Quais foram os líderes que participaram da Revolução Russa de 1917?

Em 1917, duas revolu��es sepultaram a monarquia na R�ssia e moldaram todo o s�culo 20. Em fevereiro, o czar Nicolau 2� foi deposto. Em outubro, bolcheviques liderados por L�nin destitu�ram o governo provis�rio e tomaram o poder.

Inspirados nas ideias de Marx, instauraram a primeira ditadura comunista do mundo. O regime perdurou at� 1991, quando se desfez a Uni�o Sovi�tica. Conhe�a abaixo os cinco principais personagens envolvidos no evento de 1917.

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Nicolau 2� (1868-1918)
Nicolai Aleksandrovitch (literalmente, "filho de Alexandre") Romanov foi o �ltimo imperador da R�ssia, pa�s que governou de 1895 at� a Revolu��o de Fevereiro de 1917. Assumiu o trono ap�s a morte do pai, o czar Alexandre 3�, no final de 1894, mesmo ano em que se casou com a princesa alem� Alexandra. O casal teve cinco filhos: Olga, Tatiana, Maria, Anastasia e Alexei (�nico homem, hemof�lico). Todos foram mortos pelos bolcheviques em 1918.

Visto pelos cr�ticos como fraco e dominado pela mulher, o czar foi obrigado a ceder e aceitar um Parlamento eleito (a Duma do Estado) depois da Revolu��o de 1905, embora tenha tentado retomar seu poder autocr�tico depois, com mudan�as nas leis para evitar a elei��o de radicais e repress�o de oposicionistas pela pol�cia secreta.

Em fevereiro de 1917, novos protestos e a perda de apoio do Ex�rcito for�aram Nicolau 2� a abdicar. O czar e sua fam�lia foram mantidos presos em v�rios locais at� ser transferidos para Ecaterimburgo, nos montes Urais (fronteira da Europa com a �sia). Acredita-se que a execu��o da fam�lia real tenha sido ordenada por L�nin.

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Aleksandr Fiod�rovitch Ker�nski (1881-1970)
Advogado e socialista revolucion�rio, Ker�nski foi eleito para a Duma do Estado em 1912. Visto como esquerdista moderado, ele defendeu a entrada da R�ssia na Primeira Guerra; depois, com a eclos�o da Revolu��o de Fevereiro de 1917, apoiou a queda da monarquia. Durante o per�odo do governo provis�rio, foi ministro da Justi�a, da Guerra (no per�odo da derrota da "ofensiva de junho") e, a partir de julho, primeiro-ministro do pa�s.

Depois da tentativa de golpe do general Kornilov, no final de agosto, Ker�nski perdeu o apoio dos militares (por demiti-lo do posto de comandante do Ex�rcito) e tamb�m o da esquerda, por se recusar a implantar seus programas. Com a tomada do poder pelos bolcheviques, ele ficou escondido at� maio de 1918, quando emigrou para a Europa Ocidental; vivia na Fran�a quando as tropas nazistas invadiram o pa�s e se mudou para os EUA. Fez palestras, escreveu livros e lecionou em universidades como a de Stanford. Morreu em Nova York, em 1970.

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Vlad�mir Ilitch Ulianov (L�nin) (1870-1924)
Nascido em Simbirsk, �s margens do rio Volga –mesma cidade natal de Ker�nski, rebatizada de Ulianovsk em sua homenagem–, L�nin era filho de um alto funcion�rio do governo. Estudante de direito, radicalizou-se depois de ter um irm�o, Aleksandr, executado pelo regime czarista em 1887. Preso por ativismo revolucion�rio e enviado � Sib�ria, deixou a R�ssia em 1900 e viveu em v�rios pa�ses da Europa Ocidental (Su��a, Alemanha, Reino Unido, Fran�a) pela pr�xima d�cada e meia. Em 1901, adotou o pseud�nimo L�nin ("do Lena", um rio siberiano); em 1902, lan�ou o panfleto pol�tico "Que Fazer?", no mesmo ano em que conheceu Li�v Tr�tski em Londres.

Durante a Revolu��o de 1905, L�nin defendia a cont�nua escalada dos confrontos violentos, o que aumentou a divis�o entre os bolcheviques (sua fac��o no Partido Oper�rio Social Democr�tico) e os mencheviques. Em 1917, com a Revolu��o de Fevereiro, ele voltou em definitivo ao pa�s –assistido pelos alem�es, ent�o envolvidos na guerra contra a R�ssia– e passou a trabalhar para derrubar o governo provis�rio que sucedeu a monarquia. Vitorioso na Revolu��o de Outubro, consolidou o poder dos bolcheviques ap�s a guerra civil, esmagando a oposi��o.

Diante da dificuldade para implantar o socialismo na economia, L�nin decidiu adotar a Nova Pol�tica Econ�mica, com algumas medidas de mercado. Sobreviveu a uma tentativa de assassinato em 1918, mas ficou com sequelas –em 1922, sofreu um acidente vascular cerebral, do qual nunca se recuperou completamente. Morreu em janeiro de 1924. Seu corpo embalsamado foi colocado em um mausol�u na pra�a Vermelha, em Moscou, onde est� at� hoje.

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I�sif Vissarionovitch Dzhugashvili (St�lin) (1879-1953)
St�lin nasceu em uma fam�lia pobre de G�ri, na Ge�rgia; para fugir �s surras de seu pai, alco�latra, sua m�e saiu de casa e trabalhou como empregada dom�stica e lavadeira para sustentar o filho. Em 1894, o futuro l�der comunista foi enviado pela m�e a um semin�rio da Igreja Ortodoxa em Tbilisi, maior cidade georgiana e atual capital. Era considerado bom aluno, mas se desinteressou pelos estudos quando aderiu ao marxismo e passou a participar de reuni�es clandestinas de oper�rios. Em 1899, deixou o semin�rio (ou foi expulso; relatos divergem).

Nos anos seguintes, integrado ao Partido Oper�rio Social Democr�tico, organiza greves e protestos; escapa de uma tentativa de pris�o da pol�cia secreta czarista e entra na clandestinidade. Em 1907, organiza um assalto ao Banco Imperial, em Tbilisi, que terminaria com 40 mortos e 250 mil rublos (o equivalente, hoje, a mais de US$ 3 milh�es) nas m�os dos bolcheviques. Escondido no Azerbaij�o depois do roubo, seria preso e enviado � Sib�ria v�rias vezes nos anos seguintes –estima-se que tenha adotado o apelido St�lin ("de a�o" em russo) a partir de 1912, mesmo ano em que come�ou a atuar clandestinamente como editor do "Pravda" ("verdade"), o jornal bolchevique.

Em 1917, St�lin, que conhecera L�nin em 1905, j� � um dos l�deres bolcheviques e se destaca como linha-dura, defendendo a execu��o p�blica de desertores. Torna-se secret�rio-geral do Partido Comunista em 1922. Em 1924, com a morte de L�nin, vence a disputa por poder no partido com seu principal rival, Li�v Tr�tski. Governaria a Uni�o Sovi�tica como ditador pelas tr�s d�cadas seguintes, impondo medidas como a coletiviza��o for�ada da agricultura e expurgos no pr�prio PC e no governo, cujas mortes os historiadores do per�odo estimam em milh�es.

Em 1939, logo antes da eclos�o da Segunda Guerra, assinou pacto de n�o agress�o com a Alemanha nazista, rompido por Hitler ao atacar posi��es sovi�ticas na Pol�nia em 1941. Acabaria emergindo como um dos vitoriosos da Segunda Guerra e dividindo com as pot�ncias ocidentais –principalmente EUA e Reino Unido– o mundo em �reas de influ�ncia no p�s-guerra. Morreu em 1953 e foi sucedido na chefia do PC por Nikita Khruschov, que denunciou seus crimes num "discurso secreto" em 1956 e levou a cabo uma pol�tica de "desestaliniza��o" do pa�s.

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Li�v Davidovitch Bronstein (Tr�tski) (1879-1940)
Filho de judeus ucranianos, fazendeiros abonados, Tr�tski nasceu perto da atual cidade de Kropivn�tski. Ainda na adolesc�ncia, desistiu de estudar matem�tica para se envolver em atividades clandestinas. Antes de completar 20 anos, j� havia sido preso por agita��o pol�tica e aderido ao Partido Oper�rio Social Democr�tico. Exilado na Sib�ria, passou a usar o sobrenome "Tr�tski", que pegou de empr�stimo de um dos seus carcereiros, por volta de 1902.

Depois de fugir da Sib�ria, passou a maior parte dos 15 anos seguintes exilado na Europa Ocidental. Em 1903/1904, passou a integrar a fac��o menchevique ("minorit�ria") do partido e desenvolveu sua teoria da "revolu��o permanente", enquanto L�nin se convertia no l�der da maioria, os bolcheviques. Foi correspondente de guerra em Viena e viveu na Su��a, na Fran�a e em Nova York antes de voltar � R�ssia, em 1917, com a queda do czar.

Preso pelo governo provis�rio, assumiu o comando do Soviete de Petrogrado em setembro e foi um dos l�deres militares da tomada de poder pelos bolcheviques, no m�s seguinte. Atuou como uma esp�cie de chanceler, negociando os termos da paz com a Alemanha no final da Primeira Guerra, e depois como comiss�rio de guerra, onde organizou o que viria a ser o Ex�rcito Vermelho. Nessa fase, era considerado o "n�mero dois" de L�nin.

Conflitos internos no Partido Comunista, por�m, propiciariam a ascens�o de St�lin. Tr�tski acabaria expulso do partido em 1927 e da pr�pria Uni�o Sovi�tica dois anos depois. Viveu na Fran�a, na Noruega e no M�xico, onde foi assassinado com um picador de gelo pelo comunista espanhol Ram�n Mercader, em agosto de 1940.

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Dom�nios russos

Desde a forma��o da Uni�o Sovi�tica at� o final da 2� Guerra Mundial, os comunistas ocuparam diversos territ�rios. Ao todo, 15 rep�blicas integraram o pa�s nesse per�odo. A �rea total voltou a ter 22,4 milh�es de km2, mesmo tamanho do imp�rio quando o czar Nicolau 2� assumiu o trono –o equivalente a 2,6 vezes a �rea do Brasil

Dissolu��o em 1991 d� origem � R�ssia e outros pa�ses independentes. Hoje, o territ�rio russo tem 17 milh�es de km2. A diferen�a entre essa �rea e a do auge equivale a duas Argentinas

Revolu��o russa, 100