E sinhá Vitória como reage nessa circunstância como se comunica com Fabiano

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Respostas

E sinhá Vitória como reage nessa circunstância como se comunica com Fabiano

Explicação:

Olá, tudo bem?

Estas pessoas , de Vidas Secas, quase não falam entre si. Comunicam-se com grunhidos e sinais.

Quando sente que Fabiano lhe fez uma coisa boa, fala alguma coisa para ele, em grunhidos, em sinais. Já perderam o modo da fala, não são mais falantes.

Sucesso nos estudos!!!

E sinhá Vitória como reage nessa circunstância como se comunica com Fabiano

Olá, vou lhe ajudar nessas questões.

A - Fabiano fica bravo ao ver aquela situação, e o desejo dele é de matar o menino que estava ali chorando. Essas reações revelam um personagem “seco”, que é estressado e que não se importa com o próximo.

B - Sinhá Vitoria se comunica por grunhidos, sons que demostra o que ela deseja.

C - Demonstra que a família não mantinha um diálogo, pois quando existia um, era para falar coisas ruins, ou era sons de animais.

D - Isso revela a escassez não só do diálogo familiar, mas também pelo ambiente onde eles estão, mostrando o que a seca e a miséria faz com as pessoas.

Bons estudos!

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Resposta de: ClayverSantos17

Olá

Podemos compreender que Sinhá Vitória mantém comunicação com Fabiano por intermédio de contatos muito curtos, e pouco existentes. Em certo momento da obra, inclusive, o autor diz que  somente o papagaio conversava mais, os demais personagens se comunicavam por grunhidos.

Acerca de sua reação, podemos compreender que a personagem estava satisfeita com as atitudes vindas de seu marido, e ainda assim, reagia por intermédio de grunhidos, evitando mais contatos.

E sinhá Vitória como reage nessa circunstância como se comunica com Fabiano

Os diálogos são bem raros entre os personagens. Há um trecho do primeiro capitulo onde o autor diz que somente o papagaio conversava mais, os demais personagens se comunicavam por grunhidos.

Sinhá Vitoria se comunica por grunhidos, sons que demostra o que ela deseja “Sinhá Vitória aprovou esse arranjo, lançou de novo a interjeição gutural”, essa é maneira da personagem dizer que estava satisfeita com atitude do marido, é a forma de comunicação entre eles. Os personagens estão tão acostumados a viveram calados, que entendem o que o outro fala por meio dos gestos e grunhidos.

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Olá!!! Bom vamos lá!Vejo que estamos falando do livro Vidas Secas de Graciliano Ramos, primeiro é importante entendermos que as personagens vivem em uma realidade onde a terra é seca, mas o livro nos mostra o tempo todo que o homem também é seco.Essa seria a cena da morte da cachorra Baleia, onde o menino fica triste pois ela era o amigo que ele tanto queria, podemos dizer que não temos diálogo na narrativa toda, isso se percebe na família, as personagens não conversam e quando conversam ainda não coisas boas ou ainda são sons de animais.

Espero ter ajudado em algo!

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Resposta de: Busca

resposta:

apresentar casos famosos de superação é um aspecto positivo do livro. porém, a apresentação exaustiva pode levar os leitores a pensar que ser vítima de bullying pode ser uma variável favorecedora da conquista do sucesso, além de estimular o culto à celebridade. vivenciar situações adversas e superá-las pode ser fonte de aprendizagem de comportamentos que favorecem o sucesso profissional, como persistência.em conclusão, apesar de importante a divulgação do fenômeno bullying apresentada no livro em questão, faz-se necessário promover reflexão a respeito da qualidade dos materiais publicados em seu aspecto científico e não apenas mercadológico, uma vez que nem sempre os livros mais vendidos e apreciados pelo público estão consoantes com o que as pesquisas apontam. pode-se especular que os leitores buscam livros que sejam simples e que expliquem os fenômenos em um plano de sim ou não, similar à maioria das obras de ficção, das novelas e dos filmes, em que há o bom e o mau sujeito e no qual se deva extinguir os maus sujeitos, não considerando as causas sociais que promoveram comportamentos agressivos.

se possivel coloque como mlr resposta deu trabalho ; )

explicação:

E sinhá Vitória como reage nessa circunstância como se comunica com Fabiano

Resposta de: Busca

resposta:

que filme meu anjo? explica melhor

b. E sinhá Vitória, como reage nessa circunstância? Como se comunica com Fabiano?

c. O que os sons emitidos pelo papagaio revelam sobre a comunicação na família?

d. Levante hipóteses: Que efeito de sentido essa escassez de diálogos constrói na narrativa?

3. Ao contrário dos diálogos, a interioridade das personagens é amplamente explorada ao longo do romance.

a. No texto em estudo, Fabiano e sinhá Vitória revelam ter consciência crítica a respeito da situação de desterro e de miséria em que estavam? Justifique sua resposta com elementos do texto.

b. Releia este trecho:

"Baleia [...] enquanto parava, dirigia as pupilas brilhantes aos objetos familiares, estranhava não ver sobre o baú de folha a gaiola pequena onde a ave se equilibrava mal. Fabiano também às vezes sentia falta dela, mas logo a recordação chegava."

LEGENDA: Os retirantes (1944), de Cândido Portinari.

FONTE: Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, SP

Em determinadas circunstâncias, a cachorra Baleia é humanizada, e os retirantes, ao contrário, são animalizados. Identifique esse traço da obra no trecho acima.

c. Nesse contexto, que sentido a palavra chegava em "a recordação chegava", adquire?

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4. Releia este trecho:

"Aí a cólera desapareceu e Fabiano teve pena. Impossível abandonar o anjinho aos bichos do mato. Entregou a espingarda a sinha Vitória, pôs o filho no cangote, levantou-se, agarrou os bracinhos que lhe caíam sobre o peito, moles, finos como cambitos."



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Todos os direitos reservados

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Cereja, William Roberto

Português contemporâneo : diálogo, reflexão e uso, vol. 3 / William Roberto Cereja, Carolina Assis Dias Vianna, Christiane Damien Codenhoto. -- 1ª ed. -- São Paulo : Saraiva, 2016.

Obra em 3 v.

Suplementado pelo manual do professor.

Bibliografia.

ISBN 978-85-472-0525-6 (aluno)

ISBN 978-85-472-0528-7 (professor)

1. Português (Ensino médio) I. Vianna, Carolina Assis Dias. II. Codenhoto, Christiane Damien. III. Título.

16-03539 CDD-469.07



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Page 3

Reflexões sobre a língua, p. 192

Texto e enunciação, p. 195

PRODUÇÃO DE TEXTO: A DISSERTAÇÃO, p. 196

Foco no texto: dissertação do Enem de 2012, p. 196

Hora de escrever, p. 198

- CAPÍTULO 2 - A GERAÇÃO DE 45: JOÃO CABRAL DE MELO NETO - ANÁLISE LINGUÍSTICA: INFORMATIVIDADE E SENSO COMUM - A DISSERTAÇÃO (II) LITERATURA: A GERAÇÃO DE 45: JOÃO CABRAL DE MELO NETO, p. 201

João Cabral de Melo Neto, p. 202

Foco no texto: fragmentos de Educação pela pedra e Morte e vida severina, p. 203

LÍNGUA E LINGUAGEM: ANÁLISE LINGUÍSTICA: INFORMATIVIDADE E SENSO COMUM, p. 207

Foco no texto: anúncio, p. 207

Reflexões sobre a língua, p. 209

Texto e enunciação, p. 213

PRODUÇÃO DE TEXTO: A DISSERTAÇÃO: CONSTRUÇÃO DE ARGUMENTOS, p. 214

Foco no texto: dissertação do Enem, p. 214



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Page 4

acérrimo: superlativo de acre, ou seja, muito azedo.

agro: o que tem sabor ácido, azedo.

antropomorfismo: atribuição de características humanas a algo que não é humano, como por exemplo, o clima.

contubérnio: familiaridade, intimidade.

drupa: fruta carnosa com semente em forma de caroço, como a azeitona e a manga.

hetaira: na Grécia antiga, uma prostituta de luxo.

hidrópico: relativo à hidropisia, ou seja, derramamento de líquido seroso em tecidos ou em cavidade do corpo.

idealismo: concepção de que a realidade consiste essencialmente de algo não material; o oposto de materialismo.



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Page 5

a. Que relação há entre esse trecho e o contexto sociopolítico da época?

b. Para que tipo de mudança social e econômica apontam as reflexões de Olga (e do próprio Lima Barreto) sobre o assunto?

5. Policarpo Quaresma é associado frequentemente a Dom Quixote, personagem idealista e sonhadora de Miguel de Cervantes.

a. Por que, na conversa de Quaresma e o marido de Olga, mais uma vez se comprova o caráter quixotesco do protagonista?

b. Nessa noite, que fato se contrapõe, ironicamente, à ingenuidade de Quaresma, comprovando algumas das afirmações de Felizardo?

Boxe complementar:

Golias

Segundo relatos bíblicos, Golias era um soldado filisteu de 2,90 m. Em uma guerra contra os judeus, Golias desafiou o exército inimigo, propondo que escolhessem um único soldado para lutar contra ele. Se o soldado vencesse, Golias e o exército filisteu se renderiam.

Um jovem judeu, chamado Davi, se dispôs a lutar. Foi até o rio, pegou cinco pedras e colocou-as em um pequeno saco.

Com uma funda, um tipo de atiradeira, nas mãos, acertou uma das pedras na cabeça de Golias e matou-o. Depois, cortou a cabeça do soldado filisteu, usando a espada do próprio gigante.

LEGENDA: Davi com a cabeça de Golias (1609-10), de Caravaggio.

FONTE: Galleria Borghese, Roma, Itália

Fim do complemento.

6. O nome do capítulo é "Golias". Leia o boxe "Golias" e, depois, estabelecendo um paralelo entre a história do gigante e o episódio das formigas, responda:

a. Que personagem de Triste fim... equivale a Golias? Por quê?



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Page 6

a. o verbo existir pelo verbo haver

b. a palavra pai por pai e avô

c. o verbo existir pelo verbo haver e a palavra pai por pai e avô

d. a filharada por os filhos

3. Observe a frase "E sempre perdia a perua!", do 2º quadrinho.

a. A quem se refere a forma verbal perdia? Justifique sua resposta.

b. Sem mudar o contexto da história, reescreva a frase alterando o sujeito do verbo perder e fazendo as devidas alterações em sua concordância.

4. Justifique o emprego do verbo haver no singular na frase "havia outros milhares de anos", no 3º quadrinho.

5. O 5º quadrinho revela o contexto em que a história inicial estava sendo contada. Qual é esse contexto?

6. Reescreva a frase "Foi assim que surgiu a mãe!", fazendo as devidas alterações e substituindo a mãe por:



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Page 7

a. Destaque um trecho do conto em que o narrador Jacó explicita esse paralelo entre as duas histórias.

b. Considerando o paralelo, indique, em seu caderno, a possível relação entre as seguintes personagens do conto de Honwana e personagens do conto de Ondjaki.

- administrador e veterinário

- o cão

- Ginho

- Isaura

- as crianças

4. A seguir, leia um trecho do conto de Honwana, releia um trecho do conto de Ondjaki - ambos da parte final de cada história - e compare-os.

"O Cão Tinhoso olhava-me com força. Os seus olhos azuis não tinham brilho nenhum, mas eram enormes e estavam cheios de lágrimas que lhe escorriam pelo focinho. Metiam medo aqueles olhos, assim tão grandes, a olhar como uma pessoa a pedir qualquer coisa sem querer dizer. Quando eu olhava agora para dentro deles, sentia um peso muito maior do que quando tinha a corda a tremer de tão esticada, com os ossos a querer fugir da minha mão e com os latidos que saíam a chiar, afogados na boca fechada."

(Disponível em: http://www.prof2000.pt/users/leiria/cao_tinhoso.htm. Acesso em: 20/1/2016.)

FONTE: Andressa Honório

"Os olhos do Ginho. Os olhos de Isaura. A mira da pressão de ar nos olhos do Cão Tinhoso com as feridas dele penduradas. Os olhos do Olavo. Os olhos da camarada professora nos meus olhos. Os meus olhos nos olhos da Isaura nos olhos do Cão Tinhoso".

a. Explique de que modo as duas narrativas se cruzam nesses trechos.

b. Na frase "Os meus olhos nos olhos da Isaura nos olhos do Cão Tinhoso", além do cruzamento semântico, há também um cruzamento sintático. Identifique-o e explique como ele ocorre.

34

Boxe complementar:




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As correntes de vanguarda europeias

Entre as correntes de vanguarda europeias do início do século XX se destacam:

- Futurismo - Movimento que nasceu na Itália a partir da publicação do Manifesto Futurista, de Filippo Tommasio Marinetti, em 1909. Louvava a civilização moderna, as máquinas, o automóvel, a velocidade, a guerra, o militarismo e o patriotismo. Defendia o verso livre e as palavras soltas, em liberdade.

- Cubismo - Nasceu na pintura, com Picasso, que introduziu a técnica da fragmentação e da geometrização das formas, em uma tentativa de captar uma multiplicidade de perspectivas de um objeto. Na literatura, propunha o humor, a simultaneidade, os flashes cinematográficos, a linguagem nominal e a exploração visual e gráfica das palavras.

- Expressionismo - Surgiu na Alemanha e na França, na pintura, e se estendeu para a literatura e o cinema. Defendia a arte como uma expressão subjetiva dos sentimentos e do mundo interior do artista. Desvinculando-se do conceito de belo, na arte, buscava o sentido trágico da existência, expresso com frequência em formas e cores deformadas.

- Dadaísmo - Surgiu em Zurique, na Suíça, durante a Primeira Guerra Mundial, período em que o país recebeu artistas e intelectuais de vários lugares da Europa pelo fato de ter ficado neutro no conflito. Defendia a antiarte, caracterizando-se pelo deboche, pelo ilogismo e pela agressividade. Entre as técnicas demolidoras que propunha, se incluía o ready-made, que consiste em extrair um objeto de seu uso cotidiano e, com poucas alterações, atribuir-lhe um valor estético.

- Surrealismo - Teve início, na França, na literatura, com a publicação do Manifesto Surrealista, de André Breton, em 1924, e estendeu-se depois para as artes e o cinema. Seus adeptos valorizavam o mundo dos sonhos e do inconsciente, por entender que aí reside a verdadeira arte, livre da razão e da censura. Na literatura, defendiam a escrita automática, técnica que, segundo eles, possibilita exprimir diretamente o inconsciente, sem que os impulsos criadores passem pela razão.

Fim do complemento.

1. No início do século XX, começaram a surgir na Europa, simultaneamente, várias tendências artísticas conhecidas como "correntes de vanguarda". Com nomes e propostas diferentes, todas elas contribuíram para dar origem ao que hoje chamamos de arte moderna ou Modernismo. Leia o boxe acima e depois responda, justificando: Qual das obras mostradas nas imagens traduz os princípios:




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Anita Malfatti

Anita Malfatti (1889-1964) nasceu em São Paulo. Aprendeu a pintar com a mãe, que, depois da morte do marido, passou a dar aulas de pintura e línguas. Com a ajuda de um tio e do padrinho, estudou na Europa. Em 1914, voltou ao Brasil e realizou uma exposição, que não teve grande destaque. Em 1915, foi para os EUA, onde teve aulas com o expressionista Homer Boss e pintou seus melhores quadros. Retornou ao Brasil em 1917, pouco antes da exposição que realizou nesse ano. Depois da crítica de Lobato, a pintora ficou um ano sem pintar. Participou da Semana de Arte Moderna e alguns anos depois passou a fazer uma pintura mais tradicional. Alguns especialistas consideram que Anita nunca superou as críticas de Lobato.

LEGENDA: Anita Malfatti, em seu ateliê, em 1963.

FONTE: Arquivo/Agência O Globo

Fim do complemento.

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Paranoia ou mistificação?

Há duas espécies de artistas. Uma composta dos que veem normalmente as coisas e em consequência disso fazem arte pura, guardando os eternos ritmos da vida, e adotados para a concretização das emoções estéticas, os processos clássicos dos grandes mestres. Quem trilha por esta senda, se tem gênio, é Praxíteles na Grécia, é Rafael na Itália, é Rembrandt na Holanda [...]. A outra espécie é formada pelos que veem anormalmente a natureza, e interpretam-na à luz de teorias efêmeras, sob a sugestão estrábica de escolas rebeldes, surgidas cá e lá como furúnculos da cultura excessiva. São produtos de cansaço e do sadismo de todos os períodos de decadência: são frutos de fins de estação, bichados ao nascedouro. Estrelas cadentes, brilham um instante, as mais das vezes com a luz de escândalo, e somem-se logo nas trevas do esquecimento.

Embora eles se deem como novos precursores duma arte a ir, nada é mais velho de que a arte anormal ou teratológica: nasceu com a paranoia e com a mistificação. De há muito já que a estudam os psiquiatras em seus tratados, documentando-se nos inúmeros desenhos que ornam as paredes internas dos manicômios. A única diferença reside em que nos manicômios esta arte é sincera, produto ilógico de cérebros transtornados pelas mais estranhas psicoses; e fora deles, nas exposições públicas, zabumbadas pela imprensa e absorvidas por americanos malucos, não há sinceridade nenhuma, nem nenhuma lógica, sendo mistificação pura. Todas as artes são regidas por princípios imutáveis, leis fundamentais que não dependem do tempo nem da latitude. As medidas de proporção e equilíbrio, na forma ou na cor, decorrem do que chamamos sentir. Quando as sensações do mundo externo transformam-se em impressões cerebrais, nós "sentimos"; para que sintamos de maneira diversa, cúbica ou futurista, é forçoso ou que a harmonia do universo sofra completa alteração, ou que o nosso cérebro esteja em "pane" por virtude de alguma grave lesão. Enquanto a percepção sensorial se fizer normalmente no homem, através da porta comum dos cinco sentidos, um artista diante de um gato não poderá "sentir" senão um gato, e é falsa a "interpretação" que do bichano fizer um "totó", um escaravelho, um amontoado de cubos transparentes.

Estas considerações são provocadas pela exposição da Sra. Malfatti, onde se notam acentuadíssimas tendências para uma atitude estética forçada no sentido das extravagâncias de Picasso e companhia. Essa artista possui um talento vigoroso, fora do comum. [...] Entretanto, seduzida pelas teorias do que ela chama arte moderna, penetrou nos domínios dum impressionismo discutibilíssimo, e põe todo o seu talento a serviço duma nova espécie de caricatura.

Sejamos sinceros: futurismo, cubismo, impressionismo e tutti quanti não passam de outros tantos ramos da arte caricatural. É a extensão da caricatura a regiões onde não havia até agora penetrado. Caricatura da cor, caricatura da forma - caricatura que não visa, como a primitiva, ressaltar uma ideia cômica, mas sim desnortear, aparvalhar o espectador. [...]

[...]

(Disponível em: http://www.mac.usp.br/mac/templates/projetos/educativo/paranoia.html. Acesso em: 5/1/2016.)

Glossário:


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Page 10

a. A qual objeto a Internet é comparada?

b. Qual é a palavra que ganha novo sentido e qual é o novo sentido nesse quadrinho?

c. Explique por que esse novo sentido contribui para a criação do efeito de humor da tira.

Leia o anúncio a seguir e responda às questões de 4 a 6.

FONTE: DHL/DM9

4. Relacione o enunciado principal à parte não verbal do anúncio.

a. A quem é atribuída cada uma das duas frases reproduzidas?

b. Observe a parte não verbal do anúncio e deduza: O que é DHL? Justifique sua resposta com base nas imagens.

c. Reescreva o enunciado central, substituindo o termo Terra por planeta e fazendo as alterações necessárias. Qual (Quais) outro(s) termo(s) foi (foram) modificado(s)? Justifique sua resposta com base em argumentos morfológicos.

56

5. Leia a seguir os dois primeiros parágrafos do texto verbal do anúncio.

"Em 1961, o soviético Iuri Gagarin inaugurou a profissão de astronauta com um voo em órbita da Terra.

A DHL não chegou tão alto, mas se você somar as distâncias que ela já percorreu levando encomendas urgentes a todas as partes do mundo, é bem provável que tenha ido mais longe."

a. Quem disse que "A Terra é azul" e em qual situação?

b. Qual relação é estabelecida entre a viagem de Gagarin e as da DHL?

c. Reescreva o 2º parágrafo, substituindo distâncias por a quilometragem, encomendas por cada produto,




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Page 11

a. O que acontece com Dario?

b. Como as pessoas inicialmente reagem diante do ocorrido?

c. A atitude dessas pessoas é esperada na situação?

2. Em torno de Dario, forma-se uma multidão. Uma "velhinha de cabeça grisalha grita que ele está morrendo". São tomadas duas iniciativas para ajudar Dario: levá-lo até um táxi e, depois, levá-lo a uma farmácia próxima.

a. Por que essas iniciativas não dão certo?

b. A solidariedade que se verifica nas primeiras cenas se mantém, momentos depois? Justifique sua resposta.

3. Observe que, ao longo do conto, poucas informações são dadas sobre Dario: sabemos apenas qual é o seu nome e quais roupas e objetos ele usa. No quarto parágrafo do texto, desaparecem dois pertences de Dario: o guarda-chuva e o cachimbo.

a. O que a falta de maiores informações sobre o protagonista pode representar?

b. Faça um levantamento: Que outros pertences de Dario desaparecem ao longo do conto? Depois, conclua: Que sentido esses desaparecimentos acrescentam à narrativa, considerando-se a situação de Dario na calçada?

Boxe complementar:

Dalton Trevisan

Dalton Trevisan nasceu em Curitiba, em 1925. Chamado de "Vampiro de Curitiba", o escritor vive recluso, adverso a entrevistas.

Sua primeira publicação foi o livro de contos Novelas nada exemplares (1959), com o qual ganhou o Prêmio Jabuti. Depois, entre outras obras, publicou Cemitério de elefantes, Guerra conjugal, O vampiro de Curitiba, Pico na veia, todas de contos. Seu único romance é A polaquinha.

Ganhador de vários prêmios, é considerado o mestre do conto brasileiro contemporâneo.

FONTE: Arquivo/Estadão Conteúdo

Fim do complemento.

4. Observe a construção sintática destes trechos do texto:




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Page 12

aruaí: filhote de periquito.

bulha: ruído, gritaria.

caquear: tatear, procurar.

chimpar: assentar com energia.

cunhã: moça, mulher.

disgra: penúria, quebradeira, miséria.

fastar: o mesmo que afastar.

guascar: o mesmo que guasquear; bater, golpear.

lapa: grande pedra ou laje.

miosótis: planta comum em regiões temperadas e tropicais montanhosas, de pequenas flores vistosas, que mudam de róseas para azuis.

legorne: raça de galinha poedeira.

piá: menino indígena.

repiquete: água que desce das cabeceiras dos rios.

tincuã: ave encontrada nas matas do Brasil, da Argentina e do México.

Ururau: personagem de lenda brasileira que toma a forma de um jacaré de papo amarelo gigante.

Fim do glossário.

69

1. A primeira fase da literatura modernista caracterizou-se pelo primitivismo, isto é, pela busca de elementos que caracterizam o Brasil primitivo, pouco conhecido, advindo tanto da floresta quanto de seu passado histórico. Esse primitivismo se manifesta em Macunaíma como resultado de uma profunda pesquisa do autor sobre a fauna, a flora, o folclore, as lendas e os mitos da cultura brasileira.

a. Que elementos da fauna e da flora podem ser observados no texto? Justifique sua resposta com exemplos.

b. Como se manifestam os elementos míticos, sobrenaturais e mágicos no texto? Justifique sua resposta com exemplos.

2. A pesquisa de Mário de Andrade também se voltou para a busca de uma língua nacional. Veja este comentário crítico de Haroldo de Campos:

Uma das riquezas de Macunaíma é justamente essa "fala nova" ("impura" segundo os padrões castiços de Portugal), feita de um amálgama de todos os regionalismos, mescla dos modos de dizer dos mais diferentes rincões do país, com incrustações de indigenismos e africanismos, atravessada por ritmos repetitivos de poesia popular [...]

(Macunaíma - O herói sem nenhum caráter, cit., p. 372.)

Identifique exemplos de:




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Page 13

a. Como ele se sente?

b. O que representa o laço de fita, que recebe destaque no poema?

2. O poema "Laço de fita" apresenta um conjunto de imagens formadas por palavras como prendi, enroscava-se, prisioneiro, cadeias de ferro, elos, entre outras.

a. Como o eu lírico se sente em relação à pessoa amada?

b. Ele deseja essa condição ou quer se livrar dela? Justifique sua resposta.

3. O texto 1 apresenta forte musicalidade.

a. Que recursos são utilizados para criar esse efeito?

b. Que relação pode haver entre a musicalidade do texto e a manifestação dos sentimentos do eu lírico?

4. "Amor", de Oswald de Andrade, é provavelmente o menor poema da língua portuguesa. Que visão o eu lírico tem do amor?

5. Produzidos em contextos históricos e culturais diferentes, os textos apresentam diferentes modos de expressar o sentimento amoroso.

Associe, em seu caderno, os traços a seguir a cada um dos textos.



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Page 14

esquife: féretro, caixão de defunto.

café: bar.

Fim do glossário.

Texto 3

Nova poética

Vou lançar a teoria do poeta sórdido.

Poeta sórdido:

Aquele em cuja poesia há a marca suja da vida.

Vai um sujeito,

Sai um sujeito de casa com a roupa de brim branco muito bem engomada, e na primeira esquina passa um caminhão, salpica-lhe o paletó ou a calça de uma nódoa de lama:

É a vida.

O poema deve ser como a nódoa no brim:

Fazer o leitor satisfeito de si dar o desespero.

Sei que a poesia é também orvalho.

Mas este fica para as menininhas, as estrelas alfas, as virgens cem por cento e as amadas que envelheceram sem maldade.

(Idem, p. 201.)

Glossário:



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Page 15

a. Há uma diferença no valor semântico das expressões em destaque entre a primeira frase e as duas últimas. Qual é essa diferença?

b. Tendo em vista sua resposta ao item a, discuta com os colegas e o professor: Quais os complementos diretamente ligados à forma verbal dão em cada uma das frases?

REFLEXÕES SOBRE A LÍNGUA

No estudo do cartaz, você viu que alguns verbos estabelecem ligação direta com seus complementos e que outros necessitam de uma preposição para esse fim. É o caso, respectivamente, das ocorrências "doe Ø sangue" e "se unir a eles". Há ainda situações em que um mesmo verbo pode se comportar de formas variadas dependendo da frase em que ocorre, como em "Os heróis dão o sangue para salvar a humanidade" ou "Os heróis dão esperança para seus fãs". A ligação entre os verbos e seus complementos é chamada de regência verbal.

Observação: Regência verbal é o princípio pelo qual os verbos se ligam a seus complementos. Fim da observação.

Há verbos que não precisam de nenhum complemento; já os verbos que precisam de complemento podem se ligar a eles diretamente ou por meio de preposições como a, de, em, com, entre outras. Há verbos que admitem mais de uma regência e permanecem com o mesmo sentido; há outros que têm seu sentido modificado quando alterada a preposição que o complementa.

Boxe complementar:

FONTE: Reprodução

Segundo as regras da gramática normativa, o verbo chegar, assim como todos os verbos que indicam movimento (como ir e vir), rege a preposição a, isto é, seu complemento deve se iniciar por essa preposição, gerando construções como "Chegamos ao shopping". Entretanto, na fala corrente do brasileiro, o complemento desse verbo é, em geral, iniciado pela preposição em, o que dá origem a construções como "Chegamos no shopping".

Fim do complemento.

77

Como falante nativo da língua portuguesa, você certamente conhece as preposições que complementam determinados verbos e quais são seus respectivos sentidos. É importante saber, entretanto, que na norma-padrão existem regras que diferem do uso corrente. Por essa razão, elencamos a seguir os principais verbos cuja regência apresenta diferenças em relação à adotada por algumas variedades linguísticas.

Não há necessidade de memorizar essas regências; é, porém, interessante conhecê-las, para fins de consulta e em caráter de informação complementar. Caso você pretenda produzir um texto escrito em situações muito formais ou em exames e avaliações, a indicação é que você dê preferência a essas formas.

Boxe complementar:



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Page 16

- ironia

- idealização amorosa

- contenção emocional

- síntese

- explosão dos sentimentos

- abundância de imagens

- musicalidade envolvente

- dessacralização amorosa

75

LÍNGUA E LINGUAGEM

Regência verbal

FOCO NO TEXTO

Leia o cartaz a seguir, que divulga uma campanha de doação de sangue:

FONTE: (Disponível em: http://www.animefanzines.com/2015/02/editora-jbc-lanca-campanhamanganaveia.html. Acesso em: 9/6/2017.) CRÉDITOS: Editora JBC/ Fundação Pró Sangue

1. Relacione o enunciado à imagem e aos logotipos da parte inferior do cartaz.

a. Qual técnica artística foi utilizada na produção da imagem?

b. Sabendo que JBC é uma editora, levante hipóteses: A que se refere a expressão #manganaveia? Por que ela foi escrita com o símbolo #, sem acentuação e sem espaçamento entre as palavras?

c. Deduza: Qual tipo de publicação editada pela Editora JBC ganha destaque no cartaz?

2. Observe as cores empregadas no cartaz e levante hipóteses:

a. Qual sentido ganha a cor vermelha das letras do enunciado principal no contexto?

b. Por que o desenho foi feito em preto e branco?

3. Tendo em vista a situação de produção do cartaz em estudo, responda:



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Page 17

nódoa: mancha.

sórdido: sujo.

Fim do glossário.

FONTE: Andressa Honório

1. Na primeira estrofe do texto 1, o verso "Passei o dia à toa, à toa!" faz uso de um recurso sonoro especial. Qual é esse recurso? Que relação ele tem com o conteúdo do poema?

2. A segunda estrofe do poema "Andorinha" está em oposição à primeira.

a. Que palavras ou expressões do poema constituem uma antítese?

b. Que sentido tem a expressão à toa para a andorinha? E para o eu lírico?

c. Que sentido produzem as reticências no último verso?

d. Se considerarmos a hipótese de que esse poema pode expressar sentimentos e vivências não apenas do eu lírico, mas também do próprio poeta (leia o boxe "Manuel Bandeira" na página anterior), como se poderia explicar o verso "Passei a vida à toa, à toa..."?

3. "Momento num café" retrata uma cena comum do cotidiano: a passagem de um enterro. Como se portam os fregueses do café quando passa o enterro? O que justifica esse comportamento?

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4. A segunda estrofe do texto 2, porém, destaca uma atitude diferente de um dos clientes do café, estabelecendo uma oposição em relação à primeira estrofe.

a. Que palavra ou expressão dessa estrofe introduz a ideia de oposição?

b. Que palavra da segunda estrofe está em oposição à palavra maquinalmente, da primeira estrofe?




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Aconselhar Ø (dar conselho) - É experiente o bastante para aconselhar os amigos.

Aconselhar-se com (pedir conselho) - Aconselho-me com meus amigos sempre que possível.

Antipatizar com - As funcionárias antigas antipatizaram com a novata.

Aspirar a (desejar) - Aspiramos a uma vida mais calma. Ø (inspirar) - Aspiramos um ar mais puro no interior.

Assistir a (ver, presenciar) - As testemunhas assistiram ao acidente de muito perto.

Assistir Ø (ajudar) - O médico assistiu as vítimas minutos após o acidente.

Chegar a - Chegamos a nossa casa muito tarde.

Concordar com - Concordo com você em todos os sentidos.

Consistir em - Os alimentos consistem em uma importante fonte de nutrientes.

Comparar a/com - Compara o trabalho a/com um passatempo.

Desculpar de algo (conceder perdão) - Desculpou as amigas do ocorrido.

Desculpar Ø - Desculpo todos que implicaram comigo. / Desculpe a pressa.

Desculpar-se com - Desculpou-se com todos os seus amigos.

Desculpar-se por (pedir perdão) - Desculpou-se pelo que fez.

Discordar de - Discordo de você em todos os sentidos.



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a. A qual público especificamente ele se dirige?

b. Quem são os "heróis" dos leitores a que ele faz referência?

c. Qual estratégia o cartaz utiliza para persuadir seu leitor a doar sangue?

Releia as frases do cartaz e responda às questões 4 e 5.

I. "Seus heróis dão o sangue para salvar a humanidade."

Forma verbal em destaque: dão.

II. "Chegou a hora de se unir a eles."

Formas verbais em destaque: Chegou; se unir.

III. "Doe sangue."

Forma verbal em destaque: Doe.

IV. "Mangá na veia."

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4. É possível considerar que três dessas frases exploram sentidos metafóricos e uma é mais objetiva e direta.




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c. Por que esse cliente tem uma postura diferente?

d. Que visão ele tem da vida?

e. Que visão ele tem da morte?

5. O poema "Nova poética" lança a "teoria do poeta sórdido". Para explicar essa teoria, o eu lírico faz uma comparação.

a. Considerando a relação entre a poesia e os leitores, a que ele compara o poema e sua função?

b. Explique o verso "O poema deve ser como a nódoa no brim".

6. Na última estrofe do texto 3, o eu lírico afirma que "a poesia é orvalho".

a. Interprete essa metáfora.

b. Os poemas "Andorinha" e "Momento num café" estão mais para a "nódoa no brim" ou para o "orvalho"? Por quê?

7. Manuel Bandeira é considerado um mestre do verso livre, tipo de verso sem uma métrica predeterminada introduzido pelos modernistas. Observe o 5º e o 1Oº versos. O que justifica, no contexto, o emprego de versos tão longos?

8. Manuel Bandeira é um poeta especial em nossa literatura, pois consegue extrair reflexões profundas sobre a existência humana a partir de situações banais do cotidiano. Embora muitas vezes pareça falar de si mesmo, sua poesia geralmente alcança universalidade. Esse traço de sua poesia se verifica nos poemas lidos? Justifique sua resposta.

FONTE: Baptistão

ARQUIVO

Com a leitura dos textos neste capítulo, você viu que:

- a geração de 22 consolidou o compromisso de construir uma nova literatura, atualizada em relação às inovações trazidas pelas correntes de vanguarda e, ao mesmo tempo, fincada nas raízes da cultura brasileira;

- os autores dessa geração voltaram-se para a pesquisa da nacionalidade, tentando captar nas obras aspectos da paisagem, do homem e da cultura em seus diversos aspectos como língua, folclore, religião, dança, música, crendices, etc;

- tanto na obra de Oswald de Andrade quanto na de Mário de Andrade há uma tentativa de fundir aspectos primitivos de nossa cultura a aspectos da modernidade;

- em Macunaíma, de Mário de Andrade, busca-se traçar um perfil do que seja a etnia, a cultura e a língua nacionais, marcadas pela heterogeneidade.

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ENTRE TEXTOS

Você vai ler e comparar, a seguir, dois textos: o primeiro é um poema de Castro Alves, poeta que pertenceu ao Romantismo, no século XIX; o segundo é um poema de Oswald de Andrade.

Texto 1


O laço de fita

FONTE: Nelson Provazi

Não sabes, criança? 'Stou louco de amores...

Prendi meus afetos, formosa Pepita.

Mas onde? No templo, no espaço, nas névoas?!

Não rias, prendi-me

Num laço de fita.

Na selva sombria de tuas madeixas,

Nos negros cabelos da moça bonita,

Fingindo a serpente qu'enlaça a folhagem,

Formoso enroscava-se

O laço de fita.

Meu ser, que voava nas luzes da festa,

Qual pássaro bravo, que os ares agita,

Eu vi de repente cativo, submisso

Rolar prisioneiro

Num laço de fita.

E agora enleada na tênue cadeia

Debalde minh'alma se embate, se irrita...

O braço, que rompe cadeias de ferro,

Não quebra teus elos,

Ó laço de fita!

Meu Deus! As falenas têm asas de opala,

Os astros se libram na plaga infinita.

Os anjos repousam nas penas brilhantes...

Mas tu... tens por asas

Um laço de fita.

Há pouco voavas na célere valsa,

Na valsa que anseia, que estua e palpita.

Por que é que tremeste? Não eram meus lábios...

Beijava-te apenas...

Teu laço de fita.

Glossário:




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b. Sabendo-se que, na floresta amazônica, as águas são quentes, que relação pode haver entre as águas frias da lagoa e a traição de Macunaíma?

c. O que representa a devoração de Macunaíma por Uiara?

Manuel Bandeira

Manuel Bandeira é considerado um dos principais poetas da literatura brasileira e um dos melhores em nossa língua.

Sua primeira publicação, Cinza das horas (1917), ainda trazia influências do Parnasianismo e do Simbolismo, mas, aos poucos, o poeta foi aderindo às propostas modernistas, incorporando-as com plena maturidade em Libertinagem (1930). Não chegou a participar diretamente da Semana de Arte Moderna, mas enviou ao evento o poema "Os sapos", que foi lido por Ronald de Carvalho, provocando apupos da plateia.

Foi mestre do verso livre e de temas prosaicos, extraídos do cotidiano. Marcado pela tuberculose, sua poesia apresenta reflexões sobre a vida e a morte, sobre a solidão e a condição humana. A infância e a saudade também fazem parte de seus temas preferidos.

Como poucos, explorou formas, ritmos e sonoridades na poesia, demonstrando ter pleno domínio das técnicas poéticas e um vasto conhecimento da poesia universal.

Boxe complementar:

Manuel Bandeira

Manuel Bandeira (1886-1968) nasceu em Recife (PE). Foi poeta, professor de literatura, crítico literário e tradutor.

Em 1904, mudou-se para São Paulo para fazer o curso de arquitetura na Escola Politécnica, mas foi acometido pela tuberculose, doença grave na época. Tratou-se em diferentes lugares do Brasil e acabou indo para a Suíça, onde havia um dos melhores centros de tratamento do mundo. Ali, conheceu e teve como amigo Paul Éluard, poeta que anos depois viria a se destacar no Surrealismo francês.

Bandeira viveu boa parte de sua vida no Rio Janeiro, onde frequentou as rodas boêmias da Lapa carioca e teve contato com escritores e intelectuais importantes, como Vinícius de Morais, Carlos Drummond de Andrade, Rubem Braga, Sérgio Buarque de Holanda, entre outros.

Escreveu várias obras, em prosa e verso. A obra Estrela da vida inteira (José Olympio) é uma reunião de todos os seus livros de poesia.

FONTE: Arquivo/Agência O Globo

Fim do complemento.

FOCO NO TEXTO

Leia os poemas de Manuel Bandeira a seguir.

Texto 1


Andorinha

Andorinha lá fora está dizendo:

- "Passei o dia à toa, à toa!"

Andorinha, andorinha, minha cantiga é mais triste!

Passei a vida à toa, à toa...

(Manuel Bandeira. Estrela da vida inteira. 2ª ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1970. p. 121.)

FONTE: Andressa Honório

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Texto 2

Momento num café

Quando o enterro passou

Os homens que se achavam no café

Tiraram o chapéu maquinalmente

Saudavam o morto distraídos

Estavam todos voltados para a vida

Absortos na vida

Confiantes da vida.

Um no entanto se descobriu num gesto largo e demorado

Olhando o esquife longamente

Este sabia que a vida é uma agitação feroz e sem finalidade

Que a vida é traição

E saudava a matéria que passava

Liberta para sempre da alma extinta.

(Idem, p. 141.)

Glossário:



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a. Quais expressões são exploradas metaforicamente?

b. Qual é o sentido dessas expressões nas frases?

5. Observe as formas verbais em destaque.

a. Qual é o sujeito de cada uma delas?

b. Qual é o complemento de cada uma delas?

c. Reproduza em seu caderno o quadro a seguir e complete-o com os verbos em destaque, de acordo com o tipo de complemento de cada um nas frases do cartaz.

Quadro: equivalente textual a seguir.



6. Compare as frases:

"Seus heróis dão o sangue para salvar a humanidade."

Expressão em destaque: para salvar a humanidade.

"Os heróis dão esperança para seus fãs."

Expressão em destaque: para seus fãs.

"Os heróis dão o sangue por seus fãs."

Expressão em destaque: por seus fãs.




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alcova: pequeno quarto onde está o leito.

cativo: escravo, prisioneiro.

cioso: zeloso.

debalde: em vão, inutilmente.

enleado: enredado, entrelaçado.

estuar: agitar-se em ondas.

falena: borboleta noturna.

librar: equilibrar-se, basear-se.

madeixa: mecha, feixe de cabelos.

opala: pedra preciosa.

plaga: região.

tênue: fino, delicado.

Fim do glossário.

Mas ai! findo o baile, despindo os adornos

N'alcova onde a vela ciosa... crepita,

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Talvez da cadeia libertes as tranças

Mas eu... fico preso

No laço de fita.

Pois bem! Quando um dia na sombra do vale

Abrirem-me a cova... formosa Pepita!

Ao menos arranca meus louros da fronte,

E dá-me por c'roa...

Teu laço de fita.

(Castro Alves. In: Célia A. N. Passoni (org.). Melhores poesias. São Paulo: Núcleo, 1996. p. 30-1.)

Texto 2

Amor


Humor

(Oswald de Andrade. Poesias reunidas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1971. p. 160.)

1. No poema "Laço de fita", o eu lírico expressa suas emoções.




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Unir Ø (tornar próximo) - A festa uniu os colegas.

Unir-se a (tornar-se próximo) - O diretor uniu-se aos alunos.

Visar Ø (dar visto, mirar) - O professor visou a folha. / O atirador visou o alvo.

Visar Ø/a (pretender, ter por objetivo) - Visamos o/ao crescimento da empresa.

Fim do complemento.

APLIQUE O QUE APRENDEU

Leia o anúncio a seguir e responda às questões 1 e 2.

FONTE: (Disponível em: https://www.behance.net/gallery/4287209/Hopi-Hari. Acesso em: 20/2/2016) CRÉDITOS: Reprodução

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1. Observe o texto central do anúncio, a imagem de fundo e o logotipo na parte inferior, à direita do anúncio. Sabendo que o anunciante é o Hopi-Hari, um grande parque de diversões ao ar livre localizado no interior do Estado de São Paulo, levante hipóteses:




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Esquecer Ø - Esqueci o guarda-chuva.

Esquecer-se de - Esqueci-me da sua encomenda.

Implicar com (perturbar, antipatizar com) - As funcionárias antigas implicaram com a novata.

Implicar Ø (resultar) - Sua participação implicará mudança no horário do encontro.

Lembrar Ø - Lembrei o endereço.

Lembrar-se de - Lembrei-me de você ontem.

Namorar Ø/com - Marcos namora (com) Adriana.

Pagar a alguém - Paguei a meus pais.

Pagar Ø - Paguei o boleto.

Pagar por (padecer) - Ele vai pagar pelo mal que fez.

Preferir a - Prefiro a sobremesa ao prato principal.

Querer Ø (desejar) - A menina queria uma bola.

Querer a (estimar, ter afeto) - O menino queria muito à mãe.

Simpatizar com - As funcionárias antigas simpatizaram com a novata.

Unir a (misturar) - Uniu a manteiga à farinha.



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a. A quem se dirige a pergunta feita?

b. O que há abaixo da pergunta? Qual o significado dessa representação no contexto do anúncio?

c. O que as pessoas que aparecem na imagem de fundo estão fazendo?

d. Há, na pergunta, uma expressão utilizada propositalmente com o sentido ambíguo. Qual é essa expressão e quais são os dois sentidos possíveis?

2. O verbo utilizado na pergunta do anúncio tem uma regência única admitida pela gramática normativa, mas é muito utilizado com uma variação na fala corrente dos brasileiros.



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