Qual é a centralidade do método e da teoria desenvolvido por Marx e Engels?

Introdu��o

O m�todo de apreens�o e an�lise da realidade em Marx � um ponto, sem d�vida, primordial para o desvelamento da sociedade capitalista em suas particularidades e complexidades. Foi sobre este objeto que o te�rico se debru�ou por grande parte da sua vida visando, al�m da sua compreens�o, fortalecer uma alternativa societ�ria por meio da supera��o revolucion�ria do capital. Por motivos diversos as revolu��es que ocorreram nos s�culos XIX e XX n�o conseguiram fazer com que essa possibilidade hist�rica se concretiza-se, o que n�o invalida seus estudos sobre essa sociabilidade e todas as consequ�ncias dessa forma de produ��o.

Esse artigo tem como objetivo, por meio de revis�o de literatura representativa ao tema que contempla, al�m de t�tulos de Marx, escritos de autores que convergem com suas ideias, apresentar os elementos centrais que caracterizam e definem o m�todo marxiano, validando-o como a abordagem mais completa quando do estudo da realidade social por entend�-la em sua totalidade, tanto em sua apar�ncia quanto em sua ess�ncia. Afinal, como diz Harvey (2018, p. 13), Marx n�o estudou a sociedade oitocentista, com se toda sua constru��o anal�tica estivesse relegada a um momento espec�fico do passado e, portanto, devendo ser superada, mas sim o pr�prio capital e de como suas leis afetam a vida cotidiana. E o capital continua resistindo, mesmo que “em uma espiral de descontrole”.

O artigo est� dividido em dois momentos: primeiro, Destaques gerais do m�todo marxiano, em que ser�o apresentados, em linhas gerais, alguns aspectos para situar o m�todo na produ��o te�rica de Marx, al�m de considerar o seu contraponto expresso nas formula��es da ci�ncia da burguesia, a Economia Pol�tica e; Elementos essenciais do m�todo, momento em que os esfor�os se concentram em elencar e elucidar categorias e conceitos que s�o imprescind�veis para apreender o m�todo marxiano e de que forma este possibilita captar e desvelar as contradi��es e o movimento do real por meio do processo de abstra��o. Por fim, uma breve conclus�o.

Destaques gerais do m�todo marxiano

Na vasta produ��o te�rica de Karl Marx, um dos momentos de centralidade, e talvez dos mais pol�micos e controversos, se assenta em torno do m�todo que estrutura sua teoria social. Al�m da complexidade em torno da abordagem do tema, da qual nem mesmo G. Luk�cs, um dos maiores marxistas de nossa �poca, ficou imune � cr�tica[1], essa problem�tica se adensa pelo fato de Marx n�o ter se dedicado com afinco � constru��o e explana��o de seu m�todo pr�prio, com apenas esparsas indica��es e considera��es dilu�das em seus escritos ao longo de sua jornada intelectual[2]. Enfatizamos a import�ncia do texto O m�todo da economia pol�tica, que comp�e a famosa Introdu��o � cr�tica da economia pol�tica, conhecida como Introdu��o de 1857. Escrita entre final de agosto e metade de setembro daquele ano, foi encontrada em 1902 e publicada em 1903 (CASTILHO, 2010). Moraes (2010) afirma que o destaque a essa refer�ncia se deve por ela se constituir na “[...] mais longa, densa e sistem�tica discuss�o sobre o m�todo na obra de Marx” (MORAES, 2010, p. 103).

Marx tinha como problema central de sua pesquisa, a qual se dedicou por cerca de quatro d�cadas, “[...] a g�nese, a consolida��o, o desenvolvimento e as condi��es de crise da sociedade burguesa, fundada no modo de produ��o capitalista [...]” (NETTO, 2011, p. 17), se destacando como um pensador que considerou em sua an�lise elementos primordiais do modo de produ��o capitalista, como a mercadoria, a explora��o, a acumula��o de capital e as crises. Depois de um percurso de 15 anos de pesquisa � que o autor desenvolve claramente os elementos centrais de seu m�todo, constante na Introdu��o de 1857. M�todo, que como destaca Sant’ana e Silva (2013), estrutura sua teoria social, se edificando enquanto um de seus pilares juntamente com a teoria do valor trabalho e a perspectiva da revolu��o como possibilidade hist�rica.

Importante nos atermos que n�o h�, na teoria marxiana, a formula��o pr�via de caminhos indicados a serem fielmente seguidos pelo pensamento no processo de apreens�o do objeto e de constru��o da an�lise. Igualmente n�o h� a constru��o de uma teoria geral sobre o conhecimento humano, evidenciando sua origem, possibilidades e limites. Marx tra�a outro caminho em contraste com arranjos anal�ticos previamente elaborados e dos quais, acreditava-se, dependia o pleno acesso ao conhecimento verdadeiro, desde que seguidos de forma minuciosa pelo pesquisador. Assun��o (2013) pontua que a valida��o cient�fica de um conhecimento h� s�culos dependia de “[...] fatores exteriores ao pr�prio conte�do, especificamente, ao seguimento de certo n�mero e sequ�ncia de procedimentos t�cnicos” (ASSUN��O, 2013, p. 47). Contudo, a verdade � encontrada no escavar o objeto, na busca pelo conhecimento da sua l�gica apreendida em sua forma natural, n�o de forma imposta.

A partir do s�culo XIX a sociedade burguesa atinge sua plena maturidade, dinamizando o processo hist�rico e ampliando a capacidade humana em compreender e transformar o mundo. Essa sociabilidade permite, ao mesmo tempo que inibe, a possibilidade da compreens�o cient�fica da realidade, visto que a constru��o do conhecimento � tensionada e influenciada pela divis�o de classe[3]. De um lado, um conhecimento contributo para a reprodu��o dessa sociedade; de outro, uma teoria cr�tica que visualiza um radical rompimento societ�rio (TONET, 2013). Quanto ao conhecimento burgu�s, funcional � legitimidade e vig�ncia dessa sociedade, ele se projeta como uma fragilidade dos te�ricos quanto � leitura e compreens�o das contradi��es inerentes ao intenso progresso social caracter�stico do s�culo XIX.

Segundo Luk�cs (1981), essa “decad�ncia ideol�gica” consubstanciada na evas�o da realidade social e assinalando a dissolu��o do pensamento de G.W. F. Hegel como �ltimo grande fil�sofo burgu�s, tem in�cio entre os anos de 1820 e 1830 com a decomposi��o da economia cl�ssica, conjuntura em que a burguesia domina o poder pol�tico e a luta de classes se coloca na cena hist�rica. Tanto nesse momento, como no per�odo cl�ssico da economia pol�tica, a preocupa��o dos pensadores burgueses se fundamentava “[...] nas respostas colocadas pelo desenvolvimento social do capitalismo” (LUK�CS, 1981, p. 120). Mas, ap�s 1848, a decad�ncia do pensamento burgu�s atinge um n�vel mais intenso e evoca uma domina��o universal; seu precursor � T. Malthus. H� um rompimento com os economistas cl�ssicos que buscavam a compreens�o do movimento social sem receio dos seus aspectos contradit�rios[4]. Se, num primeiro momento, os ideol�gicos da burguesia enxergavam a realidade sem conseguir apreender adequadamente a complexidade e a ess�ncia de suas contradi��es, tornando-se incapazes de promover uma compreens�o fidedigna da necessidade de mudan�as sociais, essa situa��o tornou-se mais grave ap�s a segunda metade do s�culo XIX, quando esses problemas sociais foram banalizados.

A diferen�a reside ‘apenas’ em que os ide�logos anteriores forneceram uma resposta sincera e cient�fica, mesmo se incompleta e contradit�ria, ao passo que a decad�ncia foge covardemente da express�o da realidade e mascara a fuga mediante o recurso ao ‘esp�rito cient�fico objetivo’ ou a ornamentos rom�nticos. Em ambos os casos, � essencialmente acr�tica, n�o vai al�m da superf�cie dos fen�menos, permanece na imediaticidade e toma ao mesmo tempo migalhas contradit�rias de pensamento, unidas pelo la�o do ecletismo (LUK�CS, 1981, p. 120).

A sociologia � fruto dessa decad�ncia, se despontando como ci�ncia aut�noma para o estudo das leis e do desenvolvimento social apartados da economia, contrarrestando os esfor�os cl�ssicos na conjuga��o dos problemas sociais com os econ�micos. J� estava claro que, com o despontamento da economia marxista, n�o mais havia possibilidade de ignorar a luta de classes como elemento atuante no desenvolvimento social caso as rela��es sociais fossem problematizadas a partir da economia (LUK�CS, 1981). � por essa compreens�o a defesa de Tonet (2013), situando Marx n�o apenas como um cl�ssico, mas como “[...] instaurador de um padr�o radicalmente novo de conhecimento” (TONET, 2013, p. 69). Para romper com a explora��o do homem sobre o homem, a classe trabalhadora demanda uma explica��o te�rica da realidade em que est� inserida e atuando. A produ��o marxiana �, portanto, uma explica��o e uma possibilidade de ruptura dessa realidade, tendo como fio condutor uma teoria geral ontol�gica do ser social com embasamento a partir do real e de seus elementos constitutivos, do ser em si, tal como ele �, n�o de forma aparente e superficialmente apreendido, mas como sujeito ativamente hist�rico. Nas palavras de Assun��o (2013):

A ontologia estatut�ria inaugurada por Marx, diferentemente da ontologia medieval, n�o parte nunca de conceitos gerais ou defini��es preliminares, mas da efetividade e multiplicidade das coisas existentes, as quais analisa e cujas media��es, proposi��es e especifica��es da a conhecer segundo as caracter�sticas que lhes s�o imanentes. N�o h�, pois, um debate metafisico sobre ‘o ser’, j� que, para o fil�sofo alem�o, este � o que �, ou seja, ser � igual � exist�ncia (ASSUN��O, 2013, p. 47).

Portanto, a fundamenta��o do conhecimento est� na realidade, se configurando e sendo dependente de uma an�lise fiel e consistente do objeto estudado. N�o existe um conhecimento exterior e inalcan��vel, ou regrado e condicionado por for�as sobrenaturais com poderes m�sticos para conduzir o processo hist�rico al�m da atua��o objetiva do homem, mas sim a possibilidade concreta de entendimento efetivo do objeto atrav�s de sua apreens�o ideal; � a pr�pria coisa que possibilita sua captura em sua forma mesma. � no real que se situa a exist�ncia efetiva das contradi��es e das disputas que originam e conduzem as transforma��es sociais, que s�o a ess�ncia de grandes rupturas da sociedade.

Elementos essenciais do m�todo

Para Marx (1982) os “[...] indiv�duos produzindo em sociedade, portanto, a produ��o dos indiv�duos determinada socialmente, � por certo o ponto de partida” (MARX, 1982, p. 3). Devemos ter em mente que � no ato da produ��o que os homens estabelecem suas rela��es sociais: o trabalho � uma atividade social, cooperada, n�o individual e isolada, como tamb�m destaca o autor. O conjunto dessas rela��es de produ��o constituem a estrutura econ�mica da sociedade, sobre a qual se elevam as formas de consci�ncia social. Portanto, uma rica compreens�o da sociedade burguesa est� na depend�ncia da an�lise estrutural da produ��o da vida material. Sobre isso, Engels (1981) � esclarecedor:

A concep��o materialista da Hist�ria parte do princ�pio de que a produ��o e, com ela, a troca dos produtos constituem o alicerce de todos os sistemas sociais; de que, em todas as sociedades que se conhecem na Hist�ria, a divis�o dos produtos e a articula��o da sociedade em classes ou estratos s�o determinadas pela produ��o e pelo modo de produ��o, bem como pelo sistema de trocas (ENGELS, 1981, p. 147).

Isso significa que a sociedade � condicionada pela produ��o, da forma como se estrutura essa produ��o e, consequentemente, a troca. Essa forma � transit�ria: da produ��o, o homem n�o tem como se abster, sendo primordial para sua sobreviv�ncia; mas a forma como ele socialmente produz, � transit�ria. Historicamente, n�o h� um modo de produ��o perp�tuo. Entende-se, assim, a posi��o de Engels (1981) ao afirmar que as causas das altera��es sociais e revolu��es pol�ticas devem ser buscadas n�o em fatores subjetivos do homem, mas nas altera��es das formas de produ��o e troca – “[...] � na economia, e n�o na filosofia, da �poca em quest�o que tais causas devem ser detectadas” (ENGELS, 1981, p. 147).

A produ��o do homem enquanto ser social, e “[...] n�o s� social, mas animal que s� pode isolar-se em sociedade [...]” (MARX, 1982, p. 4), � a produ��o em geral, uma abstra��o razo�vel que apresenta tra�os comuns � produ��o de todas as �pocas, considerando suas determina��es essenciais, em que o sujeito (a humanidade) e o objeto (a natureza), s�o os mesmos. Mas essa produ��o em geral, enquanto totalidade, se particulariza, ela mesma, em produ��o geral, que tamb�m deve ser apreendida como totalidade: nos referimos ao modo de produ��o capitalista, determinado social e historicamente, a forma como os homens se organizam para produzirem e reproduzirem seu modo de vida em determinado tempo hist�rico, conjugando as rela��es de produ��o como rela��es sociais de produ��o.

[...] na produ��o social da pr�pria exist�ncia, os homens entram em rela��es determinadas, necess�rias, independentes de sua vontade; estas rela��es de produ��o correspondem a um grau determinado de desenvolvimento de suas for�as produtivas materiais. A totalidade dessas rela��es de produ��o constitui a estrutura econ�mica da sociedade, a base real sobre a qual se eleva uma superestrutura jur�dica e pol�tica e � qual correspondem formas sociais determinadas de consci�ncia. O modo de produ��o da vida material condiciona o processo de vida social, pol�tica e intelectual (MARX, 1984, p. 233).

A totalidade se refere � totalidade do modo de vida social, de sua produ��o e reprodu��o, tanto material, quanto espiritual, de suas formas de consci�ncia; a superestrutura mant�m estreita vincula��o com a base material da sociedade, n�o sendo explicadas por si mesmas, de forma independente e aut�noma. Portanto, a totalidade n�o � inerte, mas um complexo contradit�rio constitu�do de totalidades de menor complexidade que se relacionam entre si e com a totalidade maior de forma rec�proca atrav�s das media��es, enquanto conex�es de elementos da realidade que constituem essa estrutura da totalidade. Segundo Luk�cs:

A concep��o dial�tico-materialista da totalidade significa, primeiro, a unidade concreta de contradi��es que interagem […]; segundo, a relatividade sistem�tica de toda a totalidade tanto no sentido ascendente quanto no descendente (o que significa que toda a totalidade � feita de totalidades a ela subordinadas, e tamb�m que a totalidade em quest�o �, ao mesmo tempo, sobredeterminada por totalidades de complexidade superior […] e, terceiro, a relatividade hist�rica de toda totalidade, ou seja, que o car�ter de totalidade de toda totalidade � mut�vel, desintegr�vel e limitado a um per�odo hist�rico concreto e determinado (LUK�CS, 1948, p.12 apud BOTTOMORE, 2013, n�o paginado).

Mas a quest�o da determina��o material n�o significa um reducionismo econ�mico, que se sobrep�e a fatores sociais e culturais da sociedade, mas, t�o e somente, que “[...] a produ��o e a reprodu��o da vida apenas em �ltima inst�ncia determinavam a hist�ria” (NETTO, 2011, p. 14, grifo do autor). Essa abordagem ontol�gica de Marx sobre o ser social com bases materialista tem, como pontua Luk�cs (2012), sua largada nos Manuscritos econ�micos-filos�ficos, “[...] cuja originalidade inovadora reside, n�o menos importante, no fato de que, pela primeira vez na hist�ria da filosofia, as categorias econ�micas aparecem como categorias da produ��o e reprodu��o da vida humana [...]” (LUK�CS, 2012, p. 284). Em Marx, o objeto tem supremacia sobre o sujeito (ASSUN��O, 2013; TONET, 2013), mas sem descartar a consci�ncia humana; seu materialismo se eleva a outro patamar. Nas suas palavras: “N�o � a consci�ncia dos homens que determina o seu ser; ao contr�rio, � o seu ser social que determina a sua consci�ncia” (MARX, 1984, p. 233). Essa rela��o, entre subjetividade e objetividade, se torna poss�vel com a identifica��o da pr�xis[5] enquanto categoria como atividade real, humana, que atua como media��o entre esses dois momentos dos quais se origina toda a realidade social (TONET, 2013).

Na busca pelo entendimento do ser social, Marx parte da categoria trabalho (LUK�CS, 2012; TONET, 2013), mas do trabalho enquanto categoria ontol�gica e fundante do ser social e n�o de sua forma fetichizada e produtora de mercadorias, tra�o peculiar que adquire na sociedade capitalista quando da “[...] iguala��o dos trabalhos privados a trabalho humano indiferenciado, que emerge socialmente na forma de valor dos produtos do trabalho” (CHASIN, 2009, p. 242). Para Marx (2016), o trabalho enquanto categoria � a media��o entre o homem e a natureza. Aquele, ao transformar esta para responder �s necessidades sempre mais complexas, tamb�m se transforma ao desenvolver potencialidades antes adormecidas. Falamos aqui de trabalho essencialmente humano, condi��o inelimin�vel para sua exist�ncia, n�o das formas instintivas no mundo natural e sim como atividade teleol�gica cujo resultado � previamente idealizado pela subjetividade. � pelo trabalho que os homens se distanciam de suas formas mais primitivas, naturais e, paulatinamente, adquirem uma determina��o social. Retomando Luk�cs (2012), o homem n�o se separa completamente de sua condi��o de ser natural. Segundo Tonet (2013), n�o h� um corte absoluto, mas quando se concretiza o salto qualitativo o momento predominante do desenvolvimento n�o � mais ditado por leis de car�ter natural, mas sim por leis sociais.

Pode distinguir os homens dos animais pela consci�ncia, pela religi�o, pelo que se queira. Eles mesmos come�am a se distinguir dos animais t�o logo come�am a produzir seus meios de vida, um passo condicionado pela organiza��o corporal. Ao produzirem os seus meios de vida, os homens produzem indiretamente a sua vida material mesma (MARX; ENGELS, 1984, p. 187).

A transforma��o de objetos naturais em valores de uso para sanar necessidades da vida humana �, em si, um ato teleol�gico. Portanto, o homem se objetiva a partir do trabalho, ao passo que sua progress�o em ser social se desenvolve � medida que “[...] a pr�xis social surge e se explicita a partir do ser natural, tornando-se cada vez mais claramente sociais” (LUK�CS, 2012, p. 287). Esse desenvolvimento, esse distanciamento do ser puramente natural, � um processo dial�tico, n�o linear, marcado por contradi��es que tem in�cio com um salto, oportunizado pela teleologia do trabalho. “Com o ato do p�r teleol�gico no trabalho est� presente o ser social em si” (LUK�CS, 2012, p. 287).

Defendendo a import�ncia do ser social como ser objetivo, sens�vel, que se externaliza na realidade por meio da pr�xis social, elemento que unifica os conceitos de subjetividade e objetividade, Marx (1982) n�o parte do indiv�duo burgu�s como o faz os economistas cl�ssicos, que o veem n�o “[...] como resultado hist�rico, mas como ponto de partida da Hist�ria [...]” (MARX, 1982, p. 4). Considera este indiv�duo como produto da dissolu��o das rela��es sociais feudais de produ��o e das novas for�as de produ��o que j� se desenvolviam. Imprime car�ter hist�rico ao ser social. Segundo Tonet (2013), o processo social para Marx � uno e m�ltiplo, permanente e mut�vel, mas radicalmente hist�rico; aspectos n�o conflitantes, mas entendidos como uma unidade contradit�ria. Essa descoberta marxiana se fundamenta na constata��o, pela an�lise do trabalho, de que a ess�ncia do homem tamb�m � hist�rica, constitu�da a partir das rela��es sociais correspondentes a determinado modo de produ��o que se articulam com manifesta��es imediatas, mas tamb�m hist�ricas. O ser social � um complexo de ess�ncia e fen�meno.

Tamb�m precisamos ponderar que a “[...] a sociedade burguesa � a organiza��o mais desenvolvida, mais diferenciada da produ��o” (MARX, 1982, p. 17). Portanto, as categorias que exprimem suas rela��es, enquanto “[...] formas de modos de ser, determina��es de exist�ncia [...]” (MARX, 1982, p. 18) e que devem ser consideradas e validadas nos limites desta sociedade, possuem maturidade hist�rica, necessitando serem consideradas a partir da historicidade. As categorias s�o reais, objetivas e, tanto por esse fato como pelo processo de abstra��o, s�o tamb�m categorias reflexivas. Assun��o (2013) nos esclarece que a historicidade se refere:

[...] a quest�o da pr�pria etapa de desenvolvimento do objeto a ser estudado – que, em poucas palavras, diz respeito a uma situa��o hist�rica particular que possibilita ou dificulta, em maior ou menor medida, sua apreens�o. Por conseguinte, o entendimento ou n�o de uma rela��o, ser ou coisa est� determinada pelo seu grau de maturidade hist�rica [...]. Pode-se afirmar, portanto, que as (im)possibilidades hist�ricas de compreens�o de um dado objeto relaciona-se a seu grau de desenvolvimento, que facilita ou dificulta a tarefa conforme esteja avan�ado ou seja embrion�rio (ASSUN��O, 2013, p. 49-50).

Portanto, Marx apreende o percurso hist�rico e social calcado na realidade objetiva, como resultado de um longo processo de atividade consciente do homem enquanto ser social e hist�rico. Realidade em que se efetiva a pr�tica social, que � o crit�rio de verdade do pensamento humano: essa verdade � um problema pr�tico, n�o te�rico (ASSUN��O, 2013). � a partir de uma vis�o ontol�gica do ser social em sua completude, centrada em uma concep��o materialista da hist�ria, que Marx tem a possibilidade de apreender a realidade social posta em toda sua complexidade. Segundo destaca Germer (2008) � com o materialismo hist�rico que “[...] pela primeira vez na hist�ria a an�lise da sociedade humana foi sujeita aos mesmos crit�rios cient�ficos gerais das ci�ncias naturais, tendo como crit�rio de verdade [...] a an�lise da realidade material subjacente a cada um destes momentos” (GERMER, 2008, p. 24).

De acordo com Assun��o (2013), Marx parte de fatos, “[...] da objetividade como um dado, quer dizer, da exist�ncia por si da efetividade, bem como da possibilidade de esta ser conhecida e reproduzida mentalmente, de haver apreens�o ideal das formas determinantes da concretude, de se fazer ci�ncia e alcan�ar a verdade [...]” (ASSUN��O, 2013, p. 47, grifo no original). O primado � do objeto, da coisa em rela��o ao sujeito. Segundo Tonet (2013), pela vis�o marxiana a exist�ncia da realidade objetiva independe da consci�ncia, tendo prioridade sobre a subjetividade. A realidade pode existir sem um sujeito para apreend�-la por meio da consci�ncia, mas o sujeito n�o existe sem a realidade objetiva, que o perpassa e � exterior a ele, sendo dela estruturalmente dependente. Mas a captura do real pelo sujeito exige a participa��o da subjetividade.

De acordo com Tonet (2013), mesmo com o conhecimento sendo sempre aproximativo, nunca absoluto, condi��o que decorre da dinamicidade da realidade, Marx aponta que a raz�o humana pode apreender o objeto na sua integralidade. Sendo a realidade social uma s�ntese entre objetividade e subjetividade e realizada pela pr�tica social, o te�rico sustenta a possibilidade de se conhecer n�o apenas a apar�ncia, mas tamb�m a ess�ncia das coisas (TONET, 2013)[6]. “Na vida cotidiana, os fen�menos frequentemente ocultam a ess�ncia do seu pr�prio ser em lugar de ilumin�-la” (LUK�CS, 2012, p. 294). Os metaf�sicos, por exemplo, possu�am outra concep��o. Isolavam os elementos do conhecimento: o sujeito e o objeto. O problema que se colocava era como relacionar duas realidades exteriores uma � outra, sem intera��o. Os metaf�sicos atribu�am ao conhecimento uma fundamenta��o m�stica, superior e anterior ao homem; aquele era quase uma ilus�o j� que o que se poderia apreender do objeto era apenas aquilo que o pr�prio sujeito projetava sobre ele. N�o entendiam o conhecimento em sua dinamicidade[7]. A verdade era pronta e acabada, existindo previamente. Diametralmente oposto, para o materialismo “n�o existe conhecimento sem objeto a conhecer [...]” (LEFEBVRE, 1995, p. 56). Contrariando a ideia de que o conhecimento � apenas um sonho, o materialismo o considera como existente “[...] fora de n�s, diante de n�s -, um mundo exterior, uma natureza, que � conhecida por nossas ci�ncias: f�sica, qu�mica, biologia, geologia, etc.” (LEFEBVRE, 1995, p. 56, grifo do autor). Assim, quando Marx (1982) critica o m�todo da Economia Pol�tica, que entendia ser correto come�ar “pelo real e pelo concreto” (MARX, 1982, p. 14), por exemplo, “pela popula��o, que � a base e o sujeito do ato social de produ��o como um todo” (MARX, 1982, p. 14), o que o autor indica � que esse real � o mais imediato, superficial, n�o considerado em seu feixe de determina��es.

As formas fenom�nicas – que s�o, tamb�m elas, partes integrantes das coisas – n�o s�o autoexplicativas, exigem uma decifra��o em que s�o explicadas e suas contradi��es s�o esclarecidas. Neste mister, em vez de instituir um m�todo a priori ou arranjos mentais subjetivos que supostamente facilitem o caminho do conhecimento, Marx toma a via mais dif�cil – mas �nica que leva ao destino visado – do debru�ar-se sobre a pr�pria coisa, na busca de identificar suas caracter�sticas e sua diferen�a essencial (ASSUN��O, 2013, p. 53).

Portanto, as formas mais imediatas tamb�m s�o apreendidas pelo pesquisador. Mas elas em si n�o revelam todas as complexas media��es e contradi��es que integram o objeto em sua totalidade, de como essa totalidade interage com outras totalidades e com a totalidade maior, mais complexa, de forma incessantemente din�mica. N�o podemos descartar o que se mostra mais evidente no n�vel da realidade, mas faz-se imprescind�vel a sua supera��o para a busca das ra�zes do objeto. Assim, Marx n�o elabora um m�todo definitivo, capaz de ser aplicado de forma indistinta, mas reconhece que � o objeto, em suas particularidades, que determina o caminho necess�rio para sua compreens�o ontol�gica, de como ele � em si[8].

Na busca pela ess�ncia � preciso destrinchar o objeto em todas as partes que o comp�e. No estudo do ser social, dada a sua especificidade, n�o servem os instrumentos das ci�ncias naturais. Segundo Tonet (2013) e Assun��o (2013), o instrumento adequado para a an�lise ontol�gica do ser social em Marx � a abstra��o. De acordo com Netto (2011, p. 44): “A abstra��o � a capacidade intelectiva que permite extrair de sua contextualidade determinada (de uma totalidade) um elemento, isol�-lo, examin�-lo; � um procedimento intelectual sem o qual a an�lise � invi�vel”. Ou seja, � um processo cognitivo capaz de destacar um elemento da realidade e atrav�s do qual � poss�vel seu estudo aprofundado, considerando sua inser��o numa totalidade e suas conex�es com os demais elementos da realidade e com a pr�pria realidade. Percebemos, por esse prisma, a cr�tica de Marx � dial�tica de Hegel no Pref�cio � 2� Edi��o de O Capital, escrito em 1873; se o real n�o fosse mais do que a manifesta��o externa da ideia, o processo de abstra��o seria imposs�vel. O que seria extra�do para o pensamento, a fim de ser examinado, n�o seria mais do que uma concre��o do pr�prio pensamento, enquanto que para Marx (2016, p. 28) o “[...] ideal n�o � mais do que o material transposto para a cabe�a do ser humano e por ele interpretado”.

Conforme Chasin (2009, p. 221, grifo do autor), “[...] o m�todo marxiano, tomado por seus momentos estruturais, pode ser reconhecido e enunciado como o modo de produ��o de concretos de pensamentos a partir da destila��o pr�via de abstra��es razo�veis”. J� mencionamos que as abstra��es razo�veis s�o caracter�sticas gerais, “[...] comuns, certas determina��es comuns” (MARX, 1982, p. 4). O primeiro momento � a abstra��o da imediaticidade, do superficial, do que est� mais aparente no real. Aqui, o objeto precede o conhecimento, j� que ele � apreendido n�o em sua complexidade, mas em uma primeira aproxima��o do pensamento.

Procedimento no qual a decanta��o preliminar �, por assim dizer, errante, um trabalho de sapa em que a for�a da abstra��o confronta de sa�da e sem qualquer ponto de arrimo a imediatez do todo sens�vel do objeto, uma aproxima��o cognitiva, pois, que se defronta com a face lisa, desprovida da textura das media��es que faz do objeto ou de conex�es �nicas de objetos singulares efetivas, mas que est� oculta na totalidade muda com que os mesmos se apresentam na abstratividade pr�pria e incontorn�vel � rela��o imediata do sujeito com o concreto indecifrado. � o momento do tr�nsito entre a afirma��o e a dissolu��o da certeza sens�vel e imediata (CHASIN, 2009 p. 221, grifo do autor).

Este � o m�todo da Economia Pol�tica, que ao estudar um pa�s desse ponto de vista inicia com a popula��o at� atingir determina��es mais simples, mais t�nues. Aqui, n�o h� ruptura com a captura do imediato; permanece-se nele como a pr�pria explica��o basilar do real, mas uma explica��o que em si mesma n�o representa, de fato, esta rica e contradit�ria totalidade. Cumprido esse momento, “[...] ter�amos que fazer a viagem de modo inverso, at� dar de novo com a popula��o, mas desta vez n�o como uma representa��o ca�tica de um todo, por�m com uma rica totalidade de determina��es e rela��es diversas” (MARX, 1982, p. 14). Segundo Chasin (2009), esse � o processo constitu�do em dois tempos n�o apenas enunciado, mas confirmado e reiterado por Marx.

O �ltimo m�todo � manifestadamente o m�todo cientificamente exato. O concreto � concreto porque � s�ntese de m�ltiplas determina��es, isto �, unidade no diverso. Por isso o concreto aparece no pensamento como o processo da s�ntese, como resultado, n�o como ponto de partida, ainda que seja o ponto de partida efetivo e, portanto, o ponto de partida tamb�m da intui��o e da representa��o. No primeiro m�todo, a representa��o plena volatiliza-se em determina��es abstratas, no segundo, as determina��es abstratas conduzem � reprodu��o de concreto por meio do pensamento (MARX, 1982, p. 14).

� no segundo momento da abstra��o que o objeto � saturado e apreendido em seus elementos constituintes e em sua contradi��o; na viagem de volta opera-se a reconstitui��o do todo, em que o todo � a jun��o dos complexos. O estudo do objeto leva em conta sua rela��o com outras determina��es e categorias. O real capturado aparece no pensamento como resultado desse movimento de an�lise, n�o sendo resultado do puro pensamento. A totalidade de pensamentos n�o espelha nada al�m do que configura a totalidade real. Como nos informa Assun��o (2013), s�o as categorias, devendo ser entendidas n�o como constru��o ideal, mas sim como “[...] propriedades ou atributos inerentes ao pr�prio ser [...], as formas de ser efetivas capturadas pelo pensamento” (ASSUN��O, 2013, p. 51). O m�todo da Economia Pol�tica n�o realiza essa “viagem de modo inverso” (MARX, 1982, p. 14), n�o ultrapassando, portanto, os limites mais superficiais da realidade, n�o compreendendo sua ess�ncia e n�o sendo fiel ao movimento e aos condicionantes da contradit�ria estrutura da sociedade capitalista.

Assim, o que fica apreendido � o real enquanto concreto pensado, que n�o � a g�nese do concreto em si (MARX, 1982). Por meio do processo de abstra��o o que � tomado n�o � nada que n�o possua exist�ncia efetiva, mas sim a reprodu��o cognitiva da realidade; a totalidade ideal reflete a totalidade concreta. A abstra��o � o caminho poss�vel para o estudo do ser social: “O todo, tal como aparece no c�rebro, como um todo de pensamentos, � um produto do c�rebro pensante que se apropria do mundo do �nico modo que lhe � poss�vel” (MARX, 1982, p. 15). � a forma correta para se atingir o concreto pensado, tendo como fonte o concreto real.

Conclus�o

Refor�amos a complexidade do m�todo apresentado e os poucos escritos leg�timos deixados por Marx para sua compreens�o. Contudo, podemos indicar sua grande relev�ncia para os estudos sociais: � por esta abordagem que a realidade, em todos os seus componentes e rela��es, � pass�vel de ser apreendida e problematizada tendo a verdade como compromisso, centrando-se na hist�ria e na capacidade do homem de alcan�ar o conhecimento do mundo em que vive. Conhecimento, vale pontuar, liberto das amarras puramente ideais e m�sticas, em que o ser social � entendido em sua ontologia e centralizado no processo hist�rico.

Talvez uma das maiores contribui��es do m�todo marxiano seja, em decorr�ncia da forma mesma com que se torna poss�vel desvelar a realidade, instigar a possibilidade de sua transforma��o; foi o m�todo que garantiu a Marx teorizar sobre o modo de produ��o capitalista, descortinando seus mecanismos de explora��o e aliena��o, t�picos da sociedade burguesa, e fundamentar a luta de classes como o motor da hist�ria humana e a luta do proletariado como condi��o revolucion�ria para uma nova sociabilidade. Essa din�mica e conflituosa realidade social foi o ch�o que possibilitou Marx edificar sua teoria. N�o foi algo idealizado que se projetou como fato, mas sim o espelho dessa materialidade e a elabora��o de respostas �s condi��es objetivas.

Com isso, queremos enfatizar o equ�voco metodol�gico de, a priori, tra�ar ou mesmo impor caminhos e processos anal�ticos de forma independente do objeto, desconsiderando a realidade objetiva em que est� inserido e o apreendendo sem considerar as conex�es e determina��es que o condicionam: o processo de abstra��o n�o � um recorte unilateral e isolado do objeto, como se sua exist�ncia fosse aut�noma ou acidental, ou mesmo uma simples proje��o do pensamento humano.

� por essa via anal�tica que Marx pode nos legar a compreens�o dos mecanismos da sociedade capitalista, dos reais fatores para suas contradi��es. N�o h� prescri��es, f�rmulas e receitas de aplicabilidade para o m�todo. N�o � um guia de como se conhecer o objeto, mas � uma apropria��o que possibilita a sua compreens�o cr�tica. Um processo demorado e exaustivo, que requereu longos anos de persist�ncia. Mas como diria o pr�prio, “Todo come�o � dif�cil em qualquer ci�ncia” (MARX, 2016, p. 115).

Refer�ncias

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Silvio Redon Trabalhou na concep��o, reda��o e revis�o cr�tica do artigo e aprova��o da vers�o a ser publicada.

Graduado em Servi�o Social pela Universidade Estadual de Londrina. Aluno do Programa de P�s-gradua��o da Universidade Estadual de Londrina - Mestrado em Servi�o Social e Pol�tica Social.

Eliane Christine Santos de Campos Trabalhou na reda��o e revis�o cr�tica do artigo e aprova��o da vers�o a ser publicada.

Gradua��o em Servi�o Social pela Universidade Estadual de Londrina (1990). Mestrado em Servi�o Social e Pol�tica Social pela Universidade Estadual de Londrina (2004). Doutorado em Servi�o Social pela Pontif�cia Universidade Cat�lica de S�o Paulo (2015). Professor titular da Universidade Estadual de Londrina.

Qual o método foi desenvolvido por Marx e Engels?

O conceito de materialismo dialético foi desenvolvido por Marx e Engels para pensar as relações sociais no contexto da sociedade capitalista.

Quais as principais características que do materialismo histórico dialético de Marx e Engels?

Principais características do materialismo histórico O materialismo histórico buscou entender as relações entre o trabalho e a produção de bens materiais ao longo da história; O homem vai viver suas relações sociais segundo as relações econômicas, ele não tem autonomia.

Quais são as teorias de Marx e Engels?

Karl Marx, juntamente com Friedrich Engels, encabeçou a teoria que, posteriormente, foi denominada de marxismo. O reconhecimento da exploração sofrida pelo proletariado e causada pela burguesia, a classe que detém os meios de produção, foi o principal ponto de partida da análise marxista da sociedade.

O que é o materialismo histórico proposto por Karl Marx e Engels?

O que é o materialismo histórico: O materialismo histórico é uma teoria marxista que defende a ideia de que a evolução e a organização da sociedade, ao longo da história, ocorrem de acordo com a sua capacidade de produção e com suas relações sociais de produtividade.