Em quais locais o cafezal encontrou essas condições ideais para ser cultivado?

Quando nos deparamos com o tema produção e consumo de café, logo nos deparamos com o potencial do cafezal brasileiro. Afinal, somos os maiores exportadores de café no mercado mundial, além de ocupar a segunda posição entre os países consumidores da bebida.

Conforme informações do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), a cafeicultura brasileira é uma das mais exigentes e produtivas do mundo e a preocupação em garantir uma produção de um café mais sustentável é uma necessidade recorrente.

Por essa razão, é extremamente importante conhecer os variados pontos do sistema de produção dentro da cafeicultura brasileira, tais como tecnologia, manejo/preparo do solo, estratégias de nutrição/adubação, além dos tipos de cafés mais comuns.

Em quais locais o cafezal encontrou essas condições ideais para ser cultivado?

Para saber sobre todos estes aspectos relacionados à cafeicultura continue conosco. Neste artigo você terá um material extremamente completo sobre como realizar a plantação de café em território brasileiro.


Índice de Conteúdo (clique e vá direto ao assunto que procura)

  • 1. Variedades de café: quais são as opções encontradas?
  • 2. Manejo e preparo do solo para cultivo do café
  • 3. Plantio e replantio do café
  • 4. Tratos culturais realizados no cafezal
  • 5. Nutrição e adubação do cafezal
  • 6. Colheita do Café
  • 7. Tecnologias e máquinas em prol da cafeicultura
  • 8. Estratégias de armazenamento e venda do café
  • Conclusão
  • Falar com um analista CHBAGRO

Variedades de café: quais são as opções encontradas?

Antes de falarmos sobre todas as características de um cafezal de sucesso, é essencial citar quais são as variedades de café mais tradicionais e cultivadas no país.

Primeiramente, vale citar que o café é uma planta exótica que engloba diversas espécies, das quais apenas duas são cultivadas e comercializadas:

  • Coffea Arabica; e
  • Coffea Canephora, conhecido como Robusta (no Brasil, Conilon).

Mas, dentro das espécies Arábica e Conilon, há diversos cultivares, que são, na sua maioria, desenvolvidas por meio de melhoramentos genéticos.

Entre as variedades mais comuns no Brasil são:

  • Robusta

Aspecto rústico e de sabor acentuado, com grande resistência às doenças e tempo de maturação maior que a Arábica.

  • Arábica

Variedade mais produzida e consumida do mundo, possuindo sabor puro e suave. É naturalmente mais adocicado e um pouco ácido.

As variedades de café Arábica são:

- Bourbon: Seu aroma intenso é complementado pelo sabor levemente adocicado. Em geral, oferece uma bebida suave. É muito produzido no sul de Minas Gerais.

- Novo Mundo: Com sabor marcante e aroma suave, é muito usado em torras mais escuras, sendo mais encorpado e doce que os outros. Essa variedade se adaptou na maioria das regiões produtoras.

- Caturra: Comumente encontrado na região da Serra do Caparaó, em Minas Gerais. Apresenta porte mais reduzido, folhas maiores, largas e novas, cor verde e elevada produção nas primeiras safras.

- Catuaí: Resultado do cruzamento dos tipos Novo Mundo e Caturra. Sua principal característica é a doçura natural, além de bom rendimento para o produtor. Ele é produzido em praticamente todas as regiões do Brasil.

- Acaiá: Mutação natural do Mundo Novo, ou seja, é 100% Arábica. Esse grão tem características mais acentuadas quando cultivado em altitudes elevadas, a partir dos 800 metros acima do nível do mar. Possui frutos com sementes muito maiores, se comparada a outra variedade, além de boa produtividade.

Manejo e preparo do solo para cultivo do café

Você decidiu investir na cafeicultura, fez a escolha do cultivar mais adequado, produziu mudas de excelente qualidade, para enfim chegar ao tão esperado momento – a implantação do cafezal! Mas como proceder neste sentido?

Nesse momento, é extremamente importante escolher o solo adequado, seguido pela realização do preparo adequado deste solo, proporcionando boas condições para o crescimento das raízes das plantas e promovendo maior volume de solo explorado para absorção de água e nutrientes.

Nessa preparação do solo, alguns técnicos optam pela sequência: subsolador, grade, niveladora e sulcador.

Subsolagem: Quando se possui uma compactação em camadas abaixo de 20 cm, a recomendação é utilizar um subsolador, que rompe camadas compactadas presentes principalmente nas camadas inferiores.

Aração: A principal função dos arados é propiciar ao solo melhores condições de aeração, infiltração e armazenamento de água. A aração do solo faz a inversão de suas camadas, normalmente realizada na profundidade de 20 cm.

Gradagem: Após a aração ou subsolagem, ocorre a formação de torrão no solo. Para o destorroamento e nivelamento, é utilizada a gradagem, na qual o perfil de solo revolvido é superficial, cerca de 10 a 15 cm.

Por fim, após a decisão de espaçamento entre linhas, a orientação dos sulcos deve ser planejada de forma que facilite manejos futuros com maquinários, desde adubação, tratamentos fitossanitários até a colheita. Esta prática deve ser alinhada de maneira que as linhas fiquem paralelas e com a mesma distância.

Plantio e replantio do café

Na cafeicultura, o plantio de café é a etapa subsequente à preparação do solo. Para isso, dar seguimento à algumas etapas são fundamentais.

Em quais locais o cafezal encontrou essas condições ideais para ser cultivado?

Primeiramente é realizado o coveamento, que deve ser feito manual ou mecanicamente nas dimensões de 40 x 40 x 40cm, separando-se a terra mais fértil retirada da cova para misturar com adubo no momento do plantio das mudas.

Em seguida, o plantio das mudas deve ser realizado no período chuvoso com o uso de mudas de quatro a seis pares de folhas aclimatadas ao sol.

Também é importante o uso de cobertura morta em volta da muda para manter a umidade do solo e reduzir a competição com ervas daninhas.

Além disso, a evolução tecnológica na área da cafeicultura permitiu criar um padrão intermediário por meio de modernas tecnologias capazes de proporcionar o melhor aproveitamento do espaço.

Essa nova técnica é chamada de plantio semiadensado, com espaçamento de 2,5–3,2 m x 0,5 m. Essa técnica garante alta produtividade, variando de 6.300 a 8.000 plantas por hectare. No entanto essa técnica exige maior frequência nas podas.

O replantio do café, por sua vez, é uma necessidade quando plantas morrem ou ficam muito fracas dentro do cafezal. Essa é uma prática muito desejável para formar a lavoura de forma homogênea, mantendo o stand de plantas programado conforme o espaçamento desejado.

Além do mais, para um melhor replantio de lavouras adultas do cafezal, alguns cuidados devem ser observados, tais como:

  • Usar mudas maiores;
  • Usar variedades resistentes a nematoides;
  • Usar fonte de matéria orgânica nas covas de plantio e inseticidas/fungicidas/nematicidas no pós-plantio;
  • Fazer um controle de mato mais cuidadoso, junto às mudas replantadas, evitando deriva de herbicidas não seletivos;
  • Diminuir a distância entre plantas na linha.

Tratos culturais realizados no cafezal

Lavouras de café recém-implantadas demandam uma série de cuidados que, embora sejam simples e de fácil execução, são indispensáveis para promover a continuidade do cafezal. Por isso, elas devem ser realizadas em tempo hábil.

Dentre os tratos culturais recomendados, vale destacar: desbrotas, manejo do mato, manejo de pragas e doenças e, por fim, manutenção das estradas, carreadores, cordões e caixas de retenção.

As desbrotas tem por finalidade eliminar os ramos ortotrópicos indesejáveis e manter uma arquitetura ideal ao cafezal. Devem ser feitas sempre que necessário, o mais cedo possível, pois sua execução tardia pode causar alterações na arquitetura da planta e injúrias no caule.

O manejo do mato é uma técnica mais moderna e tem demonstrado redução de serviços com capinas, menor incidência de pragas, melhor conservação do solo, além de um ambiente mais equilibrado, favorecendo a produtividade e reduzindo o custo de produção.

O manejo integrado de pragas e doenças dentro do cafezal consiste na integração de uma série de práticas que o cafeicultor poderá adotar, após a implantação da lavoura e uma integração dos manejos cultural, biológico e químico.

Por fim, também é importante manter a correta manutenção de estradas e carreadores da lavoura, garantindo maior eficiência quanto à qualidade da produção do cafezal e do produto.

Nutrição e adubação do cafezal

Tanto a nutrição quanto a adubação do café representem pontos fundamentais para excelentes produtividades da colheita de café. Para isso, três princípios básicos devem ser considerados:

  • Exigência e estado nutricional do cafezal;
  • Disponibilidade de nutrientes no solo;
  • Eficiência da adubação.

A exigência e o estado nutricional do cafezal têm relação com a demanda por nutrientes que cada etapa do desenvolvimento do cafezal exige.

A frutificação, por exemplo, é a época de maior demanda, onde quanto maior a produção, maior será a demanda nutricional do cafeeiro.

Por outro lado, nos anos de baixa produção, quando o café vegeta e produz menos, naturalmente a demanda por nutrientes será menor!

A disponibilidade de nutrientes no solo é também variável, exigindo por isso a realização da correta amostragem e consequente análise do solo.

A análise será a responsável por garantir maior eficiência de adubação, em que a fonte, modo e época de aplicação dos adubos influenciam na eficiência deste manejo.

Também é importante considerar que as adubações irão variar de acordo com as diferentes fases do cafezal.

No plantio do café, por exemplo, independentemente da análise química de solo, recomenda-se aplicar 60g de P2O5, em formas solúveis, por metro de sulco de plantio.

Para o cafezal que está em formação as exigências de nutrientes são menores e diferentes de uma lavoura em produção, diferentemente do cafeeiro em plena produção, cuja exigência nutricional é maior, principalmente porque a planta precisa vegetar e frutificar.

Dessa forma, a exigência nutricional de cada etapa do cafeeiro deve ser suprida na quantidade e na época certas, somente assim a eficiência de uso dos adubos será maior, garantindo máxima produção.

Colheita do café

A colheita de café representa um dos pontos principais da cafeicultura, podendo ser realizada de forma manual (que confere maior consistência ao cafezal e maiores preços do café no comércio); semi-mecanizada, com a utilização de derriçadoras motorizadas portáteis; ou mecanizada que, por meio de maquinários, permite a realização da colheita plena ou seletiva dos frutos, sem causar grandes danos à planta.

Em quais locais o cafezal encontrou essas condições ideais para ser cultivado?

A etapa de colheita do cafezal deve acontecer quando os frutos atingem seu estado de maturação fisiológica (tipo cereja com 55 a 70% de umidade), no Brasil costuma ocorrer no período da seca, entre março/abril a setembro.

A principal evidência que indica essa maturação é a mudança da cor da casca. No café, ela transita do verde para vermelho ou amarelo, de acordo com a variedade plantada.

Além disso, a recomendação é que a colheita se inicie quando a lavoura ou talhão ainda apresentar uma pequena quantidade de cafés verdes, menos que 20% da lavoura, e estiver ainda com pequena quantidade de frutos passas ou secos, ou seja, no estágio pós-maturação, com isso, é possível ir seguindo com a colheita de café cereja à medida que os grãos vão sendo colhidos.

Tecnologias e máquinas em prol da cafeicultura

Como visto até aqui, a tecnologia e o uso de modernas máquinas e implementos são grandes aliados da colheita do café, principalmente por ela envolver inúmeras operações, é a de maior custo e, consequentemente, de maior importância no custo de produção.

Mas, na atualidade a tecnologia cafeeira transcende a colheita. Afinal, por meio de muitos avanços tecnológicos, o trabalho em campo - seja no plantio do cafezal, adubação ou colheita - é muito mais veloz, além de aumentar a eficiência e a qualidade dos produtos.

Outra solução inovadora cada vez mais aplicada na cafeicultura são os softwares que permitem que o cafeicultor gerencie todas as etapas do seu sistema de produção.

Em um ambiente simples e intuitivo, o produtor gerencia cada processo, permitindo tomadas de decisão muito mais assertivas.

Render-se à tecnologia é, portanto, uma forma de produzir mais e melhor. Em um momento em que os consumidores valorizam cada vez mais a qualidade do café, contar com a tecnologia para colher um produto diferenciado é uma necessidade para sobreviver no mercado.

Estratégias de armazenamento e venda do café

Na cafeicultura, o armazenamento do café pode ser feito após a secagem, ou ainda, antes e depois do beneficiamento. A forma como é armazenado garante a preservação da qualidade dos grãos.

Assim, quando realizada de uma forma mais assertiva, a boa armazenagem de café exige condições de armazenamento específicas que influenciam diretamente na qualidade do produto, como:

  • Telhado que minimiza a transferência do calor;
  • Paredes e pisos impermeáveis;
  • Baixo índice de umidade;
  • Iluminação interna reduzida;
  • Higienização adequada de todos os armazéns.

Mas, é importante que o cafeicultor entenda que os grãos precisam estar em determinadas condições para o seu correto armazenamento.

Para maior precisão, a armazenagem de café deve ser realizada quando o produto estiver com a sua umidade próxima a 12%, resultado que pode ser obtido em tulhas ou silos.

Quando a armazenagem de café é feita nos armazéns, os grãos devem ser acondicionados em sacarias ou big bags, porém essa tarefa não é simples, reforçando a importância de um armazém preparado para atender as exigências do mercado cafeeiro nacional.

Outro ponto de grande importância são as estratégias relacionadas à venda do café, principalmente devido ao fato de o café ser um dos produtos mais voláteis comercializados mundialmente.

Em quais locais o cafezal encontrou essas condições ideais para ser cultivado?

Os motivos desta volatilidade estão intimamente relacionados a diversos fatores, tais como os fatores não sistêmicos, fatores inerentes ao próprio mercado e às alterações no cenário econômico mundial.

Diante dessa volatilidade faz-se necessário que o cafeicultor entenda do mercado e opte pela opção que melhor o agrade, tendo no uso dos mercados futuros um meio que permita que ele possa operar com certa segurança e equilibrar financeiramente as variações do mercado cafeeiro.

Conclusão

Neste artigo tivemos a possibilidade de maior entendimento sobre o processo produtivo do café, com suas diversas etapas e características de grande importância para a condução de um bom cafezal.

Primeiramente é essencial conhecer as variedades de café e as características quanto ao preparo do solo em que o cultivo será realizado. Já o plantio deve ser muito bem planejado, com variados detalhes sendo bem definidos de forma prévia.

Os tratos culturais e a nutrição do cafezal, por sua vez, são essenciais para alcançar boa produtividade, principalmente por permitirem que a lavoura fique bem mais homogênea.

Vimos também que a colheita do café é a etapa mais importante da atividade cafeeira. Ela pode ocorrer de forma manual, semi-mecanizada e mecanizada. Além disso, para que a colheita seja a melhor possível é preciso que os grãos estejam em seu estado de maturação fisiológica (cereja).

Por fim, as estratégias de armazenamento e venda do café são etapas pós-colheita fundamentais. O correto armazenamento é essencial para manter as qualidades da colheita ou do beneficiamento do café.

Já a venda do café deve ser muito bem planejada, principalmente em virtude da grande variação no preço deste produto no mercado internacional.

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Em quais locais o cafezal encontrou essas condições ideais para ser cultivado?

Diego Cruz

Sou Zootecnista (FZEA/USP) e mestre em produção animal sustentável pelo Instituto de Zootecnia. Atualmente sou produtor de conteúdo para a internet.

Em quais locais o cafezal encontrou essas condições ideais para ser cultivado?

Quais foram os principais locais de cultivo do café?

Principais regiões cafeeiras do Brasil.
Bahia..
Minas Gerais..
Espírito Santo..
Rio de Janeiro..
São Paulo..
Paraná.

Quais eram as condições para cultivo e produção do café no Brasil?

As técnicas de produção de café eram simples. Inicialmente se desmatavam terras onde era necessário expandir as áreas agricultáveis para a colocação das mudas da planta. Estas demoravam cerca de cinco anos para começar a produzir.

Em qual região se desenvolveu o plantio do café?

As primeiras grandes lavouras de café surgiram na Baixada Fluminense e no Vale do rio Paraíba, nas províncias do Rio de Janeiro e de São Paulo. O solo e o clima da região favoreceram a produção do café, que se destinava a atender ao mercado consumidor da Europa e dos EUA.

Em que área de São Paulo o café encontrou as condições mais adequadas ao seu cultivo?

A região do Vale do Paraíba era bastante apropriada para a cafeicultura, pois era abundante em terras virgens e tinha um clima favorável. A implantação das fazendas se deu pela tradicional forma de plantation, ou seja, grandes propriedades, cultivo para exportação e uso de mão-de-obra escrava.