Quais são as principais razões que explicam a crise do capitalismo liberal na Europa após a Primeira Guerra Mundial?

Depois da crise do Antigo Regime e das de 1816, 1825, 1836, 1846 e 1857, o capitalismo conheceu a sua principal e mais marcante crise entre os anos de 1873 e 1879, devido à especulação exagerada que se viveu sobretudo na Alemanha. A bolsa de Viena colapsou a 8 de maio de 1873, depois de uma multiplicidade desproporcionada de investimentos por parte dos bancos nos setores da construção civil e dos caminhos de ferro. Cessando a injeção de dinheiro dos bancos falidos, as empresas que sobreviviam com este apoio afundaram-se, provocando uma onda de desemprego e retorno dos operários ao campo. De facto, as empresas de metalurgia deixaram de produzir, uma vez que a crise ferroviária não permitia a encomenda de carris e demais elementos com esta origem. A superprodução, desfasada da procura, fez-se sentir por toda a Europa, além de ter atingido gravemente os Estados Unidos até pelo menos ao ano de 1887. Contudo, a França somente começou a ressentir-se em 1882, uma vez que no início da crise estava obrigada ao pagamento de cinco milhões de francos-ouro à Alemanha, determinado no Acordo de Frankfurt (1871), e tinha tomado medidas económicas restritivas de forma a proceder à liquidação. A quebra económica prolongou-se neste país até 1886, numa crise conhecida como a crise lionesa, assim denominada por ter sido despoletada pela bancarrota do banco de Lyon. Também a Grã-Bretanha se ressentiu destes acontecimentos, vivendo até cerca de 1876 uma crise de lucros insignificantes causados pela drástica diminuição da exportação, desemprego e problemas sociais subsequentes. As possessões coloniais britânicas e países de formação recente passaram a absorver a partir de determinada altura a produção de Inglaterra, apesar de uma nova crise se abater sobre a Europa em 1890. Foi esta fase, que durou cerca de seis anos, iniciada pela falência do banco britânico Baring Cross & Cy., devido às dificuldades no mercado do algodão, da metalurgia e da construção naval e à fase negra atravessada pela Argentina, grande importadora. Não tardaram os problemas a estender-se à Alemanha, aos Estados Unidos e à França, sucedendo-se as falências e as agitações sociais.
Após a Primeira Guerra Mundial deu-se uma grande crise no capitalismo, uma vez que as dificuldades geradas pelo tempo de conflito foram de tal forma consideráveis que abalaram a prática do liberalismo económico, sendo necessário o apoio dos governos.

Como referenciar

Porto Editora – Crises do Capitalismo na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2022-10-15 09:35:21]. Disponível em https://www.infopedia.pt/$crises-do-capitalismo

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Porto Editora – Crises do Capitalismo na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2022-10-15 09:35:21]. Disponível em https://www.infopedia.pt/$crises-do-capitalismo

O pagamento de reparações onerosas impostas aos perdedores após a Primeira Guerra Mundial, durante um período inflacionário em toda a Europa na década de 1920 – outro resultado direto dos efeitos materiais de uma guerra catastrófica – causou uma hiperinflação da moeda alemã, o Reichsmark , por volta de 1923. Aquele período de hiperinflação combinado com os efeitos da Grande Depressão (iniciada em 1929) abalou seriamente a estabilidade da economia da Alemanha, acabando com as economias pessoais da classe média e gerando desemprego em massa.

Quais são as principais razões que explicam a crise do capitalismo liberal na Europa após a Primeira Guerra Mundial?

O caos econômico em muito colaborou para aumentar a agitação social, desestabilizando a já frágil República de Weimar. Os esforços das potências europeias ocidentais para marginalizar a Alemanha, tiveram como resultado o enfraquecimento e isolamento de seus líderes democratas, fazendo surgir entre a população alemã a idéia de que era necessário recuperar seu prestígio nacional através da remilitarização e da expansão territorial.

A reviravolta social e econômica que se seguiu à Primeira Guerra Mundial em muito contribuiu para desestabilizar a incipiente democracia alemã, permitindo assim a ascensão de muitos partidos radicais de direita na Alemanha durante a República de Weimar. Tão destrutiva quanto as rígidas determinações do tratado de Versalhes era a crescente convicção de muitos alemães de que haviam sido "apunhalados pelas costas" pelos "criminosos de novembro" – ou seja, por aqueles que haviam ajudado a formar o novo governo de Weimar e a negociar a paz que os alemães tanto desejavam, mas que foi tratada de forma desastrosa no Tratado de Versalhes.

Muitos alemães pareciam haver se esquecido de que haviam, eles mesmos, elogiado a queda do Kaiser [Imperador], aprovado a reforma parlamentar democrática e comemorado o armistício. Eles faziam questão de apenas se lembrar de que a esquerda alemã – os socialistas, comunistas e, no imaginário popular também os judeus, – havia entregue a honra alemã em um tratado de paz vergonhoso, mesmo que nenhum exército estrangeiro houvesse pisado em solo alemão. O mito da Dolchstosslegende (punhalada nas costas) foi criado e difundido por já aposentados líderes militares alemães da época da Guerra que, já em 1918 sabendo que a Alemanha não mais tinha condições de manter a guerra, haviam aconselhado o Kaiser a pedir a paz. A lenda criada ajudou a desacreditar ainda mais os círculos socialistas e liberais alemães, que eram os que mais se dedicavam a manter a frágil experiência democrática alemã.

Quais são as principais razões que explicam a crise do capitalismo liberal na Europa após a Primeira Guerra Mundial?

Os Vernunftsrepublikaner ("republicanos racionais"), entre eles o historiador Friedrich Meinecke e o escritor alemã que havia recebido o prêmio Nobel, Thomas Mann, inicialmente haviam resistido à reforma democrática mas, devido aos problemas do pós-guerra sentiram-se na obrigação de apoiar a República de Weimar, como a menos pior das alternativas possíveis. Eles tentaram afastar seus compatriotas da polarização entre a esquerda e a direita radicais. As promessas da direita nacionalista alemã de revisar o Tratado de Versalhes, pela força caso necessário, conquistavam cada vez mais simpatizantes em círculos respeitados pela opinião pública. Enquanto isso, os rumores de uma iminente ameaça comunista, após a eclosão da Revolução Bolchevique na Rússia e dos breves golpes e revoluções comunistas na Hungria (Bela Kun) e na própria Alemanha (i.e. a Revolta Espartacista, Spartakusaufstand), começavam a alterar o equilíbrio da balança da opinião política alemã decididamente em prol das causas da direita.

Enquanto os agitadores da esquerda cumpriam pesadas sentenças na cadeia por gerarem inquietação política, os ativistas radicais de direita, como Adolf Hitler, cujo Partido Nazista havia tentado depor o governo da Bavária e iniciar uma "revolução nacional" no Beer Hall Putsch em novembro de 1923, cumpriram apenas nove meses dos cinco anos de suas sentenças por traição, considerada crime capital. Foi enquanto cumpria sua sentença na prisão, que Hitler escreveu seu manifesto político, Mein Kampf (Minha Luta).

As dificuldades criadas pela agitação social e econômica após a Guerra, pelos termos onerosos do tratado de paz, e pelo simples medo de uma possível tomada do poder pelos comunistas, fez com que as classes médias alemãs colocassem em dúvida as soluções democráticas pluralistas da Alemanha de Weimar. Os problemas também alimentaram o desejo da população para ter um governo com grande autoridade, um tipo de liderança que os eleitores alemães, eventual e infelizmente encontraram em Adolf Hitler e em seu Partido Nacional-Socialista. Condições semelhantes também beneficiaram os sistemas de direita autoritários e totalitários do leste europeu, iniciando-se pelos países derrotados. Todos esses eventos colaboraram para o aumento dos níveis de intolerância e para a concordância popular com o anti-semitismo e com as violentas formas de discriminação contra as minorias nacionais da região.

Quais são as principais razões que explicam a crise do capitalismo liberal na Europa após a Primeira Guerra Mundial?

Por fim, a destruição e a perda catastrófica de vidas ocorridas durante a Primeira Guerra Mundial resultou no que poderia ser descrito como desespero cultural em muitas nações que haviam participado dos combates. A decepção com as políticas nacionais e internacionais e um sentimento de desconfiança em relação aos líderes políticos e funcionários governamentais, permeavam a consciência de um público que havia testemunhado os danos de um conflito devastador que havia durado quatro anos. A maioria dos países europeus perdeu práticamente toda uma geração de homens jovens. Embora alguns escritores glorificassem a violência da guerra e o contexto nacional do conflito, como o alemão Ersnt Jünger, em sua obra datada de 1920, entitulada “Tempestades de Aço”, Stahlgewittern, na verdade foi o relato vivo e realista dos combates nas trincheiras, retratados na obra-prima de Erich Maria Remarque “Nada de Novo no Front” (Im Westen nichts Neues), datada de 1929, que conseguiu captar a experiência das tropas nas frentes de batalha e expressar a alienação da "geração perdida", que retornava ao lar após a Guerra e se sentia incapaz de se adaptar aos tempos de paz, e ao mesmo tempo era tragicamente incompreendida pelos civis que não haviam testemunhado os horrores da Guerra em primeira mão.

Em alguns círculos, essa indiferença e essa desilusão com as políticas bélicas e os conflitos auxiliaram a aumentar o sentimento pacifista. Nos Estados Unidos a opinião pública era a favor do retorno ao isolacionismo; e esse sentimento popular foi o fundamento da recusa do senado norte-americano em ratificar o Tratado de Versalhes e aprovar a inclusão dos EUA na Liga das Nações proposta pelo presidente Wilson. Para uma geração de alemães, aquela alienação social e desilusão política foi retratada na obra “E agora, seu moço?” (Kleiner Mann, was nun?), do escritor alemão Hans Fallada, uma história sobre um alemão "comum" em meio ao tumulto da crise econômica e do desemprego, e igualmente vulnerável às palavras sedutoras dos políticos radicais de esquerda e de direita. A obra de Fallada, de 1932, retratou com precisão a Alemanha de sua época: um país imerso em inquietações econômicas e sociais e polarizado entre as duas extremidades do espectro político. Muitas das causas dessa desordem tiveram suas origens na Primeira Guerra Mundial e no período que a seguiu; e o caminho em seguida tomado pela Alemanha resultaria em uma guerra ainda mais destrutiva nos anos vindouros.

Quais as principais razões que explicam a crise do capitalismo liberal?

A crise é provocada por três fatores fundamentais: super produção, subconsumo e especulação. Depois da 1ª Guerra Mundial, a economia americana viveu um momento de intenso crescimento, a década da euforia. Esse crescimento criou um excesso de oferta no mercado, que não foi acompanhado pelo consumo.

O que aconteceu com a Europa após a Primeira Guerra Mundial?

Após a Grande Guerra, quatro impérios desmoronaram: Alemão, Austro Húngaro, Russo e Otomano. Deles surgiram uma série de novos países, como Polônia, Tchecoslováquia, Iugoslávia, Áustria, Hungria, Estônia, Lituânia e Letônia.

Porque a crise de 1929 pode ser considerada uma crise do capitalismo liberal?

A Crise de 1929, também conhecida como Grande Depressão, foi uma forte recessão econômica que atingiu o capitalismo internacional no final da década de 1920. Marcou a decadência do liberalismo econômico, naquele momento, e teve como causas a superprodução e especulação financeira.

Quais foram as três principais razões para a crise de 1929?

Resumo sobre a Crise de 1929 Foi causada pela superprodução, falta de regulação da economia, excesso de crédito e pela bolha de especulação. Teve início com a quebra da Bolsa de Valores de Nova York, em outubro de 1929.