Quem é você , alasca? resumo

Não dá pra falar de Quem é você, Alasca? sem spoilers. Por isso, cuidado! Há spoilers.

Em abril, a Vitória me emprestou o livro Quem é você, Alasca?, do famoso John Green. Eu nunca havia lido nenhum livro do norte-americano queridinho das adolescentes e isso causou espanto nela. Fui induzida a trazer o livro pra casa sob o título de “livro preferido da vida da Vitória”, sem nenhuma pressão rsrs.

E, num resumo bem direto e sem spoilers, o livro mostra o nosso protagonista e também narrador, Miles, indo estudar em uma escola diferente e longe dos pais, querendo aquilo que ele chama de “ir em busca do grande talvez”. Ele não gostava da vida que levava até então, sem amigos verdadeiros e sem aventuras para se lembrar.

Ao chegar nessa nova escola, conheceu seu companheiro de quarto, apelidado de Comandante, que já logo determinou que o seu apelido seria Gordo, já que Miles era um garoto magricelo. Além do Comandante, Miles conhece também Takumi, Lara e, a mais importante estrela do livro, Alasca Young. Uma menina impulsiva, que carrega dores do passado consigo, como ter perdido a mãe muito nova (acho que vou deixar as circunstâncias de sua morte pra você ler no livro), que não tem tramelas na língua, nem no temperamento.

E assim, Miles começa a viver coisas junto dos seus novos amigos, como beber e fumar pela primeira vez, se envolver com uma garota e, o principal: se apaixonar. Ao se encantar por Alasca, seus livros, sua maneira de se jogar na vida, ele também acaba idealizando a garota que tem repentes de raiva e tristeza, momentos em que ela não faz questão de explicar os motivos pelos quais muitas vezes é egoísta ou hostil.

Só que aí chegamos ao grande momento da moda adolescente da literatura mundial: Alasca Young morre. Depois de sair correndo, alcoolizada e escondida do diretor da escola, rumo ao cemitério para levar flores para sua mãe, Alasca bate o carro que dirigia. Justo na noite em que Miles a havia beijado pela primeira vez. Justo na noite em que ela havia dito que “continuariam depois”. Coincidentemente, ou não, um dia depois do aniversário de morte da mãe de Alasca.

Por isso, inclusive, o livro é dividido em duas partes, sendo elas o antes e o depois — o antes de sua morte e o depois. O antes, recheado com Miles descobrindo coisas felizes e o depois, com Miles descobrindo o luto, a tristeza e também a culpa, em certo sentido.

Temos aqui alguns detalhes que permanecem como mistério: seria apenas os efeitos do álcool ou Alasca provocou o acidente como meio de se suicidar? Quem era Alasca Young, afinal?

E eu preciso confessar: não chorei lendo Quem é você, Alasca? Mesmo tendo uma história delicada, mesmo sentindo durante a leitura, em alguns momentos, pesar as minhas reflexões sobre a morte e a maneira como ela torna a vida apenas um sopro, não pude deixar de reparar que li o querido John Green pela primeira vez no momento errado da vida.

Aos 15, esse livro poderia ter me parecido perfeito. Aos 25, me soou infantil — não em sua essência, mas em sua narrativa.

Em muitos momentos, sentia a falta de mais detalhes, de mais profundidade. Queria saber mais, queria mais descrições, queria entrar mais nos cenários, nos psicológicos. Enquanto isso, muito me parecia, em vários momentos, um diário escrito por alguma criança.

Eu queria muito dizer para a Vitória que concordo com ela, mas não consigo. Infelizmente 2019 tem sido o ano das leituras atrasadas na vida, tendo eu lido em janeiro o famoso Mundo de Sofia e achado tedioso. Mas se eu puder dizer algo para Vitória, miga do coração, gostaria de dizer que quando eu tiver filhos, aos 15, eles lerão Quem é você, Alasca?.

No mais, apenas poderia deixar aqui outros dois pontos:

1 — Lerei A Culpa é das Estrelas para desencargo de consciência. Não quero dizer que não gosto de John Green quando, quem sabe, foi apenas um desencontro com essa obra em específico;

2 — Acho que não gosto de histórias em que alguém do casal morre, e isso não se resume ao John Green. No filme Nasce uma Estrela eu também não chorei.

Quem é você , alasca? resumo

Esse post não é sobre alguma edição específica, mas sobre a história em si, sobre a minha coleção de livros do autor e sobre eu amar Quem é Você, Alasca? com toda a minha alma.

Quem é você , alasca? resumo

Primeiramente, você precisa entender a minha paixão pelo autor. Sou paciente de esclerose múltipla e embora eu saiba que não vou morrer disso, não soube bem como lidar com ela na minha vida. Até que li A Culpa é das Estrelas, outro livro do autor. A história é um romance entre dois jovens que precisam aprender a lidar com o câncer em suas vidas. Deixando de lado toda a parte de morte, o autor trouxe a beleza de viver, independente das condições e a graça em detalhes que poderiam ser vistos como trágicos. Trazendo esse ponto de vista para a minha realidade, aprendi que se eu pudesse me divertir no meio das dificuldades, eu continuaria doente, mas de uma forma mais leve. Ele não apenas salvou a minha felicidade, como mudou a minha perspectiva da vida. Então, podem falar o que for dele, pra mim ele sempre será um herói.

Agora vamos falar de Alasca. Quando eu terminei a leitura de A Culpa é das Estrelas, levei um tempo para me recuperar (mentira! Ainda estou me recuperando) e fui atrás de mais do autor. Me deparei com Quem é Você, Alasca? Eu não fazia ideia do que esperar, ninguém falava desse livro na época e eu não tenho o costume de ler sinopses. Imaginei apenas mais uma leitura divertida, afinal, John Green não poderia ser trágico em todos os livros, não é mesmo?

Hoje eu sei que ele não foi trágico em todos, mas o que Alasca fez comigo… não há como descrever…

Resenha:

Quem é você , alasca? resumo

Somos capazes de sobreviver a essas coisas horríveis, pois somos tão indestrutíveis quando pensamos ser.

Miles estava saturado da sua vida. Não era popular, não tinha amigos ou raízes. Por mais que seus pais o amassem, a sensação de vazio dominava o nosso protagonista.

Ouvir em silêncio era meu modo de conviver em sociedade.

Ele resolve estudar no colégio interno que o seu pai havia estudado. Em outra cidade, longe de tudo. Ciente de que poderia não mudar em nada na sua vida, mas convencido de que onde estava, também não o levaria à lugar nenhum.

Para convencer seus pais a apoiarem seus planos, ele usa a frase que foram as últimas palavras de um grande poeta, François Rabelais: “Vou em busca de um Grande Talvez.” Alegou não querer esperar a morte para então começar a procurar o seu Grande Talvez.

Miles era intenso e dramático, mas de um jeito cômico.

Assim que ele chega na nova escola, Culver Creek, as coisas já começam diferentes, ele faz um amigo, seu companheiro de quarto, Chip, que gosta de ser chamado de Coronel.

Coronel tem um jeito mandão, não é bom em seguir as regras e apelidou Miles de Gordo (ou em algumas versões, Bujão), ironia devido Miles ser muito magro. É através dele que Miles conhece Alasca.

Quem é você , alasca? resumo

Alasca é a típica rebelde, mas não sem causa. Um trauma da infância mexeu com tudo nela. Ela fuma, bebe e se destrói por culpa pela morte da mãe. O que ela não consegue entender é que era jovem demais para que pudesse ser culpada por algo. Tirando toda a carcaça da mágoa, é uma jovem extremamente atraente. Namora um rapaz mais velho, que nunca aparece por lá e tem uma biblioteca imensa no seu dormitório, além de cigarros escondidos. Talvez seu ar de experiente ou a aparência de encrenca tenha deixado Miles completamente encantado por ela.

Ela tinha namorado. Eu era um palerma. Ela era apaixonante. Eu era irremediavelmente sem graça. Ela era infinitamente fascinante. Então eu voltei para o meu quarto e desabei no beliche de baixo, pensando que, se as pessoas fossem chuva, eu seria garoa e ela, um furacão.

Sabendo que não teria chances com a moça, eles se tornam amigos.

Gordo, Coronel, Alasca e mais alguns amigos da escola, vivem as mais diversas aventuras. Miles nunca se sentiu tão fora da lei e a adrenalina faz com que ele se sinta muito bem.

Enquanto ele aprende um mundo de coisas novas, percebe o quanto Alasca precisa de alguém que se importe com ela. Mas às vezes as pessoas se sentem tão feridas, que não há ajuda que seja o suficiente.

Não sabia se podia confiar nela e já estava cansado de sua imprevisibilidade – fria num dia, meiga no outro; irresistivelmente sedutora num momento e insuportavelmente chata no outro.

O furacão Alasca vai mudar e destruir tudo em Miles, enquanto nos traz uma lição intensa e dolorida sobre as consequências dos nossos atos e dos traumas não elaborados.

O Green tem o poder de destroçar a minha alma. Ele não consegue se limitar a escrever uma boa história, ele precisa de forma impactante te mostrar o valor da vida. Foi como se a vida gritasse pra mim “Por favor pare e pense… eu sou aquilo que você faz de mim”.

Miles é inexperiente e curioso. Intenso e verdadeiro. A forma como ele descreve e vê Alasca me fez desejar que alguém sentisse isso por mim. O jeito tímido e engraçado… chega a passar um tipo de inocência e tive vontade de abraçar e cuidar dele. Me apaixonei por ele na primeira página e foi difícil me despedir. Foi um personagem que marcou e trago ele comigo desde que finalizei a leitura.

(…) Eu queria tanto me deitar ao lado dela, envolvê-la em meus braços e adormecer. Não queria transar, como nos filmes. Nem mesmo fazer amor. Só queria dormir com ela, no sentido mais inocente da palavra.

Em Alasca encontrei a pior parte de mim, aquela que escondo a sete chaves. A invejei por ser tão autêntica, por ter o Miles aos seus pés e não saber aproveitar. Uma personalidade forte escondendo um coração despedaçado. Quem nunca se sentiu assim?

Passamos a vida inteira no labirinto, perdidos, pensando em como um dia conseguiremos escapar e em quanto será legal. Imaginar esse futuro é o que nos impulsiona para a frente, mas nunca fazemos nada. Simplesmente usamos o futuro para escapar do presente.

A mensagem que guardei pra vida, é que viver é um presente que poucos sabem aproveitar. O que chega a ser injusto quando comparamos com quem não tem mais tempo de usufruir desse presente.

(…) Se ao menos conseguíssemos enxergar a infinita cadeia de consequências que resulta das nossas pequenas decisões. Mas só percebemos tarde demais, quando perceber é inútil.

Quem é você , alasca? resumo

Sobre o autor:

Quem é você , alasca? resumo

John Green cresceu em Orlando, Flórida, a uma pequena distância da Disney World. Se mudou para Ohio para cursar a universidade, onde estudou Inglês e Religião. Por vários meses antes se graduar, John trabalhou como capelão em um hospital infantil. Enquanto estava lá, teve a inspiração para escrever seu primeiro romance, Quem É Você, Alasca?, que se tornou um bestseller nos Estados Unidos e ganhou muitos prêmios literários, como o Michael L. Printz Award nos EUA e o Silver Inky Award na Austrália. O segundo romance de John, An Abundance of Katherines, foi publicado em 2006 e se tornou finalista do Los Angeles Times Book Prize e também nomeado livro de honra do Michael L. Printz. Paper Towns, publicado nos EUA em 2008, estreou em quinto lugar na lista dos mais vendidos do The New York Times e ganhou o Edgar Allan Poe Award pelo melhor romance de mistério. Em 2009, Paper Towns foi eleito em primeiro lugar por mais de 11 mil leitores no Top 10 dos Adolescentes da American Library Association.

No seu tempo livre, John é um grande fã do Campeonato Inglês de Futebol, mas ele não fala para que time torce, porque não quer alienar possíveis leitores.

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Quem é você Alasca explicado?

Baseada no romance de John Green, a adaptação conta a história de Miles, um garoto cansado de sua vida monótona. Decidido a encontrar um Grande Talvez, ele se matricula no internato Culver Creek, onde conhece seus primeiros amigos, vive as primeiras aventuras e encontra seu primeiro amor.

Quem é você Alasca temas abordados?

Quem É Você, Alasca? (Ed. Martins Fontes, 229 pgs., R$ 25,80) é uma típica literatura para jovens adultos que aborda a amizade e a cumplicidade como valores chave na vida das pessoas, assim como seus pesos e consequências.

Quem é você Alasca resenha do livro?

Quem é você, Alasca? é um livro doloroso e dramático, entretanto acredito que por eu já saber qual era a polêmica abordada pelo autor nessa história (e consequentemente por não me surpreender com ela no decorrer da trama), tal fator não foi suficiente para me fazer gostar dos personagens centrais.