Quais fatores motivam a desconcentração industrial?

O trabalho que se desenvolve a seguir tem a seguinte cronologia – destacar os principais fatores que levarão à industrialização na região Sudeste do Brasil, comentando os principais produtos e o que levou às indústrias a se instalarem naquela região, como também apresenta um subtítulo destacando a distribuição das indústrias na região. Seguido pela desconcentração da indústria no Brasil, onde começam as explicações sobre os fatores que desencadearão essa descentralização, contendo datas e os principais dados sobre a descentralização das indústrias brasileira. Por fim temos uma explanação sobre os principais motivos para tal fator, a descentralização industrial.

O trabalho se mostra dinâmico e de fácil entendimento pela sua divisão em tópicos com suas respectivas explanações, o trabalho mantém sua cronologia até as considerações finais, onde o desfecho se completa com um resumo geral sobre o entendimento do trabalho como um todo.

DESENVOLVIMENTO
1.1 INDUSTRIALIZAÇÃO DO SUDESTE

O desenvolvimento industrial na região ocorreu principalmente a partir do século XX, após o declínio do café. O café ocupou durante muito tempo lugar de destaque nas exportações e essas “seguravam” a economia brasileira. O declínio do café, no final da década de 1920, foi provocado pela crise de 29, por não oferecer grandes lucros uma grande parcela de fazendeiros vendeu suas propriedades. Com o recurso adquirido na venda das fazendas investiram, entre outras, na indústria, as primeiras se limitavam ao setor têxtil, alimentação, bens de consumo, sabão e velas.

Na Região Sudeste os estados produtores de café eram principalmente São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo.

O surgimento das indústrias na região sudeste está vinculado à produção cafeeira decorrente da:

- Grande quantidade de trabalhadores da produção do café foi atraída para trabalhar nas indústrias que iniciavam suas atividades.

- Do grande número de mão-de-obra imigrante presente no Brasil, esses já tinham experiências industriais, pois nesse período a Europa já havia passado pelo processo de industrialização.

- Rede de transportes, uma vez que as infra-estruturas eram usadas para escoar a produção de café das fazendas para os portos, com a introdução das indústrias esses mesmos trajetos serviam para transportar matéria prima e mercadorias.

O desenvolvimento do transporte favoreceu o desenvolvimento industrial e econômico de toda a Região e também do Brasil. Alienado ao crescimento das indústrias e à evolução dos transportes ocorreu, simultaneamente, o aumento populacional gerando um maior fluxo de mercadorias e de matéria prima.

A expansão comercial contribuiu para uma integração entre os estados que integram a Região. Uma das principais e mais importantes etapas do processo industrial e econômico foi a implantação das empresas fabricantes de veículos automotores, na década de 50, que impulsionou a construção de rodovias, a criação delas contribuiu para uma maior integração entre os entes da Região e também com outros estados e que mais ainda favoreceu o processo de povoamento. Em pouco tempo as rodovias superaram as ferrovias.

1.2 A DISTRIBUIÇÃO DA INDÚSTRIA NO SUDESTE

A distribuição das indústrias na Região Sudeste possui uma hierarquia, em que alguns estados são mais desenvolvidos industrialmente com base na concentração do número de indústrias presentes. Desse modo fica ordenado da seguinte forma: em primeiro lugar a Grande São Paulo, em segundo Rio de Janeiro e terceiro Belo Horizonte, sendo que a primeira e a segunda são as megalópoles brasileiras

2.1 DESCONCENTRAÇÃO DA INDÚSTRIA NO BRASIL

Na década de 1970, a região metropolitana de São Paulo representava quase a metade (45%) do valor da produção industrial no país. Cada vez mais evidente que a concentração industrial na metrópole paulista reproduzia e aprofundava as desigualdades inter-regionais, motivando uma intensa dinâmica migratória. Segundo a Fundação Seade, entre 1970 e 1980, o saldo migratório foi positivo de dois milhões de pessoas, e como consequência dessa migração aconteceu o que Milton Santos chamou de “ macrocefalia “, caracterizada pelo rápido e desordenado crescimento das cidades, gerando uma série de problemas sócio-espaciais.

Diante desses problemas regionais e sócios espaciais no território brasileiro devido á concentração do processo industrial na região metropolitana de São Paulo, o planejamento estatal desenvolveu, na década de 1970, vários incentivos fiscais para a desconcentração industrial. Porém é apenas na década de 1990 que a desconcentração industrial no país ganha força, recebendo apoio econômico e técnico cientifico, sem deixar de lado as mudanças constitucionais de 1988 - que concederam aos estados e municípios maior autonomia na definição dos impostos cobrados às empresas.

Esse processo de desconcentração acabou gerando o que os geógrafos chamam de "Guerra dos Lugares", ou seja, uma disputa entre estados e municípios, com a intenção de atrair grandes empresas a partir da diminuição ou isenção de impostos. Entretanto não é correto afirmar que tais procedimentos desencadearam um processo de desindustrialização da Grande São Paulo. Além de concentrar, em 1990, 31% do valor da produção industrial, a metrópole acabou se especializando em atividades mais complexas e competitivas.

3.1 OS PRINCIPAIS MOTIVOS DA DESCENTRALIZAÇÃO DA INDÚSTRIA NO BRASIL

Do ponto de vista das empresas, o mais importante é a guerra que elas empreendem para fazer com que os lugares, isto é, os pontos onde desejam instalar-se ou permanecer, apresentem um conjunto de circunstâncias vantajosas do seu ponto de vista. Trata-se, na verdade, de uma busca de lugares produtivos.

Esse processo se configura pelo domínio econômico do território e pela perda da identidade deste, ou seja, os valores regionais e históricos de um território acabam ficando em segundo plano. O que importa no novo contexto é seu valor econômico, seu potencial lucrativo, que é condicionado por uma série de fatores legais, sociais e econômicos associados ao território.

A conjunção dos deslocamentos do capital mundial e de uma série de medidas políticas internas de estabilização econômica favoreceu, no Brasil dos anos 90, a atração de grandes investimentos, parte dos quais apresentaram uma lógica de localização, que pode ser apreendida pelo processo de desconcentração.

Dentre esses fatores podemos citar:

· Flexibilidade nas normas de adequação ambiental;

· Mão-de-obra barata;

· Fraca organização sindical;

· Integração do local a uma rede de comunicação satisfatória

· Isenção de impostos;

Isentar os estabelecimentos industriais do pagamento de impostos é uma das práticas mais comumente adotada por alguns países, estados ou municípios para atrair esse tipo de atividades para o seu território.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
A conclusão desse trabalho se dá principalmente ao analisarmos os benefícios da descentralização da indústria brasileira, analisando isso como uma grande oportunidade para as outras regiões brasileiras se desenvolverem tanto na área tecnológica quanto na área de oportunidades de empregos, apesar de tardia nossa modernização e industrialização ocorreu.

Toplist

Última postagem

Tag