A importância da Educação Física no ensino médio saúde e qualidade de vida

SANTANA, Dayane Pereira de [1], COSTA, Célia Regina Bernardes [2]

SANTANA, Dayane Pereira de; COSTA, Célia Regina Bernardes. Educação Física escolar na promoção da Saúde. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo Do Conhecimento. Ano 01, Edição 01, Vol. 10, pp. 171-185, Novembro de 2016. ISSN: 2448-0959

RESUMO

A promoção de saúde é um tema muito debatido nos últimos anos. Busca-se uma estratégia promissora para o embate aos inúmeros problemas de saúde que modernamente afetam os seres humanos. A promoção de saúde é disciplina de destaque nos processos educativos, sendo baseada na construção de estilos de vida mais saudáveis, bem como na criação de ambientes favoráveis à saúde. O profissional de Educação Física e a instituição educacional são fundamentais nesse processo, pois possibilitam uma educação baseada na promoção da saúde, motivando os alunos a praticarem atividades físicas regularmente. Assim, harmoniza-se corpo e mente, atuando diretamente na prevenção e no combate a diversas patologias. A pesquisa em apreço busca compreender a importância da Educação Física Escolar na promoção da saúde dos alunos, utilizando práticas que envolvem a cultura corporal de movimento. A metodologia utilizada foi a revisão bibliográfica, realizada através de pesquisas em artigos científicos, livros e sites da Internet. Após os estudos realizados, foi possível perceber que ao integrar jogos, esportes, danças e brincadeiras nas aulas de Educação Física ampliam-se as possibilidades de movimento dos escolares. Orientá-los para a importância da prática de exercícios físicos regulares, aliados à alimentação equilibrada e saudável, é imprescindível para que tenham condições de realizar escolhas de forma adequada, crítica, reflexiva e sensível para suas vidas.

Palavras-chave: Educação Física, Escola, Promoção de Saúde.

INTRODUÇÃO

A promoção da saúde e bem-estar na infância e adolescência representa grande desafio, considerando que as ações e práticas que priorizam a população envolvem aspectos como: sistema de saúde, educação, trabalho e desenvolvimento social. A contribuição da Educação Física e da escola é fundamental nesse processo, sendo eles capazes de possibilitar uma educação baseada na promoção da saúde, sensibilizando e motivando os alunos sobre a importância de a prática de atividade física regular como principal forma de prevenção de doenças, garantindo assim um maior equilíbrio corporal.

O mundo moderno trouxe inúmeros benefícios para a humanidade, porém acarretou em uma profunda transformação social e econômica. O indivíduo que anteriormente se mantinha ativo, conforme as necessidades e características peculiares de cada época, hoje se apresenta inerte, acomodado e sedentário. A diminuição das práticas físicas e de lazer, associada ao uso contínuo de computadores, celulares, aparelhos eletrônicos, automóveis, incluindo as mudanças alimentares, comida com pouca qualidade nutricional e repleta de gorduras, vem seduzindo crianças e jovens, modificando seus corpos e interferindo diretamente na qualidade de vida. Todas estas práticas têm modificado os hábitos da população, apresentando elevados índices de doenças e obesidade no país.

As escolas e os professores de Educação Física podem contribuir muito para a mudança desse quadro, sendo a escola um dos principais lugares de permanência de crianças e jovens. Portanto, é possível promover a modificação dos paradigmas tradicionais para enfoques integrais de saúde no ambiente escolar, educando e sensibilizando os alunos para a importância dos cuidados corporais, através da prática de atividades físicas, aliada a uma alimentação balanceada.

Desta forma, esta pesquisa inscreve-se como um estudo que visa compreender a importância da Educação Física escolar na promoção de saúde dos alunos, utilizando práticas que envolvem a cultura corporal de movimento, através do esporte, da dança, dos jogos, das brincadeiras, da ginástica e das lutas.  A metodologia utilizada foi a revisão bibliográfica, realizada através de pesquisas em artigos científicos, livros e sites da internet. A pesquisa possui caráter qualitativo, pois visa despertar nos educandos, nos pais e na sociedade, a importância da Educação Física escolar como prática de promoção de saúde para a melhoria da qualidade de vida dos escolares.

1. REFERENCIAL TEÓRICO

1.1 CONCEITO DE SAÚDE

A Organização Mundial de Saúde define saúde como um completo estado de bem-estar físico, mental e social do indivíduo, e não meramente como ausência de doença como era vista antigamente. Portanto, a saúde passa a ser um direito fundamental da pessoa humana, assegurado sem distinção de religião, ideologia política ou condição socioeconômica. Ela passa a ser um valor coletivo, um bem de todos, devendo cada um gozá-la individualmente e de forma solidária, sem prejuízo de outrem.

No passado, a saúde era a perfeição morfológica, acompanhada da harmonia funcional, da integridade dos órgãos e aparelhos, do bom desempenho das funções vitais; era o vigor físico e o equilíbrio mental, apenas considerados em termos do indivíduo e ao nível da pessoa humana. Hoje, ela passou a ser considerada sob outro plano ou dimensão. Ultrapassou a seara individual para ser analisada de modo comparativo com o trabalho e com a comunidade.

Compreender a saúde de forma global é, antes de tudo, dar condições ao indivíduo de manter o seu equilíbrio físico, social, mental e econômico, de forma segura e harmônica. Atualmente, o mundo oferece às pessoas uma imensidão de ofertas. O “ter” passou a ser prioridade sobre o “ser”, a inquietude, a pressa, a ansiedade, as incertezas, o poder de compra, as mudanças alimentares, comida com pouca qualidade nutricional e repleta de gorduras, vêm seduzindo crianças e jovens. A redução de espaços de lazer, a insegurança, as facilidades de locomoção e os avanços tecnológicos estão influenciando a inatividade física e o sedentarismo, trazendo consequências desastrosas para a saúde da população e contribuindo para a obesidade no mundo.

Diante desse panorama, a ideia de promoção de saúde vem sendo debatida em todo o planeta, na perspectiva de melhorias das condições de saúde da população, incluindo os escolares, onde os programas de saúde escolar passam a ser preocupação de órgãos como a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Fundo Internacional das Nações Unidas de Emergência para a Infância (UNICEF) e a Organização Científica e Cultural das Nações Unidas para a Educação (UNESCO). Todos os programas destas instituições têm como meta a saúde da criança na escola.

O período escolar é fundamental para se trabalhar com o tema saúde. As crianças e os jovens que se encontram nas escolas vivem momentos nos quais hábitos e atitudes estão sendo criados, por isso é importante trabalhar com ações preventivas. A escola, além da sua função pedagógica, exerce um grande poder social e político capaz de transformar a sociedade, causando impacto e gerando mudanças.

1.2 ESCOLA PROMOTORA DE SAÚDE

A saúde é um direito universal, algo que as pessoas devem construir ao longo de suas vidas nas suas relações sociais e culturais; é no interior da escola que as questões sobre saúde encontram espaço para diferentes abordagens. O Ministério da Educação e do Desporto (1998) criou o Referencial Curricular Nacional para a Educação Fundamental, no qual a Saúde é tida como tema transversal a ser trabalhado e assumido com responsabilidade nos projetos da Escola, envolvendo a participação de alunos, professores, pais e comunidade escolar.

No século XX, as escolas em suas práticas pedagógicas trabalhavam com uma visão reducionista de saúde. Disciplinas como higiene, puericultura, nutrição e dietética enfatizavam os aspectos biológicos, conhecimentos relativos aos mecanismos pelos quais os indivíduos adoeciam. Em 1977, o Conselho Federal de Educação reafirmou a posição de que os programas de saúde não deveriam ser desenvolvidos como disciplina ou matéria específica, mas sim com a preocupação geral dos processos formativos, por meio de uma correlação entre os componentes curriculares, como ciências, estudos sociais e Educação Física.

Atualmente, a saúde ainda se encontra centrada basicamente na transmissão de informações, sobre como as pessoas adoecem e os ciclos das doenças, em detrimento da prevenção. É preciso repensar a prática da saúde no ambiente escolar, investir na formação e capacitação dos professores, além de desenvolver ações de saúde no espaço de sala de aula, pois é no cotidiano escolar e na escola que acontecem as relações com o conhecimento, com os grupos de alunos, pais, professores e comunidade.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, as escolas que contribuem para a promoção de saúde dos escolares são aquelas que conseguem ter uma visão ampla de todos os aspectos da escola, envolvendo um ambiente saudável, concedendo importância à estética o entorno físico da escola, participação efetiva dos alunos nas diferentes áreas curriculares, a valorização da autoestima, da autoconfiança pessoal. Todos estes aspectos são fundamentais para promover a saúde, gerando mudanças de atitudes e hábitos de vida saudáveis.

A saúde deve estar incluída na proposta política pedagógica da escola, envolvendo a estrutura escolar e parcerias no desenvolvimento de ações integradas com diversos assuntos que englobam a educação, a saúde, o meio ambiente, o trabalho, a cultura, a música, a Educação Física, a alimentação saudável, a moradia, dentre outros assuntos correlatos à saúde, pautada no respeito ao indivíduo e tendo como meta a construção de novos pensamentos relativos à temática.

Neste enfoque, os educadores e a equipe de saúde podem desenvolver um trabalho no âmbito escolar sobre educação e saúde, colaborando na formação crítica dos educandos, para que eles possam colocar em prática a promoção, manutenção e recuperação da saúde e da comunidade da qual fazem parte. Os profissionais de Educação Física também podem colaborar nesse processo, ao trabalhar diretamente com as práticas da cultura corporal, poderão ressaltam a importância e os benefícios da atividade física para a saúde.

1.3 ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL E EQUILIBRADA PARA A SAÚDE

O organismo humano consome energia em todas as atividades que realiza. Mesmo parado ou dormindo o corpo está consumindo energia, portanto a energia é o que mantém o corpo em funcionamento.

Uma boa alimentação é aquela que prevê a ingestão de alimentos variados e em quantidade adequada, garantido que o corpo receba todos os nutrientes necessários para a realização das atividades diárias. Para manter o corpo em funcionamento é essencial que haja a ingestão de alimentos importantes que contêm nutrientes como carboidratos (amidos e açúcares), gorduras (lipídios), proteínas, água, sais minerais e fibras. O consumo equilibrado dos nutrientes possibilitará melhor saúde e qualidade de vida.

Darido ainda destaca sobre a importância da utilização da pirâmide alimentar como referência para uma dieta saudável e equilibrada. A pirâmide alimentar separa os alimentos em energéticos, reguladores, construtores e energéticos extras. Os alimentos devem ser consumidos em ordem decrescente: os alimentos energéticos, localizados na base da pirâmide, são os carboidratos complexos, como farinhas, pães, massas, cereais e trigo, devem ser consumidos de 6 a 11 porções ao dia; seguindo estão os alimentos reguladores, que são os legumes, as frutas e as verduras, os quais devem ser consumidos de 3 a 5 porções de vegetais e de 2 a 4 porções de frutas ao dia; os alimentos construtores, localizados no terceiro nível da pirâmide, são ricos em proteínas, como o leite e seus derivados, as carnes, os ovos e as leguminosas, e devem ser consumidos de 2 a 3 porções ao dia; no topo da pirâmide estão os energéticos extras, que são os açúcares e doces, que devem ser consumidos com moderação.

É importante destacar que para manter um corpo bonito e saudável pode-se comer de tudo, entretanto é necessário manter uma dieta equilibrada em quantidades adequadas.

O tema que envolve a alimentação saudável é, sem dúvida, de grande importância na sociedade atual, especialmente ao se considerar a crescente tendência à obesidade no mundo e sua relação direta com os maus hábitos alimentares e estilos de vida da população.

Alimentação, nutrição e a prática regular de atividade física são referidas como componentes de um modo de viver saudável, circunscrevendo-se na atualidade entre os determinantes e condicionantes da saúde, ocupando lugar de destaque na agenda da saúde no mundo todo, em especial nas políticas de promoção da saúde.

Entretanto, na atualidade, a situação alimentar, nutricional e de atividade física da população, no âmbito nacional ou mundial, caracteriza-se por uma alimentação não saudável, pois se tem demonstrado o consumo excessivo de alimentos com alto teor de gorduras e carboidratos simples e baixa quantidade de fibras, o que associado à falta ou insuficiência de atividade física é em grande parte responsável pelo excesso de peso, aumentando os fatores de riscos que coexistem e interagem para as doenças crônicas não-transmissíveis.

1.4 SAÚDE E ESTÉTICA

Adami, Fernandes, Frainer e Oliveira ressaltam que:

A imagem corporal é um complexo fenômeno humano que envolve aspectos cognitivos, afetivos, sociais/culturais e motores. Está intrinsecamente associada com o conceito de si próprio e é influenciável pelas dinâmicas interações entre o ser e o meio em que vive. É compreensível que, no seio de uma cultura que valoriza, excessivamente, a magreza, uma verdadeira cultura do magro nomeadamente a cultura ocidental, se procure atingir esse ideal de beleza.

Quando a imagem corporal não é satisfatória, entra-se em situação de insatisfação corporal. Segundo Warren consiste “numa avaliação subjetiva negativa da aparência física, o que terá, inevitavelmente, repercussões a nível psicológico. ”

Com vista a alcançar uma efetiva satisfação com a imagem do corpo, isto é, corresponder aos ideais estéticos da cultura de pertença, recorre-se a dietas, ao exercício físico exagerado, ao uso de diuréticos, laxantes, entre outros. De acordo com Morgan, Vecchiatti e Negrão tais comportamentos redundam, cada vez em maior número, no desenvolvimento de transtornos alimentares, como a anorexia e bulimia nervosas, as verdadeiras doenças dos países industrializados e, cada vez mais, dos países em desenvolvimento, dado o fenômeno contemporâneo da globalização e urbanização e o papel central dos media. Com efeito, os mesmos autores referem que “a urbanização levaria a uma maior exposição ao ideal de magreza através das media”, além de propiciar mudanças de hábitos alimentares (ex., fast-food), sedentarismo e um maior número de pessoas com sobrepeso e obesidade.

Labre investigou o ideal de beleza nos homens e concluiu que existe uma tendência para o padrão cultural musculoso com elevado grau de hipertrofia e níveis baixíssimos de gordura, o que hoje é chamado de definição muscular.

De acordo com Novaes, o novo paradigma cultural da contemporaneidade consiste no dever moral de ser bela/belo como um adicional aos padrões estéticos de beleza que sempre existiram ao longo da história. Todavia, os padrões de beleza desejados são modificados a cada época. No passado, durante muito tempo, mulheres bonitas tinham formas arredondadas. Contrariamente, na atualidade e nomeadamente na cultura ocidental, o conceito de beleza está associado à juventude, corpo magro e atrativo para as mulheres; e, corpo volumoso e musculado para os homens.

A fim de alcançar os ideais de beleza, que não podem ser conseguidos apenas por redução de peso, as mulheres têm recorrido, cada vez mais, a formas radicais de modificação corporal, nomeadamente cirurgia estética. Em tempos de ditadura da beleza, o corpo é massacrado pela indústria e pelo comércio que vivem da insegurança, impotência e angústia.

1.5 BENEFÍCIOS DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR E ATIVIDADE FÍSICA PARA A SAÚDE

A Educação Física tem por finalidade promover o desenvolvimento psicomotor das crianças, ajudando-as a adquirir uma consciência que as auxiliará em seu cotidiano e sua prática deve essencialmente fazer parte no âmbito escolar, uma vez que a escola é o meio educacional mais eficiente para a realização desta prática.

Cabe à Educação Física escolar a responsabilidade de lidar de forma específica com alguns aspectos relativos aos conhecimentos procedimentais, conceituais e atitudinais, característicos da cultura corporal de movimento.

Conscientizado a comunidade escolar de que a atividade física e os bons hábitos alimentares são importantes para a manutenção da saúde, além de serem fatores protetores para uma série de males, como obesidade, doenças cardiovasculares, diabetes, osteoporose, depressão, dentre outras. Ela também atua na diminuição do sobrepeso e obesidade, elevando a autoestima, aumentando a sensação de bem-estar e disposição para andar, correr, brincar e se movimentar.

A atividade física é essencial para a manutenção e melhoria da saúde e na prevenção de enfermidades, para todas as pessoas em qualquer idade. A atividade física contribui para a longevidade e melhora sua qualidade de vida, através dos benefícios fisiológicos, psicológicos e sociais.

O sedentarismo é atualmente um dos grandes problemas da modernidade. Entre crianças e adolescentes percebe-se o surgimento de novas opções lúdicas, substituindo atividades tradicionais que envolvem algum esforço físico. Para reverter essa situação cabe à escola, em especial à Educação Física e aos órgãos competentes, criar programas de prevenção de saúde que possam contribuir no sentido de inibir o aparecimento dos fatores de riscos que se apresentam cada vez mais precoces.

O estilo de vida da população urbana tem sofrido constantes mudanças de comportamento com relação à dieta alimentar e atividade física, esses fatores estão relacionados diretamente ao perfil da sociedade atual. Desta forma, a prática de atividade física regular é vista como um importante aliado para que se tenha um estilo de vida saudável e ativo fisicamente, além de ser fundamental no controle e tratamento de sobrepeso/obesidade.

1.6 PAPEL DA EDUCAÇÃO FÍSICA E DO PROFESSOR NA SAÚDE DOS ESCOLARES

A Educação Física exerce um papel preponderante na saúde e qualidade de vida dos escolares ao educar por meio da atividade física. É papel do professor conscientizar a comunidade escolar de que a aptidão física, a prática de atividade física e os bons hábitos alimentares são importantes a todos os indivíduos em todas as idades. Cabe também à Educação Física Escolar a responsabilidade de lidar de forma específica com alguns aspectos relativos aos conhecimentos, característicos da cultura corporal de movimento, como a ginástica, a dança, o esporte, as lutas envolvendo o corpo nas mais variadas formas de movimento.

Lovisolo destaca sobre a posição do professor de Educação Física e discute sobre a importância desse papel dentro do projeto da escola. Dessa maneira, a disciplina deveria ter como objetivo a formação intelectual, emotiva e corporal das pessoas, envolvendo a consciência, a autonomia e opinião crítica sobre a quantidade e a qualidade de atividade físicas necessárias para a saúde. O autor reforça suas ideias com a frase: “Diria que o educador físico deve ajudar na construção da emoção de sentirmos a potência da vida no próprio corpo. ” Com essa importância, o profissional de educação física escolar pode influenciar na maneira pela qual o aluno se relaciona com o próprio corpo e como cuida dele.

O professor, como principal responsável pela organização das situações de aprendizagem, deve saber o valor das práticas corporais da Educação Física voltadas à saúde e à qualidade de vida, visando o desenvolvimento do aluno em todos os aspectos (físicos, cognitivos, afetivos e sociais). Ele é entendido como elemento mediador para operacionalizar a ação criadora e inovadora, e para desenvolver o seu trabalho, pautado numa concepção de cultura corporal, ajuda a construir uma Educação Física Escolar voltada para o exercício da cidadania. Cabe a ele também oferecer um espaço que mescle aulas práticas e teóricas favorecendo um ambiente favorável à aprendizagem escolar e que proporcione alegria, prazer, movimento e solidariedade no ato de aprender.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após estudos realizados, foi possível perceber que a Educação Física Escolar exerce um papel importantíssimo na promoção de saúde dos escolares, sendo a escola um espaço de práticas pedagógicas relacionadas à saúde, sendo esta tratada com um recurso para a vida. Ao utilizar práticas da cultura corporal envolvendo jogos, brincadeiras, danças, manifestações de ginásticas, lutas e esportes o professor estará promovendo a saúde de seus alunos.

Ficou evidente que ter saúde e qualidade de vida não é algo estático, mas sim dinâmico. A Carta de Ottawa, um dos documentos mais importantes produzidos no cenário mundial sobre o tema saúde e qualidade de vida, afirma que paz, renda, habitação, educação, alimentação adequada, ambiente saudável e justiça social são recursos indispensáveis para se ter saúde, porque ela é resultado de fatores, sociais, econômicos, políticos, culturais, coletivos e individuais.

É importante ressaltar que o professor de Educação Física exerce um papel preponderante no planejamento e na execução das atividades com os alunos no espaço escolar, sendo ele capaz de diagnosticar e acompanhar os níveis de crescimento, composição corporal, desempenho motor dos educandos, trabalhando com práticas que envolvem a cultura corporal de movimento de forma crítica, reflexiva e sensível, através de brincadeiras recreativas, jogos, danças, ginástica, lutas e competições esportivas, como também promove debates sobre fatores desfavoráveis à saúde, mobiliza projetos, ações com relação à saúde individual e  coletiva, considerando a saúde sob seus diferentes aspectos.

Por fim, ao promover a saúde dos alunos, através das práticas da Educação Física de forma reflexiva e autônoma, está se garantindo saúde para além dos anos escolares, levando para toda a vida.

REFERÊNCIAS

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[1] Aluna do curso de Educação Física da Faculdade Patos de Minas (FPM) formanda no ano de 2016.

[2] Professora do curso de Educação Física da Faculdade de Patos de Minas. Mestra em Promoção da Saúde pela Universidade de Franca.