Qual a relação entre a agricultura e a urbanização?

1Diversas reflexões têm sido realizadas para compreender as implicações da modernização agrícola no território brasileiro. São exemplos os trabalhos de Denise Elias (Elias, 1996, 2006, 2008, 2011, 2012, 2013), Julia Adão Bernardes (Bernardes, 2007a, 2007b, 2015), Ricardo Castillo (Castillo, 2007, 2015; Castillo e Frederico, 2004, 2010a, 2010b) e Samuel Frederico (Frederico, 2013a, 2013b e 2015), cujas análises têm revelado as relações entre a agricultura científica globalizada e o uso corporativo do território, principalmente, nas fronteiras agrícolas das regiões Nordeste e Centro-Oeste, onde o meio técnico-científico-informacional (Santos, 1994a, 1996; Santos e Silveira, 2001 ) vem sendo expandido a uma velocidade galopante.Entre os diferentes desdobramentos revelados por estas abordagens, destacamos a formação de regiões produtivas do agronegócio (Elias, 2011) que, atendendo aos parâmetros internacionais de custo e qualidade, conformam-se como regiões competitivas (Castillo e Frederico, 2010b), verdadeiros espaços nacionais da economia internacional (Santos, 1996, 2005)

  • 1 Trabalho resultante de pesquisa financiada pelo CNPq

2Neste artigo1, apresentamos nossas reflexões sobre as regiões de especialização produtiva que se delineiam no Oeste Paranaense (mapa1) desde os anos 1970, com forte atuação das empresas cooperativas agroindustriais. São reflexões motivadas pela observação de singularidades presentes nesta porção da região concentrada (Santos e Silveira, idem), onde a articulação entre a agroindústria e pequenos produtores agrícolas capitalizados resulta em arranjos produtivos territoriais altamente competitivos.

Qual a relação entre a agricultura e a urbanização?

3Conduzidos por este objetivo, iniciamos com a abordagem das empresas cooperativas como agentes significativos da modernização do território brasileiro no Oeste do Estado do Paraná, observando a relação entre a origem destas empresas, a força que elas adquirem e o processo de ocupação da fronteira agrícola entre os anos 1950 e 1960. Em seguida, apresentamos argumentos que nos levam a considerá-las como manifestações singulares de empresas circuito superior da economia com elevado grau de entrelaçamento com o território ao qual pertencem.

4A análise da Cooperativa Central Frimesa servirá para demonstrar os complexos circuitos espaciais de produção e circulos de cooperação (Santos, 1994c) que levam à formação de regiões do agronegócio (Elias, 2013; Castillo, et ali, 2016) da produção de soja, milho e proteína animal no Oeste Paranaense, bem como a um processo acelerado de urbanização. Constatada uma imbricada relação entre cidade e campo sob comando da agroindústria, observamos, por fim, como a localização das sedes das empresas cooperativas parecem trazer novas questões sobre a complexidade da urbanização brasileira no atual período.

Cooperativismo agropecuário e modernização do território

5No Oeste Paranaense, a partir dos anos 1970, o processo de modernização do território resulta, em grande medida, de uma intrínseca relação entre as atividades agropecuárias e a produção agroindustrial comandada pelo cooperativismo empresarialmente desenvolvido (Farjado, 2006, p.89; Coradini e Fredericq, 2009, p. 5). Apoiadas pelo Estado, as cooperativas agropecuárias passaram a incorporar o processamento industrial como sua principal atividade, diversificaram seus negócios e desenvolveram novos produtos (Ferreira e Braga, 2004).

6Desde então, tanto o campo quanto a cidade veem sendo transformados com a adesão de novos sistemas de objetos e sistemas de ações (Santos, 1994a) que tornam o território cada vez mais artificial. Entre os sistemas de objetos, estão incluídos sistemas de transporte, comunicação e energia, silos, armazéns, fábricas e fazendas modernas. Entre os sistemas de ações, estão novas formas de organização da produção, fluxos de informação e dinheiro, normas e atividades produtivas, incluindo comércios e serviços voltados à produção. Em ambos os casos, com crescente conteúdo científico e informacional.

7O elevado grau de artificialidade, resultante do entrelaçamento entre ciência, técnica e informação, associado à ascensão de um modelo de acumulação centrado no processamento agroindustrial, levou à expansão do meio técnico-científico-informacional. Consequentemente, aumentou o conteúdo político do território, em razão da demanda por regulação jurídica, técnica e financeira necessária tanto para a implantação dos sistemas técnicos produtivos quanto para o seu uso eficaz. A estrutura do trabalho é modificada, tornando-se mais complexa e exigente de qualificação, a exemplo de mecânicos, marceneiros e profissionais liberais que começam a chegar nos anos 1950 (Rippel, 2005, p. 91). O consumo também é transformado e expandido. Tanto aquele demandado pela produção quanto aquele conspícuo, decorrente do crescimento das classes médias urbanas formadas pelos profissionais qualificados capazes de interpretar os sistemas técnicos (Silveira, 2010, p.80), mas também pela capitalização dos produtores agropecuários, que passam a acessar os consumos de bens e serviços modernos.

8Observa-se um acelerado processo de urbanização e a formação de núcleos urbanos que se firmam como cidades do agronegócio (Elias, 2006, 2013) onde estão localizados o controle e a organização técnica do trabalho, bem como os comércios e os serviços demandados pela produção e pelas populações. Dessa estreita relação entre campo moderno e centros urbanos, engendrada pelas atividades agroindustriais, surgem regiões agrícolas (Santos, 1994b, p. 65), compartimentos produtivos do espaço geográfico, perfilados pela função que passam a cumprir na divisão territorial e internacional do trabalho.

9Segundo a perspectiva que defendemos aqui, essas regiões que se delineiam no Oeste Paranaense são exemplos de regiões competitivas, “expressão geográfica da produção obediente a parâmetros internacionais de qualidade e custos” (Castillo e Frederico, 2010, p.18). Lugares que oferecem a possibilidade de realização mais eficaz do movimento do mundo (Santos, 2005, p. 169), conforme divisões do trabalho que se delineiam. Compreendemos que as cooperativas agroindustriais têm exercido significativo protagonismo na constituição destas regiões competitivas, fazendo com que o uso corporativo do território no Oeste Paranaense apresente contornos bem específicos, definidos pela forma como elas estão estruturadas e organizam a produção agropecuária.

10O cooperativismo empresarial que se desenvolveu no Oeste Paranaense é bastante competitivo, sendo dedicado às atividades de maior giro e lucratividade. Seu suporte econômico, social e político está na formação de produtores agrícolas que, com base no trabalho familiar, tocam unidades produtivas altamente capitalizadas e integradas à esfera de circulação e à produção industrial (Coradini e Fredericq 2009, p. 22). Esta integração, por sua vez, resulta do fato de o cooperativismo ser também um movimento político capaz de criar uma psicosfera (Santos, 1994b, p.32) favorável à introdução das modernizações no campo, baseada na crença de que o único caminho possível é a adaptação aos padrões estabelecidos pelo capitalismo internacional (Silveira, 2010, p.76). Esta psicoesfera conta com o fato de os vínculos étnico-religiosos e de classe dos associados ainda serem forças de coesão importantes, além de incluir certa simpatia do produtor em relação às cooperativas, pois ele as têm como alternativa à submissão ao grande capital alienígena ao qual estariam sujeitos.

11O cooperativismo também contribui para reduzir as tensões sociais no campo, possibilitando a melhoria das rendas dos pequenos produtores, ao mesmo tempo em que os integra a um padrão de acumulação centrado na transformação industrial que os subordina (Ben, 2011; Coradini e Fredericq, idem). Portanto, a organização cooperativa acaba sendo um agente que “orienta, organiza e integra a produção agrícola, atuando na reorganização da estrutura produtiva e na racionalização e na mediação sociopolítica necessárias à reprodução ampliada do capitalismo” (CoradinI e Fredericq, idem, p. 60). Outrossim é um agente da delimitação dos compartimentos produtivos do espaço geográfico. Fato associado ao próprio processo de ocupação do território pela expansão da fronteira agrícola.

12Ao longo das décadas de 1950 e 1960, companhias de colonização realizaram o assentamento de produtores gaúchos e catarinenses, de religião católica e origem italiana e alemã, em pequenas propriedades, onde passaram a praticar uma policultura de caráter comercial. A experiência cooperativista, já praticada por esses colonos em seus lugares de procedência, bem como a coesão social vinculada à religião e origem étnica, contribuíram para a formação das primeiras cooperativas agrícolas.

13Entre 1960 e 1980, estas cooperativas foram estimuladas, reguladas, financiadas e instrumentalizadas pelo Estado para atender aos seus interesses e das grandes empresas a montante e a jusante da produção agrícola. Estes interesses estavam vinculados ao padrão de acumulação que então avançava no Brasil, baseado na industrialização, na urbanização e na agricultura científica, que demandaram intensivos investimentos estatais na modernização do território. Por um lado, elas passaram a atender as demandas por alimentos geradas pela urbanização galopante do país, como o trigo. Por outro, com a produção de soja para atender à fabricação de ração animal no mercado internacional, elas contribuíram para a geração do superávit na balança comercial necessário para a importação dos bens de capital exigidos pelos avanços da industrialização em curso.

14A partir dos anos 1970, estas cooperativas encamparam as atividades de processamento e transformação dos produtos agrícolas, participando ativamente da formação de complexos agroindustriais (Mazzali, 2000, Utzig, 2005). Nos anos 1990, mesmo diante do recuo dos investimentos públicos e da abertura do mercado brasileiro, expondo a produção nacional aos padrões internacionais de preço e qualidade, as cooperativas agroindustriais sediadas no Oeste Paranaense continuaram a crescer, algumas delas se afirmando como grandes empresas nacionais.

15Para atingir o objetivo de participar de um acirrado mercado competitivo de produtos agroindustriais, as cooperativas atuam ativamente no processo de modernização agrícola, incluindo a diversificação e substituição de culturas, a utilização ampliada de insumos industriais modernos, inovações tecnológicas e máquinas. Elas funcionam como instrumento de difusão das novas técnicas de produção (Fajardo, idem, p. 91). Participam diretamente de grande parte das etapas do processo de produção, controlam o fornecimento de insumos, a assistência técnica e o financiamento aos produtores cooperados, o armazenamento, o processamento da matéria prima, a distribuição e a comercialização dos produtos. Definem métodos de produção, máquinas e equipamentos, padrões de qualidade e de produtividade. Por meio destas estratégias, as cooperativas agroindustriais acabam por configurar complexos arranjos territoriais produtivos que articulam, intrinsecamente, o campo e a cidade, conferindo a ambos um elevado grau de racionalidade vinculada às demandas de eficácia da agroindústria moderna.

16Em suma, as cooperativas agroindustriais, com apoio do Estado, conduzem à racionalização da produção e, consequentemente, do território. De forma centralizada, estruturam complexos círculos de cooperação pelos quais fluem ordens, informações, propaganda e transações financeiras que unificam as diferentes etapas do processo produtivo (Silveira, 2010, p.81) distribuídas conforme a topologia de cada empresa. Estas empresas controlam grande parte dos circuitos espaciais da produção das mercadorias que produzem. Agem diretamente na modernização do território, instalando plantas industriais, centros de distribuição, silos, armazéns, escritórios de vendas, laboratórios de pesquisa, lojas de máquinas, equipamentos e insumos, supermercados e postos de gasolina. Investem em inovação de processos e produtos, promovem a implantação de novos métodos e sistemas técnicos produtivos no campo, prestam assistência técnica e financeira aos produtores cooperados e monitoram a qualidade da produção agropecuária com vistas a garantir a qualidade da matéria prima que processam. São agentes significativos no processo de modernização e urbanização do território nos lugares onde se instalam e atuam.

17Consideramos que a força destas cooperativas, bem como sua condição de permanência, está vinculada às parcelas do território onde cada uma se formou e do apoio que receberam do Estado, particularmente, entre os anos 1960 e 1980, sem os quais elas não encontrariam sustentação. Destarte, consideramos possuíram uma estreita relação com território de que emanam, o qual amoldam e de que dependem.

As empresas e seus laços territoriais

  • 2 A escala da ação é constituída de tempo: o tempo global, o tempo nacional, o tempo local e a escala (...)

18Partindo do entendimento de que o uso do território pelas empresas é diferenciado conforme a capacidade que cada uma possui de produzir mercadorias e gerar fluxos materiais, financeiros e informacionais e alcançar mercados, Milton Santos (1999) propôs classificá-las conforme a seguinte tipologia: empresas do macro-circuito, empresas do meso-circuito e empresas do micro-circuito. Esta classificação, segundo nossa leitura, toma por critério o alcance dos circuitos espaciais de produção (Santos, 1994c, Castillo e Frederico, 2010a) que as empresas estruturam em conformidade com o circuito da economia do qual cada uma participa, a saber, circuito superior, superior marginal e inferior (Santos, 1979). Segundo uma perspectiva geográfica, podemos então analisar as empresas segundo suas escalas de ação e escalas de império2.

19Conforme esta proposta, o macro-circuito se constitui como aquele que se realiza por meio dos pontos mais modernos do território, suas ações alcançando, simultaneamente, os mercados nacional e internacional. Trata-se do circuito espacial produtivo das empresas globais, nacionais ou estrangeiras. Empresas que usam, organizam e regulam o território de acordo com suas próprias políticas e sobre as quais os lugares não têm controle (Cataia, 2003, p. 405).

20As empresas do meso-circuito são aquelas restritas às fronteiras do país ou a uma ou mais de suas regiões, sendo dependentes do mercado interno. Empresas modernas, mas com um nível de operações inferior ao das empresas globais, o que se deve às suas dimensões de capital, às técnicas que utilizam e à sua menor força política. São firmas do circuito superior da economia, mas também do circuito superior marginal.

21As empresas que atuam em pequenas porções do território compõem o micro-circuito. São empresas que o consumo induz a produção e cuja sobrevivência é determinada pela capacidade de se adaptar às contingências do território. Seus circuitos espaciais de produção estão em grande parte circunscritos aos espaços internos dos grandes centros urbanos, mas, nas cidades locais e regionais, seus bens e serviços podem atender as demandas de uma população de poucos recursos, residente no campo ou em cidades próximas. De forma geral, correspondem às atividades do circuito inferior da economia, garantindo trabalho e renda para grande parte da população que não acessa o circuito superior.

22As empresas do micro-circuito, e parte das empresas do meso-circuito, são menos capazes de assumir os custos e riscos envolvidos na mudança de suas localizações. Também não têm força política para influenciar os governos e convencê-los a criar as condições produtivas que necessitam para se instalar em outro lugar. Por isso são mais íntimas do território onde atuam, sendo mais capazes de atender aos gostos e idiossincrasias dos mercados locais e regionais. Daí advém a proposta de compreendê-las como empresas territoriais, “pouco ou nada flexíveis geograficamente e dependentes das condições gerais de uso da parcela de território em que se instalam” (Santos, 1999). Seriam parte daquela pluralidade de agentes que combinam múltiplas formas de fatores de produção e múltiplos mercados que fazem o tecido social e territorial mais sólido e menos vulnerável (Silveira, 2010, p.86)

23Em princípio, as empresas territoriais podem ser mais sujeitas à regulação do Estado e capazes de responder de forma mais adequada às diretrizes de um “modelo cívico ao qual o modelo econômico fosse subordinado” (Santos, 1993, p. 100). Um projeto que, no âmbito da produção, priorizasse as demandas do mercado nacional, conforme uma lógica menos dependente do mundo e que atribuísse às empresas um conjunto diferente de opções, levando estas a outros comportamentos territoriais (Santos e Silveira, idem, p. 293). Seria o caso das cooperativas agroindustriais? Poderíamos compreendê-las como empresas territoriais?

24As cooperativas agroindustriais apresentarem comportamentos agressivos em termos de competitividade, inovação tecnológica, busca por novos mercados, metas de produtividade e aumento dos lucros. Não tem por objetivo atender aos mercados regionais. Seus faturamentos anuais são da ordem de milhões de reais e, no caso das maiores, estão na casa dos bilhões. Sua participação em volume e valor das exportações é bastante significativa. Também adotam estratégias financeiras como investimento em hedges para se protegerem das oscilações dos preços internacionais. Fatos que, segundo nosso entendimento, posicionam estas empresas como empresas do macro-circuito e, consequentemente, do circuito superior da economia. No entanto, estas empresas estabelecem um significativo grau de enraizamento nos lugares.Este maior grau de enraizamento também está associado ao fato delas estruturarem uma divisão técnica do trabalho intra-regional responsável por importante parcela dos circuitos espaciais de produção e círculos de cooperação envolvidos na fabricação de seus produtos, e que acabam por delinear arranjos territoriais produtivos bem definidos. Isto é possível graças as relações estabelecidas entre elas e os produtores rurais cooperados baseados no trabalho familiar, disciplinado e voltado ao mercado.

25Ainda que haja insatisfações dos cooperados em relação à imposição de metas, de remuneração da produção, de padrões técnicos e de qualidade, existe uma relação maior de confiança entre eles e as cooperativas (Belusso, 2010). Esta maior confiança corresponde ao maior estreitamente das relações entre as empresas e o território e se deve aos seguintes fatos: 1) os capitais envolvidos na formação e controle destas cooperativas têm origem, em grande parte, nos lugares onde atuam, sendo resultado da somatória das cotas dos produtores cooperados, ou seja, não se tratam de sociedades anônimas ou empresas de propriedade limitada; 2) suas sedes estão próximas ao produtor cooperado; 3) suas principais decisões, como a aprovação das contas e de novos projetos de investimentos, são tomadas no âmbito dos lugares onde estão instaladas por meio de assembleias gerais dos associados (Belusso, idem; Ben, 2011; Utzig, 2015); 4) mesmo que a sofisticação das atividades industriais aumente a demanda por um corpo gerencial profissional, ainda é grande a participação de lideranças dos cooperados na gestão superior dessas empresas (Zylbersztajn, 1994, p. 23); 5) os produtores associados encontram nas cooperativas a garantia de comercialização e escoamento de seus produtos, remuneração estabelecida por contrato e a redução dos riscos de perdas e prejuízos por oscilação da demanda.

26Diante destas características, consideramos que as cooperativas agroindustriais podem ser compreendidas como um caso particular de empresas territoriais. Embora bastante capitalizadas e competitivas, são empresas nacionais, cujas origens remetem a própria história do Oeste Paranaense e que apresentam uma estreita dependência em relação às parcelas do território que utilizam em suas ações e nas quais investem para, justamente, lhes garantir as condições de qualidade e custo que necessitam para se manterem competitivas.

27A modernização das porções do território onde surgiram e daquelas que foram incorporadas em suas divisões do trabalho é condição inelutável para sua sobrevivência. Estas empresas são pouco flexíveis em termos de mudança de localização. O elevado grau de capitalização, o uso de novas tecnologias e a dimensão nacional e internacional de seus negócios, lhes permite participar do macro-circuito, mas não as libera dos estreitos laços estabelecidos com o território desde sua origem. No entanto, não podemos deixar de notar que os meios que utilizam para se tornarem competitivas nos mercados internacionais acabam por fazer dessas empresas verdadeiros veículos para instalação de diferentes vetores da globalização no território.

28Sob influência das ações destas empresas, os lugares são transformados em espaços de globalização, espaços nacionais da economia internacional (Santos, 1996, 2000, 2005; Santos e Silveira, 2001), sob constante chantagem das variações dos mercados que não controlam. São exemplos, os cuidados fitossanitários necessários para que os cortes de frango entrem nos mercados europeus, bem como a adoção do corte halal para atender aos preceitos islâmicos exigidos por boa parte dos mercados asiáticos, implicando, em ambos os casos, na definição dos sistemas técnicos e normativos que incidem nos lugares de produção.

29Dentre diferentes cooperativas agroindustriais presentes no Oeste Paranaense, escolhemos abordar a Frimesa, pelo fato de ser uma central que articula cinco cooperativas, estruturando uma imbricada divisão territorial do trabalho que movimenta complexos circuitos espaciais produtivos que contribuem para a intensa vida de relações estabelecidas entre os núcleos urbanos regionais, o campo, o resto do território nacional e o mundo.

O uso do território pela Cooperativa Central Frimesa e suas implicações

30No Estado do Paraná, a busca por maior racionalização do uso do território, visando torná-lo apto para atender as demandas decorrentes do Milagre Econômico -1968 a 1973 e do Crescimento a Marcha Forçada - pós 1974 (Castro, 1985), encontrou resposta na implantação de projetos voltados à organização e modernização das cooperativas agropecuárias: os projetos Iguaçu de Cooperativismo – PIC (Oeste e Sudoeste do Estado), Norte de Cooperativismo – Norcoop (Norte do Estado) e Sul de Cooperativismo – Sulcoop (Centro e Sul do Estado). Projetos elaborados entre os anos de 1969 e 1970, conjuntamente, pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA e pelo Departamento de Assistência ao Cooperativismo da Secretaria da Agricultura do Estado do Paraná – DAC, implantados, respectivamente, nos anos de 1971, 1974 e 1976. Esses projetos estabeleceram verdadeiros monopólios territoriais nas mãos das empresas, pois dividiram o território em áreas específicas de atuação e abrangência para cada cooperativa considerada viável (Marandola e Rodrigues, 1989, p.171) com o objetivo de evitar sobreposições e concorrências entre elas. Também indicaram o fechamento daquelas cooperativas cujos diagnósticos anunciavam não haver viabilidade econômica para sua permanência.

  • 3 Entre os anos de 1970 e 1980 a maioria dos armazéns das cooperativas foi construída com recursos do (...)

31Deste movimento, também resultou a criação da Organização das Cooperativas do Paraná – OCEPAR, em 1971, e de seu Centro de Pesquisa Tecnológica, em 1972, firmando um importante círculo de cooperação voltado a defender os interesses e promover o desenvolvimento das cooperativas associadas. Círculo do qual a Associação de Crédito e Assistência Rural do Paraná (hoje, Emater–PR), o Banco do Brasil, o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul – BRDE, o Banco Nacional de Crédito Cooperativo - BNCC, a Comissão de Financiamento à Produção – CFP e o Banco de Desenvolvimento do Paraná formaram o braço financeiro das operações, garantindo o crédito necessário para a compra de sementes, fertilizantes, defensivos, máquinas e equipamentos, além de infraestruturas como armazéns e entrepostos3.

32Deste movimento de reestruturação das cooperativas paranaenses e de racionalização do uso do território, destacamos a Frimesa, uma central de cooperativas cuja propriedade e controle está nas mãos das cooperativas Copagril (Marechal Cândido Rondon), Copacol (Cafelândia), Primato (Toledo), C.Vale (Palotina) e Lar (Medianeira). Ela foi formada a partir da compra da massa falida do Frigorífico Medianeria que havia sido inaugurado em 1977, quando este pertencia a antiga Sudcoop, cooperativa sediada em Francisco Beltrão, no Sudoeste do Estado. Fundada no município de Medianeira, a Frimesa é uma indústria que atua no abate e processamento de suínos, leite e derivados. É um exemplo do estreitamento das relações entre produção agropecuária e agroindustrial envolvido no acelerado processo de modernização e urbanização que vem ocorrendo no Oeste Paranense desde os anos 1970.

33O Frigorífico foi reinaugurado em 1980, passando a abastecer os mercados dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. No mesmo ano, a cooperativa também incorporou dois laticínios localizados em Marechal Cândido Rondon e Cascavel, passando a processar leite e produzir derivados (creme pasteurizado e queijos tipo prato e mussarela). No ano de 1981, a sede da empresa foi transferida de Francisco Beltrão para a cidade de Medianeira, onde o frigorífico estava instalado. A partir da segunda metade dos anos 1990, acompanhando os ventos das inovações em gestão inspiradas nos modelos da acumulação flexível (Harvey, 1992; Benko, 1996), a Frimesa implantou novos métodos de gerenciamento por diretrizes, projetos e planejamento estratégico, bem como programas de qualidade total. Tais inovações resultaram da premente necessidade de sobrevivência diante da maior competitividade imposta pela abertura da economia iniciada nos primeiros anos da década de 1990, e acentuada a partir de meados da mesma década até o início dos anos 2000, por meio dos planos plurianuais Brasil em Ação (1996-1999) e Avança Brasil (2000-2003). Desde então a cooperativa tem ampliado e diversificado seus negócios, incorporando novas unidades produtivas e ampliando seu alcance de mercado no território nacional, além de ampliar, destacadamente, sua atuação nos mercados internacionais.

34Atualmente, a Frimesa possui seis unidades industriais: o processamento de carne suína em Medianeira e cinco unidades processadoras de leite, localizadas nos municípios de Marechal Cândido Rondon, Matelândia e Capanema, no Estado do Paraná, e Aurora, Santa Catarina. Além destas unidades, uma nova planta industrial para processamento de carne suína está em processo de construção em Assis Chateaubriand-PR, com previsão de início das operações em 2020, que poderá ampliar a produção de carne suína em 40%. Seus oito centros de distribuição estão localizados nas cidades de São Paulo e Bebedouro-SP, Canoas-RS, Rio de Janeiro-RJ, Uberlândia-MG, Curitiba-PR e Itajaí e Chapecó-SC. Segundo informações disponíveis no site da empresa, seu portfólio soma 370 produtos diferentes, voltados ao consumidor final: cortes de carne, embutidos, frios, derivados do leite e pratos prontos e semiprontos. A empresa também trabalha com consumidores corporativos como redes de fast-food, cozinhas industriais, restaurantes, catering, pizzarias e hotéis.

35Nos últimos anos, os valores de seu faturamento bruto total e de seu faturamento líquido de exportações, mesmo que não deflacionados, são reveladores do dinamismo e da competividade da Frimesa. O faturamento bruto total da empresa apresentou um crescimento contínuo desde 2007, passando de 580 milhões R$ para 2,23 bilhões R$; um crescimento da ordem de 164,4%. Já o faturamento com as exportações, após uma ligeira queda no ano de 2009, provavelmente em decorrência da crise internacional de 2008, também apresentou um crescimento ininterrupto saltando de 24,2 milhões R$ para 213,07 milhões R$; um crescimento de 783,3%, no período.

36Embora as cooperativas proprietárias da Frimesa estejam estruturadas segundo uma divisão territorial do trabalho bem definida, elas apresentam uma imbricada articulação produtiva orquestrada em função de atender as demandas de matéria prima a serem processadas por esta central. Além de soja, milho e trigo, os produtores de todas as cinco cooperativas são estimulados a diversificar a produção e incluir a suinocultura de corte e a bovinocultura leiteira como meio de aumentar suas rendas, garantindo o fornecimento da matéria prima demandada pela Frimesa.

37Podemos considerar que esta espessura da divisão regional do trabalho contribui para uma intensa vida de relações entre o campo dos municípios que abrangem a área de atuação das cinco cooperativas filiadas e as cidades onde estão localizadas as unidades industriais da Frimesa. Essa vida de relações é estruturada pelos circuitos espaciais produtivos e círculos de cooperação envolvidos no processamento de carne suína, leite e derivados, que geram fluxos logísticos de insumos e matéria prima e fluxos financeiros e informacionais a eles atrelados e a oferta de serviços produtivos nos centros urbanos.

38A divisão regional do trabalho e seus circuitos espaciais produtivos corroboram para perfilar regiões competitivas de soja, milho e proteína animal, compartimentações do espaço geográfico onde se destaca a especialização na produção de aves, suínos, peixes e leite, bem como dos produtos industrializados que os utilizam como matéria prima como cortes de carne, embutidos, termoprocessados e derivados do leite. Regiões cujas condições de custo e qualidade, aliadas à eficiência logística, permitem à Frimesa e aos demais negócios de suas filiadas, uma ampla atuação nos mercados nacional e internacional. Estas regiões do agronegócio trazem à tona novas questões para compreensão do processo de modernização e urbanização do território e para as relações estabelecidas entre as cidades e entre essas e o campo.

O comando do processo produtivo e as cidades locais

  • 4 Milton Santos (Santos, 2005, p.85) chamou atenção para a pertinência de se estudar as cidades peque (...)

39Milton Santos (Santos, 2005), já observara nos anos 1970 que a pequena cidade, para ele, cidade local4, diante da expansão da modernização agrícola, passava a ser o locus da regulação do que se faz no campo. “É ela, que assegura a nova cooperação imposta pela nova divisão do trabalho agrícola. Porque ela é obrigada a se afeiçoar ao campo, respondendo às suas demandas” (idem, p.127). A modernização também faz expandir o consumo produtivo que passa a responder por grande parte das trocas entre os lugares da produção agrícola e as cidades, fato intensificado com a presença da agroindústria.

40Como pode ser observado na tabela 1, dentre as treze cooperativas agroindustriais sediadas no Oeste Paranaense, sete estão em municípios que não chegam a ter 52 mil habitantes. Entre elas, quatro são filiadas à Frimesa. A Primato é a única cooperativa do grupo que está fora desta situação. É a partir destes municípios que as cooperativas coordenam seus circuitos espaciais produtivos e tomam decisões estratégicas vinculadas às finanças, aos projetos de investimentos, à inovação de produtos e processos e à prospecção de novos mercados.

41Tabela 1 – Cooperativas agroindustriais do Oeste Paranaense: municípios onde estão localizadas suas sedes, população total e taxa de urbanização

Cooperativas

Municípios

População total

Taxa de urbanização %

Agropar

Assis Chateaubriand

34.046

87,85

Copacol*

Cafelândia

16.896

84,22

Coopavel, Cotriguaçu, Coocentral

Cascavel

316.226

94,36

Copagril*

Marechal Cândido Rondon

51.306

83,16

Frimesa, Lar*

Medianeira

45.239

89,41

Coave

Nova Aurora

11.418

76,18

C. Vale*

Palotina

31.115

85,93

Coofamel

Santa Helena

25.665

53,76

Primato*, Coovicapar. Coopernobre

Toledo

133.824

90,74

42Fontes: Perfil Municipal Ipardes-2016, OCEPAR -2016. * cooperativas filiadas à Frimesa

43Aos nossos olhos, a força política e econômica que estas empresas possuem, bem como os circuitos espaciais da produção e círculos de cooperação que articulam, contribuem para que as cidades locais que as sediam assumam funções mais complexas na divisão do trabalho, tornando, no atual contexto, difícil compreender essas cidades apenas com base em suas dimensões populacionais e no alcance da influência dos comércios e serviços públicos e privados que possuem.

  • 5 Conforme regionalização proposta por Milton Santos e Maria Laura Silveira no livro O Brasil: territ (...)

44A gestão dos processos produtivos realizada a partir destas cidades incide em grandes extensões do Oeste Paraense; inclui porções significativas da Região Concentrada e da Região Centro-Oeste5 e transbordam o território brasileiro, pois a cooperativa Lar, uma das filiadas da Frimesa, atua no Paraguai por meio da Lar SRL - uma estrutura com oito unidades que atuam na recepção e comercialização de grãos, venda de insumos agrícolas e assistência técnica aos produtores rurais do Alto Paraná, região que faz fronteira com o Oeste do Estado do Paraná. Nas etapas da distribuição e da comercialização dos produtos, alcançam a escala nacional e internacional. O que posiciona as cidades que abrigam as sedes e plantas industriais das cooperativas agroindustriais em uma rede de relações urbanas mais complexa, segundo uma hierarquia dos lugares na qual a lógica organizacional das empresas pesa de maneira contundente.

45Estas relações e hierarquias não anulam as outras baseadas no tamanho das cidades, na rede de transportes, no comércio e nos serviços, conforme modelos inspirados, até nossos dias, na teoria dos lugares centrais de Christaller, mas as tornam menos imperativas diante da maior complexidade dos fluxos e nexos estabelecidos pelas empresas, a partir da forma como estas utilizam o território, envolvendo a cidade e o campo numa trama de relações cujos nós estão alhures, no país e no mundo. Como observa Maria Laura Silveira (Silveira, 2010, p.82), podemos considerar que a hierarquia urbana, no atual período histórico, é definida mais pelos fluxos imateriais, próprios dos círculos de cooperação que coordenam os circuitos espaciais produtivos. Por isso, pequenas cidades, como Medianeira, onde está a sede da Frimesa, dialogam com diferentes centros do país e do mundo, pois são nós das redes agroindustriais e sedes do agronegócio (Elias, 2013).

46O estreitamento e interdependência das relações estabelecidas entre campo e cidade, agropecuária e indústria, decorre do fato de todas as cooperativas envolvidas terem estruturado interações produtivas entre si, criando uma complexa trama. As cooperativas filiadas à Frimesa atuam em diferentes setores da produção agroindustrial e controlam grande parte do processo produtivo no campo. Atendendem com regularidade as demandas de carne suína e leite da Frimesa, em conformidade com as especificações de qualidade, custo e rendimento que esta exige. Paralelamente, as cooperativas Lar, Copacol e Copagril competem no mercado de cortes e processados de aves, a segunda e a terceira também dividindo o mercado de peixes. Todas elas possuem produtores dedicados à produção de soja, trigo e milho e a pecuária avícola, suína de corte e bovina leiteira. No caso dos produtores da Copacol e da Copagril, também são incluídos os produtores que aderem à produção de tilápia. O que faz com que o mesmo produtor possa ser fornecedor de carne suína e leite à Frimesa e de frango para processamento nas indústrias de suas respectivas cooperativas. As rações fabricadas pelas cooperativas utilizam a soja e o milho produzidos pelos seus cooperados que, por sua vez, irão consumi-las na produção pecuária. Empresa como a C.Vale e a Lar também produzem, no Estado Santa Catarina, as sementes de soja que são fornecidas aos seus cooperados e utilizadas, portanto, em suas fábricas de ração. Pacotes tecnológicos incluindo insumos e métodos de produção e controle de qualidade são determinados pelas cooperativas, bem como a remuneração dos resultados. Fato que as tornam importantes aliados das empresas de corretivos, fertilizantes, defensivos, máquinas e equipamentos.

47Como podemos observar, há uma imbricada relação entre produtores cooperados e agroindústria e entre campo e cidade conduzida pelas cooperativas. As cidades localizadas na região conformam-se como cidades do agronegócio que realizam o comando técnico da produção onde estão localizados os comércios e serviços produtivos. Mas aquelas onde estão as sedes das cooperativas também abrigam o comando político e financeiro da produção. Em suma, temos um intenso processo de urbanização associado aos avanços do agronegócio cooperativo; uma urbanização intimamente vinculada à expansão da agricultura científica globalizada.

Considerações finais

48Compreender a intrincada teia de relações envolvidas no uso e na compartimentação do território brasileiro no desenrolar deste século é um grande desafio, dada a complexidade destas relações, o número de agentes envolvidos e a diversidade das situações geográficas (Silveira, 1999) resultante das formas como cada lugar concretiza o que o mundo apresenta como possibilidade. Um importante fato a considerar neste processo de singularização dos lugares é a função que cada um deles cumpre no seio da acelerada internacionalização dos circuitos espaciais de produção e círculos de cooperação envolvidos na divisão do trabalho. Também é importante identificar quem são os agentes com efetiva capacidade de direcionar a inserção dos lugares nessas redes produtivas de forma a atender seus interesses políticos e econômicos, ou seja, responder à questão de para quem o uso do território efetivamente interessa e traz benefícios, no atual período.

49Diante deste desafio, propomos aqui uma pequena reflexão sobre a particularidade do uso do território realizado pelas cooperativas agropecuárias com apoio do Estado, o protagonismo das mesmas na implantação de modernizações e sua repercussão na compartimentação do espaço geográfico, resultando na constituição de regiões de espacialização produtiva do agronegócio. Observamos que a singularidade dessas regiões está, principalmente, na constituição de arranjos territoriais produtivos de soja, milho e proteína animal com elevado grau de competitividade, graças ao sistema organizacional cooperativo constituído a partir dos lugares, e que garante uma estreita relação entre indústria e pequenos produtores agropecuários. Daí destacarmos certa relação visceral entre estas cooperativas e o território que as forjou e do qual elas dependem para se manterem e serem competitivas, o que nos fez colocar em questão se não se tratam de manifestações específicas do que Milton Santos entende ser empresas territoriais.

50Notamos que este uso corporativo do território promoveu a rápida expansão do meio técnico-científico-informacional no oeste do Estado do Paraná, fazendo proliferar espaços de racionalidade operacionais à economia internacional. Ou seja, ainda que haja certo comando regional do processo produtivo, este está a serviço de demandas externas à região, corroborando para conformar essas regiões como espaços alienados (Santos, 2003). Também observamos as novas funções das cidades locais que, ao darem abrigo às plantas industriais e às sedes de grandes empresas, passam a emitir fluxos materiais e imateriais que as inserem numa complexa vida de relações com o resto do território e o mundo.

51Esperamos ter colocado em evidência alguns aspectos que consideramos relevantes sobre como o território brasileiro tem sido instrumentalizado e compartimentado segundo os interesses das cooperativas agroindustriais, para, a partir daí, podermos perscrutar sobre a maior possibilidade de, em razão de um projeto de sociedade mais justo e solidário, redirecionar as ações e objetivos da produção cooperativa, entendo ser ela mais sujeita às políticas do Estado, posto o maior entrelaçamento e dependência que possui com o território.

Que relação existe entre modernização das atividades agropecuárias e urbanização?

A modernização no campo e os avanços científicos promoveram a utilização de máquinas, novas técnicas de cultivo,correção do solo e manipulação genética como transgenia aumentaram a produtividade e ao mesmo tempo diminuiu a demanda de pessoas para realizarem a colheita.

Qual a relação do processo de urbanização e industrialização em nosso país?

A industrialização intensifica a urbanização das sociedades e gera condições para o êxodo rural, que é a migração em massa da população do campo para as cidades, pois atrai essa migração justamente para as áreas mais industrializadas, onde há mais empregos direta e indiretamente produzidos pelas indústrias.

O que é o processo de urbanização?

Urbanização consiste no processo pelo qual a população urbana cresce em proporção superior à população rural. É um fenômeno de concentração urbana e conseqüente crescimento e desenvolvimento das cidades.

Qual é a relação entre a industrialização e o processo de modernização agrícola?

A relação é que , o processo de industrialização trouxe indústrias que tinham como objetivo a criação de máquinas e tecnologias para a sociedade em geral , e o processo de modernização veio para a agropecuária através das indústrias que trouxeram novas técnicas e formas de produção e cultivo para as áreas agropecuárias ...