O que é o esporte adaptado e qual a importância de sua prática para as pessoas com deficiência?

O incentivo e o auxílio da família e pessoas próximas é fundamental para que a pessoa com deficiência física se sinta de fato capaz de se tornar um atleta e esse estímulo deve estar presente nos primeiros contatos dele com os esportes adaptados e os seus desafios.

É possível ver cada vez mais pessoas com deficiência circulando e tomando lugares onde antes não eram incluídos. Isso demonstra um pequeno passo para o avanço social no nosso país. E ainda há muito o que se fazer.

No caso dos esportes, tudo começou com o surgimento dos esportes adaptados e seu crescimento a cada ano, mostrando que essas pessoas possuem a capacidade e habilidade de realizar atividades como qualquer outro indivíduo e assim deve ser tratado.

Para entender melhor as contribuições do esporte adaptado e os seus desafios, preparamos um texto informativo.

Confira!

Educação física e os esportes adaptados

A escola é vista como o primeiro contato social de uma criança. É no meio escolar que ela terá o primeiro contato com pessoas fora do seu vínculo familiar, necessitando fazer amizades, entender hierarquias e respeitar regras.

Ou seja, a escola ajuda na constituição de um indivíduo social de forma geral.

Ela também deve ser responsável pela inclusão social de estudantes com deficiência, pois o seu envolvimento pode despertar boas relações e experiências de convívio ou, quando não são estimuladas positivamente, gerar traumas e inseguranças.

Criar um ambiente adaptado e atividades inclusivas é sempre a solução benéfica para o desenvolvimento humano das pessoas com e sem deficiência, compreendendo as capacidades e respeitando as diferenças.

Na educação física, deve-se pensar em exercícios e esportes que possam ser realizados por pessoas com deficiências que frequentam a turma, sempre pensando nas necessidades em cada caso específico e também trazer novas modalidades, apresentar as competições adaptadas e grandes esportistas paralímpicos, por exemplo.

Tipos de esportes adaptados: individuais e coletivos

Assim como toda área esportiva, a adaptada também possui esportes que podem ser desenvolvidos e competidos de forma individual e coletiva.

Conheça mais sobre eles a seguir!

1.  Esportes individuais adaptados

Eles promovem a melhora da condição motora, cardiovascular, a força, agilidade, coordenação e equilíbrio, além de, é claro, a melhora da autoestima e autoconfiança.

Através das atividades físicas, a pessoa com deficiência conhece suas capacidades, adquirindo independência nos afazeres diários e com o reconhecimento do seu potencial como um indivíduo capaz de tudo.

Veja quais são alguns tipos de esportes individuais adaptados:

• natação;
• remo adaptável;
• arco e flecha;
• ciclismo;
• tênis;
• artes marciais;
• atletismo;
• esgrima;
• tiro paralímpico;
• tênis adaptado;
• hipismo paralímpico; e
• halterofilismo paralímpico.

2.  Esportes coletivos adaptados

Além de todos os benefícios citados nos esportes individuais, as maiores importâncias do esporte coletivo adaptado são: trazer a interação, a possibilidade de conviver com outros atletas, criar vínculos sociais e a troca de experiências, além de ser muito mais divertido.

É possível também listar algumas modalidades conhecidas e preferidas dos atletas:

• basquete;
• bocha adaptada;
• tênis de mesa;
• vôlei adaptado;
• futebol de 5;
• goalball;
• handebol; e
• rugby.

Contribuição do esporte adaptado

A prática não traz benefícios somente para o atleta, pois é possível competir e tornar-se um profissional participando de eventos esportivos e representando a cidade, o estado e também o país em competições mundiais, além dos Jogos Paraolímpicos.

Isso resulta em representatividade e orgulho para si, seus familiares e contribui para o crescimento esportivo da nação.

Essa experiência proporciona inúmeras oportunidades e sensações, trazendo vitórias, derrotas, alegrias, frustrações e vontade de superar qualquer limite, agindo de forma intensa na vontade de viver e busca de objetivos.

Além disso, vale ressaltar aqui a importância de adaptar ambientes públicos e particulares para expandir cada vez mais a representação e a independência da pessoa com deficiência não somente nos esportes, mas na sociedade em geral.

O senso comum dita que pessoas com deficiência são menos capazes de executar uma mesma atividade que uma pessoa sem deficiência. Tal fantasia coletiva prejudica a inserção das pessoas que são alvo desse preconceito no meio social, como por exemplo, deixando essas pessoas como última escolha em processos seletivos de emprego ou ensino.

A falta de inclusão também as afeta em atividades rotineiras, seja assistir um programa que não possui legendas/ tradução para libras ou áudio descrição, atravessar uma rua sem a certeza de ter uma calçada rebaixada para cadeirantes, ou alcançar um orelhão no caso de pessoas com nanismo.

Pessoas que não possuem deficiências não sentem falta desses acessos, e quando tem contato pela primeira vez, tendem a sentir um estranhamento, geralmente sequer sabendo a necessidade dessas adições. Todos esses fatores representam como nossa sociedade não compartilha das mesmas oportunidades e acessibilidades com todas as pessoas que engloba, o que afeta diretamente na saúde mental e desenvolvimento de quem não dispõe desses direitos.

A pouca aceitação da sociedade com pessoas com deficiência é o que provoca a dificuldade (mas não impossibilidade) delas exercerem as mesmas atividades que as pessoas que não portam alguma deficiência. No entanto, há outras formas que desenvolveram para fazer uma ponte que conecte essas pessoas novamente ao meio social, como por meio dos esportes e expressões artísticas (embora focarei mais no quesito esporte, o mesmo vale para as expressões artísticas também).

O esporte além de trabalhar o físico, possibilitando uma vida mais sadia e vigor, também trabalha a conexão entre pessoas, seja com colegas que estão participando daquela mesma atividade, como também com a pessoa que está ensinando. Ter atividades e gostos em comum com outras pessoas é um fator que facilita a socialização entre elas. Os esportes e atividades físicas em geral podem gerar uma cadeia de benefícios, que vão de manutenção da saúde mental (como a conquista da autoestima por sentir-se capaz de fazer tal atividade e sentir-se incluído em algo) até o
desenvolvimento do intelecto e funções motoras.

Nesse período de quarentena, atividades físicas como natação, caminhadas/corridas, futebol, basquete, tênis e dentre outros esportes adaptados que precisam de um espaço maior para serem
feitos – que inclusive a ONG Universidade Livre do Esporte disponibiliza, como os projetos Tênis Inclusivo e Tênis em Cadeira de Rodas –, a melhor escolha é readaptar a rotina de exercícios para que possam ser executados em qualquer lugar da sua casa. Há atividades físicas como musculação, yoga, e alongamento que são excelentes formas de manutenção da saúde física e mental.

A musculação pode ser feita, por exemplo, com garrafas ou sacos que sirvam de pesos, enquanto yoga e o alongamento serão necessários apenas de um lugar confortável, concentração e em algum movimentos talvez uma ajuda amiga se achar necessário. Manter a atividade física na vida das pessoas com deficiência é essencial para seus desenvolvimentos, seja motora, física, mental, intelectual ou simplesmente todos juntos. Para pessoas com síndrome de down ou autismo, exercícios como o yoga pode exercitar muito seus sentidos e coordenação motora. A ONG

Universidade Livre do Esporte também possui o projeto Reviva Online, com opções de aulas gratuitas de exercícios (alongamento, treino funcional para lutas e pilates), que são boas práticas para se manter no dia a dia mesmo após a quarentena. Abaixo seguem outros links para mais opções de atividades físicas adaptadas: Ginástica em casa para pessoas com lesão medular,
Treinamento para Cadeirantes, Prática de Yoga na Cadeira, Yoga para Deficientes.

Qual a importância do esporte adaptado para as pessoas com deficiência?

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