De que forma a burguesia se beneficiou com as Cruzadas na baixa idade média

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O Movimento Comunal, procedente das "Comunas", foi um movimento dos burgueses que ocorreu durante o período da Baixa Idade Média (XI a XV).

Contexto Histórico: Resumo

A Idade Média foi um longo período que durou do século V ao século XV. Foi marcada pelo Teocentrismo (Deus como centro do mundo) e um sistema feudal, caracterizado pela existência dos feudos (grandes extensões de terra), dominados pelos senhores feudais, os quais possuíam os servos para força de trabalho.

Numa sociedade estamental (dividida por estamentos: nobreza-clero-servos) de economia agrícola e autossuficiente, destituída de comércio e de moeda, a mobilidade social era um fenômeno que não ocorria, posto que, se nascia servo, morria servo.

Com as mudanças políticas, socioeconômicas e culturais que a Europa vinha sofrendo desde o período da Baixa Idade Média, levou à decadência do sistema feudal, bem como a mudança significativa de mentalidade, proporcionada pelo Antropocentrismo (homem no centro do mundo) Humanista.

Diante disso, os servos que viviam nos feudos foram, aos poucos, desenvolvendo o comércio proporcionado substancialmente pelo movimento religioso e militar das Cruzadas (século XI a XII), abertura do mar mediterrâneo e as descobertas das novas rotas marítimas comerciais.

Foi dessa maneira que surgiu uma nova classe social (a burguesia) unida ao capitalismo primitivo, com a introdução da moeda como valor de troca. Em suma, os "burgos" (cidade medievais amuralhadas), que até então eram centros administrativos dos feudos e religiosos da Igreja, passaram a ser o centro comercial, resultante das aglomerações de diversas pessoas, as quais buscavam ascensão social, política e econômica.

Nesse contexto, surgiram as "feiras livres" e as Corporações de Ofício, Guildas e Hansas, que reuniam os mais diversos profissionais (mercadores, comerciantes, artesãos, sapateiros, alfaiates, dentre outros), com o intuito principal de regularizar a profissão, bem como a transição de mercadorias.

Essas corporações asseguravam aos habitantes dos burgos (mais tarde chamados de burgueses) segurança, e foram essenciais para o surgimento das Comunas e, mais tarde da expansão urbana, ou seja, das cidades. Por fim, esse período conhecido como Renascimento Comercial e Urbano, indica que a retomada do comércio impulsionou o processo de urbanização europeia.

Para saber mais: Renascimento e Burguesia

Comunas Medievais

O Movimento Comunal, ocorrido entre os séculos XI – XII, foi organizado por burgueses que lutavam pela libertação das cidades do domínio feudal, na medida em que os senhores feudais cobravam taxas dos habitantes dos burgos, impediam o livre trânsito de mercadorias, impossibilitando assim, o desenvolvimento comercial.

De tal modo, com a formação das monarquias nacionais bem como a união dos burgueses e dos Reis, as "Comunas Medievais" ou "Cidades Francas" representavam as cidades que já possuíam certa autonomia administrativa e econômica, ou seja, que eram livres do domínio feudal das quais merecem destaque as comunas do norte da França e do centro e norte da Itália.

Observe que esse processo de emancipação das cidades podia ocorrer de duas maneiras, ou seja, pelo pagamento dos habitantes aos senhores feudais que concediam as “Cartas de Franquia”, libertando as cidades de seu domínio, ou através de guerras travadas entre os burgueses e os senhores feudais.

Cartas de Franquia

As “Cartas de Franquia” ou “Carta Comunal” representaram os documentos que indicavam a liberdade das cidades medievais concedida pelos reis e senhores feudais aos burgueses, de modo que isentavam as taxas e impostos de seus habitantes, permitindo o trânsito de pessoas e de mercadorias. Com isso, as cidades que recebiam as “Cartas de Franquia” eram nomeadas de “cidades livres” ou “cidade francas”.

Leia também: Formação das Monarquias Nacionais

As Cruzadas marcam um importante movimento onde vários contingentes militares saíram da Europa Feudal rumo às terras localizadas no mundo oriental. Partindo do pressuposto que o isolamento e insegurança foram duas marcas fundamentais do feudalismo europeu, muitos perguntam pelas razões que motivaram toda essa população a se aventurar por terras desconhecidas. De fato, uma das respostas dessa questão tem íntima relação com a influência exercida pela Igreja nessa época.

Durante o século XI, período em que o movimento cruzadista se iniciou, a Terra Santa – região onde Jesus Cristo teria vivido – era controlada pelos turcos seldjúcidas, civilização originária da Ásia Central. Esses povos foram convertidos ao islamismo em conseqüência da divulgação dessa crença a partir do século VII. Além disso, inspirados pela tendência expansionista de seus governantes, realizaram a conquista de diversas regiões que formaram um vasto império.

O controle dos seldjúcidas sobre a Terra Santa acabou gerando um delicado impasse religioso. Simpáticos a uma interpretação mais ortodoxa dos textos islâmicos, os turcos não admitiam a entrada dos peregrinos cristãos que se dirigiam à cidade de Jerusalém com o intuito de adorar locais considerados sagrados. Em pouco tempo, a alta cúpula da Igreja Católica reagiu à intransigência dos muçulmanos com a organização do movimento das cruzadas.

Em 1095, durante o Concílio de Clermont – cidade francesa onde ocorreu a reunião das principais lideranças da Igreja – o papa Urbano II convocou os cristãos de toda a Europa para organizar um grande exército para arrancar Jerusalém das mãos dos “infiéis” muçulmanos. Além dessa motivação inicial, a Igreja teria o interesse de que o movimento fosse capaz de alargar a influência do cristianismo católico sob o Império Bizantino, região onde o cristianismo tinha se tornado livre da influência do papa.

Para que estes exércitos cristãos fossem formados, a Igreja contou com o apoio dos nobres sem-terra e das populações marginalizadas do mundo feudal. Uma parte expressiva dos exércitos cruzados era formada por cavaleiros e ex-servos que buscavam dominar as terras dos povos orientais. Imbuídos da crença que cumpriam uma determinação divina, homens, mulheres, crianças e idosos se dispunham a compor parte desses exércitos religiosos.

Com o passar do tempo, os comerciantes também tiveram grande interesse na formação dos exércitos cruzados. Diversos mercadores de cidades italianas, como Gênova e Veneza, financiaram as Cruzadas com o objetivo de controlar as rotas comerciais terrestres e marítimas que davam acesso às especiarias orientais. Em meio a essas motivações sócio-econômicas, percebemos como a forte influência religiosa exercida pela Igreja foi capaz de mobilizar milhares de indivíduos.

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Por que a burguesia se fortaleceu durante a Baixa Idade Média?

A expansão marítima que foi crescendo nessa época gerou a ampliação das relações comerciais pelo mundo, fortalecendo também as relações entre os burgueses. Essa ampliação das relações ligadas ao comércio, assim como as trocas comerciais, foi uma das responsáveis pela ascensão da burguesia.

Como as Cruzadas fortaleceram a burguesia?

Os saques promovidos no Oriente permitiram que uma expressiva quantidade de moedas adentrasse a economia feudal. Com isso, os comerciantes tiveram condições para criar companhias de comércio que transitavam entre o Ocidente e o Oriente.

Quem as Cruzadas beneficiaram?

Com o passar do tempo, os comerciantes também tiveram grande interesse na formação dos exércitos cruzados. Diversos mercadores de cidades italianas, como Gênova e Veneza, financiaram as Cruzadas com o objetivo de controlar as rotas comerciais terrestres e marítimas que davam acesso às especiarias orientais.

O que as Cruzadas favoreceram do ponto de vista cultural?

5. Do ponto de vista cultural, as Cruzadas favoreceram a: A - Criação de obras de arte que valorizavam a cultura islâmica na Europa. B - Valorização das artes plásticas cujos artistas passaram a criticar a Igreja Católica através de suas pinturas e esculturas.