Qual é a relação entre a produção de café e a industrialização do Brasil?

O conhecimento da industrializa��o no Brasil, isto �, das formas particulares da industrializa��o no Brasil, deve estar, expl�cita ou implicitamente, apoiado na an�lise das rela��es entre o caf� e a ind�stria. E a an�lise correta dessas rela��es � imposs�vel se considerarmos caf� e ind�stria como elementos opostos. � indispens�vel reunir caf� e ind�stria como partes da acumula��o de capital no Brasil; mais precisamente, como partes das novas formas de acumula��o cuja forma��o encontra as suas origens na d�cada de 1880 a 1890.

(S�rgio Silva, Expans�o cafeeira e origens da ind�stria no Brasil)

No contexto do Brasil da passagem do s�culo XIX para o XX, acerca das rela��es entre a produ��o cafeeira e a ind�stria, � correto considerar que

a)

o avan�o da produ��o industrial foi inversamente proporcional ao crescimento da produ��o cafeeira, uma vez que a entrada de recursos derivada da exporta��o de caf� era reaplicada apenas na produ��o cafeeira.

b)

a amplia��o do trabalho livre permitiu que parcelas dos capitais acumulados fossem investidas nas atividades industriais, desse modo, a economia cafeeira e a ind�stria fazem parte de um mesmo processo de desenvolvimento.

c)

os empres�rios ligados � produ��o e exporta��o do caf� tinham representa��o pol�tica hegem�nica e seus interesses eram defendidos pelo Estado brasileiro, que impedia a invers�o de capitais cafeeiros na ind�stria.

d)

os interesses dos cafeicultores e os dos industriais eram excludentes, visto que, com a expans�o cafeeira, as maci�as exporta��es desse produto atrapalharam os investimentos na ind�stria.

e)

a exporta��o cafeeira atrelou o com�rcio externo brasileiro �s importa��es de produtos industrializados da Europa e dos Estados Unidos, impedido o desenvolvimento da ind�stria no Brasil antes de 1930.

A história da economia durante o Segundo Reinado perpassa inevitavelmente pelo processo de expansão de um novo gênero agrícola: o café. Desde os meados do século XVIII esse produto era considerado uma especiaria entre os consumidores europeus. Ao longo desse período, o seu consumo ganhou proporções cada vez mais consideráveis. De acordo com alguns estudiosos, essa planta chegou ao Brasil pela Guiana Francesa nas mãos do tenente-coronel Francisco de Melo Palheta.

Na segunda metade do século XVIII, por volta de 1760, foram registrados os primeiros relatos noticiando a formação de plantações na cidade do Rio de Janeiro. Na região da Baixada Fluminense as melhores condições de plantio foram encontradas ao longo de uma série de pântanos e brejos ali encontrados. No final desse mesmo século, as regiões cariocas da Tijuca, do Corcovado e do morro da Gávea estavam completamente tomadas pelas plantações de café.

O pioneirismo das plantações cariocas alcançou toda a região do Vale do Paraíba, sendo o principal espaço de produção até a década de 1870. Reproduzindo a mesma dinâmica produtiva do período colonial, essas plantações foram sustentadas por meio de latifúndios monocultores dominados pela mão-de-obra escrava. As propriedades contavam com uma pequena roça de gêneros alimentícios destinados ao consumo interno, sendo as demais terras inteiramente voltadas para a produção do café.

A produção fluminense, dependente de uma exploração sistemática das terras, logo começaria a sentir seus primeiros sinais de crise. Ao mesmo tempo, a proibição do tráfico de escravos, em 1850, inviabilizou os moldes produtivos que inauguraram a produção cafeeira do Brasil. No entanto, nesse meio tempo, a região do Oeste Paulista ofereceu condições para que a produção do café continuasse a crescer significativamente.

Os cafeicultores paulistas deram uma outra dinâmica à produção do café incorporando diferentes parcelas da economia capitalista. A mentalidade fortemente empresarial desses fazendeiros introduziu novas tecnologias e formas de plantio favoráveis a uma nova expansão cafeeira. Muitos deles investiam no mercado de ações, dedicavam-se a atividades comerciais urbanas e na indústria. Para suprir a falta de escravos atraíram mão-de-obra de imigrantes europeus e recorriam a empréstimos bancários para financiar as futuras plantações.

O curto espaço de tempo em que a produção cafeeira se estabeleceu foi suficiente para encerrar as constantes crises econômicas observadas desde o Primeiro Reinado. Depois de se fixar nos mercados da Europa, o café brasileiro também conquistou o paladar dos norte-americanos, fazendo com que os Estados Unidos se tornassem nosso principal mercado consumidor. Ao longo dessa trajetória de ascensão, o café, nos finais do século XIX, representou mais da metade dos ganhos com exportação.

A adoção da mão-de-obra assalariada, na principal atividade econômica do período, trouxe uma nova dinâmica à nossa economia interna. Ao mesmo tempo, o grande acúmulo de capitais obtido com a venda do café possibilitou o investimento em infra-estrutura (estradas, ferrovias...) e o nascimento de novos setores de investimento econômico no comércio e nas indústrias. Nesse sentido, o café contribuiu para o processo de urbanização do Brasil.

A predominância desse produto na economia nacional ainda apresenta resultados significativos no cenário econômico contemporâneo. Somente nas primeiras décadas do século XX que o café perdeu espaço para outros ramos da economia nacional. Mesmo assinalando um período de crescimento da nossa economia, o café concentrou um grande contingente de capitais, preservando os traços excessivamente agrários e excludentes da economia nacional.

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Qual é a relação entre a produção de café e a industrialização do Brasil?

Por meio da intensa exportação de café e importação de outros produtos necessários ao mercado interno brasileiro, várias estruturas de maquinário fabril também aportavam em terras brasileiras, já que muitos produtores de café também passaram a investir nas fábricas.

Por que o café foi tão importante no processo de industrialização do Brasil?

A produção cafeeira tornou-se o carro-chefe da economia nacional e impulsionou a estruturação econômica, política e social do estado de São Paulo, com o desenvolvimento da malha ferroviária, melhoramento de portos, configuração do comércio regional e proporcionando acúmulo de capitais.

Qual a relação do café com o processo de industrialização do Brasil e com o termo substituição de importações?

No Brasil, a Revolução de 1930 ocasionou a perda da hegemonia política pela burguesia cafeeira em favor da classe industrial ascendente, impulsionando o avanço do processo de industrialização no país e iniciou uma substituição de importações (VERSIGNASSI, 2011).

Qual a relação da industrialização com o ciclo do café e a urbanização?

No final do século XIX, o Rio de Janeiro ainda era o principal centro industrial do país, mas a produção de café alterou esse cenário. A cidade de São Paulo saltou de 65 mil habitantes no final do século XIX para 580 mil pessoas em 1920. Outras cidades também se beneficiaram do ciclo do café.