Como chamamos o calor absorvido ou liberado por uma reação química?








Termoqu�mica

O fogo � proveniente de uma rea��o de combust�o que libera grande quantidade de calor.

Roupas secando: processo f�sico, onde a �gua absorve calor do sol e evapora, secando as roupas.

�NDICE

ENTALPIA
TIPOS DE REA��ES
DIAGRAMA DE ENTALPIA
FATORES QUE ALTERAM O ΔH
ESTADO PADR�O
EQUA��O TERMOQU�MICA
CALOR DA REA��O
LEI DE HESS

Uma das conseq��ncias do progresso da humanidade � o aumento no consumo da energia, pois n�o imaginamos civiliza��o moderna sem ind�strias, autom�veis, avi�es, fog�es, geladeiras, etc.

A grande fonte de nossos recursos energ�ticos s�o, sem d�vida, as rea��es qu�micas, j� que durante a ocorr�ncia destas, h� perda ou ganho de energia. Essas varia��es energ�ticas s�o freq�entemente expressas na forma de calor e ser�o estudadas na Termoqu�mica.

Termoqu�mica � a parte da Qu�mica que estuda as quantidades de calor liberadas ou absorvidas durante as rea��es qu�micas.

Os calores liberados ou absorvidos pelas rea��es s�o expressos em Joule (J), ou caloria (cal).

Uma caloria � a quantidade de calor necess�ria pa-ra aquecer um grama de �gua de 14,5 �C a 15,5 �C. Seu m�ltiplo � a quilocaloria, (kcal), sendo que:

Rela��o entre cal, joule:

O aparelho usado para medir a quantidade de calor envolvida nas transforma��es f�sicas ou qu�micas � o calor�metro.

1. Entalpia (H)

Entalpia � o conte�do de calor de um sistema, � press�o constante. N�o � poss�vel fazer a medida absoluta da entalpia de um sistema, mas podemos medir (com calor�metros), a varia��o de entalpia, DH, que ocorre numa rea��o. Esta varia��o � entendida como a diferen�a entre a entalpia final (dos produtos da rea��o) e a entalpia inicial (dos reagentes da rea��o).

DH = varia��o de entalpia

Hf = soma das entalpias dos produtos da rea��o

Hi = soma das entalpias dos reagentes da rea��o

2. Tipos de rea��es

2.1. Rea��es Exot�rmicas

S�o aquelas que liberam calor para o meio ambiente.

Exemplos

Combust�o da gasolina, queima da vela, etc.

H� uma diminui��o do conte�do calor�fico do sistema. Se ocorre libera��o de calor, podemos concluir que, no final, a quantidade de calor (Hf) contida no sistema � menor que no in�cio (Hi) do processo.

como DH= Hf � Hi, logo, DH < 0

Exemplos

Seja a combust�o do acetileno:

C2H2(g) + 5/2 O2(g) → 2 CO2(g) + H2O(g) ΔH = -310,6 kcal

De  onde  conclu�mos  que durante esta rea��o, a 25 �C e 1 atm, s�o liberados 310,6 kcal para cada mol de acetileno queimado.

2.2. Rea��es Endot�rmicas

S�o aquelas que absorvem calor do meio ambiente.

Exemplo

Decomposi��o da am�nia, etc.

Numa rea��o endot�rmica, h� aumento do conte�do calor�fico do sistema. Se ocorre absor��o de energia, podemos concluir que, no final, a quantidade de calor (Hf) contida no sistema � maior que no in�cio do processo (Hi).

como DH = Hf � Hi, logo, DH > 0.

O DH das rea��es endot�rmicas � positivo.

Exemplo

Seja a decomposi��o da �gua:

H2O(l)→ H2(g) + 1/2 O2(g) ΔH = + 68,4 kcal

de  onde  conclu�mos que durante essa rea��o, a 25 �C e 1 atm, s�o absorvidas 68,4 kcal para cada mol de �gua decomposta.

3. Diagrama de Entalpia

No diagrama de entalpia, relacionamos num eixo vertical os valores de Hi e Hf e podemos, portanto, calcular o valor de DH.

3.1. Diagrama de Rea��o Exot�rmica
 

Os produtos possuem entalpia menor que os reagentes. Logo, houve perda de calor e o DH � negativo.

Exemplo

Hi = �26,4 kcal

Hf = �94,1 kcal

DH = Hf � Hi DH = �94,1 � (�26,4) DH = � 67,7 kcal

Rea��o Exot�rmica

DH negativo

3.2. Diagrama de Rea��o Endot�rmica

Os produtos possuem entalpia maior que os rea- gentes. Logo, houve ganho de calor e o DH � positivo.

Exemplos

Hi = � 94,1 kcal

Hf = � 26,4 kcal

DH = Hf� Hi DH = � 26,4 � (�94,1)DH = +67,7 kcal

Rea��o Endot�rmica

DH positivo

4. Fatores que alteram o ΔH

4.1. Estado F�sico de Reagentes e Produtos

O estado f�sico de reagentes e produtos interfere no DHde uma rea��o. Se em um determinado processo ocorrido com os mesmos reagentes, no mesmo estado f�sico e mesmo produto, cujos estados f�sicos s�o diferentes, a energia liberada no estado s�lido � maior que no estado l�quido e esta � maior no estado gasoso. Isso acontece porque o vapor � um estado mais energ�tico que o s�lido.

Exemplificando

Observamos que os produtos diferem apenas no estado f�sico.

Graficamente, podemos representar:

4.2. Estado Alotr�pico de Reagentes e Produtos

Um mesmo elemento pode formar subst�ncias simples diferentes. A este fen�meno damos o nome de alotropia.

Na natureza encontramos muitas variedades alotr�picas, tais como:

� Carbono

� Enxofre

� F�sforo

� Oxig�nio

Para uma rea��o envolvendo variedades alotr�picas de um mesmo elemento, vamos obter entalpias diferentes. Por exemplo:

C(grafite)    + O2(g) CO2(g)     DH1 = � 392,9 kJ

C(diamante)  + O2(g) CO2(g)     DH2 = � 395 kJ

Podemos dizer que o diamante apresenta, em sua estrutura cristalina, mais entalpia que o grafite. Portanto, o diamante � mais reativo (menos est�vel) que o grafite (mais est�vel).

Graficamente, encontramos:

Para as demais formas alotr�picas citadas, podemos colocar:

4.3. Temperatura

A determina��o do ΔH deve ser feita a uma temperatura constante, pois se verifica, experimentalmente, que a varia��o de temperatura tem influ�ncia sobre o valor do ΔH. Normalmente, as determina��es de DH s�o feitas em condi��es-padr�o, ou seja, temperatura de 25 �C.

4.4. A Quantidade de Reagentes e Produtos

ODH de qualquer rea��o � determinado pela quantidade de reagentes envolvidos.

Exemplo

5. O Estado-Padr�o

Como � imposs�vel determinar o valor absoluto da entalpia de um sistema, adota-se um referencial ou padr�o. Por conven��o adotam-se as seguintes condi��es para ser um padr�o:

� temperatura de 25 �C

� press�o de 1 atm

� estado f�sico mais comum a 25 �C e 1 atm

Exemplo

H2O(l), O2(g), Al(s), Hg(l), Cl2(g)

� estado alotr�pico mais est�vel

Exemplo

C(gr), O2(g), S(R), P(V)

Observa��o

Caso o padr�o seja subst�ncia simples (elemento qu�mico), a ela ser� atribu�do arbitrariamente o valor zero de entalpia.

Exemplos

H2O(l) � padr�o, mas H 0 (n�o � subst�ncia simples)

H2(g) � padr�o e subst�ncia simples, logo H = 0.

O2(l) � subst�ncia simples, mas n�o � padr�o, logo H 0.

C(s,gr) � subst�ncia simples e est� no estado alotr�pico mais est�vel, logo H = 0.

Como determinar, ent�o, uma entalpia relativa?

Veja a seguinte rea��o a 25 �C e 1 atm:

Assim, a entalpia �gua l�quida (f�rmula) � igual a � 68,4 kcal/mol.

6. Equa��o Termoqu�mica

A equa��o qu�mica � a representa��o da rea��o qu�mica. Equa��es que trazem, al�m dos reagentes e produtos, o estado f�sico (ou alotr�pico) desses reagentes e produtos, a temperatura, a press�o do processo e a varia��o da entalpia envolvida na rea��o s�o chamadas equa��es termoqu�micas.

S(r�mico) + 1O2(g)    1SO2(g) DH = �70,92Kcal (a 25�C e 1atm)

Significado: quando 1 mol de enxofre r�mbico reage com 1 mol de oxig�nio gasoso, liberam 70,92 kcal para formar 1 mol de di�xido de enxofre gasoso.

1C(gr) + 2S(R) 1CS2(l) DH = 18Kcal ( a 25�C e 1atm)

Significado: quando 1 mol de carbono grafite reage com 2 mols de enxofre r�mbico, ocorre absor��o de 18 kcal para formar 1 mol de dissulfeto de carbono l�quido.

Observa��o

Quando na equa��o n�o aparecer indica��o da temperatura e press�o, significa que o processo ocorreu a 25 �C e 1 atm (condi��es ambientes).

(a mudan�a do estado f�sico acarreta uma mudan�a no valor do DH).

C(gr) + O2(g) CO2(g) DH = � 94,1Kcal

C(d) + O2(g) CO2(g) DH = � 94,4Kcal

(a mudan�a do estado alotr�pico acarreta uma mudan�a no valor do DH).

7. Calor de Rea��o

A varia��o de entalpia que ocorre numa rea��o � chamada de calor de rea��o ou entalpia de rea��o e � medida a 25 �C e 1 atm. Esse calor de rea��o recebe, conforme a rea��o, as seguintes denomina��es: calor de forma��o, calor de combust�o, calor de neutraliza��o etc.

7.1. Calor de Forma��o

� a quantidade de calor liberada ou absorvida durante a forma��o de 1 mol de um composto, a partir de subst�ncias simples, no estado padr�o.

Por exemplo: a 25 �C e 1 atm, temos:

H2(g) +

O2(g) 1H2O(l)

DH = �68,4 kcal / mol, o que significa que, para formar um mol de �gua l�quida, a partir de subst�ncias simples, H2(g) e O2(g), no estado padr�o  (25 �C, e 1 atm, estado f�sico e alotr�pico mais est�vel) h� a libera��o de 68,4 kcal.

Os valores das entalpias de forma��o s�o muito importantes, pois representam a pr�pria entalpia de 1 mol da subst�ncia que est� sendo formada, j� que, nas rea��es de forma��o, Hi � sempre zero.

Exemplos

1)

Como as entalpias do H2(g) e O2(g) s�o iguais a zero (estado padr�o), a entalpia inicial, (Hi), tamb�m � zero, portanto:

DHf = Hf � Hi DHf = Hf � 0

DHf = Hf, logo DHf H2O(i) = � 68,4Kcal

DHf H2O(i), significa que 1 mol de �gua l�quida possui a entalpia igual a � 68,4 kcal.

2)

3)

7.2. Calor de Combust�o

� a varia��o de entalpia (DH) na combust�o de 1 mol de uma subst�ncia a 25 �C e 1 atm.

Por exemplo

C6H12O6(s) + 6O2(g) 6CO2(g) + 6H2O(l) DHc = � 673 kcal/mol

logo a combust�o de 1 mol de glicose libera 673 kcal.

O DH nesse caso � sempre negativo, pois as combust�es s�o sempre exot�rmicas.
 

7.3. Energia de Liga��o

Para rompermos uma liga��o entre 2 �tomos, devemos fornecer energia. Assim o processo � sempre endot�rmico e o DH � sempre positivo. Quanto mais est�vel � a liga��o, maior � a quantidade de energia absorvida para romp�-la.

Chamamos calor de liga��o ou energia de liga��o � quantidade de calor absorvida para rompermos um mol de liga��es, considerando reagentes e produtos no estado gasoso, a 25 �C e 1 atm.

Com uma tabela de energia de liga��o podemos calcular a energia total necess�ria para romper as liga��es de 1 mol de mol�culas, ou ainda, o que � mais importante, o DH das rea��es.

Exemplo

Conhecendo-se as seguintes energias de liga��o;

C � H ... + 98,8 kcal/mol

C C ... + 200,6 kcal/mol

podemos calcular a energia total necess�ria para "quebrar" as liga��es de 1 mol de mol�culas de acetileno (C2H2).

H � C    C � H(g) 2C(g) + 2H(g)

Quebramos

DH = + 197,6 + 200,6

Por�m, para calcularmos o ΔH de uma rea��o, usando valores de energia de liga��o, devemos observar que se para romper liga��es h� absor��o de de energia, para formar, h� libera��o de energia (processo exot�rmico).

Cl2(g) 2Cl(g) ΔH = +58 kcal

2Cl(g) Cl2(g) ΔH = � 58 kcal

O ΔH ser� o saldo energ�tico entre o calor absorvido no rompimento das liga��es entre os �tomos dos reagentes e o calor liberado na forma��o das liga��es entre os �tomos dos produtos.

Exemplo

Calcular o ΔH da rea��o:

C2H4(g) + H2(g) C2H6(g)

conhecendo-se as seguintes energias de liga��o, em kcal/mol:

C = C ... + 146,8

C � H ... + 98,8

C � C ... + 83,2

H � H ... + 104,2

Resolu��o

Total de liga��es quebradas:

Total de liga��es formadas:

ΔH = 4 � 98,8 + 1 � 146,8 + 1 � 104,2 + 6 � (�98,8) + 1 � (� 83,2)

Por�m, observando cuidadosamente a rea��o, podemos perceber que apenas houve o rompimento de uma liga��o C = C (+ 146,8) e uma H � H (+ 104,2) enquanto formou-se uma liga��o C � C (� 83,2) e duas C � H (2 � (� 98,8)):

Somando-se os valores, obtemos o ΔH:

ΔH = + 146,8 + 104,2 � 83,2 � 197,6

8. Lei de Hess

Por volta de 1840, Germain Herman Hess, trabalhando na determina��o de certos calores de rea��o, cuja medida experimental era muito dif�cil, constatou que: "A varia��o de entalpia (ΔH) de uma rea��o qu�mica depende apenas dos estados final e inicial, n�o importando o caminho da rea��o". Esta importante lei experimental foi chamada de lei dos estados final ou inicial, lei de adi��o de calores ou, simplesmente, Lei de Hess.

Seja uma rea��o gen�rica A B da qual se quer determinar o ΔH. Esta rea��o pode ser realizada por diversos caminhos, onde, para cada um deles, os estados inicial e final s�o os mesmos.

Para que A se transforme em B temos 3 caminhos:

A B

A C D B

A E B

sendo que:

ΔHx = ΔH1 + ΔH2 + ΔH3

ou

ΔHx = ΔH4 + ΔH5

Portanto, n�o importa o n�mero de etapas que o processo apresenta, o ΔH da rea��o total ser� a soma dos ΔH das diversas etapas, e em conseq��ncia a equa��o termoqu�mica pode ser tratada como uma equa��o matem�tica. Logo, quando usamos a Lei de Hess no c�lculo do DH de uma rea��o, devemos arrumar as equa��es fornecidas de modo que a soma delas seja a equa��o cujo ΔH estamos procurando. Para isso, usamos os seguintes procedimentos:

a) Somando v�rias equa��es, somamos tamb�m os respectivos ΔH;

b) Invertendo a equa��o, invertemos tamb�m o sinal do ΔH;

c) Multiplicando uma equa��o por um n�mero qualquer (diferente de zero), multiplicamos tamb�m o ΔH, pelo mesmo n�mero.

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Este site foi atualizado em 31/03/09

Como e chamado o calor liberado ou absorvido em uma determinada reação química?

A entalpia é a energia liberada ou absorvida em uma reação, quando produtos e reagentes são comparados sob a mesma pressão. Ela é representada por H, e sua variação, por ∆H. Podemos representar essa fórmula da termoquímica como: ∆Hreação = Hprodutos – H.

O que e absorção e liberação de calor?

Quando a substância passa do estado físico sólido para líquido e em seguida para gasoso, ocorre absorção de calor. Quando a substância passa do estado gasoso para líquido e em seguida para sólido, ocorre liberação de calor.

Quando uma reação química libera calor ela e denominada?

Quando uma reação libera calor, ela é classificada como exotérmica. A absorção de calor em uma reação, faz com que ela seja endotérmica. A termoquímica estuda também a transferência de energia em alguns fenômenos físicos, tais como as mudanças de estados da matéria.

Qual o nome da reação química que ocorre através da ação do calor?

Também chamada de termólise, o exemplo mais simples de transformação química por ação do calor que pode ser citado é o cozimento de alimentos.

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