Por que as contas de ativo são de natureza devedora?

O que determina na movimentação de valores se é débito ou crédito na entrada ou a saída de valores é natureza da conta.

  • Se a natureza é devedora, para aumentar o valor da conta eu debito, para diminuir o valor da conta eu credito.

  • Se a natureza é credora, para aumentar o valor da conta eu credito, para diminuir o valor da conta eu debito.

GRUPO DE CONTAS NATUREZA SALDO DA CONTA
AUMENTA COM DIMINUI COM
ATIVO (Bens e direitos) devedora débito crédito
PASSIVO (Obrigações) credora crédito débito
Patrimônio Líquido (capital, reservas, receitas e despesas) credora crédito débito
DESPESA E CUSTO devedora débito crédito
RECEITA credora crédito débito

Exemplo:

  • Compra de R$ 3000,00 de mercadorias, sendo R 1000,0 à vista e R$ 2000,00 a prazo.(aumenta mercadorias, aumenta duplicatas a pagar, diminui caixa)

  • Os sócios aumentaram o capital social em R 2000,00. (aumenta o capital e aumenta o caixa)

  • Pagamento de R$ 1000,00 de duplicata. (dimui duplicatas a pagar e diminui o caixa)

Balanço Patrimonial
Ativo Passivo
Caixa Dup. a pagar
D C D C
1000 1000 2000
2000 1000 Saldo: 1000
Saldo: 0
Patrimônio Líquido
Mercadorias Capital Social
D C D C
3000 2000
Saldo: 3000 Saldo: 2000
Total 3000 Total 3000

Olá Boa tarde!

gostaria de tirar uma duvida, não sei se vocês podem me ajudar, é apenas uma curiosidade...
Atualmente trabalho no dpto contábil de um escritório de contabilidade e faço faculdade de ciências contábeis.

sabemos que, as contas do ativo são contas de natureza devedora e passivo são de natureza credora,
porém, como pra toda regra sempre tem uma exceção, existem contas de credora no ativo.
Ex: Depreciação, provisão de devedores duvidosos...

minha duvida está no passivo, alguém sabe me informar se existe alguma conta do passivo que seja credora?
nunca presenciei esse fato na minha história contabilidade rs.

se alguém poder me responder ficarei agradecida.

obrigada.

Por que as contas de ativo são de natureza devedora?

Este texto está dividido em quatro partes: 1, 2, 3, 4 e 5. Esta é a terceira parte.

Natureza credora e devedora

Em contabilidade, evita-se dizer que uma conta está "positiva" ou "negativa", mas eventualmente é necessário fazê-lo porque o saldo de uma conta precisa ser traduzido em termos materiais, ou precisa ser explicado a um leigo.

Ativo e despesa têm natureza devedora, ou seja, os saldos das respectivas contas são considerados "positivos" quando são devedores. As contas tornam-se mais positivas quando recebem aplicação (e portanto débito) de recursos.

Passivo, receita e capital têm natureza credora, e a explicação é simétrica. Quando uma conta dessas serve como origem (crédito) de recursos, ela se torna mais positiva. Se for uma conta passiva, espera-se que um dia ela receba um lançamento a débito para ser zerada — o pagamento da dívida.

A coisa começa realmente a complicar quando uma conta possui saldo negativo. Normalmente, um saldo negativo é erro de lançamento ou erro de classificação. Algumas dicas a respeito:

  • Ativo negativo é na verdade um passivo, por exemplo uma conta-corrente no "vermelho".
  • Uma conta tradicionalmente ativa-negativa é a "Provisão para Devedores Duvidosos": não é uma dívida, mas sim um redutor do ativo Contas a Receber.
  • Passivo negativo é na verdade um ativo, por exemplo a sua conta-corrente "vermelha" lá na contabilidade do banco.
  • Um adiantamento a fornecedor pode criar um saldo momentaneamente devedor na respectiva conta passiva, pois é um ativo disfarçado (o fornecedor está devendo a mercadoria).
  • Da mesma forma, um recebimento adiantado de cliente torna negativa a respectiva conta no Contas a Receber, pois é um passivo disfarçado (você deve o produto ou serviço ao cliente).
  • Receita negativa é despesa. Alguns contadores posicionam determinadas despesas no grupo das receitas por serem "deduções da receita bruta", uma parte da receita com a qual não se pode contar. Exemplos: IRRF sobre serviços, COFINS, PIS (quando cumulativos).
  • Despesa negativa não faz muito sentido, poderia ocorrer talvez em um lançamento de estorno, e lançamentos de estorno são coisas incomuns numa contabilidade informatizada.
  • Capital negativo significa que você ou sua empresa está em sérios apuros, pois deve mais do que possui. Infelizmente, isso acontece mesmo e com alarmante freqüência, geralmente com instituições financeiras. Um banco pode emprestar ("alavancar") até 20 vezes o capital no Brasil (países desenvolvidos permitem alavancagens ainda maiores) e basta um punhado de empréstimos azarados para negativar o capital.

Fechamento de balanço

Como já foi dito, no balanço fechado o ativo é igual ao passivo. Porém, qualquer lançamento que envolva contas de resultado — receita ou despesa — destrói esse equilíbrio. A receita "faz surgir" dinheiro do nada (se a empresa dá lucro ;) e a despesa é um "buraco negro" de recursos.

O fechamento de balanço é o restabelecimento do equilíbrio original. Todas as receitas e despesas são transferidas para uma conta de capital, denominada "Lucros ou prejuízos acumulados". O resultado líquido é considerado dali por diante como parte integrante do capital.

Se esse conceito é completamente novo para você, aconselho-o a fazer um "teste de mesa", com uma entidade fictícia. Crie-a com um capital e/ou dívidas, faça 2 ou 3 lançamentos de receita e despesa e veja como o fechamento restabelece o equilíbrio do balanço patrimonial.

E como se transfere os saldos das contas de resultado para essa conta de capital? Em alguns sistemas informatizados, isso acontece "milagrosamente" — no dia 31/Dez as contas têm saldo, no dia 01/Jan elas aparecem zeradas, e o saldo de lucros acumulados foi alterado.

Em outros sistemas, deve ser executado um procedimento que cria os lançamentos explícitos de zeramento. Tais lançamentos são "estéreis", não representam eventos monetários no mundo real, e devem ser filtrados no software de modo a não distorcer alguns relatórios.

Fechamento "contínuo" à moda bancária

Os bancos, por força de norma do Banco Central, adotam um plano de contas bastante curioso, onde as contas de resultado estão dentro do capital. Por conta disto, o balanço do banco sempre está fechado.

Uma vez que os bancos têm de manter sua contabilidade atualizada diariamente, para que os correntistas vejam seus saldos corretos, eles também podem emitir balanços fechados diários.

Além de prestar contas aos correntistas, o banco deve satisfações ao Banco Central, que verifica diariamente o balanço. Se o capital ficar negativo (devedor), o banco é imediatamente liquidado, e seus donos são mandados para a prisão (#sqn).

A transferência dos saldos das contas de resultado para a conta de lucros/prejuízos ainda ocorre na contabilidade bancária, numa base mensal ou anual, mas apenas para produzir demonstrativos mensais ou anuais do resultado.

Plano de contas

Plano de contas é, grosso modo, a lista de contas que serão objeto de lançamentos.

Em tese, apenas 5 contas são necessárias: ativo, passivo, capital, receita e despesa. Este é um plano de contas absolutamente correto, que comporta qualquer lançamento possível. Mas os relatórios gerados a partir desse plano tão enxuto teriam uma qualidade muito baixa.

Por outro lado, pode-se exagerar no detalhamento de contas. Esse é mesmo o erro mais freqüente. Se eu quiser controlar quanto café é consumido em cada setor de uma empresa de porte mundial, basta criar uma conta para cada setor, mas aí seria preciso criar os mecanismos burocráticos para medir o consumo e gerar os lançamentos contábeis. Perfeitamente possível, perfeitamente válido, e totalmente inútil.

Cabe a você determinar a granularidade das contas — use o bom senso. Apenas evite criar as famigeradas contas "etcetera", como "Despesas diversas". Tais contas desestimulam a manutenção do plano de contas. Depois de algum tempo, 90% das despesas serão "diversas". Um bom plano de contas não tem esse tipo de coisa.

O plano de contas contém contas analíticas e sintéticas. As contas analíticas são as contas reais, que podem receber lançamentos. As contas sintéticas são simplesmente a soma de um conjunto de contas analíticas. Os valores sintéticos são úteis para análise gerencial dos relatórios contábeis.

Pode haver contas sintéticas que contenham outras contas sintéticas. O plano de contas é uma estrutura hierárquica, com pais, filhos, netos etc. formada pelos diversos níveis de contas sintéticas. O último nível é composto pelas contas analíticas, que efetivamente contém valores e fatos contábeis.

Para deixar clara a relação de paternidade entre as contas, é tradição usar um código estruturado para cada conta contábil. Apenas olhando-se para o código, é possível saber imediatamente se a conta é analítica ou sintética, e quem é sua conta-pai, conta-avó, etc.

Exemplo com código estruturado de 4 níveis:

  • 1. ATIVO
    • 1.1. CIRCULANTE
      • 1.1.1. DISPONIBILIDADES
        • 1.1.1.01. Dinheiro
        • 1.1.1.02. Conta corrente X
        • 1.1.1.03. Conta poupança Y
      • 1.1.2. CONTAS A RECEBER
      • 1.1.3. ESTOQUES
    • 1.2. PERMANENTE
    • 1.3. DIFERIDO

Convém não exagerar no número de níveis do plano, para não torná-lo excessivamente enrolado. Cinco níveis são suficientes para balanços de empresas grandes. Quatro níveis devem ser suficientes para uma contabilidade gerencial informal.

A disposição das contas no plano rege o formato dos relatórios contábeis, notoriamente o balanço. Os balanços publicados costumam trazer apenas contas sintéticas de nível muito alto, por brevidade. As contas ativas são ordenadas por liquidez. As contas passivas, por prazo de exigibilidade, com os prazos mais curtos figurando mais ao topo.

As receitas são ordenadas pela relação com o objeto social. Se a empresa fabrica latas de alumínio, as vendas de latas devem figurar mais ao topo, a venda de sucata mais abaixo, e a venda de um terreno lá no rodapé.

As despesas são ordenadas pela sua relevância para o negócio: primeiro vêm os custos variáveis, depois os custos fixos, depois despesas necessárias, e por último as liberalidades.

Importante lembrar que despesas que são meras liberalidades não são consideradas pela Receita Federal no cálculo do Imposto de Renda da empresa, já que podem ser distribuição disfarçada de lucros. (Lembrando que no Brasil a pessoa física não paga imposto ao receber lucro distribuído de empresa, enquanto nos EUA a tributação tende a se concentrar na pessoa física. Por isso a Receita de lá marca mais firme as pessoas físicas, enquanto a daqui foca mais nas empresas grandes que recolhem IR pelo lucro real.)

Para iniciar a criação de seu plano de contas, uma boa pedida é pedir um plano pronto a um contador, ou dar uma olhada num balanço publicado. Se você nunca sequer viu um balanço, é hora de comprar uma ou duas edições de um jornal de grande circulação, que freqüentemente traz balanços de grandes empresas.

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Porque a natureza do Ativo é devedora?

MAS POR QUE O ATIVO É DÉBITO E O PASSIVO É CRÉDITO? Porque temos o ATIVO como a APLICAÇÃO DE RECURSOS (QUANDO DÉBITO = APLICAÇÕES). É no ATIVO que estão os Bens e Direitos da empresa, é aonde está a aplicação do dinheiro investido na empresa, logo o ATIVO tem natureza DEVEDORA.

O que são contas de natureza devedora?

As contas de natureza credoras são sempre as que apresentam saldo credor e as contas de natureza devedora são sempre as que apresentam saldo devedor.

Qual a natureza das contas do Ativo?

NATUREZA (CREDORA) ATIVO: FICAM AS CONTAS ONDE SÃO REGISTRADOS OS BENS, CRÉDITOS E DIREITOS QUE COMPÕE O PATRIMÔNIO DA EMPRESA.

Quais são as contas que possuem natureza devedora na contabilidade?

As contas contábeis podem possuir natureza devedora ou credora. As contas de Ativo e Despesas possuem natureza devedora; representam a aplicação dos recursos. as contas de passivo, patrimônio líquido e receitas possuem natureza credora; evidenciam a origem dos recursos.