O desenvolvimento industrial brasileiro se deu lentamente e somente aconteceu após o rompimento de obstáculos e de medidas políticas, como nos governos de Getúlio Vargas e Juscelino Kubistchek, que foram imprescindíveis para que as indústrias se proliferassem no Brasil. Pois, os longos anos em que o território brasileiro foi colônia portuguesa, a economia se restringiu à prática da agricultura conhecida também como monocultura, isto é, o plantio de um único tipo de produto, como o açúcar. Show A coroa portuguesa proibia a instalação do comércio manufatureiro no Brasil para justamente impedir o crescimento de sua colônia, para que ela continuasse somente fornecendo produtos agrícolas para o mercado externo. Porém, foi a partir do processo de independência do Brasil que iniciaram pequenas mudanças econômicas, principalmente, na metade do século XIX, com o desenvolvimento da economia cafeeira em que os altos lucros propiciaram investimentos em outras atividades econômicas, como a indústria. Foi nesse cenário dos grandes lucros da economia cafeeira que surgiram empresários como Irineu Evangelista de Souza (o Barão de Mauá), preocupados com o desenvolvimento das estradas de ferro, das cidades e de toda infraestrutura necessária para o crescimento do país. Contudo, as primeiras indústrias foram surgindo de maneira paulatina, no final do século XIX e início do XX, elas representavam ainda uma baixa participação na economia nacional. Mediante a isso, o Brasil importava praticamente todos os produtos industrializados, pois suas indústrias não haviam desenvolvido o suficiente. A Europa, como a região do globo que mais se industrializava, não queria o desenvolvimento industrial brasileiro, pois perderia mercado consumidor. O Brasil, portanto, dependeu exclusivamente da economia agrícola até a metade do século XX e, por isso, enfrentou sérios problemas econômicos e políticos. A crise de 1929 foi um exemplo da fragilidade da economia brasileira e também um aviso de que o país necessitava diversificar sua produção. Foi com a entrada de Getúlio Vargas em 1930 que o processo de industrialização tornou-se o eixo norteador das discussões e medidas políticas. Foi também na Era Vargas que importantes medidas aconteceram para o desenvolvimento industrial brasileiro. Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;) Um exemplo da política varguista foi a construção da Usina de Volta Redonda no Rio de Janeiro como também as construções da Companhia Vale do Rio Doce, destinadas à exploração do minério de ferro em Minas Gerais, e da Petrobrás em 1953, que contribuíram bastante para o aceleramento do crescimento industrial. Além disso, Vargas criou as leis trabalhistas preparando o país para a organização no crescimento das indústrias, como foi o caso da CLT – Consolidação das Leis do Trabalho. O crescimento industrial ganhou maior dimensão a partir do governo de Juscelino Kubistchek (1956 – 1961) com a criação de medidas alfandegárias para a vinda de empresas internacionais para o Brasil. Esse período foi conhecido pelo seu otimismo no que tange ao crescimento da economia brasileira em que medidas como o Plano de Metas incentivaram a produção industrial. Essa política do JK para estimular o crescimento industrial ficou conhecida como nacional-desenvolvimentista, ela concentrava suas atenções em investimentos na área de energia e de transportes. Para isso, JK utilizou o capital estrangeiro permitindo a entrada de empresas multinacionais para o Brasil, como a montadora de automóveis, Volkswagen. Destarte, foram com essas medidas políticas do governo de Getúlio Vargas e de Juscelino Kubistchek que a industrialização brasileira adquiriu vida própria e obteve um crescimento vertiginoso, principalmente nos últimos anos do século XX e início do século XXI.
O fenômeno da industrialização se deu de maneira diferenciada em volta do globo. Enquanto que a partir do século XVIII os países do centro do sistema capitalista passavam por um processo de industrialização clássica, apenas a partir da segunda metade do século XX alguns países da periferia do sistema se industrializaram. Esta industrialização se deu em dois processos principais: através da substituição de importações e pela formação de plataformas de exportação. O processo de substituição de importações ocorreu em determinadas economias mundiais em períodos onde os países desenvolvidos – também conhecidos como países do centro do sistema capitalista – passavam por um período de desaceleração. A Segunda Guerra Mundial foi, por exemplo, um destes períodos de desaceleração da economia dos países desenvolvidos. A lógica por trás deste processo é a seguinte: como as nações do centro do sistema estão enfraquecidas, os países não-desenvolvidos ficam impossibilitados de importar bens fundamentais destas nações. Assim, passam a produzir internamente. Em geral, as substituições de importações ocorrem através da introdução de filiais de multinacionais nos países em questão. Foi o que ocorreu, com diferentes graus de desenvolvimento, em nações como o Brasil, a África do Sul, a Índia e o México. Plataformas de exportaçãoEmbora tragam algumas semelhanças com os países industrializados via substituição de importação, as plataformas de exportação trazem algumas peculiaridades que permitem sua categorização. Dentre as semelhanças, podemos citar que estes países, assim como os comentados no tópico anterior, se industrializaram tardiamente, em meados do século XX. Segundo, a ocorrência da participação externa, que aqui foi especialmente representada pelos capitais americano e japonês. Todavia, as plataformas de exportação não tinham grandes territórios que permitiram sua inserção precoce na Divisão Internacional do Trabalho como exportadores de produtos naturais. São países pequenos e com populações até então analfabetas e pouco qualificadas. Nestes países, a partir da década de 1950 os governos passaram a incentivar massivamente a instalação de indústrias estrangeiras, o que produziu um forte parque industrial com orientação para a exportação. Dentre os incentivos dados pelos governos locais, podemos citar:
Dentre as plataformas de exportação, estão Coreia do Sul¹, Hong Kong, Taiwan e Singapura. ¹ O caso sul-coreano foi particular pois a instalação de multinacionais só se deu a partir dos anos 1970. Até esta data, atuavam no país os chaebols, aglomeramos familiais similares aos zaibatsus japoneses. Como ocorreu o processo de industrialização por substituição de importações?O processo de substituição de importações pode ser caracterizado por uma industrialização fechada, ou seja, ser voltada para dentro visando prioritariamente o mercado interno e dependente de políticas governamentais que protegessem a indústria nacional em relação aos seus concorrentes internacionais.
Por que ocorreu a substituição de importações?No Brasil, após a crise de 1929, a política de substituição de importações foi implementada com o objetivo de desenvolver o setor manufatureiro e resolver os problemas de dependência de capitais externos.
O que foi o processo de substituição das importações no Brasil?Por cerca de 5 décadas, o Brasil perseguiu uma política de substituição de importação, que consistia em proteger a indústria, com o objetivo de transferir recursos (capital e trabalho, principalmente) do setor agrícola para o setor urbano-industrial, reduzindo os custos da industrialização.
Porque o processo de industrialização do Brasil é chamado de substituição de importações?O início da década de 1930 ficou conhecido como o período da substituição das importações, quando determinados produtos deixaram de ser adquiridos do mercado externo e passaram a ser produzidos pelas indústrias brasileiras.
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