Interagindo com o texto a quem o eu lírico do poema se dirige? explique sua resposta.

O eu-lírico se dirige ao leitor, com a finalidade de convencê-lo a visitar o lugar descrito no poema e permanecer ali.

O eu-lírico se dirige ao leitor, com a finalidade de convencê-lo a visitar o lugar descrito no poema e permanecer ali.

Interagindo com o texto a quem o eu lírico do poema se dirige? explique sua resposta.

Quem é a pessoa a quem o eu lírico se dirige?

Resposta: O eu-lírico se dirige ao leitor, com a finalidade de convencê-lo a visitar o lugar descrito no poema e permanecer ali.

Quem é o eu lírico que fala no poema?

Existem outras denominações, como eu poético e sujeito lírico, mas o termo mais conhecido e divulgado é este: eu lírico. Esse termo designa uma espécie de narrador do poema, e assim seria chamado se não estivéssemos falando dos textos literários, sobretudo do gênero lírico.

Quem é o autor do eu lírico?

  • O eu lírico é o responsável por dar a voz à poesia. Esta voz é criada pelo poeta, que pode revelar sentimentos, sensações ou emoções de alguém fictício na primeira pessoa. Ou seja, o que é transmitido através de um poema não é necessariamente o que o autor quer dizer, mas sim o que um determinado personagem sente.

Qual é a diferença entre eu lírico e poeta?

  • Um dos maiores nomes da Literatura Portuguesa, Fernando Pessoa, nos chama a atenção para essa diferença entre o eu lírico e o poeta quando cria seus heterônimos. Os heterônimos são pessoas inventadas pelo poeta, que têm sua própria personalidade e, assim, assinam os poemas.

Qual é o conceito do eu lírico?

  • O Eu lírico, Sujeito Lírico ou Eu poético é um conceito que designa a voz que se manifesta na poesia. Criada pelo poeta, essa voz apresenta as reflexões ...

Qual é o gênero lírico?

  • O gênero lírico é aquele destinado a expressar emoções, sensações, disposições psíquicas, ou seja, a vivência de um eu em seu encontro com o mundo. Mas esse eu lírico, essa voz do poema, não é necessariamente o autor, mas sim um eu fictício, que pode ou não ter características do eu autoral.

Leia este poema de Carlos Drummond de Andrade, autor de obras que você já leu nos bimestres anteriores, em virtude de sua importância para a literatura brasileira.

Procura da poesia

Não faças versos sobre acontecimentos.
Não há criação nem morte perante a poesia.
Diante dela, a vida é um sol estático,
não aquece nem ilumina.
As afinidades, os aniversários, os incidentes pessoais não contam.
Não faças poesia com o corpo,
esse excelente, completo e confortável corpo, tão infenso à efusão lírica.

Tua gota de bile, tua careta de gozo ou dor no escuro
são indiferentes.
Não me reveles teus sentimentos,
que se prevalecem de equívoco e tentam a longa viagem.
O que pensas e sentes, isso ainda não é poesia.

Não cantes tua cidade, deixa-a em paz.
O canto não é o movimento das máquinas nem o segredo das casas.
Não é música ouvida de passagem, rumor do mar nas ruas junto à linha
de espuma.

O canto não é a natureza
nem os homens em sociedade.
Para ele, chuva e noite, fadiga e esperança nada significam.
A poesia (não tires poesia das coisas)
elide sujeito e objeto.

Não dramatizes, não invoques,
não indagues. Não percas tempo em mentir.
Não te aborreças.
Teu iate de marfim, teu sapato de diamante,
vossas mazurcas e abusões, vossos esqueletos de família
desaparecem na curva do tempo, é algo imprestável.

Não recomponhas
tua sepultada e merencória infância.
Não osciles entre o espelho e a
memória em dissipação.
Que se dissipou, não era poesia.
Que se partiu, cristal não era.

Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário.

Convive com teus poemas, antes de escrevê-los.
Tem paciência, se obscuros. Calma, se te provocam.
Espera que cada um se realize e consume
com seu poder de palavra
e seu poder de silêncio.
Não forces o poema a desprender-se do limbo.
Não colhas no chão o poema que se perdeu.
Não adules o poema. Aceita-o
como ele aceitará sua forma definitiva e concentrada
no espaço.

Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma
tem mil faces secretas sob a face neutra
e te pergunta, sem interesse pela resposta,
pobre ou terrível que lhe deres:
Trouxeste a chave?

Repara:
ermas de melodia e conceito
elas se refugiaram na noite, as palavras.
Ainda úmidas e impregnadas de sono,
rolam num rio difícil e se transformam em desprezo.

ANDRADE, Carlos Drummond de. Procura da poesia. In: A rosa do povo.
São Paulo: Companhia das Letras, 2012. p. 11-12.

1 A quem o eu lírico do poema se dirige? Explique sua resposta.

O eu lírico dirige-se a possíveis leitores do poema, que escrevem ou que têm interesse em escrever esse tipo de texto, passando dicas e orientações a respeito do que deve ser considerado na escrita desse gênero.

2. A voz do interlocutor pode ser percebida ao longo do poema? Comente.

Não, trata-se de um interlocutor que não contra-argumenta, mas também não há indícios de que ele aceita o que o eu lírico aponta como verdade em relação à escrita de um poema. Nos versos lidos, há presença, somente, da voz do eu lírico, que sabe muito bem a quem está se dirigindo, mas que não abre espaço para uma interlocução.

3. O poema lido pode ser dividido em duas partes distintas. Identifique-as.

Na primeira, há um destaque para o uso dos verbos no imperativo negativo, como em “Não faças versos sobre acontecimentos.”, “Não me reveles teus sentimentos”, “Não cantes a tua cidade [...]”, versos nos quais o eu lírico apresenta tudo que não deve ser feito, segundo ele, por alguém que pretende escrever um poema. A segunda é assinalada pelo uso dos imperativos afirmativos, como em “Penetra surdamente no reino das palavras”, “Convive com teus poemas, antes de escrevê-los”, que ressalta o trabalho com a matéria-prima do poeta: a palavra.

4. É possível definir se o eu lírico tem, de fato, conhecimento a respeito da escrita de um poema? Explique.

Sim, o eu lírico tem conhecimento do que está falando, pois apresenta informações aplicando um tom de quem sabe o que faz, ou seja, próprio de quem já refletiu bastante acerca do assunto abordado. Além disso, o uso dos verbos no modo imperativo, empregado para dar comandos, ordens, fazer um pedido, um convite ou dar um conselho, comumente é utilizado por pessoas que têm certeza daquilo que estão falando.

5. O eu lírico afirma que não é possível fazer um poema apenas falando de acontecimentos, resgatando, subjetivamente, a infância, as ideias, os sentimentos, ou fazendo idealizações. Comprove essa afirmação, transcrevendo trechos do texto.

Sugestões de resposta: “Não faças versos sobre acontecimentos. / As afinidades, os aniversários, os incidentes pessoais não contam.”; “Não me reveles teus sentimentos, / O que pensas e sentes, isso ainda não é poesia.”; “Não recomponhas / tua sepultada e merencória infância. / Não osciles entre o espelho e a / memória em dissipação.”.

6. Diante das constatações apontadas anteriormente, é possível afirmar que o eu lírico defende o princípio de que a escrita de um poema deve apresentar algumas particularidades. Assinale apenas a(s) alternativa(s) incoerente(s) no que diz respeito ao poema, segundo o contexto. 

a) Trata-se de um texto que privilegia o trabalho com a palavra.

b) As realidades individuais devem ser descartadas.

c) É um texto universal.

d) Pode ser construído de maneira inocente, pessoal, impulsiva.

Resposta: D

7. Leia o texto.

O eu lírico afirma que é preciso penetrar “surdamente no reino das palavras”, pois “lá estão os poemas que esperam ser escritos”. Ainda não são poemas, porque “estão paralisados”, “sós e mudos, em estado de dicionário”, isto é, ele propõe um poema que vá além dos fatos e que reforce o trabalho com a matéria-prima do poeta, a palavra. Em um texto que exalta, justamente, as palavras, cabe ao interlocutor buscar entender o significa- do delas, observando o contexto apresentado nos versos e nas imagens estabelecidas ao longo do poema, ou seja, além de buscar a origem e a significação exata dos vocábulos empregados, cabe ao leitor compreender o sentido conotativo (figurado) estabelecido ao longo dos versos.

Você já aprendeu a diferenciar o sentido denotativo e conotativo das palavras. Com base nesse conhecimento, responda ao que se pede:

a) Palavras “em estado de dicionário”, isto é, fora de contexto, apresentam que sentido?

As palavras “em estado de dicionário”, fora de contexto, estão no sentido denotativo, relacionado ao sentido literal das palavras.

b) Palavras que têm “mil faces secretas sobre a face neutra”, empregadas em contextos específicos e diferenciados, que sentido apresentam? Comente sobre isso.

As palavras que têm “mil faces secretas sobre a face neutra”, empregadas em contextos específicos e diferenciados, estão no sentido conotativo, que diz respeito ao sentido figurado das palavras.

8. Releia estes versos.

Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma
tem mil faces secretas sob a face neutra
e te pergunta, sem interesse pela resposta,
pobre ou terrível que lhe deres:
Trouxeste a chave?

Agora, pense e responda: Para que serviria essa chave?

Essa chave serviria para que as pessoas que escrevem ou têm vontade de escrever poemas tenham acesso aos múltiplos significados que as palavras podem apresentar.

9. Segundo o eu poético, quando as palavras estão sem a companhia da melodia e do conceito, o que acontece com elas? Responda com suas palavras.

Sugestão de resposta: Segundo o eu poético, quando as palavras estão solitárias, sem a companhia da melodia e do conceito, elas desaparecem, ficam fracas e escondidas, sendo deixadas de lado por se tornarem de difícil acesso, quase inalcançáveis ao poeta.

10. O poema “Procura da poesia”, de Carlos Drummond de Andrade, pode ser classificado como um metapoema, ou seja, um texto que apresenta uma metalinguagem, pois há um questionamento do eu lírico sobre o próprio fazer poético. A metalinguagem acontece quando o código explica o próprio código, por exemplo, quando uma canção fala sobre a canção, ou o dicionário, que explica o significado das palavras por meio das palavras, e assim por diante.

Leia os textos a seguir e aponte o único texto em que há metalinguagem. Na sequência, explique o porquê de sua escolha.

a)

“De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.” [...]

(“Soneto de Fidelidade”, Vinicius de Moraes)

b)

“Um dos temas estudados na fonologia é a ortoépia, que é o estudo da pronúncia correta das palavras. A prosódia, por sua vez, trata também da pronúncia das palavras, mas se limita à tonicidade das sílabas.”

c) 

Interagindo com o texto a quem o eu lírico do poema se dirige? explique sua resposta.

A metalinguagem está presente na tela de Van Gogh, que mostra o próprio artista pintando. Trata-se, portanto, de uma pintura falando da pintura.

Saiba mais - Poema e poesia

Ao longo da leitura e da análise do texto de Drummond, você se deparou com os termos poema e poesia.

Você já estudou o gênero poema. Entretanto, há muito ainda a ser visto sobre esse gênero, que é rico em recursos expressivos e que é fundamental a seu processo de aprendizagem. Isso porque o poema exige olhares diferenciados, seja em função da subjetividade a que está submetido, seja pelo uso de uma linguagem trabalhada de maneira distinta da usada em textos escritos em prosa (parágrafos).

Como você aprendeu, o poema é um texto escrito em versos – que são as linhas de um poema –, os quais podem se juntar em estrofes, que correspondem aos conjuntos de versos. Mas, e a diferença entre poema e poesia, você saberia determinar?

Leia abaixo uma definição desses termos.

• Poema: gênero textual relacionado aos gêneros literários, que apresenta uma estrutura específica – versos, estrofes, rima, ritmo, jogo de palavras, etc.

• Poesia: elemento associado a uma atitude criativa. É, portanto, maior que a estrutura de um gênero textual. Pode estar presente em diversas manifestações artísticas, como na pintura, na música, em uma escultura, em um texto em prosa ou em verso, entre outros. Em outras palavras, é a caracterização de um estado de espírito, de um sentimento, que é provocado a partir do contato com algum objeto artístico.

Para facilitar esse entendimento, pense em um pôr do sol: o poema corresponde ao que você está visualizando; a poesia, às sensações que esse pôr do sol lhe proporciona, como boas lembranças, saudades de alguém, alegrias, entre outras.

Dessa forma, é possível perceber que o conceito de poema está diretamente ligado à estrutura de um gênero, que se diferencia dos demais em função de suas especificidades. Já a poesia não é algo tão simples de se determinar, visto que carrega subjetividade em sua constituição.

Mas não fique preocupado em relação a isso, pois até mesmo grandes poetas tiveram dificuldade em estabelecer essa definição. Nesse caso, mais importante que determinar um conceito, é identificar a presença da poesia (ou não) em contextos criativos.

11. Diante dessa explicação, é possível concluir que o texto “Procura da poesia”, de Carlos Drummond de Andrade, é um poema. Em sua opinião, o poema de Drummond tem poesia? Fundamente sua resposta.

Resposta pessoal.

Professor, é importante, nesse momento, que os alunos consigam identificar que há poesia no poema de Drummond, visto que há uma tentativa, por parte do eu lírico, de intensificar os sentidos do uso da palavra, o que só pode acontecer com subjetividade e com envolvimento do leitor. Há necessidade, portanto, de que o leitor aproxime-se do texto e sinta-se propenso a realizar o que é sugerido pelo eu lírico. Em “Procura da poesia”, o fazer poético compreende uma imersão no mundo das palavras e a descoberta de suas faces mais secretas.

12. Quantos versos e quantas estrofes há no poema de Drummond?

No poema de Drummond, há 59 versos e 10 estrofes.

13. É possível afirmar que, em “Procura da poesia”, a poesia está escondida, “agarra- da nas palavras”, e que somente o trabalho poético poderá libertá-la? Comente sua resposta.

Em “Procura da poesia”, segundo o eu lírico, apenas o trabalho intenso com as palavras é que permitirá que os poemas sejam criados e consigam ter melodia e conceito para, a partir daí, provocar um estado de espírito, um sentimento diferenciado em relação ao que se lê.

Quem o eu lírico do poema se dirige?

O eu-lírico se dirige ao leitor, com a finalidade de convencê-lo a visitar o lugar descrito no poema e permanecer ali.

Quem é o eu lírico do poema José se dirige isto é com quem ele fala?

O eu lírico no poema "José" Nesse sentido, o eu lírico, ou seja, a voz poética, aquele que narra o poema dirige-se a José reiteradamente no decorrer dos versos, usando o vocativo "José".

Quem é o interlocutor do eu lírico a quem ele se dirige?

Resposta. O Eu Lirico é pronome pessoal do caso reto da primeira pessoa do singular, aquele que esta narrando uma historia ou uma poesia, geralmente expressa o sentimento do autor. O Interlocutar é um pronome pessoal de tratamento, aquele que fala com Eu- Lirico ou seja que faz parte do dialogo no texto.

Qual é o tema do poema a quem o eu lírico se dirige usando o pronome pessoal tu?

Resposta. Resposta: O eu lírico é o próprio autor do poema, pois está falando de si mesmo. Portanto trata-se de um poema autorreflexivo, já que fala da própria pessoa mesmo usando o pronome 'tu'.