O que podemos aprender com a história de Elias?

Durante o Encontro com Deus, do dia 31 de julho, no Templo de Salomão, o Bispo Renato Cardoso comentou sobre os erros que o profeta Elias cometeu ao esperar o cumprimento da Palavra de Deus em sua vida.

O Bispo explicou que quando Elias orou no Monte Carmelo, fogo desceu do céu. E os profetas de Baal foram mortos. Elias criou ali uma expectativa, mas se frustrou com o que aconteceu em seguida. Entenda o contexto bíblico em I Reis 18 e 19.

Os erros que Elias cometeu:

O que podemos aprender com a história de Elias?
O primeiro erro de Elias foi a expectativa:

  • “Primeiro, ele tinha uma expectativa de como e quando as coisas iam acontecer. E as expectativas são muito perigosas. Expectativa é você ter uma idealização (…) E quando ela não se materializou, quando a realidade foi diferente, ele se frustrou e desanimou. Deus cumpriu o que ele esperava? Cumpriu, depois, mais tarde. Deus fez a Obra que Elias queria, mas não foi do jeito dele nem como ele queria”, observou o Bispo.

O segundo erro de Elias foi ter reagido com uma fé emotiva:

  • “Elias estava no auge da sua fé, tinha acabado de vencer 850 profetas do diabo. Então, recebeu um mensageiro de Jezabel. E com um recado de uma mulher, ele foge. Perde o ânimo de viver. Fica desolado, deprimido, sem forças e pedindo a Deus para morrer (…) chegou ali num momento de crise espiritual. Ele foi de uma fé inteligente no Monte Carmelo para uma fé emotiva no dia seguinte (…) Frustrado, deixou a palavra do mensageiro de Jezabel entrar nele, em vez de continuar ouvindo a Palavra do Senhor, e esmoreceu. A fé emotiva, infelizmente, engana muitas pessoas”, pontuou.

O que podemos aprender com isso:

  • “Nós não podemos ter a arrogância de querer ditar para Deus como é que Ele vai fazer a Obra na nossa vida. Não é sempre do jeito que a gente quer. Mas Deus sabe de tudo, de todas as coisas. Então, você não pode ficar pensando só em você (…) Tem que trocar a expectativa pela esperança. Mantenha a confiança, sabendo que Deus vai fazer porque a Palavra dEle garante”, orientou o Bispo.
  • ” A fé emotiva é a fé que depende das circunstâncias (…) Nós não vivemos pelo que vemos, não vivemos pelo que sentimos. Nós vivemos pela Palavra. A fé verdadeira, a fé inteligente é a que se apoia na Palavra. Ela não muda, o que está escrito vai acontecer (…) Essa é a fé do último dia. Você continua crendo até o fim, você permanece até o fim, você não titubeia”, ressaltou o Bispo Renato.

Acompanhe na íntegra o vídeo abaixo e medite nesta mensagem:

Elias, cujo nome significa “Jeová é Deus” foi chamado por Deus para o ministério profético, em um dos piores períodos da história de Israel. Período este, marcado por crise, fome, miséria, corrupção e apostasia. Mas, em meio à crise moral, social e espiritual, Deus pôde contar com a coragem e a determinação de Elias, para ser seu porta-voz.

Elias foi profeta do Reino do Norte, nos reinados de Acabe e do seu filho Acazias. Ele desafiou o povo a fazer uma escolha definitiva entre seguir a Deus ou a Baal. Os israelitas achavam que podiam adorar o Deus verdadeiro e ao mesmo tempo adorar a Baal. Eles tinham o coração dividido e por esta razão queriam servir a dois senhores. Jesus, durante o seu ministério terreno advertiu contra essa atitude fatal: “Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou há de odiar um e amar o outro ou se dedicará a um e desprezará o outro” (Mt 6:24). 

I – QUEM ERA ELIAS
O mais famoso e dramático dos profeta de Israel;

  • Foi contermporâneo de Acabe, Jezabel, Acazias, Obadias, Jeú e Aazael;
  • Predisse o início e o fim de uma seca de três anos e meio (I Rs 17.1; 18.44);
  • Fugiu da presença de Acabe e foi sustentado pelos corvos e por uma pobre viúva (I Rs 17.1-6; 8-16);
  • Foi usado por Deus para ressuscitar uma criança (I Rs 17.22);
  • Desafiou os profetas de Baal no Monte Carmelo (I Rs 18.22-45);
  • Ameaçado de morte, fugiu com medo de Jezabel e desejou a morte (I Rs 19.4);
  • Caminhou 40 dias 40 noites, após ser alimentado com pão e água, trazidos por um anjo (I Rs 19.8);
  • Ao chegar em Horebe, esconde-se em uma caverna, onde tem um encontro com Deus (I Rs 19.12);Unge Elizeu como seu sucessor (I Rs 19.15,21);
  • Foi levado ao céu em um redemoinho (II Rs 2.11)
  • A história de Elias está registrada em I Rs 17.1 até II Rs 2.11.

Sua terra e sua gente.
O relato sobre a vida do profeta Elias inicia-se com uma declaração sobre a sua terra e seu povo: “Então, Elias, o tisbita, dos moradores de Gileade” (1 Rs 17.1). Estas palavras põem no cenário bíblico uma das maiores figuras do movimento profético. Elias era de Tisbe, um lugarejo situado na região de Gileade e a leste do rio Jordão. Esse lugar não aparece em outras passagens bíblicas, mas é citado somente no contexto do profeta Elias (1 Rs 21.17; 2 Rs 1.3,8; 9.36). Elias se tornou muito maior do que o meio no qual vivia. Na verdade, não foi Tisbe que deu nome a Elias, mas foi Elias que colocou Tisbe no mapa!


Davi, Pedro, Paulo, também construíram uma história cheia de sentido e significância. Todos nós deveríamos imitá-los e viver de tal modo que a nossa história se tornasse um testemunho para a posteridade. 

II – CONTEXTO POLÍTICO E RELIGIOSO DO TEMPO DE ELIAS

1. Era um período de sucessão de reis ímpios: Nos dias de Elias, Israel estava sendo governado por reis maus e idólatras. A Bíblia diz que Onri “… fez o que era mau aos olhos do Senhor; e fez pior do que todos quantos foram antes dele” (I Rs 16.25,26)Quando Onri morreu, em seu lugar reinou seu filho Acabe (I Rs 16.28), que teve a capacidade de fazer pior do que todos os reis que lhe antecederam. A Bíblia diz acerca de Acabe: E fez Acabe, filho de Onri, o que era mau aos olhos do SENHOR, mais do que todos os que foram antes dele… (I Rs 16.30,31). 

2. Era um período de idolatria: O rei Acabe destaca-se nas Escrituras como um rei idólatra, pois ele andou nos caminhos de Jeroboão (I Rs 16.31); serviu a Baal e o adorou (I Rs 16.31); conduzindo toda a nação à idolatria. Como se não bastasse, Acabe casou-se com Jezabel, filha de Etbaal, rei dos sidônios; casamento este, jamais aprovado por Deus. Tudo isto fez Israel mergulhar no mais profundo paganismo, sem nenhuma pretenção de preservar o culto a Jeová, tornando-se uma nação idólatra e pagã, como as demais nações. 

3. Era um período de crise: Quando Acabe, influenciado por sua esposa Jezabel, substituiu o culto à Jeová pela adoração à Baal (I Rs 16.31-33), Elias apareceu repentinamente perante o rei para anunciar a ausência de chuva e orvalho sobre a terra (I Rs 17.1). Como a chuva é um dos principais elementos de sustentação da natureza, a falta dela provocou seca, fome e miséria. As Escrituras dizem que “… a fome era extrema em Samaria” (I Rs 18.2). Isto fez com que Acabe se irasse ainda mais com Elias, pois achava que ele era o culpado daquela calamidade. 

4. Era um período de inversão de valores: Em meio a crise e à miséria, o rei Acabe parece estar mais preocupado com os cavalos e as mulas do que com os súditos do seu reino; pois ele chama Obadias, e saem à procura de água para preservar a vida dos animais (I Rs 18.5,6). Possivelmente movido pelo desespero, o próprio Acabe sai à procura de água com Obadias, o que não era um fato comum, pois, como rei, ele podería apenas ordenar a seus servos que saíssem à procura de água. 

5. Era um período de idolatria e perseguição aos profetas: Jezabel, esposa do rei Acabe, ocupa o lugar de esposa mais ímpia da Bíblia. Além de controlar o seu esposo (I Rs 21.25), ela levou a nação de Israel a adorar seus deuses (I Rs 18.19,20). Como se não bastasse, intentou matar a todos os profetas do Senhor (I Rs 18.4). Foi nessa ocasião que Obadias, um homem temente a Deus e servo do rei Acabe (possivelmente um mordomo ou camareiro do palácio), conseguiu esconder cem profetas do Senhor e os sustentou com pão e água, pondo em risco a sua própria vida, pois, caso fosse descoberto, tanto ele como os cem profetas, seriam mortos à mando de Jezabel. 

6. Era um período de abuso de poder: No capítulo 21 de I Rs, está registrado que Acabe desejou adiquirir uma vinha que pertencia a Nabote. Como Nabote recusou-se vender a sua vinha para Acabe, Jezabel enviou cartas aos anciãos e aos nobres da cidade, com o selo do rei (como se estivesse sido escritas por ele), e mandou colocar duas falsas testemunhas contra Nabote, acusando-o de blasfêmia contra Deus e contra o rei, e, depois, o apedrejassem; fazendo com que seu marido possuisse a vinha que pertencia a Nabote (I Rs 21.1-16), numa demonstração de que, tanto Acabe como sua esposa Jezabel, eram capazes de fazer qualquer coisa para conseguir seus objetivos, até mesmo, mandar matar pessoas inocentes.É em meio a essa crise social, moral e espiritual, Deus levanta o profeta Elias para combater o pecado, proclamar o juizo e chamar o povo ao arrependimento. 

III – PRINCIPAIS VIRTUDES DO CARÁTER DE ELIAS 
São muitas as virtudes que as Escrituras registram sobre a vida deste destemido profeta: 

1. Elias aprendeu a confiar em Deus: Profetizar no tempo de Elias não era uma tarefa fácil. Era colocar a sua própria vida em risco (I Rs 18.4). E Elias foi chamado para profetizar exatamente contra aqueles que tinham o poder nas mãos: o rei Acabe e sua ímpia esposa, Jezabel. Mas Elias não vacilou: Profetizou a falta de chuva e de orvalho (I Rs 17.1); combateu o pecado de Acabe, chamando-o de perturbador de Israel (I Rs 18.18); desafiou os profetas de Baal (I Rs 18.22-40) e predisse a morte do rei Acabe e de sua esposa Jezabel (I Rs 22.17-24). Somente uma confiança inabalável em Deus poderia levar um homem a profetizar naqueles dias. 

2. Elias aprendeu a depender de Deus: Ao contrário do que muita gente pensa, depender de Deus não é uma tarefa fácil. É preciso ter fé. A trajetória de Elias nos ensina isto: ora bebendo água de um ribeiro e se alimentando de pão e carne trazidos pelos corvos (I Rs 17.1-6); ora sendo sustentado por uma pobre viúva (I Rs 17.8-16); ora alimentando-se de pão e água trazidos por um anjo (I Rs 19.5-7). Com certeza, a confiança de Elias não estava depositada nos corvos, nem na viúva, nem mesmo no anjo, e sim, no Jeová Jireh, o Senhor que provê. 

4. Elias aprendeu a se fortalecer em Deus: Quando Elias foi ameaçado por Jezabel, após a morte dos profetas de Baal, perdeu o ânimo e desejou a morte (I Rs 19.4). Parecia o fim da jornada daquele destemido profeta. No entanto, Deus envia um anjo para lhe dar pão e água (I Rs 19.5-7). Com a força daquela comida, Elias caminhou quarenta dias e quarenta noites até chegar à Horebe (I Rs 19.8). Ao chegar em Horebe, ele esconde-se em uma caverna, onde tem um encontro com Deus, que lhe fala numa voz mansa e delicada (I Rs 19.12). Sua forças, então, são renovadas, fazendo com que ele saísse daquela caverna e executasse os propósitos divinos (I Rs 19.15-21).  

3. Elias aprendeu a ter intimidade com Deus: O ministério de Elias não foi marcado apenas por profecias, mas também, por muitos milagres, tais como: multiplicação de azeite e farinha (I Rs 17.16); ressurreição (I Rs 17.22); fogo no altar (I Rs 18.16-46); morte dos soldados do rei Acazias (II Rs 1.9-14); divisão do rio Jordão (II Rs 2.8). Todos estes milagres demonstram claramente que Elias era um homem que vivia em íntima comunuhão com Deus. A maior prova disto é que, semelhante a Enoque, Deus o tomou para si (II Rs 2.11,12). 

CONCLUSÃO

O ministério de Elias foi marcado por profecias, milagres, desafios e muitas experiências com Deus. Porém, o acontecimento mais notável na vida do profeta Elias não foi profetizar a falta de chuva, nem desafiar os profetas de Baal, nem ressuscitar o filho da viúva. Sem dúvidas, o fato mais notável foi quando lhe apareceram cavalos e carros de fogo e, em um redemoinho, ele foi levado ao céu (II Rs 2.11).

O que aprendemos com história de Elias?

Elias aprofundou sua fé obedecendo à ordem inicial de Deus de sair de onde estava e seguir. Deus providenciou para ele primeiro através da natureza, depois através de uma pessoa. O que Elias revela através de sua obediência é que ele confiou em Deus.

O que o livro de Elias nos ensina?

Todo sustento vem de Deus. Nos momentos mais difíceis, quando não sabemos onde vamos encontrar sustento, podemos confiar em Deus. Ele não abandona quem O ama. Quando nos dedicamos à vontade de Deus, Ele nos dá aquilo que precisamos, mesmo quando a situação parece impossível.

Qual era a mensagem de Elias?

No plano de redenção do Senhor, um dos propósitos da Terra é ser a morada celestial final para aqueles que fizeram e cumpriram seus convênios com o Pai Celestial. Será um lugar onde as famílias poderão viver unidas para sempre.

O que Deus quis mostrar com ministério de Elias?

Deus lhe dá o caminho e toda a instrução, além de mostrar a ele, que não estava sozinho naquela situação, que outros milhares de pessoas sentiam as mesmas dores e tinham os mesmos medos, passavam pelas mesmas lutas. Olhar para fora da caverna ressignifica o sofrimento de Elias e lhe dá um novo sentido para viver.