Apresente dois fatores que levaram ao enfraquecimento da parte ocidental do Império Romano

Graduada em História (Udesc, 2010)
Mestre em História (Udesc, 2013)
Doutora em História (USP, 2018)

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O Império Romano passou por uma severa crise no terceiro século. A partir desse momento a manutenção de seu território e a sustentação do império foram difíceis, e foi preciso pensar em estratégias para a saída da crise. A defesa de um território extenso custava caro aos cofres públicos e demandava atenção do exército romano. As invasões a terras do Império passaram a ser constantes, gerando disputas contra os povos invasores, o que onerava também a administração do Império. Enfrentando uma crise financeira e de defesa do território, o Império Romano precisou pensar em alternativas para sua manutenção e sustentação.

Diocleciano tentou salvar o Império Romano a partir da sua divisão em quatro regiões, que seriam comandadas por quatro imperadores. Era o regime de tetrarquia. Estipuladas quatro capitais, cada uma recebia um imperador e uma coroa próprios, responsáveis por administrar as terras, oferecer segurança, e defender a região. No entanto a tetrarquia também não foi suficiente para solucionar os problemas do Império. Além das constantes disputas entre os próprios imperadores, o sistema custava caro, pois previa a instalação de quatro centros de administração pública com seus funcionários e sua guarda, não resolvendo também a questão financeira. Isso levou a uma nova crise que, somada às invasões bárbaras, ocasionou na divisão do Império Romano.

No início do século IV as invasões bárbaras eram constantes e ameaçavam a integridade do Império Romano. Foi Teodósio, em 395, que propôs a divisão do Império Romano em duas partes: o Ocidental e o Oriental. O primeiro tinha sede em Ravena, que depois foi realocada para Milão, enquanto o segundo tinha sede no Bizâncio.

Apresente dois fatores que levaram ao enfraquecimento da parte ocidental do Império Romano

Império Romano após a divisão criada pelo Imperador Teodósio. Em vermelho, o Império Romano do Ocidente, e em roxo, o Império Romano do Oriente (ou Império Bizantino). Ilustração: Geuiwogbil / Wikimedia Commons / CC-BY-SA 3.0

No entanto nem essa nova divisão foi eficiente o suficiente para conter as invasões bárbaras, nem para recuperar as finanças do Império. No século V os povos bárbaros, provenientes do norte da Europa, tomaram diversas partes do território romano. Os visigodos tomaram a península ibérica, os vândalos o norte da África, os francos parte da Gália e os Anglo-saxões a Bretanha. Os saques a Roma foram constantes e culminaram na deposição do último imperador romano do Ocidente, Rômulo Augusto, no ano de 476, marcando o fim do Império Romano como conhecemos na antiguidade. O Império Romano do Oriente – também conhecido como Bizantino – teve uma longa vida e sobreviveu até o ano de 1453.

Neste contexto as invasões bárbaras e os saques a Roma são fundamentais para se compreender o processo que levou à queda do Império Romano do Ocidente. No século V Roma foi saqueada diversas vezes: pelos visigodos em 410, pelos vândalos em 455, e pelos Hérulos em 476. Estes últimos foram responsáveis por uma invasão a um império já enfraquecido. As invasões bárbaras e os saques dão início ao processo de declínio do Império Romano, que se desintegrou em 476, ano que marca não apenas o fim do Império do Ocidente, mas também o período histórico que chamamos usualmente de Idade Antiga. O período de sobrevivência do Império do Oriente, até o ano de 1453, ano de sua queda, é marcado pelo que chamamos de Idade Medieval. Foi também neste período que ocorreu uma difusão e maior adesão ao cristianismo, inicialmente entre os componentes das classes mais pobres da população, mas chegando também às elites romanas.

Bibliografia:

FUNARI, Pedro Paulo. Grécia e Roma. São Paulo: Contexto, 2002.

Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/historia/divisao-do-imperio-romano/

A queda do Império Romano ocorre no ano de 476 d.C. com a destituição do Imperador Rômulo Augusto por Odoacro, líder do povo hérulo. O fim do Império Romano é resultado de crises econômicas e políticas e das invasões bárbaras no território romano.

O termo queda do Império Romano refere-se ao fim do Império Romano Ocidental. A parte oriental desse império, que ficou conhecida como Império Bizantino, continuou existindo, sendo derrubada apenas no final da era medieval.

A crise do Império Romano

O Império Romano existiu entre os anos 27 a.C. e 476 d.C. Ao longo dos séculos, este império conquistou um território imenso, que correspondia à grande parte do território europeu e partes da Ásia e África. Os principais acontecimentos que levam à desagregação do Império Romano são:

  • Crise do sistema escravista.
  • Instabilidade política.
  • Expansão do Cristianismo.
  • Invasão dos povos germânicos.

Apresente dois fatores que levaram ao enfraquecimento da parte ocidental do Império Romano

Crise do sistema escravista

O extenso território romano - que circundava o mar mediterrâneo - era protegido pelo exército e estava interligado por estradas. O exército romano, ao longo dos séculos foi expandindo seu domínio e à medida que conquistava novos povos, capturava as pessoas para trabalharem como escravas.

A partir do século II, o Império Romano deixa de expandir seus territórios e como consequência, há uma diminuição no número de escravos. O sistema de produção romano era dependente do trabalho escravo e com a diminuição da oferta dessa mão-de-obra, se inicia uma crise econômica.

Com menos escravos trabalhando, menos produtos eram produzidos e mais caros eles se tornavam. Essa situação diminuiu o comércio - importante atividade econômica dessa civilização - e como consequência o Estado romano diminui sua arrecadação.

Com menos dinheiro para investir no exército, as fronteiras do território ficam enfraquecidas e se tornam mais vulneráveis às invasões estrangeiras.

Instabilidade política

A partir do século III, o Império Romano passa a enfrentar graves crises políticas para a manutenção do seu poder. Durante curtos períodos de tempo houve inúmeras sucessões de imperadores, assassinatos e conspirações.

A instabilidade enfrentada pelos romanos para administrar e exercer o poder no vasto território conquistado durante os séculos anteriores tornava mais fácil a invasão do território pelos povos estrangeiros.

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Expansão do cristianismo

Apesar de os cristãos terem sofrido perseguições durante séculos no Império Romano, o cristianismo cresceu e começou a ameaçar o poder dos imperadores, que eram considerados autoridades divinas.

Os cristãos não aceitavam esse caráter sagrado dos imperadores o que fazia com que o poder desses líderes fosse enfraquecido perante a sociedade.

Além disso, os cristãos eram contra a escravidão, o que representava uma ameaça ao Império Romano, que tinha toda sua estrutura de produção baseada no trabalho escravo.

Invasão dos povos germânicos (invasões bárbaras)

Os povos germânicos viviam no norte da Europa e eram chamados de bárbaros pelos romanos, pois sua língua e cultura eram diferentes. Esses povos já tentavam invadir os territórios romanos e em alguns casos eram autorizados a viver dentro do império em troca de se unir ao exército e defender as fronteiras romanas.

Mas a partir do século V o número de bárbaros que tentam invadir o território romano aumenta consideravelmente.

Não se sabe ao certo, mas acredita-se que esses povos tenham vindo em direção ao Império Romano em busca de terras melhores ou então fugindo dos hunos. Os hunos teriam vindo da Ásia Central e eram povos extremamente violentos, com elevada capacidade de movimentação no território.

Com o enfraquecimento político e militar do Império Romano, as invasões se tornam cada vez mais frequentes. Em 410, a capital do Império Romano - Roma - é invadida por diversos povos, dentre eles os visigodos, anglos, saxões, hunos e francos. À medida que esses povos entravam no território romano, eles iam estabelecendo seus reinos.

A queda de Roma se dá com a destituição do imperador Rômulo Augusto por Odoacro, líder do povo hérulo, em 476 d. C. A queda do Império Romano representa o fim do período histórico da antiguidade e inaugura a Idade Média.

Apresente dois fatores que levaram ao enfraquecimento da parte ocidental do Império Romano
Abdicação da coroa do imperador Rômulo Augusto.

A queda do Império Romano também é chamada de desintegração por ter sido o momento em que o território se dividiu em dois. O Império Romano do ocidente caiu e deu início à Idade Média, mas o Império do Oriente, conhecido como Império Bizantino, só chegaria ao fim em 1453.

Assim como em Roma, ao longo dos séculos, diversos povos tentaram invadir a capital do Império Bizantino, Constantinopla. Enfraquecida pelos constantes ataques, a cidade é tomada pelos turcos-otomanos em 1453, dando fim ao Império Romano do Oriente.

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Quais os fatores que contribuíram para o enfraquecimento do Império Romano?

Dentre as causas da queda do Império Romano estão: disputas internas pelo poder, invasões bárbaras, divisão entre o Ocidente e o Oriente, a crise econômica e o crescimento do cristianismo.

O que levou à queda do Império Romano do Ocidente?

Em 476, o líder dos hérulos, Odoacro, comandou a invasão e o saque de Roma, destronando o último imperador romano Rômulo Augusto. Odoacro enviou as insígnias imperiais à capital do Império Romano do Oriente, Constantinopla, decretando o fim do Império do Ocidente.

O que motivou a diminuição do comércio nas províncias ocidentais do Império Romano?

Resposta: Esse processo, conforme mencionado, aconteceu devido ao enfraquecimento do exército romano, consequência direta da crise econômica.

Quais são as razões que explicam o declínio de uma das partes do Império Romano eo apogeu da outra no mesmo período?

O declínio de uma das partes do império romano e o apogeu da outra no mesmo período pode ser explicada pelo fato de que a região oriental era mais rica e possuía controle sobre as rotas de comércio com a Ásia e o Oriente médio, além do fato de que ambas competiram entre si.