Qual a importância da assistência de enfermagem na primeira infância?

Título do TrabalhoA IMPORTÂNCIA DA APLICAÇÃO DO PROCESSO DE ENFERMAGEM À SAÚDE DA CRIANÇA NA ATENÇÃO BÁSICAAutores

  • ANA PATRÍCIA RICCI
  • LUIZA BRAGA MERCADO
  • Milena Figueiredo Dos Santos
  • Natasha De Souza E Silva Azevedo
  • Thailine Martins Rodrigues
  • VITORIA FRUTUOSO DE OLIVEIRA
ModalidadeComunicação oral (Resumo expandido)Área temáticaEnfermagemData de Publicação30/12/2020País da PublicaçãoBrasilIdioma da PublicaçãoPortuguêsPágina do Trabalhowww.even3.com.br/Anais/conigran2020/260337-A-IMPORTANCIA-DA-APLICACAO-DO-PROCESSO-DE-ENFERMAGEM-A-SAUDE-DA-CRIANCA-NA-ATENCAO-BASICAISBN978-65-5941-071-2Palavras-ChaveProcesso de Enfermagem; Atenção primária à saúde; Saúde da criança e Consulta de enfermagem.ResumoIntrodução: A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança (PNAISC) tem como objetivo proteger a saúde da criança, em especial a primeira infância e às populações de maior vulnerabilidade integrando as ações de cuidados em uma rede articulada desde o pré-natal aos 9 (nove) anos de vida, visando à redução da morbimortalidade e um ambiente facilitador à vida com condições dignas de existência e pleno desenvolvimento (BRASIL, 2015). É na Atenção Primária à Saúde (APS) que se faz o primeiro contato dentro do sistema de atenção à saúde e que se caracteriza e se diferencia dos demais níveis de atenção (STARFIELD, 2002). A consulta de Crescimento e Desenvolvimento Infantil, chamada de Puericultura, faz parte dos programas da Política Nacional da Atenção Básica e tem o intuito de detectar precocemente possíveis alterações, identificar situações de risco, verificar a cobertura vacinal, incentivar a promoção da saúde e a prevenção das doenças mais comuns e ainda promover educação em saúde, viabilizando assim intervenções adequadas que minimizem riscos de morbimortalidade, em tempo hábil. Ela assiste a criança em todos os aspectos biológicos, psicológicos e sociais, prevenindo doenças, auxiliando na expressão genética plena, livre de interferências do meio, e resultando em um adulto mais saudável, com melhor qualidade de vida. O Ministério da Saúde prevê um calendário com sete consultas nos primeiros doze meses, duas no segundo ano e, a partir do terceiro ano, uma consulta anual. O acompanhamento do crescimento e desenvolvimento da criança é responsabilidade do enfermeiro e do médico (ALVIM, 2013; BRANQUINHO, 2018; OLIVEIRA et al, 2018). O enfermeiro tem sido o profissional à frente desse acompanhamento, já que, a consulta é uma prática regulamentada pela lei do exercício profissional N° 7.498/86, assegurando a obrigatoriedade da realização da consulta de enfermagem em todos os níveis de assistência à saúde (SILVA, CARDOSO, 2018). As Resoluções do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) nº. 159/1993 e nº 358/2009 (BRASIL, 1986; COFEN,1993; COFEN, 2008) ratificam e esclarecem a Lei do Exercício Profissional ao afirmarem que incumbe ao enfermeiro privativamente a consulta de enfermagem, que compreende a coleta de dados de Enfermagem (ou histórico de Enfermagem), diagnóstico de enfermagem, planejamento de enfermagem, implementação e avaliação de enfermagem, ou seja, deve incluir o processo de enfermagem (PE). O PE, quando realizado em instituições prestadoras de serviços ambulatoriais de saúde, domicílios, escolas e associações comunitárias correspondem à Consulta de Enfermagem (CE). Objetivo: Identificar a produção científica de Enfermagem sobre a aplicação do PE à saúde da criança na atenção básica. Metodologia: Optou-se por utilizar como referencial metodológico a revisão integrativa. Realizada em abril de 2020 a busca das publicações indexadas na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), de responsabilidade do Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (BIREME/OPAS/OMS) e acessada através do endereço eletrônico: //bvsalud.org/. Foram utilizados, para a busca dos artigos, os descritores: “Processo de Enfermagem”; “atenção primária à saúde”; “saúde da criança” e “consulta de enfermagem” utilizando como operador booleano “and”. Resultados: Foram obtidos 21 resultados. Após, foram aplicados como critérios de inclusão dos estudos os filtros: idioma (português, inglês e espanhol), período temporal de 2010 a 2020 e formato de artigos. Os critérios de exclusão foram: impossibilidade de aquisição do artigo na íntegra, aqueles publicados em outras línguas, que não em inglês, espanhol e português, formato de teses, monografias, capítulos de livros, resumos, textos incompletos. Resultou o total de 12 artigos. Após leitura dos resumos 10 artigos foram selecionados para a leitura aprofundada. Destes 10, todos foram selecionados para compor a mostra. Na análise dos resultados dos estudos da amostra, constatou-se que o tema Processo de Enfermagem, bem como a Sistematização da Assistência de Enfermagem não foram abordados diretamente e nem da forma como esperada como objetivo deste trabalho. Temas referentes à saúde da criança, as ações dentro do programa de acompanhamento e desenvolvimento da criança, bem como o processo de trabalho que envolve a equipe multiprofissional foram considerados. Diante disso, foram elencadas as seguintes categorias para a análise e discussão dos resultados: Modelo assistencial de saúde e Organização do trabalho de Enfermagem que de alguma forma apresentam relação com o Processo de Enfermagem, sendo este o método científico de trabalho da Enfermagem. Discussão: Modelos assistenciais têm finalidade de resolver problemas e atender necessidades de saúde, em determinada realidade e população, organizar serviços de saúde ou intervir em situações, em função do perfil epidemiológico e da investigação dos danos e riscos à saúde (PAIM, 2003). Modelo assistencial com perfil curativo, pautado no modelo biomédico foi identificado nas práticas dos enfermeiros na implantação das consultas de puericultura (Soares et al, 2016), ações realizadas pela enfermagem, porém, prescritas por médicos (Reyes Caballero et al, 2018), baixa adesão das mães quanto à presença nas consultas de enfermagem (Reichert et al, 2016) dificuldades como fatores culturais das mães e das famílias quanto à adesão às orientações em cuidados essenciais à criança (Hanzen, 2019), porém a detecção precoce de sinais e sintomas de doenças prevalentes dessa população forneceu subsídios para ações preventivas e de promoção de saúde para redução da mortalidade (SANT’ANNA, 2013). Percebe-se que a concepção da consulta de Enfermagem à criança na Atenção Básica, tendo como foco o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento da criança, ainda está pautada no modelo biomédico, valorizando atividades de prevenção de doenças. A organização do trabalho na Enfermagem pode ser entendida como um processo que envolve várias atividades incluindo as relações de trabalho e as relações hierárquicas, relações estruturais e tecnológicas (PIRES, et al, 2004). Nos estudos selecionados para esta categoria foram constatados problemas nas relações de trabalho, tais como a falta de compromisso de alguns profissionais e divergentes condutas nas ações de enfermagem (Soares et al, 2016), profissionais desmotivados com a sobrecarga de trabalho (Pereira et al, 2015) necessidade de registros de controle extras aos programas estabelecidos (Pereira et al, 2015) subutilização da Caderneta de Saúde da Criança (Pedraza, 2016), poucos cursos ofertados para a promoção em saúde e desenvolvimento saudável (Reyes et al, 2018), dificuldades para formação de vínculos com as mães pela grande demanda por atendimento na unidade (VIEIRA et al, 2019; MOREIRA, GAÍVA, 2016). Foram localizados fatores relacionados à estrutura e organização: infraestrutura em situação precária, escassez de insumos (Vieira et al,2019) inexistência de protocolos de trabalho (MOREIRA, GAÍVA, 2016). O PE foi desenvolvido em um estudo de forma objetiva, apresentando a criação e avaliação de 19 enunciados de Diagnósticos de Enfermagem com Interversões de Enfermagem e Resultados de Enfermagem com base na CIPE (Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem) voltados para criança de 0 a 2 anos de idade (Hanzen, 2019), nos demais estudos foram apresentadas a implementação de cuidados para consulta de enfermagem em puericultura (Soares et al, 2016) e das ações realizadas pela enfermagem em atendimento à puericultura um percentual significativo de ações independentes (REYES CABALLERO et al, 2018). Considerações Finais: A revisão da literatura forneceu como resultado um panorama da produção da enfermagem sobre a aplicação do PE à saúde da criança na atenção básica. Entendendo-se que o PE é o método científico de trabalho da enfermagem e para que este seja implantado nos serviços é necessário que todo o trabalho seja organizado e pautado num modelo assistencial que tenha como abrangência a participação ativa de todos os envolvidos com práticas integralizadas, tem-se um resultado não diretamente relacionado aos passos do PE, mas a todos os recursos necessários e importantes para a implantação do PE. Sistematizar a assistência implica pensar na organização dos serviços, percebida no contexto de um processo de trabalho que seja considerado eixo integrador dos diversos serviços de saúde, com problemas e dificuldades da atenção à saúde, recuperando valores e o reconhecimento do trabalho onde o foco em saúde é o cuidar (PIRES et al, 2004). A identificação dos atributos organizacionais, tais como modelo assistencial, relações pessoais, infraestrutura, registros e método de trabalho e toda a problemática que os envolve foram importantes para justificar a dificuldade na implantação do PE e da própria produção científica sobre o tema, suscitando uma análise mais aprofundada sobre o trabalho da enfermagem e se existem condições mínimas para que possa ser implementado o PE. REFERÊNCIAS ALVIM, Neide Aparecida Titonelli. Saúde na perspectiva da integralidade. Esc. Anna Nery , Rio de Janeiro, v. 17, n. 4, p. 599, dezembro de 2013. BRANQUINHO, Isabella Duarte, LANZA Fernanda Moura. Saúde da criança na atenção primária: evolução das políticas brasileiras e a atuação do enfermeiro. Revista de Enfermagem do Centro Oeste Mineiro, 2018, v. 8,p. 1-11. BRASIL. Lei 7.498, de 25 de junho de 1986. Dispõe sobre a Regulamentação do Exercício da Enfermagem e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília: Ministério da Saúde; 1986. 26 jun. 1986. Seção I, fls. 9.273 a 9.275. COFEN - Conselho Federal De Enfermagem. Resolução nº 358/2009, de 15 de outubro de 2009. Dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem e a implementação do Processo de Enfermagem em ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional de Enfermagem, e dá outras providências. Brasília, 2009. COFEN - Conselho Federal De Enfermagem. Resolução nº159/1993, de 19 de outubro de 1993. Dispõe sobre a Consulta de Enfermagem. Rio de Janeiro, 2020. Disponível em www://http.portalcofen.gov.br HANZEN, Ingrid Pujol; ZANOTELLI, Silvana Dos Santos; ZANATTA, Elisangela Argenta. DIAGNÓSTICOS, intervenções e resultados de enfermagem para a consulta de enfermagem à criança. Enfermagem em Foco, [S.l.], v. 10, n. 7, fev. 2020. ISSN 2357-707X. MINISTÉRIO DA SAÚDE (BR). Portaria nº 1.130, de 5 de Agosto de 2015. Institui a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança (PNAISC) no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). 2015. MOREIRA, M. D. DE S.; GAÍVA, M. A. M. Comunicação do enfermeiro com a mãe/família na consulta de enfermagem à criança. Ciência, Cuidado e Saúde, v. 15, n. 4, p. 677-684, 1 out. 2016. OLIVEIRA, Sherida K. Paz de et al . Temas abordados na consulta de enfermagem: revisão integrativa da literatura. Rev. bras. enferm., Brasília , v. 65, n. 1, p. 155-161, Feb. 2012 . PAIM, J. Modelos de atenção e vigilância da saúde. In: ROUQUAYROL, M. Z., ALMEIDA FILHO, N. (org). Epidemiologia e Saúde. 6a ed. Rio de Janeiro: MEDSI; 2003. p. 567-586. PEDRAZA, Dixis F. Vigilância do crescimento no contexto da Rede Pública de Atenção Primária à Saúde no Brasil: revisão de literatura. Rev. Bras. Saude Mater. Infantil. Recife, v. 16, n. 1, p. 7 a 19 de março de 2016. PEREIRA, Mayara de Melo et al. Prática educativa de enfermeiras na atenção primária à saúde, para o desenvolvimento infantil saudável. Cogitare Enfermagem, [S.l.], v. 20, n. 4, dec. 2015. PIRES, Denise et al. Organização do trabalho em enfermagem: implicações no fazer e viver dos trabalhadores de nível médio. Trab. educ. saúde, Rio de Janeiro , v. 2, n. 2, p. 311-326, Sept. 2004 . REICHERT, Altamira Pereira da Silva et al . Vínculo entre enfermeiros e mães de crianças menores de dois anos: percepção de enfermeiros. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro , v. 21, n. 8, p. 2375-2382, Aug. 2016 . REYES CABALLERO, María Caridad et al . Capacitación para el desarrollo de la consulta de enfermería en la atención primaria de salud. EDUMECENTRO, Santa Clara , v. 10, n. 3, p. 106-121, sept. 2018 . SANT’ANNA, F. L. et al. Consulta de enfermagem: aspectos epidemiológicos de crianças atendidas na atenção primária de saúde. Ciência, Cuidado e Saúde, v. 12, n. 3, p. 502 - 509, 13 nov. 2013. SILVA, Georgeane Nogueira, CARDOSO, Alessandra Marques. O papel do enfermeiro na redução da mortalidade infantil por meio do acompanhamento de puericultura na atenção básica. Revista científica da escola de saúde de goiás-resap, 2018, v.4, n.1, p. 091-099. SOARES, Giffoni S. et al. Implantação da puericultura e desafios do cuidado na estratégia saúde da família em um município do estado do Ceará. Rev Bras Promoç Saúde, Fortaleza. 2016, v. 29, n.1, p. 132-138. STARFIELD,Bárbara. Atenção primária: equilíbrio entre necessidades de saúde, serviços e tecnologia. Brasília (DF): UNESCO: Ministério da Saúde, 2002. VIEIRA, Daniele S. et al. Processo de trabalho de enfermeiros na vigilância do desenvolvimento infantil. REME – Rev Min Enferm. 2019;23:e-1242.

Título do EventoCONIGRAN 2020 - Congresso Integrado UNIGRAN CapitalCidade do EventoCampo GrandeTítulo dos Anais do EventoAnais do CONIGRAN 2020 - Congresso Integrado UNIGRAN CapitalNome da EditoraEven3Meio de Divulgação Meio DigitalDOI

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Como citar

RICCI, ANA PATRÍCIA et al.. A IMPORTÂNCIA DA APLICAÇÃO DO PROCESSO DE ENFERMAGEM À SAÚDE DA CRIANÇA NA ATENÇÃO BÁSICA.. In: Anais do CONIGRAN 2020 - Congresso Integrado UNIGRAN Capital. Anais...Campo Grande(MS) UNIGRAN Capital, 2020. Disponível em: <https//www.even3.com.br/anais/conigran2020/260337-A-IMPORTANCIA-DA-APLICACAO-DO-PROCESSO-DE-ENFERMAGEM-A-SAUDE-DA-CRIANCA-NA-ATENCAO-BASICA>. Acesso em: 20/11/2022 03:05

Trabalho

Qual a importância da enfermagem na saúde da criança?

Na Saúde da Criança e do Adolescente, a Enfermagem, sobretudo, vem acompanhar o desenvolvimento infanto-juvenil e ampliar as competências e responsabilidades familiares no cuidado da criança e do adolescente.

Qual a importância da assistência de enfermagem na Pediatria?

A enfermagem pediátrica é especializada em todo o processo de cuidados envolvendo crianças. O enfermeiro pediátrico é o profissional que está à frente da saúde na atenção básica e é ele que coordena esses programas. Um profissional bem preparado é uma peça-chave aos procedimentos de vida e problemas de saúde infantil.

Qual a importância de cuidar da saúde desde a infância?

Na vida adulta, é natural ter que suportar alguns inconvenientes e dores, o que não é simples para as crianças. Além disso, durante os primeiros anos de vida o sistema imunológico ainda não está desenvolvido, o que deixa os pequenos mais susceptíveis a patologias.

Qual a contribuição da enfermagem frente ao cuidado oferecido na infância?

A disponibilidade de setores e serviços de saúde para atender a criança em suas necessidades, de acordo com as enfermeiras, viabiliza a oferta de cuidado integral, com acesso às ações de saúde que buscam melhorar a qualidade de vida da criança, reduzindo vulnerabilidades para seu o crescimento e desenvolvimento.

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