aumento da taxa inflacionária. Aumentos na inflação podem ocasionar a desvalorização da moeda nacional e a diminuição do poder de compra da população, o que se dá de forma ainda mais acentuada quando não há reajustes nos salários. Confira no nosso podcast: Entendendo os setores da economia Tópicos deste artigo
Resumo sobre inflação
O que é inflação?A inflação, chamada também de taxa de inflação, é uma variável econômica que corresponde ao aumento dos preços dos bens e serviços de um país em um período de tempo determinado. Quando os salários não são ajustados em conformidade com a inflação, a flutuação no valor final das mercadorias e dos serviços condiciona uma diminuição do poder de compra da população, que experimenta um aumento no custo de vida. Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;) Quais são as causas da inflação?Diversas causas estão associadas ao aumento dos preços de bens e serviços, que tem origem nas ações e políticas governamentais, no processo produtivo, na demanda e até mesmo nas especulações que são feitas a respeito do comportamento futuro da própria inflação. Veja abaixo quais são essas causas e uma breve explicação sobre cada uma delas.
Leia também: Commodities — mercadorias comercializadas em larga escala no mercado internacional Quais são os tipos de inflação?A inflação pode ser classificada em diferentes tipos de acordo com os fatores que a ocasionaram. A seguir descrevemos quatro tipos de inflação que são os mais recorrentes.
Consequências da inflaçãoA inflação, conforme descreve o Banco Central do Brasil, é responsável por criar um cenário de incertezas na economia de um país. Com a inflação acima da média, ou quando não há reajustes de salários, há um aumento no preço relativo de mercadorias, bens e serviços que afetam diretamente a população, em especial a parcela mais pobre, que tem o seu poder de compra reduzido. Notamos os efeitos da inflação principalmente por meio do encarecimento dos produtos no mercado, nos postos de combustível e também na elevação do valor dos serviços utilizados cotidianamente. Outra consequência da inflação é a desvalorização da moeda nacional. Com isso, os produtos importados se tornam mais caros, o que pode onerar até mesmo a produção local, elevando os custos produtivos. Em uma conjuntura como essa, os investimentos internacionais tendem a desacelerar, uma vez que o cenário instável se torna pouco atrativo. Algumas possíveis medidas para reduzir a inflaçãoExistem algumas medidas que podem ser tomadas tanto pelos governos nacionais quanto pelos agentes privados para reduzir a inflação. É preciso pontuar, entretanto, que muitas dessas medidas terão efeito a médio ou longo prazo, e algumas delas geram impactos nem sempre positivos para a população. Abaixo, listamos as duas principais medidas que são apontadas como possíveis soluções para a inflação:
Inflação brasileiraO cálculo da inflação no Brasil é realizado por meio de dois índices de preço, os quais estão descritos brevemente abaixo.
Desde o final da década de 1990, a política monetária brasileira conta com um regime de metas de inflação, que é definido todos os anos pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Esse indicador tem como principal objetivo nortear o planejamento econômico nacional, evitando um possível descontrole do regime de inflação. Nem sempre, no entanto, a meta estabelecida é atingida. A inflação brasileira tem experimentado um período recente de muita oscilação, o que é decorrente da conjuntura política e econômica interna, além de fatores externos que são capazes de influenciar diretamente os preços das mercadorias e dos serviços nacionais, como a pandemia, crises políticas internacionais que afetam a cotação dos produtos e flutuações no câmbio. Leia também: Pobreza no Brasil — dados sobre esse grave problema socioeconômico que atinge nosso país Inflação mundialOs índices inflacionários do Brasil têm seguido uma tendência mundial, que é a de aumento dos preços de mercadorias e serviços. De acordo com dados recentes publicados pelo Fórum Econômico Mundial|1|, a maioria dos países desenvolvidosexperimentou nos últimos anos um aumento na taxa de inflação, que, em alguns casos, mais do que dobrou. Em muitos desses países, variações como essa não eram registradas há várias décadas. Os fatores que têm influenciado a taxa de inflação no mundo são diversos, desde a pandemia e a resposta dos governos à crise sanitária instalada em 2020 até as incertezas no cenário político internacional, com disputas comerciais e guerras por território ocorrendo ao mesmo tempo. A Turquia e Israel são os dois países em que a inflação cresceu de forma acelerada no último ano. Por outro lado, países como Indonésia, Japão e Arábia Saudita registraram as menores variações. História da inflaçãoA história econômica brasileira é marcada por períodos de oscilação na inflação. No entanto, o país passou por um momento atípico de hiperinflação ou inflação galopante, que aconteceu durante as décadas de 1980 e 1990, quando a inflação anual chegou a quase 500% ao ano na última década do século XX. Apenas a título de comparação, um aumento superior a 10% ao ano já é considerado preocupante.|2| Muito embora o descontrole inflacionário no país tenha iniciado após as crises do petróleo, portanto por causas externas, fatores internos acumularam com o passar do tempo e contribuíram para a deflagração do problema. Durante esse período, os preços no mercado variavam praticamente todos os dias, com uma queda bruta do poder de compra da população, o que afetou sobretudo as famílias mais pobres. Uma série de políticas monetárias foi elaborada pelo governo a fim de conter a inflação, culminando no Plano Real de 1994, no mesmo período em que a taxa de inflação brasileira chegava a 5000%. Dentre as medidas implantadas pelo Plano Real estavam a desindexação de preços, o aumento dos impostos federais e a abertura econômica brasileira, que deu início às privatizações. As medidas surtiram efeito na economia e houve equilíbrio na inflação, além da equiparação do real ao dólar. Em uma escala mundial, períodos de descontrole inflacionário nos países coincide com momentos de grande instabilidade política e econômica, como foi o caso das duas guerras mundiais, quando países como a Hungria chegaram a registrar, em 1946, taxas diárias de 207%|3|. Um exemplo mais recente é o do Zimbábue, cujas transformações na estrutura produtiva e territorial interna e a intervenção na Guerra do Congo ocasionaram um cenário de taxas inflacionárias de 98% ao dia em 2008.|4| Notas |1| DESILVER, Drew. Research from 44 countries shows levels of rising inflation across the world. World Economic Forum, 23 jun. 2022. Disponível aqui. |2| ROSSI, Pedro; CARMO, Heron; MARÇAL, Emerson; SILBER, Davi Simão; SCHWARTSMAN, Alexandre. Como os governos controlam a inflação? In: G1 explica a inflação, [S.I.]. Disponível aqui. |3| UCHOA, Pablo. Como se resolveram os 5 maiores episódios de hiperinflação da história. BBC News Brasil, 16 set. 2018. Disponível aqui. |4| Idem. Por Paloma Guitarrara Quais são as consequências da inflação sobre o poder aquisitivo da população?Dessa forma, a inflação traz diversas consequências para a sociedade, como a desvalorização da moeda. Com a desvalorização da moeda, o poder de compra da população diminui. Sendo assim, é necessário mais dinheiro para comprar os mesmos produtos de antes.
Quais são as consequências de inflação?Consequências da inflação. A inflação gera incertezas importantes na economia, desestimulando o investimento e, assim, prejudicando o crescimento econômico. Os preços relativos ficam distorcidos, gerando várias ineficiências na economia.
Como a inflação afeta o poder de compra da população brasileira?A inflação se trata do aumento generalizado no preço dos produtos, fazendo com que o preço médio de tudo aumente. A crescente nos gastos, faz com que o poder de compra diminua cada vez mais, ou seja, com a mesma renda de épocas anteriores, a população consiga comprar cada vez menos.
Quais são os impactos da inflação para a sociedade?Isto é, quanto mais os consumidores registram interesse em adquirir produtos e serviços e/ou nas situações em que determinados itens estão escassos, o aumento de preços acontece. Neste cenário, a inflação provoca incertezas na economia, desestimula investimentos e prejudica o crescimento econômico.
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