Porque a língua escolhida para dar nome aos seres vivos foi o latim?

Você já deve ter ouvido falar do Latim, certo? Quando pensamos nessa palavra, fazemos uma associação imediata com algo ultrapassado, pois o Latim é conhecido como uma língua morta, visto que não é utilizado como língua oficial de nenhum país (com exceção do Vaticano). Mas como podemos pensar assim de uma língua que deu origem a tantas outras e que ainda está presente em diversas circunstâncias de nosso cotidiano? Bom, estamos aqui para provar que o Latim é sim uma língua viva!

O Latim é oriundo da região do Lácio, em Roma, e deu origem às chamadas línguas românicas, entre elas, o nosso querido idioma, o português. Lembra-se dos versos do poema “Língua Portuguesa”, de Olavo Bilac?

“Última flor do Lácio, inculta e bela,

és, ao mesmo tempo, esplendor e sepultura

Ouro nativo, que na ganga impura

A bruta mina entre os cascalhos vela... (...)”

Neste poema, Bilac faz referência à história da língua portuguesa, que foi a última língua neolatina formada a partir do latim. Pobre latim, depois de tanto contribuir para a formação cultural de diversos povos, foi relegado ao título de língua morta. Mas basta dar uma voltinha pelo supermercado, conversar com amigos e ler alguns livros para perceber que o latim resiste ao tempo, desmistificando o rótulo de coisa velha e ultrapassada. O Latim é tão moderno que ganhou a simpatia dos publicitários, que adoram resgatar seus termos. Observe a imagem e veja alguns exemplos:

Porque a língua escolhida para dar nome aos seres vivos foi o latim?

O Latim é bastante utilizado na publicidade, estabelecendo um interessante contraponto entre o moderno e o antigo *

Todas as marcas que você observou na imagem estão em Latim. Provavelmente você nem sabia, mas o marketing, mesmo tendo uma forte tendência a utilizar palavras de origem anglicana (o inglês é o idioma preferido dos publicitários), resgatou e deu vida à nossa língua mater. Utilizar expressões latinas confere ao produto certo status (olha o Latim aí!), além de passar credibilidade, nomeando com pompa e circunstância as marcas representadas. Mas não é só na publicidade que o Latim resiste: veja só outras expressões em Latim que são amplamente utilizadas na modalidade oral e na modalidade escrita:

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A priori = a princípio

Aliás = expressão utilizada para retificar algo, “de outro modo”.

Carpe diem = aproveite o dia.

Corpus Christi = corpo de Cristo.

Data venia = significa “com o devido respeito”.

Et cetera (etc) = significa “e outros”.

In loco = no local.

Mea culpa = minha culpa

Modus operandi = modo de agir

Sui generis = significa “de seu próprio gênero”.

Vade mecum = vem comigo (expressão utilizada para instruir o leitor a realizar determinadas tarefas)

Curriculum Vitae = significa “trajetória de vida”.

Viu só? Você já deve ter ouvido todas essas expressões e até mesmo usado sem saber que se tratava de palavras latinas, não é mesmo? E agora? Você está convencido de que o Latim não morreu? Encontre você também outras referências à formosa, e viva, flor do Lácio.

* As imagens utilizadas para ilustrar este artigo foram retiradas de anúncios publicitários das marcas citadas.

Os cientistas organizam os seres vivos em grupo, ou seja, fazem a sua classificação, para poder estudar melhor suas relações de parentesco e sua evolução.

Classificar é agrupar, formar grupos, obedecendo a determinados critérios. Exemplos: Grupo dos macacos (macaco-aranha, sagui, bugio, etc.); Grupo dos pássaros (curió, canário, pardal, beija-flor, etc.); Grupo dos cães (pequinês, yorkshire, perdigueiro, pastor alemão, etc).

Indivíduos podem formar grupos e grupos podem formar grupos maiores. Assim, temos as espécies, que se agrupam em diferentes gêneros, que se agrupam em famílias, que se agrupam em ordens e estas em classes, que se agrupam em filos e estes em reinos.

A hierarquia dos seres vivos, do grupo maior para o menor, é:

  • Reinos - conjunto de filos
  • Filos - grupos que reúnem classes semelhantes
  • Classes - grupos que reúnem ordens semelhantes
  • Ordens - grupos que reúnem famílias semelhantes
  • Famílias - grupos que reúnem gêneros semelhantes
  • Gêneros - grupos que reúnem espécies semelhantes

Nomenclatura

O nome científico é formado por duas palavras escritas em Latim. Essa língua, usada pelos antigos romanos, foi escolhida por ser um idioma morto, ou seja, ninguém mais o utiliza no dia a dia e por isso ela não será modificada.

A vantagem de escolher um idioma científico oficial é o fato de os seres vivos descritos em trabalhos científicos poderem ser identificados por um pesquisador em qualquer parte do planeta, seja ele chinês, alemão ou brasileiro.

O nome científico deve estar destacado do texto de alguma maneira para facilitar a sua identificação. Isso pode ser feito com letras em negrito, em itálico ou sublinhadas.

Lineu chamou o cão, por exemplo, de Canis familiaris e o lobo de Canis lupus. Observe que a primeira palavra é escrita sempre em maiúscula e a segunda em minúscula. 

A expressão formada da primeira palavra (Canis) mais a segunda (familiaris ou lupus) representa a espécie a que pertence o animal. Assim, Canis, é o nome do gênero ao qual pertencem, que é o mesmo para o cão e para o lobo. Ou seja, cão e lobo são do mesmo gênero, mas de espécies diferentes.

O homem pertence à espécie Homo sapiens. 

Espécie e gênero

Espécie é o menor grupo dos seres vivos. É o conjunto de indivíduos semelhantes que podem cruzar-se entre si, gerando descendentes férteis.

Para entender bem esta definição, veja o exemplo do cavalo e da égua. Eles podem cruzar-se e dão origem a um descendente fértil, isto é, que também pode originar descendentes. Por isso, eles são da mesma espécie.

Do cruzamento de um jumento com uma égua nascerá um burro (macho) ou uma mula (fêmea). Estes animais serão estéreis, isto é, não podem dar origem a descendentes. Portanto o cavalo (e a égua) e o jumento são de espécies diferentes.

Espécies mais aparentadas entre si do que com quaisquer outras formam um gênero. Os cães e os lobos são parentes próximos e também muito semelhantes. Assim, todos esses animais foram classificados no gênero Canis.

Com as noções de gênero e espécie, o cientista sueco Carlos Lineu (1707 - 1778) classificou todos os seres vivos até então conhecidos. Para isso, empregou sempre duas palavras para dar nome a eles.

Gêneros podem ser agrupados e formar uma família.

O conjunto de gêneros mais aparentados entre si do que com outros forma a família. Assim, o cão (Canis familiaris) e animais aparentados a ele, como, por exemplo, o lobo (Canis lupus) e a raposa (Vulpes vulpes) fazem parte da família dos canídeos (Canidae).

Famílias podem ser agrupadas e formar uma ordem.

O conjunto de famílias mais aparentadas entre si forma uma ordem. Assim o cão, o lobo e a raposa (da família dos canídeos) e o tigre (da família dos felídeos - Felidae) fazem parte da ordem dos carnívoros (Carnivora). Eles têm várias semelhanças e normalmente se nutrem apenas de carne - daí o nome da ordem. Mas os ursos fazem parte da ordem carnívora e também se alimentam de mel e de frutas e o cão doméstico, come também outros tipos de alimento, além de carne. 

Ordens podem ser agrupadas e formar uma classe.

Um conjunto de ordens mais aparentadas entre si forma uma classe. Assim, a raposa (da ordem dos carnívoros), o rato (da ordem dos roedores - Rodentia), o macaco e os seres humanos (da ordem dos primatas - Primates) e também o coelho (da ordem dos lagomorfos - Lagomorpha), fazem parte da classe dos mamíferos - Mammalia). A característica mais marcante dessa classe é a presença de glândulas mamárias, que nas fêmeas são desenvolvidas e produzem o leite que alimenta os filhotes.

Classes podem ser agrupadas e formar um filo.

O conjunto de classes mais aparentadas entre si forma um filo. Assim, o boi (da classe dos mamíferos), a galinha (da classe das Aves), a tainha (da classe dos peixes ósseos- Osteichthyes), o sapo (da classe dos anfíbios - Amphibia) e a cobra (da classe dos répteis - Reptilia) fazem parte do filo dos cordados (Chordata). Esses animais são semelhantes porque possuem, na fase de embrião, uma estrutura chamada notocorda, com função de sustentação. A notocorda pode desaparecer ou não. Nos animais que possuem vértebras (vertebrados), como os seres humanos, a notocorda desaparece durante o desenvolvimento embrionário. Em seu lugar forma-se a coluna vertebral.

Filos podem ser agrupados e formar um reino.

O conjunto de filos mais aparentados entre si forma um reino. Assim, o filo dos cordados e todos os outros filos de animais formam o reino dos animais (Animalia). Os animais são semelhantes porque são pluricelulares, heterotróficos e tem tecidos especializados.

Por que o latim foi escolhido para ser a língua que dá nome aos seres vivos?

O latim foi escolhido como língua base da nomenclatura essencialmente por duas razões: primeiro, porque se trata de uma língua morta, logo é uma língua que não evolui e o significado das palavras não se altera; segundo, porque já existem muitos taxa com nomes em latim, dado que desde a Idade Média que se atribui nomes ...

Por que todos os seres vivos possuem um nome científico?

Considerando que uma única espécie pode receber diversos nomes vulgares, a nomenclatura biológica se torna uma importante ferramenta de comunicação entre cientistas e sociedade em geral, já que padroniza as informações referentes a indivíduos de uma espécie.

Qual é a principal vantagem do uso do latim na nomenclatura científica?

Resposta verificada por especialistas. A principal vantagem é o seu uso igual em todo o mundo, facilitando a comunicação cientifica. O latim é o mesmo em todo o mundo o que facilita o seu entendimento.

Como era a antiga classificação dos seres vivos?

As Primeiras Classificações: Aristóteles e Lineu Aristóteles, pelo que se sabe, foi o primeiro a classificar os seres vivos. Ele dividiu-os em dois grupos: animais e plantas, que teriam subgrupos organizados de acordo com o ambiente em que viviam, sendo caracterizados como aéreos, terrestres ou aquáticos.