Qual é a relação entre o aumento do crescimento populacional com o aumento da geração de resíduos sólidos?

Catadores e cooperativas no Brasil

Dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apontam que os catadores são responsáveis por quase 90% do lixo reciclado no Brasil. A atividade é objeto do estudo Os Desafios da Reciclagem e da Logística Reversa de Embalagens — contribuições para discussão e análise de cenários diante do PLS 90/2018, que analisa gargalos da atividade dos catadores de materiais recicláveis na coleta, seleção, separação, guarda, transporte e beneficiamento dos materiais recicláveis comercializáveis.

Nem sempre, porém, as condições de trabalho desses profissionais se assemelham às do pessoal da Recicle a Vida, que recebe assistência médica por um convênio firmado com a Universidade de Brasília (UnB) e ainda tem plano de saúde, segundo Marie Eneide. De acordo com as autoras Carolina Falluh, Deborah Camara Batista, Monique Cardoso e Sabine Milioni, “a catação de materiais recicláveis é uma atividade desprotegida, exercida em grande medida em condições de precariedade e insalubridade extremas: riscos sanitários, ergonômicos, acidentes, violência física e moral, dentre outros. Também existe um desgaste psicológico pelo forte estigma que a figura do catador continua carregando”.

O estudo diz que a Política Nacional de Resíduos Sólidos deu lugar ao protagonismo das cooperativas e associações de catadores de baixa renda na gestão integrada de resíduos sólidos municipais, mas, muitas vezes, essas atividades se dão sem apoio por parte dos governos locais.

As autoras do estudo afirmam igualmente que a gestão integrada de resíduos, com um viés social de inclusão de trabalhadores precários, constitui um dos traços mais destacados da PNRS, que tem se tornado uma referência internacional. “De forma paralela aos avanços legais e institucionais, o Estado desenvolveu políticas públicas de apoio aos catadores, com investimentos significativos em capacitação e estruturação de cooperativas”.

Dados do Ipea publicados em 2012 indicam que, entre 2007 e 2010, o governo federal destinou mais de R$ 280 milhões a ações de gestão de resíduos sólidos. Recentemente, o atual governo informou que foram investidos R$ 7 milhões no segmento em janeiro de 2021, destinados a 40 municípios em 8 estados da Federação.

Além disso, nos últimos 15 anos, o trabalho dos catadores foi favorecido por leis que transformaram significativamente o exercício da atividade no Brasil. Em 2002, a Classificação Brasileira de Ocupações passou a reconhecer a profissão de catador(a) de material reciclável, e em 2003 foi criado o Comitê Interministerial de Inclusão Social dos Catadores de Lixo (que depois adotou a nomenclatura “catadores de materiais recicláveis”).

No último Censo Demográfico, feito em 2010 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 387.910 pessoas declararam ter como atividade econômica principal a coleta e comercialização de materiais recicláveis. Estimativas anteriores, realizadas a partir da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico de 2008, mostraram que cerca de 30 mil catadores integravam 1.175 cooperativas e associações no Brasil. O que significa que menos de 10% dos catadores de materiais recicláveis trabalham de forma associada.

Caso sejam aprovados, os dois projetos que tramitam no Senado deverão beneficiar os catadores e as cooperativas, que poderão agregar mais catadores aos quadros de cooperados.

O Brasil produziu 60,8 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos em 2010, quantia 6,8% superior ao registrado em 2009 e seis vezes superior ao índice de crescimento populacional urbano apurado no mesmo período.

Os dados são do Panorama dos Resíduos Sólidos, estudo feito pela Abrelpe (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais). O levantamento divulgado, nesta terça-feira (26/04), aponta que a média de lixo gerado por pessoa no país foi de 378 quilos (kg), montante 5,3% superior ao de 2009 (359 kg).

Mesmo com o aumento da geração de resíduos, o crescimento da coleta de lixo apresentou crescimento expressivo, superior à geração. Em 2010, das 60,8 milhões de toneladas geradas, 54,1 milhões de toneladas foram coletadas, quantidade 7,7% superior à de 2009.

O levantamento identifica ainda uma melhora na destinação final dos resíduos sólidos urbanos: 57,6% do total coletado tiveram destinação adequada, sendo encaminhados a aterros sanitários, ante um índice de 56,8% no ano de 2009.

Mesmo assim, a quantidade de resíduos encaminhados a lixões ainda permanece alta. “Quase 23 milhões de toneladas de resíduos seguiram para os lixões, em comparação a 21 milhões de toneladas em 2009”, afirmou o diretor executivo da Abrelpe, Carlos Silva Filho.

Em relação à reciclagem, o estudo mostra tendência de crescimento, mas em ritmo menor ao da geração de lixo. Em 2010, 57,6% dos municípios brasileiros afirmaram ter iniciativas de coleta seletiva, ante 56,6% em 2009. “É importante considerar que, em muitos casos, as iniciativas resumem-se à disponibilização de pontos de entrega voluntária”, ressaltou o diretor. Com informações da Agência Brasil.

Qual é a relação entre o aumento da população mundial e a produção de resíduos sólidos?

A geração de resíduos sólidos de 2008 a 2017 aumentou 75,28% e o crescimento populacional foi 8,51%. Entre os anos de 2008 e 2012 a produção de resíduos sólidos apresentou maiores percentuais (54,21%), enquanto que o crescimento populacional foi de 6,14%.

Qual é a relação entre o crescimento da população?

O crescimento relativo é calculado com base na soma do saldo migratório com o crescimento absoluto. Melhorias e inovações na saúde, aumento da qualidade de vida, maior fluxo imigratório e maiores taxas de natalidade são fatores que influenciam no crescimento populacional.

Qual é a diferença entre o uso de aterros sanitários e usinas de compostagem?

O cenário ideal seria que os resíduos sólidos que pudessem ser reaproveitadas fossem reciclados através da coleta seletiva e os resíduos orgânicos fossem para a compostagem, destinando aos aterros sanitários, apenas os resíduos que não podem ser reutilizados ou reciclados.