Preço do barril de petróleo hoje em dólares

Os preços do petróleo Brent, de referência para as exportações angolanas, atingiram, nesta quinta-feira (10), o nível mais alto em mais de dois anos, ao fechar a sessão em 72,52 dólares o barril, uma subida de 0,4 por cento

Preço do barril de petróleo hoje em dólares

© Fotografia por: DR

Os preços já são quase o dobro do valor estabelecido como referência para o Orçamento Geral do Estado para este ano, que é de 39 dólares, o barril. O preço desta quarta-feira é o mais alto desde Janeiro de 2020.

Nos últimos sete meses, os preços do petróleo dobraram. Em Novembro de 2020, o barril chegou a valer 36 dólares acima dos 19 dólares registados em Abril do mesmo ano.

A sequência de quedas diárias dos preços iniciou em Janeiro, quando o barril estava cotado em 71 dólares e, em pouco mais três meses caiu para metade.

Na sessão desta quinta-feira, o petróleo bruto US West Texas Intermediate (WTI) subiu 33 centavos, ou 0,5 por cento, e fechou em 70,29 dólares. Especialistas justificam a subida com o optimismo para a forte procura económica, depois que as novas reivindicações de desemprego nos EUA caíram para o nível mais baixo desde a primeira onda da Covid-19 no ano passado.

O petróleo Brent caiu US$ 7 nesta terça-feira, fechando abaixo de US$ 100 o barril pela primeira vez em três meses. O fortalecimento do dólar, as restrições da Covid-19 que prejudicam a demanda no principal importador de petróleo, a China, e os crescentes temores de uma desaceleração econômica global, foram fatores baixistas para a commodity.

A queda acentuada seguiu-se a um mês de negociações voláteis em que os investidores venderam posições de petróleo por temores de que aumentos agressivos das taxas de juros para conter a inflação estimularão uma desaceleração econômica, que, por sua vez, puxará o tapete da demanda por petróleo.

Os investidores também esperam por mais dados econômicos, com destaque para a inflação ao consumidor dos EUA na próxima quarta, e para o começo da temporada de balanços nos EUA, para avaliar a saúde da maior economia do mundo.

Os futuros de petróleo Brent para setembro fecharam em queda de US$ 7,61, ou 7,1%, a US$ 99,49 por barril, o menor patamar desde 11 de abril.

“Acho bastante crítico apenas do ponto de vista psicológico, que mantenhamos US$ 95 o barril”, disse Rebecca Babin, trader sênior de energia da CIBC Private Wealth US.

Os preços do petróleo estão enfrentando extrema pressão “à medida que uma postura defensiva continua com o sentimento do consumidor ainda em um modo deprimido, juntamente com o ressurgimento da Covid na China”, disse Dennis Kissler, vice-presidente sênior de negociação da BOK Financial.

Um dólar recorde está provocando mais liquidações de vendas, acrescentou Kissler. O petróleo geralmente é cotado em dólares americanos, portanto, um dólar mais forte torna a commodity mais cara para os detentores de outras moedas.

“Excluindo a possibilidade de uma queda grande da oferta, parece que a commodity continuará sendo negociado abaixo dos US$ 100 por barril por um tempo, até que as perspectivas para a demanda de petróleo melhorem”, diz Edward Moya, analista sênior de mercados da Oanda, à “Dow Jones Newswires”.

Em relatório recente, o Citi destacou prever o barril a US$ 65 ao fim do ano e ir para US$ 45 até o final de 2023 se ocorrer uma recessão que prejudique a demanda.

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) prevê que a demanda mundial por petróleo aumentará 2,7 milhões de barris por dia (bpd) em 2023, um pouco mais lenta do que em 2022.

A capacidade ociosa dentro da Opep está, no entanto, baixa, com a maioria dos produtores bombeando na capacidade máxima. A Administração de Informações de Energia dos EUA prevê um aumento na produção de petróleo bruto e na demanda de petróleo dos EUA em 2022.

(com Reuters)

Procurando uma boa oportunidade de compra? Estrategista da XP revela 6 ações baratas para comprar hoje.

Contratos tanto do tipo brent, a referência global, como do WTI dos Estados Unidos caíram mais de 2% nos negócios de hoje

Os contratos futuros do petróleo fecharam em queda pela segunda sessão consecutiva, estendendo os tombos anotados na sexta-feira passada, ainda sob pressão da disparada do dólar e dos temores de recessão econômica.

O contrato do petróleo Brent para dezembro - a referência global da commodity - fechou em queda de 2,55%, a US$ 82,86 por barril, enquanto o do petróleo WTI americano para novembro recuou 2,57%, a US$ 76,71 por barril. Ambas as referências seguem nas mínimas desde janeiro, com o Brent acumulando perdas de 8,40% e o WTI, de 8,12% nas duas últimas sessões.

Assim como o que aconteceu na sexta-feira passada, os preços do petróleo são pressionados hoje por novas altas do dólar, com o índice DXY operando em alta de 0,75% por volta das 16h, a 114,041 pontos. O dólar vem anotando fortes ganhos frente às principais moedas globais, recebendo impulso das expectativas de alta de juros nos EUA.

A libra, em especial, opera em queda de 0,92% frente ao dólar, a US$ 1,06922, chegando a bater uma nova mínima histórica contra a moeda americana. Mais cedo, a libra chegou a cair 6,17% na mínima intradiária, cotada a US$ 1,01256. A moeda britânica segue sob pressão depois que o ministro das Finanças do Reino Unido, Kwasi Kwarteng, reiterou os planos do governo do país de continuar sua agenda de cortes tarifários, que assustou os investidores na sexta-feira passada.

O Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) divulgou um comunicado hoje em que diz que "está acompanhando muito de perto a evolução dos mercados financeiros à luz da significativa reprecificação dos ativos financeiros” e que fará uma avaliação completa na próxima reunião agendada [para novembro] sobre o impacto dos anúncios do governo e da queda da libra na demanda e na inflação. “O comitê não hesitará em alterar as taxas de juros conforme necessário para retornar a inflação à meta de 2% de forma sustentável no médio prazo, de acordo com sua missão”, ainda segundo o texto.

"Os preços do petróleo estão batalhando com um dólar forte e com as perspectivas de recessão, que cortará a demanda pelo resto do ano", diz Edward Moya, analista-sênior de mercados da Oanda, em nota. "O caos nos mercados de câmbio poderia manter os preços do petróleo sob pressão, independentemente do que a [Organização do Países Exportadores de Petróleo] fizer no curto prazo. A volatilidade no câmbio não vai diminuir tão cedo e vai colocar o petróleo em uma montanha russa por um longo período de tempo".

Conteúdo publicado originalmente no Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor Econômico.