Como ficou a economia dos Estados Unidos após a Primeira Guerra?

O final da Primeira Grande Guerra mergulhou a Europa num estado caótico, ao terem sido destruídos não só alguns dos mais poderosos impérios (austro-húngaro, alemão, turco, russo) e dos mais relevantes países (Itália, França, Bélgica) como as suas estruturas sociais, económicas e políticas. No mês de janeiro de 1918 o presidente dos Estados Unidos, Thomas Woodrow Wilson, executou com os seus conselheiros aquilo que seria o Tratado de Versalhes (1919-1923), constando de catorze pontos de um acordo de paz. Por outro lado, a partir de 1917 os Estados Unidos tornar-se-iam dos maiores credores do restante das nações aliadas, uma vez que os créditos prévios pedidos a Paris e Londres se tinham esgotado. A cláusula que obrigava os Aliados a comprar preferentemente nos EUA fez com que fosse injetada uma elevada quantidade de capital e o comércio e indústria se dinamizassem. A Primeira Guerra Mundial proporcionou uma grande primazia à nação emergente e fez com que as potências europeias se tornassem cada vez mais dependentes dos Estados Unidos, uma vez que estes se tornaram a principal fonte de equipamentos bélicos, atingindo um elevado patamar do nível de produção. No final da guerra foi necessário recorrer, mais uma vez, ao crédito americano, pois os países europeus encontravam-se depauperados. Contudo, esta ajuda não foi de extrema relevância a partir de 1919, dado que os EUA, não fazendo já parte dos Aliados, se fecharam no conhecido como "esplêndido isolamento", zelando pela otimização da sua estrutura interna. Tal não impediu que prestasse algum auxílio à Europa no seu esforço reconstrutivo, como a concessão de algum crédito e a continuidade de exportações a um preço relativamente baixo, possíveis devido à debilidade económica germânica. Contudo, a crise do pós-guerra (1921) devido à efetiva restrição de crédito ao exterior por parte dos EUA (devido à contínua e prolongada cedência de bens sem compensação) fez com que os preços decaíssem astronomicamente e que houvesse um excesso de produção em relação aos possibilidades de compra, o que anulou o relativo equilíbrio de mercado anterior. Aplicaram-se então uma série de medidas protecionistas, os preços estagnaram (apesar de apresentarem bastantes disparidades entre os produtos) mas a um nível superior e a liquidação de dívidas internacionais efetuou-se a um ritmo extremamente lento. Hjalmar Schacht, político alemão, conseguiu contudo apoio durante estes anos 20 para a detenção da inflação. Wall Street continuou a ser, passadas altura de crise interna, a banca que emprestava aos países que por má gestão, falta de recursos ou outra desvantagem necessitavam de crédito. De facto, a grande crise do mundo capitalista de 1929-1939 foi causada pela queda das cotações da bolsa norte-americana, agravada pelos reduzidos níveis de produção atingidos pelos países que até então eram dos maiores exportadores: França, Alemanha, Inglaterra e Estados Unidos.

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Porto Editora – Europa e EUA no Pós I Guerra na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2022-12-24 13:59:20]. Disponível em https://www.infopedia.pt/$europa-e-eua-no-pos-i-guerra

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Como estava a economia dos EUA depois da Primeira Guerra?

O colapso das bolsas de valores, dos preços e da produção ao redor do mundo foi nada menos que espetacular. Na América do Norte e na Europa as vendas em todos os ramos do atacado e do varejo despencaram assustadoramente, roubando de uma hora para outra o sustento de milhões de trabalhadores arremessados ao desemprego.

O que aconteceu com a economia norte

O fim da guerra, porém, provocou uma pequena queda na economia norte-americana. ... A superprodução foi característica de todo esse período, favorecida pela política de liberalismo econômico, responsável pelo aumento dos estoques, pela queda nos preços, pela redução dos lucros e pelo desemprego.

Qual a situação do Estados Unidos após a Primeira Guerra Mundial?

Resposta verificada por especialistas. Os Estados Unidos se tornaram, depois da Primeira Guerra Mundial, a economia que mais rapidamente crescia no mundo capitalista, passando a exportar produtos e serviços para os países europeus, que haviam sido devastados pelo conflito.

Como ficou a economia depois da Primeira Guerra Mundial?

Quando a guerra eclodiu, em 1914 - há cem anos -, o Brasil tinha sua economia predominantemente agroexportadora e focada no café. Controlava nada menos que quatro quintos da oferta mundial. Consequentemente, o caos provocado no comércio internacional foi particularmente sentido pelo país, através de dois canais.