Após a derrota na Segunda Guerra Mundial, o Japão foi obrigado a aceitar todos os termos impostos pelos Estados Unidos, além de o país ter sido ocupado por tropas americanas. Nesse contexto, era necessário reconstruir a nação, que havia sido arrasada durante a guerra. Show Após as bombas atômicas lançadas em Hiroshima e Nagasaki, os Estados Unidos conseguiram forçar o império japonês a se render e aceitar os termos da Declaração de Potsdam, proposta pelos Aliados. A oficialização da rendição aconteceu no dia 2 de setembro de 1945, no encouraçado americano USS Missouri. Com a rendição, o Japão concordou com a ocupação americana, que foi liderada pelo general Douglas MacArthur. A ocupação americana tinha como objetivo realizar essa transição do Japão para um país pacífico e aliado aos interesses americanos na Ásia. Além disso, a presença americana garantiria o afastamento da influência soviética. A grande tarefa do Japão era reconstruir a infraestrutura e economia do país. Esse processo de reconstrução econômica do país foi realizado, em parte, com ajuda financeira americana. Essa ajuda era uma maneira de aliar os países em reconstrução com a política americana e, assim, impedir a proliferação do comunismo soviético. A ocupação americana no Japão foi encerrada em 1952 e, apesar disso, os Estados Unidos mantiveram suas bases militares na ilha de Okinawa. O Japão foi autorizado pelos Estados Unidos a manter uma força de defesa interna composta por, no máximo, 350 mil soldados. Confira nosso podcast: Consequências da Segunda Guerra Mundial para o Japão Tópicos deste artigo
Rendição Japonesa
A rendição japonesa na guerra só aconteceu mediante uma garantia dada pelo governo americano: a manutenção do imperador Hirohito. O historiador Yoshikuni Igarashi traz relatos de que o imperador Hirohito estava disposto a continuar a luta tanto quanto fosse possível para garantir sua manutenção no trono imperial japonês. Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;) Com a rendição, a cúpula japonesa desenvolveu uma teoria para retirar a responsabilidade do imperador e da sociedade na guerra e promoveu a ideia de que a rendição foi fruto da benevolência imperial. Os oficiais do governo japonês já cogitavam a rendição japonesa desde 1943, entretanto, a rendição era pensada de uma maneira que garantisse Hirohito no poder. Essa narrativa foi transmitida por meio do discurso oficial do imperador Hirohito, que foi divulgado por rádio para todo o Japão. Assim, de acordo com a narrativa oficial do governo japonês, o Imperador não possuía responsabilidade pela guerra, pois havia sido forçado pelos militares. Além disso, o discurso oficial negligenciou qualquer tipo de violência cometida pelo Japão contra as nações vizinhas e afirmou que a rendição foi um ato de bondade do Imperador, que lideraria a reconstrução japonesa |1|. Yoshikuni Igarashi afirma o seguinte sobre a intencionalidade da narrativa oficial: Ao se definir Hirohito como apolítico e a-histórico, o governo conduziu a absolvição dele, e, por extensão, os líderes do governo que seguiram fielmente Hirohito, poderiam, igualmente, ser exonerados de sua responsabilidade política. Essa lógica também se aplica à população japonesa em geral, já que a vontade dos japoneses era uma extensão da vontade do Imperador|2|. Nesse sentido, os desastres atômicos em Hiroshima e Nagasaki foram utilizados como ferramentas para reforçar a bondade de Hirohito para evitar a dizimação do Japão. Esse discurso foi muito forte até a década de 1980 e foi abraçado por grupos políticos conservadores do Japão, que procuraram eximir-se de qualquer responsabilidade no incentivo à participação japonesa na guerra. Hirohito manteve-se como Imperador até sua morte, em 1989. Notas |1| IGARASHI, Yoshikuni. Corpos da memória: narrativas do pós-guerra na cultura japonesa (1945-1970) São Paulo: Annablume, 2011, p.75. Créditos da imagem: [1] catwalker / Shutterstock
Sua Majestade, o Imperador da Coreia, e Sua Majestade, o Imperador do Japão, considerando o elo próximo e especial entre suas respectivas nações, desejando promover o bem-estar mútuo e garantir a paz permanente no Extremo Oriente, e tendo convicção de que estes objetivos serão melhor logrados através da anexaçãoda Coreia ao Império do Japão, decidiram firmar um tratado para a anexação. Para tanto, Sua Majestade, o Imperador da Coreia, nomeou como seu plenipotenciário a Yi Wan-yong, Primeiro Ministro, e Sua Majestade o Imperador do Japão, ao Visconde Terauchi Masatake, Residente-Geral, os quais, após conferência e deliberação mútua, acordaram as seguintes cláusulas: Artigo 1. Sua Majestade, o Imperador da Coreia, transfere completa e permanentemente a Sua Majestade, o Imperador do Japão, os direitos de soberania sobre a totalidade da Coreia. Em fé do que os plenipotenciários abaixo assinados apuseram ao presente Tratado suas assinaturas e respectivos selos oficiais. 22 de agosto do 4º ano de Yunghui (1910) Yi Wan-yong, Primeiro Ministro (selo oficial) 22 de agosto do 43º ano de Meiji (1910) Marquês Ito Hirobumi, Residente-Geral (selo oficial) Qual foi o maior Imperador do Japão?Em 25 de dezembro de 1926, após a morte de seu pai, Hirohito assumiu o trono. Seu reinado foi o mais longo da história do país, que na época era a nona maior economia mundial. Durante a Segunda Guerra Mundial, o Japão de Hirohito fez parte do Eixo, junto à Alemanha e Itália.
Quem foi o primeiro imperador japonês?Foi nesse dia que, no ano de 660 antes de Cristo, segundo a versão oficial, o imperador Jinmu Tennō, no dia de Ano Novo do calendário lunar, fundou o Império do Japão e se autoproclamou seu primeiro imperador. O trono teria sido ocupado por ele por 76 anos até o dia de sua morte, em 585 a.
Quem foi o último imperador japonês?Naruhito é neto do antigo imperador Hirohito, em cujo nome as tropas imperiais lutaram na guerra. Ele é o primeiro monarca do Japão nascido após a guerra e subiu ao trono em 2019, após seu pai, Akihito, abdicar.
Quem é o rei do Japão?Naruhito
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