O que aconteceu com os gastos militares mundiais?

"Quem é David e quem é Golias? Gastos militares das principais potências. Os países da União Europeia, no seu conjunto, gastam quatro vezes mais do que a Rússia. Os Estados Unidos da América (EUA) gastam mais do que todos juntos". São estas as principais conclusões do post de 6 de março no Facebook, inserido no contexto da presente guerra Ucrânia-Rússia.

O que aconteceu com os gastos militares mundiais?

DreamnikonDefesa aérea japonesa: em 2021, país foi o 9º em termos de dispêndios militaresDreamnikon

Também com forte impacto na região do Indo-Pacífico, a Austrália, o Reino Unido e os Estados Unidos celebraram em 2021 um pacto de cooperação de defesa. O acordo, apelidado de “Aukus” (acrônimo para as abreviações em inglês dos três países: Au, UK e US), faz parte da estratégia ocidental de contenção da China, cuja ascensão econômica transformou o país de 1,4 bilhão de pessoas em um forte candidato ao poder hegemônico regional. “O plano da China é ter Forças Armadas de primeira linha até 2049 para diminuir as desvantagens de suas capacidades militares com relação aos Estados Unidos”, afirma Lopes da Silva. “A continuação do crescimento econômico chinês provavelmente alimentará o aumento de seus gastos militares.”

É possível que a tendência global de alta nas despesas com o setor defensivo seja atenuada ou interrompida brevemente, nos resultados dos próximos anos, pelos efeitos retardados da pandemia de Covid-19. “Há uma inércia no gasto militar, que é feito com planejamento de médio e longo prazo”, esclarece o pesquisador do Sipri. “Mas, mesmo que haja uma queda nos gastos, será efeito do choque econômico causado pela pandemia, e não de uma mudança política.”

Novas tecnologias também têm impacto
O desenvolvimento e a implementação de novas tecnologias de guerra constituem um dos aspectos mais importantes para a compreensão da dinâmica dos gastos militares. O relatório anual do Sipri mostra que o gasto em pesquisa e desenvolvimento militares dos Estados Unidos cresceu 24% desde 2012, enquanto as despesas com a compra de armamentos diminuíram em 6,4% no mesmo período. Isso indica que o país vem priorizando o desenvolvimento de novas tecnologias de guerra em detrimento da compra de armas. Desde as últimas décadas da Guerra Fria, os Estados Unidos têm sido os pioneiros no desenvolvimento e na aplicação das tecnologias da informação ao seu poderio bélico, aproveitando a liderança que detinham na área, com um forte mercado civil de computadores.

O que aconteceu com os gastos militares mundiais?

Diy13Mísseis terra-ar em Moscou: Rússia investiu 4% do PIB em defesa no ano passadoDiy13

Érico Duarte, pesquisador de relações internacionais da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), chama a atenção para esse fenômeno da “digitalização da guerra”: os computadores e a comunicação entre eles passam a ter um papel central na condução dos conflitos armados. Ele afirma que há uma dependência dos combatentes em relação às tecnologias digitais (não apenas em sistemas avançados, como os caças), “com uma sobrevalorização do computador como central não só para os aparelhos, como para a própria guerra”. Como ele informa, isso levou a uma exagerada expectativa de vantagem estratégica. “É só uma ilusão achar que as tecnologias da informação compensam a falta de orientação política, de objetivos claros, de preparo e de viabilidade das Forças Armadas de um país.” Ou, nas palavras de Peterson Silva, “não adianta adquirir um novo caça sem pensar no treinamento adequado dos pilotos, sem considerar suprimentos, infraestrutura mínima e suporte logístico necessários para operar esse equipamento durante décadas”.

O investimento em pessoal, segundo Duarte, é o gasto militar mais fundamental. O problema é não ser muito visível. “Não serve muito para um congressista divulgar e o governo mostrar que está investindo na defesa do país”, afirma. O efeito macroeconômico do investimento em alta tecnologia – é fácil pensar na importância do complexo industrial-militar para a economia dos Estados Unidos, por exemplo – acaba se tornando muito mais notável do que os investimentos no elemento humano. “As altas tecnologias dependem da qualidade de emprego, que é imaterial, intangível, e do perfil dos militares, da organização das Forças Armadas, de como elas conseguem maximizar seu melhor armamento”, explica Duarte. “Isso explica por que países com equipamentos equivalentes têm desempenhos tão diferentes.”

Republicar

  • Guerra

O que aconteceu com os gastos militares?

Entre 1990 e 1999, o gasto militar mundial diminuiu, em média, 3,1% ao ano (a.a.), alcançando, ao final desse período, um patamar cerca de 28% inferior ao do início da década. 8. É provável que o país que tenha o maior gasto de defesa do mundo em relação ao PIB seja a Eritreia.

Qual o país tem a maior despesa militar do mundo?

Os cinco maiores gastadores em 2021 foram os Estados Unidos, China, Índia, Rússia e Reino Unido, representando 62% das despesas. Os gastos militares dos EUA somaram US$ 801 bilhões em 2021, uma queda de 1,4% em relação a 2020.

Como o aumento dos gastos militares impacta a economia global?

Quais são as consequências econômicas desse impulso? Quando os governos gastam mais com soldados e armas, ficam com menos disponível para outras despesas. Uma suposição comum, portanto, é que os gastos extras com exércitos são prejudiciais ao crescimento e ao desenvolvimento.

Quais são os três países com maiores gastos militares no mundo?

Os países que lideram o ranking são Estados Unidos (US$ 801 bilhões/R$ 3,9 trilhões), China (US$ 293 bilhões/R$ 1,4 trilhão), Índia (US$ 76,6 bilhões/R$ 370 bilhões), Reino Unido (US$ 68,4 bilhões/R$ 333 bilhões) e Rússia (US$ 65,9 bilhões/R$321 bilhões), que juntos concentram 61,7% do total de US$ 2.113 trilhões ( ...