Compare as duas frases a seguir qual delas expressa uma ação habitual

O modo indicativo é um dos modos existentes na língua portuguesa, além do modo subjuntivo e modo imperativo. O indicativo se diferencia dos demais por apresentar ações verbais tidas como reais ou verossímeis no fato que se enuncia.

Leia também: O que são verbos abundantes?

O que é modo indicativo?

O modo indicativo é um dos modos verbais de conjugação. É usado para enunciar ações verbais tidas como reais ou verossímeis pelo falante, representando algo que aconteceu, que acontece ou que acontecerá. Veja a diferença entre os modos indicativo, subjuntivo e imperativo:

Note que, no caso do modo indicativo, espera-se que a ação verbal tenha acontecido ou que aconteça de fato. No caso do modo subjuntivo, os acontecimentos são considerados menos certos de ocorrer. No modo imperativo, há um pedido ou uma ordem, que pode ser tanto algo positivo quanto negativo.

Tempos no modo indicativo

O modo indicativo apresenta seis tempos verbais.

Esses tempos verbais se referem a ações que podem ocorrer no momento da fala (presente), antes do momento da fala (pretérito perfeito, imperfeito ou mais-que-perfeito) ou que ainda não ocorreram (futuro do presente e do pretérito).

O tempo verbal simples conta apenas com a conjugação do próprio verbo, sem ter outro verbo como auxiliar. Os seis tempos do modo indicativo podem ocorrer no tempo verbal simples. Para ilustrá-los, conjugaremos o verbo “cantar”.

- Presente

Pode indicar uma ação que ocorre no momento presente do enunciado ou uma ação habitual.

- Pretérito perfeito

Pode ser usado para indicar um fato em momento anterior ao da fala e que já foi concluído.

- Pretérito imperfeito

Pode ser usado para indicar uma ação contínua que ocorria em momento anterior ao da fala, mas que foi interrompida e parou de ocorrer, muitas vezes não tendo sido finalizada.

- Pretérito mais-que-perfeito

Pode ser usado para indicar uma ação que já ocorria antes de outra ação no passado. Portanto, é uma ação anterior ao passado em relação ao momento da fala.

- Futuro do presente

Pode ser usado para indicar uma ação que ocorrerá em momento posterior ao da fala.

- Futuro do pretérito

Pode ser usado para indicar uma ação posterior à outra do passado, uma ação que não ocorreu ainda e cuja ocorrência é duvidosa ou não está exatamente de acordo com o esperado.

Veja também: Verbos anômalos – verbos que sofrem alteração em seus radicais quando conjugados

O tempo verbal composto apresenta um verbo auxiliar (“ter” ou “haver”) e um verbo principal. O verbo auxiliar é conjugado de acordo com o tempo verbal, enquanto o verbo principal fica no particípio, o que forma uma locução verbal:

verbo auxiliar + verbo principal

Exemplo:

Eu tenho estudado muito!

No caso acima, “tenho” é o verbo auxiliar, conjugado no presente do indicativo, e “estudado” é o verbo principal, no particípio. Apenas quatro tempos do modo indicativo apresentam formas compostas: pretérito perfeito, pretérito mais-que-perfeito, futuro do presente e futuro do pretérito.

- Pretérito perfeito

Pode indicar uma ação que se repete continuamente desde o passado até o momento presente.

- Pretérito mais-que-perfeito

Pode indicar uma ação que ocorreu anteriormente à outra ação do passado.

- Futuro do presente

Pode indicar uma ação futura que terá terminado antes de outra ação futura ou exprimir uma expectativa de quem fala.

- Futuro do pretérito

Pode indicar uma ação que teria ocorrido depois de outra ação no passado.

Atenção!

O tempo verbal composto não deve ser confundido com a conjugação perifrástica.

O tempo verbal composto tem como verbo auxiliar apenas “ter” ou “haver”, e os verbos principais são conjugados no particípio. A conjugação perifrástica tem mais verbos auxiliares, como “ir”, “continuar”, “acabar”, entre outros, e os verbos principais podem ser conjugados no gerúndio ou no infinitivo. A conjugação perifrástica nada mais é do que substituir uma conjugação mais curta, como a forma verbal simples, por uma conjugação mais longa e complexa, o que tem sido muito frequente na oralidade.

Acesse também: Verbos reflexivos – verbos cujas ações são executadas e sofridas pelo mesmo sujeito

Exercícios resolvidos

Questão 1 – (IFRS 2014)

QUINO. Mafalda 2. São Paulo: Martins Fontes, 2002.

O tempo e o modo verbal de leu e diz, respectivamente, são

A) pretérito perfeito do indicativo e presente do indicativo. B) pretérito imperfeito do subjuntivo e futuro do presente do indicativo. C) pretérito perfeito do indicativo e presente do subjuntivo. D) pretérito mais-que-perfeito do indicativo e presente do subjuntivo.

E) pretérito imperfeito do indicativo e presente do indicativo.

Resolução

Alternativa A. A palavra “leu” é a conjugação do verbo “ler” no pretérito perfeito do indicativo, como uma ação já finalizada. A palavra “diz” é a conjugação do verbo “dizer” no presente do indicativo, como ação que ocorre no momento da fala.

Questão 2 – (USF-SP 2017)

“Milhões de pessoas sadias estão sendo prejudicadas com diagnósticos psiquiátricos equivocados e tratamentos desnecessários enquanto os que têm doenças mentais verdadeiras não têm acesso às terapias de que precisam.

O alerta vem do psiquiatra norte-americano Allen Frances, 73, professor emérito na Universidade Duke, na Carolina do Norte (EUA), autor do livro “Voltando ao normal” (Versal Editores), recém-traduzido para o português.

Frances, que participa de palestras no Rio de Janeiro sobre a sua obra, diz que a tendência atual é de uma sociedade em que todos, em algum momento, sofrerão de algum transtorno.

Sua crítica é centrada particularmente no DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), de 2013, um guia tido como a “bíblia da psiquiatria”.

Frances liderou a versão anterior, o DSM-4, cuja diretriz foi tentar conter a inflação de diagnósticos, que já se espalhava na psiquiatria e na medicina em geral.”

Disponível em: . Acesso em: 22/09/2016, às 16h (fins pedagógicos).

Sobre as formas verbais destacadas do texto, assinale a alternativa correta.

A) A forma verbal "liderou" está conjugada no pretérito perfeito do modo indicativo e refere-se a um evento frequente no passado, de ação prolongada ou habitual durante algum tempo. B) A forma "participa" está conjugada no presente do indicativo em seu uso histórico, já que pode ser substituída pelo pretérito perfeito do indicativo sem alteração semântica no período original. C) A forma verbal "espalhava" está conjugada no pretérito imperfeito do modo indicativo e expressa uma verdade universal que quebra a fronteira entre o passado e o presente. D) A forma "estão sendo prejudicadas", condenada pela norma gramatical por se tratar de um caso de gerundismo, é uma locução do presente do indicativo flexionada na voz passiva.

E) A forma "sofrerão" é uma flexão do futuro do presente do modo indicativo que está desaparecendo na nossa língua, sobretudo na oralidade, sendo substituída por sua forma perifrástica.

Resolução

Alternativa E. O pretérito perfeito não se caracteriza por ação prolongada e habitual durante algum tempo, pois isso é característica do pretérito imperfeito. A alteração de “participa” por “participava” alteraria o sentido do período naquele contexto. A forma verbal “espalhava” não apresenta quebra de fronteira entre passado e presente. A forma “estão sendo prejudicadas”, naquele contexto, não configura caso de gerundismo e não é condenada pela norma gramatical. A conjugação simples do futuro do presente do modo indicativo de fato está sendo menos frequente, como no caso de “sofrerão”, que, na oralidade, é mais comumente substituído pela forma perifrástica “vão sofrer”.

  Viu o título do texto e se interessou, não foi? Isso acontece porque o present perfect é um dos tempos verbais que mais geram dúvidas entre os aprendizes de língua inglesa, ou melhor, gerava. O present perfect é, na verdade, simples de usar quando temos em mente que ele tem estreita relação com o passado e o presente.  

Primeiramente, entende-se que esse tempo verbal tem um sentido indefinido, por causa do uso com ações que terminaram no passado, mas sem indicação temporal de quando elas acabaram.[1] Em segundo lugar, o present perfect também pode ter um sentido estável, isto é, para ações que começaram no passado, mas continuam ou repercutem no presente. [1]   

Nos tópicos seguintes, explicaremos cada uso do present perfect e suas regras em frases afirmativas, negativas e interrogativas. Let’s go! 

Compare as duas frases a seguir qual delas expressa uma ação habitual
O present perfect pode ter um tempo variável ou estável. 

Quando se usa o present perfect? 

O present perfect é usado quando expressamos alguma ação no passado que tem repercussão no presente ou ainda continua no presente. Nesse caso, estamos falando do sentido estável [1] e o seu reconhecimento pode ser facilitado quando temos as expressões since (desde) e for (por, há). Observe os exemplos: 

  • My Family has lived in Miami since 2010.  
    Minha família mora em Miami desde 2010. 

Nesse exemplo, temos a informação de que a família mora em Miami há anos e ainda continua morando no mesmo lugar. 

  • Paul has worked here for twenty years.  
    Paul trabalha aqui há vinte anos. 

A frase indica a extensão temporal do trabalho de Paul. Ele trabalha no mesmo lugar há 20 anos. 

  • I have studied English for years.  
    Eu estudo inglês há anos. 

Temos o sentido de extensão da atividade exercida, isto é, o estudo. Provavelmente, essa atividade ainda continua no presente. 

 

Veja que, nesses exemplos, a tradução não foi ao pé da letra (tem vivido, tem trabalhado, tem estudado), justamente porque estamos falando de uma ação que se inicia no passado e estende-se ao presente. 

Além disso, o present perfect também tem um sentido variável, quando expressamos ações passadas e finalizadas, mas não sabemos ou não especificamos quando elas aconteceram: 

  • Maria has already arrived from work.  
    Maria já chegou do trabalho. 

O sujeito chegou do trabalho, mas não sabemos quando. 

  • I have lost my keys.  
    Eu perdi minhas chaves. 

Nesse exemplo também não sabemos quando o sujeito perdeu as chaves. 

  • They have bought a new house.  
    Eles compraram uma casa nova.  

Eles compraram uma casa. Quando? A oração não nos fornece essa informação. 

Observe que, nesses exemplos, a tradução do present perfect equivale ao pretérito perfeito do indicativo em português por causa do uso (função). 

Acrescenta-se que, quando expressamos um tempo variável, há outro uso muito específico do present perfect: para falar de experiências passadas (past experiences). Veja alguns exemplos: 

  • We have been to France.  
    Nós fomos a França. 

Sabemos que o sujeito “nós” já esteve em algum momento da vida na França. No entanto, não sabemos quando. 

  • Clara has never eaten sushi.  
    Clara nunca comeu sushi. 

Sabemos que Clara nunca teve a experiência de comer sushi. 

  • Monica has already traveled alone.  
    Monica já viajou sozinha. 

Sabemos que Monica, em algum momento da vida dela, viajou sozinha. Entretanto, não sabemos nem a data e nem os detalhes. 

Leia também: Dicas para aprender inglês em casa 

Principais regras do presente perfect 

Na língua inglesa, é comum que alguns tempos verbais sejam formados pelo verbo auxiliar antes do verbo principal. No present perfect, não é diferente. Deve-se utilizar a seguinte estrutura: 

Em relação aos verbos principais do present perfect, devemos levar em consideração os verbos regulares e os irregulares.  

  1. O verbo deve vir no particípio passado (past participle). Quando os verbos são regulares, acrescenta-se apenas –ed. 

Talk – talked 

Work – worked 

Study – studied 

Live – lived 

Listen – listened  

  1. Para os verbos irregulares, não há uma regra. Uma boa parte dos verbos termina em –en: 

Be – been 

Break – broken 

Choose – chosen 

Give – given 

  1. Existem aqueles que têm outra terminação ou permanecem os mesmos, em comparação com a forma do simple present ou do simple past: 

Become – become 

Put – put 

Buy – bought 

Feel – felt 

Make – made 

Swim – swum 

Know – known  

No present perfect, existem expressões temporais que são bastante usadas [2]. Veja alguns exemplos: 

  • Just – “acabar de”: He has just left. / Ele acabou de sair. 
  • Already – já (frases afirmativas): I have already done my homework. / Eu já fiz meu dever. 
  • Never – nunca: She has never lied to her friends. / Ela nunca mentiu para seus amigos. 
  • Ever – já, alguma vez: Have you ever been to that restaurant? / Você já foi naquele restaurante? 
  • Yet – ainda (frases negativas): I haven’t seen it yet. / Eu ainda não o vi. 
  • Yet – já (frases interrogativas): Has Peter arrived yet? / Peter já chegou? 
  • For – por, há: We have done this for years. / Nós fazemos isso há anos. 
  • Since – desde: You have studied English since last year. / Você estuda inglês desde o ano passado. 

Leia também: Cinco dicas para você não errar no inglês 

Quando usar o present perfect e o simple past 

Muitos aprendizes têm dúvidas em relação ao uso do present perfect e do simple past. Nos tópicos anteriores, apontamos o uso do present perfect enquanto tempo variável. Isso significa que alguma coisa iniciou-se no passado e terminou também no passado. No entanto, não sabemos QUANDO a ação ocorreu. Se fosse o past simple, teríamos uma ação que também começou e terminou no passado, mas saberíamos QUANDO e os detalhes. Para o sentido estável, a situação é parecida. No present perfect, o foco está na EXTENSÃO da ação, ou seja, quando algo começa no passado e tem uma consequência no presente. 

 Observe os exemplos: 

  • I have been to China.  
    Eu fui para a China. 

  • I went to China last year.  
    Eu fui para a China ano passado. 

Na primeira oração, o foco está na experiência passada. Já na segunda, o foco está no tempo, quando a pessoa foi. 

  • They have started earlier.  
    Eles começaram mais cedo. 

  • They started at 1 p.m.  
    Eles começaram à 1h da tarde.  

No primeiro exemplo, o foco está na ação, que não se sabe quando aconteceu. Já na segunda, está no horário que eles começaram, ou seja, à 1h da tarde. 

  • She has lived here.  
    Ela mora aqui. 

  • She lived here.  
    Ela morou aqui. 

As duas orações falam que o sujeito morou em algum lugar. Na primeira, entende-se que o sujeito começou a morar no lugar em um determinado ponto do passado E continua morando lá no presente. Na segunda, entretanto, entende-se que o sujeito morou lá em algum momento, MAS agora vive em outro lugar. 

Em relação às experiências passadas, a diferença no uso do present perfect e past simple também é bem evidente. Quando conversamos com alguém sobre alguma viagem, algum evento, se a pessoa já experimentou algo, iniciamos essa conversa com uma pergunta geral (present perfect). Quando aprofundamos a conversa e queremos saber mais detalhes, devemos então prosseguir a conversa com o past simple: 

  • Hi, Jude. Have you ever climbed a mountain?  
    Oi, Jude. Você já escalou uma montanha? 

  • Hey, Laura. Well, yes, I have once.  
    Olá, Laura. Bem, sim, eu já escalei uma vez. 

  • Really? How was it?  
    Sério? Como foi? 

  • It was amazing. We were on vacations in Switzerland.  
    Foi maravilhoso. Nós estávamos de férias na Suíça.  

Exercícios resolvidos 

Questão 1 

Complete o texto utilizando o present perfect: 

I __________ (never/be) to a rock and roll concert, but my sister __________ (already/be) to lots of them! She __________ (just/buy) the ticket I __________ it __________ (not buy/yet). 

Resolução 

I have never been to a rock and roll concert, but my sister has already been to lots of them! She has just bought the ticket. I haven’t bought it yet. 

Questão 2 

Coloque as frases a seguir na ordem correta: 

  1. traveled / ever / Have / you / abroad? 

  1. for / years. / She / has / studied / ten / French 

  1. since / played / has / He / team / for / the / national / 2010. 

Resolução 

  1. Have you ever traveled abroad? 

  1. She has studied French for ten years. 

  1. He has played for the national team since 2010. 

Notas: 

[1] DECAPUA, A.. Grammar for Teachers: A Guide to American English for Native and Non-Native Speakers. Springer: New York, 2008. 

[2] EASTWOOD, J. Oxford guide to English grammar. Oxford, 2002.