Nas frases abaixo diga se o que é pronome relativo ou conjunção integrante

A palavra que em português pode ser:

  • Interjeição: exprime espanto, admiração, surpresa.

Nesse caso, será acentuado e seguido de ponto de exclamação. Usa-se também a variação "o quê"! A palavra que não exerce função sintática quando funciona como interjeição.

Quê! Você ainda não está pronto?
O quê! Quem sumiu?

  • Substantivo: equivale a alguma coisa.

Nesse caso, virá sempre antecedido de artigo ou outro determinante e receberá acento por ser monossílabo tônico terminado em e. Como substantivo, designa também a 16ª letra de nosso alfabeto. Quando a palavra que for substantivo, exercerá as funções sintáticas próprias dessa classe de palavra (sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo etc.)

Ele tem certo quê misterioso. (substantivo na função de núcleo do objeto direto)

  • Preposição: liga dois verbos de uma locução verbal em que o auxiliar é o verbo ter. Equivale a de. Quando é preposição, a palavra que não exerce função sintática.

Tenho que sair agora.
Ele tem que dar o dinheiro hoje.

  • Partícula expletiva ou de realce: pode ser retirada da frase, sem prejuízo algum para o sentido. Nesse caso, a palavra que não exerce função sintática; como o próprio nome indica, é usada apenas para dar realce. Como partícula expletiva, aparece também na expressão é que.

Quase que não consigo chegar a tempo.
Ela é que conseguiu chegar.

  • Advérbio: modifica um adjetivo ou um advérbio. Equivale a quão. Quando funciona como advérbio, a palavra que exerce a função sintática de adjunto adverbial; no caso, de intensidade.

Que lindas flores!
Que barato!

  • Pronome: como pronome, a palavra que pode ser:

Pronome relativo: retoma um termo da oração antecedente, projetando-o na oração consequente. Equivale a o qual e flexões.

Não encontramos as pessoas que saíram.

Pronome indefinido: nesse caso, pode funcionar como pronome substantivo ou pronome adjetivo:

Pronome substantivo: equivale a que coisa. Quando for pronome substantivo, a palavra que exercerá as funções próprias do substantivo (sujeito, objeto direto, objeto indireto, etc.)

Que aconteceu com você?

Pronome adjetivo: determina um substantivo. Nesse caso, exerce a função sintática de adjunto adnominal.

Que vida é essa?

  • Conjunção: relaciona entre si duas orações. Nesse caso, não exerce função sintática. Como conjunção, a palavra que pode relacionar tanto orações coordenadas quanto subordinadas, por isso, classifica-se como conjunção coordenativa ou conjunção subordinativa. Quando funciona como conjunção coordenativa ou subordinativa, a palavra que recebe o nome da oração que introduz. Por exemplo:

Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)

Venha logo, que é tarde. (conjunção coordenativa explicativa)

Falou tanto que ficou rouco. (conjunção subordinativa consecutiva)


Quando inicia uma oração subordinada substantiva, a palavra que recebe o nome de conjunção subordinativa integrante.

Desejo que você venha logo.

Nas frases abaixo diga se o que é pronome relativo ou conjunção integrante

Palavra "se" 

Pode ser:

  • Conjunção: relaciona entre si duas orações. Nesse caso, não exerce função sintática. Como conjunção, a palavra se pode ser:

Conjunção subordinativa integrante: inicia uma oração subordinada substantiva.

Perguntei se ele estava feliz.

Conjunção subordinativa condicional: inicia uma oração adverbial condicional (equivale a caso).

Se todos tivessem estudado, as notas seriam boas.

  • Partícula expletiva ou de realce: pode ser retirada da frase sem prejuízo algum para o sentido. Nesse caso, a palavra se não exerce função sintática. Como o próprio nome indica, é usada apenas para dar realce.

Passavam-se os dias e nada acontecia.

  • Parte integrante do verbo: faz parte integrante dos verbos pronominais. Nesse caso, não exerce função sintática.

Ele arrependeu-se do que fez.

  • Partícula apassivadora: ligada a verbo que pede objeto direto, caracteriza as orações que estão na voz passiva sintética. É também chamada de pronome apassivador. Nesse caso, não exerce função sintática.

Vendem-se casas.

Aluga-se carro.

Compram-se joias.

  • Índice de indeterminação do sujeito: liga-se a um verbo que não é transitivo direto, tornando o sujeito indeterminado. Não exerce propriamente uma função sintática. Lembre-se de que, nesse caso, o verbo deve estar na terceira pessoa do singular.

Trabalha-se de dia.

Precisa-se de vendedores.

  • Pronome reflexivo: quando a palavra se é pronome pessoal, deve estar sempre na mesma pessoa do sujeito da oração de que faz parte. Por isso, o pronome oblíquo se sempre será reflexivo (equivalendo a a si mesmo), podendo assumir as seguintes funções sintáticas:

⇒ Objeto direto
Ele cortou-se com o facão.

⇒ Objeto indireto
Ele se atribui muito valor.

⇒ Sujeito de um infinitivo
“Sofia deixou-se estar à janela.”

Por Marina Cabral
Especialista em Língua Portuguesa e Literatura

A palavra que pode ser, entre outras coisas, pronome relativo e conjunção integrante. Vejamos como estabelecer a diferença entre essas duas classes: 

O pronome relativo inicia oração subordinada adjetiva, e a conjunção integrante, oração subordinada substantiva. 

O pronome relativo sempre estará entre um verbo e um substantivo – ou palavra substantivada – que mantêm relação sintática entre si. O verbo fica depois do pronome relativo, e o substantivo, antes. 

Com a conjunção integrante não ocorre essa relação entre o verbo posterior e o substantivo anterior, e sim ela inicia uma oração que exerce uma dentre seis funções sintáticas concernentemente à oração principal: sujeito, objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, predicativo ou aposto. Observemos as seguintes frases:

Os livros que os jovens leem moldam seu modo de pensar. 

Nessa frase, há uma oração iniciada pela palavra queque os jovens leem. O verbo posterior ao que – ler – mantém relação sintática com o substantivo anterior a ele – os livros: os jovens leem os livros. O que é, portanto, pronome relativo, e a oração que os jovens leem é subordinada adjetiva. 

Os livros, que sempre trazem algo de sabedoria, deveriam ser mais manuseados pelos jovens.

Nessa frase, há uma oração iniciada pela palavra queque sempre trazem algo de sabedoria. O verbo posterior ao que – trazer – mantém relação sintática com o substantivo anterior a ele –os livrosos livros sempre trazem algo de sabedoria. O que é, portanto, pronome relativo, e a oração que sempre trazem algo de sabedoria é subordinada adjetiva.

Observe, porém, que, no primeiro período, a oração adjetiva não está isolada por vírgula(s) e que, no segundo, está. Por quê?

Se a oração subordinada adjetiva indicar que todos os elementos representados pelo substantivo praticam ou sofrem a ação ou possuem a qualidade, ela será chamada de oração subordinada adjetiva explicativa e será isolada por vírgula(s). É o que acontece no segundo período: todos os livros deveriam ser mais manuseados pelos jovens; todos os livros sempre trazem algo de sabedoria.

Se, porém, a oração subordinada adjetiva indicar que há referência a, ao menos, dois tipos de elementos e que somente o representado pela oração pratica ou sofre a ação ou possui a qualidade, ela será chamada de oração subordinada adjetiva restritiva e não será isolada por vírgula(s). É o que acontece no primeiro período: somente os livros que os jovens leem moldam seu modo de pensar.

A conjunção integrante, como vimos acima, não estabelece a relação entre o verbo posterior e o substantivo anterior. Veja estes exemplos:

Sabemos que os livros educam e divertem.

Observe que não há substantivo anterior ao que. Ele, portanto, não é pronome relativo. Analisemos, então, o período:

Quem é que sabe?

Resposta: nós – sujeito do verbo saber;

Tipo de verbo: Quem sabe, sabe algo – Verbo transitivo direto

Nós sabemos o quê?

Resposta: que os livros educam e divertem – oração que funciona como objeto direto: oração subordinada substantiva objetiva direta. O que é, então, conjunção integrante.

É preciso que os livros eduquem e divirtam. 

Não há substantivo anterior ao que. Ele, portanto, não é pronome relativo. Analisemos, então, o período:

Que é que é preciso?

Resposta: que os livros eduquem e divirtam – oração que funciona como sujeito: oração subordinada substantiva subjetiva. O que é, então, conjunção integrante.