Relacione a crise do século xv as rebeliões camponesas ocorridas na época

A crise do feudalismo ocorreu no último período da Idade Média, denominado de Baixa Idade Média (séculos XI e XV).

Alguns fatores foram necessários para que o feudalismo desaparecesse por completo, pondo fim a Idade Média e dando início a Idade Moderna.

Resumo

Baseado na posse de terras (feudos), na monarquia, na centralização do poder, na autossuficiência e numa sociedade estamental (nobreza, clero e povo), destituída de mobilidade social, o feudalismo foi um sistema que permaneceu até o século XIV na Europa.

No entanto, com as mudanças de paradigmas e com diversos acontecimentos históricos, culturais, políticos e sociais, o sistema feudal entrou em declínio a partir do século XI.

Segue abaixo as principais causas que acarretaram na crise do sistema feudal.

Crescimento Demográfico: a partir do século X, o aumento considerável do número de pessoas foi um fator decisivo para que surgisse uma nova classe social interessada sobretudo, no comércio: a burguesia. A classe burguesa, formada por artesões, mercadores, banqueiros e donos de companhias de comércio, eram habitantes das antigas cidades medievais fortificadas, denominadas de burgos.

Com isso, o poder da nobreza, dos senhores feudais e do clero também entram em declínio. Diante desse sistema, ficou difícil suprir as diversas necessidade da população (alimentação, moradia, saúde, etc.) que praticamente duplicou nos séculos seguintes.

Essa explosão demográfica gerou uma população marginal, sem emprego e sem terras. A partir do século XV o renascimento urbano e comercial propiciou o aumento e a estabilidade da população.

Revolução Burguesa: com o surgimento da burguesia, muitas pessoas fugiam dos feudos (êxodo rural) para as cidades em busca de melhores condições. O surgimento da moeda, o desenvolvimento das cidades medievais e da intensificação das atividades comerciais, foram essenciais para que o sistema feudal entrasse em declínio.

A nova classe social que surgia aspirava contra o absolutismo, almejando independência e propondo uma nova economia, baseada no sistema capitalista (burguesia mercantil). Além disso, a burguesia lutava pelo enriquecimento e pela mobilidade social, sistema desconhecido na sociedade feudal.

Peste Negra: um dos fatores que assolaram a população na Idade Média, foi a epidemia da peste negra (ou peste bubônica), que matou milhões de pessoas a partir do século XIV, ou seja, cerca de um terço da população europeia.

Entre 1346 e 1353, a falta de higiene e de condições favoráveis de vida foram determinantes para que a peste atingisse grande parte da população. Assim, a diminuição da mão de obra caiu drasticamente, revelando um pouco da crise feudal que se iniciava.

A população vivia em condições precárias de habitação e higiene, o que fez com que o vírus da peste, que se alojava nas pulgas dos ratos, se proliferasse drasticamente.

Isso implicou principalmente, na maior opressão e exploração dos poucos servos que ainda trabalhavam nos feudos, o que deixou cada vez mais a população descontente, levando a diversas revoltas camponesas, das quais se destacam a Jacquerie (1358) e a Revolta Camponesa de 1381.

As Cruzadas: Foi a partir do movimento das Cruzadas (entre os séculos XI e XIII), uma série de oito expedições de caráter religioso, econômico e militares organizadas pela Igreja, que o comércio se intensificou e o renascimento comercial surgiu na Europa.

As comercializações de produtos com o Oriente a partir da abertura do mar mediterrâneo foi um fator determinante para a queda do sistema feudal, com o aumento das rotas comerciais.

Ainda que do ponto de vista religioso elas não tenham atingido muitos objetivos, as Cruzadas favoreceram o desenvolvimento comercial, pondo fim a dominação árabe no Mar Mediterrâneo.

Renascimento: Com novas descobertas e mudanças nos âmbitos religioso, comercial, urbano, cultural, artístico e científico, surge no século XV na Itália, o Renascimento: movimento artístico, filosófico e cultural que permitiu a mudança de mentalidades na sociedade europeia.

Com ele, o antropocentrismo humanista, deu lugar ao teocentrismo que dominava a vida da população na Idade Média, junto ao poder da Igreja, a qual participava inteiramente da vida dos cidadãos. O renascimento comercial favoreceu as trocas comerciais, aumentando a economia e gerando o sistema capitalista.

Complemente sua pesquisa sobre o tema, com a leitura dos artigos:

  • Baixa Idade Média
  • Feudalismo
  • Relações de Suserania e Vassalagem no Feudalismo
  • Economia Feudal
  • Sociedade Feudal
  • Estado Absolutista
  • Transição do Feudalismo para o Capitalismo

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Relacione a crise do século xv as rebeliões camponesas ocorridas na época

A crise do século XIV designa uma série de eventos ocorridos ao longo dos séculos XIV e XV que deterioraram o crescimento e prosperidade que a Europa havia desenvolvido desde o começo da Baixa Idade Média.[1] O colapso demográfico, a instabilidade política e as revoltas religiosas estão na origem das crises que provocaram alterações profundas em todas as áreas da sociedade.

Com essa crise iniciou-se também a decadência das universidades e escolas medievais e, por conseguinte, o progresso científico que estava florescendo. A medicina desviou-se da prática metodológica para ceder às superstições e medos que se deram com a Peste e a Grande Fome. A cultura de higiene que havia se disseminado através dos monges herbalistas se extingue e a medicina atribui a causa da peste à água que se tornou cada vez mais escassa em seu estado potável devido às fortes chuvas. Logo, há redução no número de banhos e o início de uma era de ensebamento no século XV.

Causada por diversos motivos, a crise teve origem na época em que não havia novas terras a serem ocupadas, fazendo com que a produção não crescesse, uma vez que no sistema feudal uma maior produção significava anexar novas terras. Com a produção estagnada e uma população maior, a fome se espalhou pela Europa. Além disso, a destruição das florestas e do meio ambiente ocorrida durante o século XII causou sérias mudanças climáticas, como por exemplo, severas chuvas. A Europa devastada pela fome, estava mais vulnerável a doenças como a Peste negra. Para agravar a situação existiam constantes guerras, a mais conhecida foi a Guerra dos Cem Anos. Tudo isto causou uma grande queda demográfica. Como havia menos pessoas para trabalhar, os nobres impuseram uma maior carga de trabalho sobre os camponeses, o que gerou revoltas populares como a Jacquerie e a Revolta camponesa de 1381.

Crise de 1383—1385 em Portugal[editar | editar código-fonte]

Em Portugal a crise não era apenas demográfica e económica, mas também uma crise de sucessão (a crise de 1383-1385). D. Fernando faleceu, deixando como sua única herdeira, Beatriz, de Portugal, casada com João I de Castela. Se fosse nomeada para governar Portugal, o reino corria sérios riscos de perder a sua independência, uma situação que não agradava a parte da população. Deste modo, as opiniões dividiram-se: por um lado o povo, a baixa nobreza e a burguesia que apoiavam o Mestre de Avis, (que viria a tornar-se o futuro João I de Portugal) e a independência de Portugal, por outro, parte da nobreza e clero apoiavam Dona Beatriz.

Depois de Mestre de Avis ter assassinado o Conde Andeiro e se ter auto-proclamado Rei, tiveram lugar várias batalhas entre portugueses e castelhanos, sendo os exércitos portugueses comandados por D. Nuno Álvares Pereira e obtendo vitórias (por exemplo, na Batalha dos Atoleiros). Mas só nas Cortes de Coimbra é que o Mestre de Avis, defendido por D. João das Regras, foi aclamado publicamente Rei de Portugal, D. João I, tendo assim dando inicio à Dinastia de Avis.

A peste negra[editar | editar código-fonte]

Relacione a crise do século xv as rebeliões camponesas ocorridas na época

Propagação da peste na Europa.

Em Portugal a Peste Negra entrou em 1348. Alguns historiadores dizem que os primeiros casos se registaram na primavera, mas outros garantem que foi só em setembro[carece de fontes]. De qualquer forma sabe-se que foi uma espécie de "praga–relâmpago" propagando-se por quase toda a Europa muito rapidamente. Até ao Natal, matou muito mais do que metade da população portuguesa, e depois desapareceu, e foi exatamente assim no resto da Europa. Como naquela época a medicina estava muito pouco desenvolvida, as pessoas pensavam que a peste era um castigo enviado por Deus. Na altura organizavam-se várias penitências, e os cristãos tentavam proteger-se usando estampas e relíquias de santos como São Sebastião e São Roque. A peste causou também uma escassez de mão-de-obra, pioneiramente elevando o nível das negociações de trabalho a favor dos camponeses.[2][3]

Os físicos (médicos da altura) deram explicações mais racionais para a doença, mas nunca descobriram que a origem estava numa bactéria existente nos estômagos das pulgas dos ratos. Muitos físicos recusavam-se a visitar os pacientes, mas outros mais corajosos procuravam levar algum conforto à cabeceira dos pestilentos. Para evitarem o contágio usavam um traje especial. A única medida aconselhada era limpar o corpo com vinagre, mas a maior parte dos tratamentos era simples e mudavam de país para país. A peste negra foi se alastrando por toda a Europa atingindo até os mais ricos. A peste negra é também conhecida como peste bubônica.

"Fome monetária"[editar | editar código-fonte]

A escassez de moedas (quando voltou a ser fonte de riqueza) também foi um fator importante na crise do século XIV. Causada pelo comércio de mão única, onde os comerciantes europeus compravam do oriente e vendiam na Europa, as moedas de metais preciosos ficaram escassas, criando uma situação de crise. Felipe, o Belo, rei da França, tentou amenizar a crise ao misturar outros metais às moedas. Esse fato foi percebido pelos comerciantes que aumentaram os preços dos produtos, aumentando ainda mais a inflação com as mortes provocada pela fome, pela peste e pela guerra dos cem anos, começou a faltar mão de obra nos campos, a produção agrícola diminuiu, acarretando prejuízos para a nobreza. Para compensar suas perdas, a nobreza aumentou o controlo sobre os camponeses tributos pagos por eles. Os camponeses, por sua vez, reagiam incendiando colheitas, fugindo e promovendo revoltas. Exemplos dessas importantes revoltas foram a Jacquerie, na França (1358), e a Revolta de Watt Tyler ,na Inglaterra (1381). Jacquerie é, na verdade, o nome da série de revoltas que explodiram na proximidades de Paris e no interior da França, ao mesmo tempo. Os milhares de camponeses que delas participavam incendiaram castelos mataram muitos nobres. Estes reagiram e, de posse de melhores armas e de treinamento militar, sufocaram a revolta, massacrando os rebeldes. Liderados por Watt Tyler, cerca de 10 mil camponeses ingleses se dirigiram a Londres e exigiram do rei Ricardo II o fim da servidão e a diminuição de impostos pagos por eles. Na presença dos rebeldes, o rei concordou,mas em seguida, voltou atrás e se uniu aos nobres,arrasando as aldeias camponesas. Embora tenham sido massacradas pelos exércitos do rei e da nobreza, essas revoltas contribuíram para o enfraquecimento do feudalismo na Europa ocidental.

Ver também[editar | editar código-fonte]

  • Grande Depressão (Século XV)

Referências

  1. James L. Goldsmith (1995). «The Crisis of the Late Middle Ages: The Case of France». French History. 9 (4): 417–450. doi:10.1093/fh/9.4.417
  2. A History of Agriculture and Prices in England from 1259 to 1793 - James Edwin Thorold Rogers
  3. Caliban and the Witch página 46, Silvia Federici

Qual a relação da crise do século 14 às rebeliões camponesas ocorridas na época?

As revoltas camponesas no século XIV foram reprimidas violentamente pelos senhores feudais. No século XIV, em decorrência da Peste Negra e da Guerra dos Cem Anos (França e Inglaterra), ocorreu uma diminuição da produção agrícola, que ocasionou a falta de alimentos e consequente fome por grande parte da Europa Feudal.

Quais foram as principais causas das revoltas camponesas no século XIV?

Os camponeses que ainda conseguiam manter a sua produção começaram a entrar em choque permanente com os senhores feudais que lhes arrendavam as terras por meio da relação de suserania e vassalagem. Os camponeses buscavam receber maior parcela da produção e sair da condição de vassalos. As revoltas ocorreram em 1358.

Quais foram as consequências das revoltas camponesas?

Grupos camponeses chegaram a marchar até Londres, destruindo edifícios e clamando por reformas. Apesar de essas revoltas terem sido derrotadas, elas indicaram o início do fim da servidão na Europa Ocidental e a desintegração do mundo feudal, em decorrência das transformações sociais que geraram.

Quais foram as crises dos séculos XIV e XV?

A CRISE DO SÉCULO XIV E XV Com esse fortalecimento, aos poucos a burguesia começou a rivalizar em poder com os antigos membros da nobreza. Porém, o aumento das cidades e de suas populações resultou na criação de condições para a eclosão de uma grande epidemia: a Peste Negra.