Qual dos continentes possui a menor população em 2022 qual será a posição desse continente em 2050

Atualmente, o planeta tem uma população de, aproximadamente, 7,6 bilhões de pessoas. E este número está aumentando, embora em um ritmo menor do que no passado. A população cresce a uma taxa de 1,1%, o que significa 83 milhões de pessoas a mais no planeta todos os anos. A previsão é de que o número total ultrapasse os 8 bilhões em 2030 e chegue a 9,8 bilhões em 2050, de acordo com um novo relatório das Nações Unidas. Existem cerca de 962 milhões de pessoas com 60 anos ou mais ao redor do mundo (13% da população), e esta faixa etária vai se expandir de maneira estável durante os próximos anos. Em 2030, 1,4 bilhão de pessoas terão mais de seis décadas de vida, enquanto em 2100 este número atingirá 3,1 bilhões.

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Dez países, em conjunto, deverão reunir mais da metade do aumento projetado da população mundial até 2050: Índia, Nigéria, República Democrática do Congo, Paquistão, Etiópia, Tanzânia, Estados Unidos, Uganda, Indonésia e Egito. Em algum momento nos próximos sete anos, espera-se que a Índia ultrapasse a China como a nação mais populosa do mundo. Os Estados Unidos cederão seu lugar para a Nigéria até 2050, país que se tornará o 3º mais populoso já que, atualmente, é dono da mais rápida taxa de crescimento. O Brasil assumirá a 7ª posição.

Veja quais serão as nações mais populosas em 2050, segundo dados das Nações Unidas:

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Multidão participa de festival hindu em julho, em Rajahmundry.R. N. (Reuters)

A tendência demográfica que a ONU apresenta em um relatório publicado esta quarta-feira confirma o crescimento desigual, entre países e continentes, da população global. O documento, elaborado pelo Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da Organização das Nações Unidas, mostra que a África terá índices de crescimento demográficos superiores aos da Ásia, e que a Índia ultrapassará a China como o país mais populoso do mundo em 2022, com cerca de 1,4 bilhão de habitantes.

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A superação da China vai significar que a população da Índia representará 19% da população mundial em 2050, enquanto que a China terá 18%. Atualmente, cerca de 1,31 bilhão de pessoas vivem na Índia, em comparação com os 1,38 bilhão da China; uma diferença que vai desaparecer nos próximos sete anos.

A África será o continente com o maior crescimento demográfico, e a Nigéria, o país cuja população vai aumentar mais rapidamente. Segundo as projeções da ONU, em menos de quarenta anos a Nigéria poderia ter mais habitantes que os Estados Unidos. Segundo a ONU, o país africano vai passar dos atuais 182 milhões de habitantes para mais de 262 milhões em 2030, e a quase 400 milhões em 2050; enquanto que os Estados Unidos vão continuar crescendo, só que mais lentamente, e em 2050 sua população é estimada em cerca de 389 milhões.

Os especialistas da ONU destacaram a relação existente entre o crescimento demográfico e as taxas de desenvolvimento de cada país. Nas próximas décadas, a maioria da população do mundo vai se concentrar principalmente em países como Índia, Nigéria, Paquistão, República Democrática do Congo, Etiópia, Indonésia e Uganda. Todos os lugares onde é “cada vez mais difícil erradicar a pobreza e a desigualdade, ou combater a fome e a desnutrição”, como indicou em um comunicado John Wilmoth, diretor do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU. Trata-se, explicou, de assuntos cuja solução é “crucial para o sucesso da nova agenda de desenvolvimento sustentável desenvolvida pela Organização das Nações Unidas”.

O crescimento da população será acompanhado por um aumento da idade média e da redução das mortes infantis no mundo. Melhorar a expectativa de vida é um dos objetivos da ONU. Seus analistas afirmaram que nos últimos quinze anos a mortalidade de crianças menores de cinco anos caiu mais de 30% em 86 países, e em 13 países a queda foi de mais de 50%.

“A compreensão das mudanças demográficas que podem acontecer nos próximos anos, assim como os desafios e oportunidades apresentados para conseguir o desenvolvimento sustentável, são fundamentais para a implementação da agenda de desenvolvimento das Nações Unidas”, disse Wu Hongbo, secretário do departamento que elaborou o relatório.

De acordo com projeções, o número de pessoas com 60 anos ou mais vai duplicar até 2050 e triplicar em 2100. A Europa é o continente com as maiores taxas de envelhecimento, com um aumento de 34% em 2050 de pessoas com mais de 60 anos.

Espanha

A população na Espanha, país hoje com 46,1 milhões de habitantes segundo a ONU, vai recuar para 45,9 milhões em 2030 e 44,8 em 2050. Durante a segunda metade do século, vai ficar abaixo dos 40 milhões.

América Latina e Caribe

A população na América Latina e Caribe vai passar dos atuais 634 milhões para 721 milhões em 2030 e 784 milhões em 2050. Depois, vai começar a diminuir, voltando para cerca de 721 milhões no final do século.

Estados Unidos

Nos EUA vivem atualmente quase 322 milhões de pessoas. Nos próximos anos, sua população vai continuar crescendo, embora mais lentamente.

África

No geral, vai passar de 1,18 bilhão de pessoas hoje para 2,47 bilhões em 2050 e cerca de 4,38 em 2100.

A população mundial atingiu a marca de 1 bilhão de pessoas em 1800. Na época, as condições sanitárias eram precárias se compararmos com as atuais, e esse número foi assustador, uma vez que perspectivas pessimistas foram criadas em torno do alto número de habitantes no planeta, como a teoria de Thomas Malthus.

Com o passar do tempo e as evoluções científicas e tecnológicas, a população mundial continuou crescendo, chegando a 7 bilhões em 2011 e, em 2020, a 7,8 bilhões.

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Crescimento da população mundial

Desde quando atingimos a marca de 1 bilhão de habitantes, em 1800, o ritmo de crescimento da população mundial tem sido expressivo, principalmente no século passado. Desde a Revolução Industrial, no século XVIII, os habitantes do globo vivenciaram significativas mudanças, que permitiram mais longevidade e melhores condições de vida.

A população mundial aumentou consideravelmente no século XX.

São exemplos dessas mudanças significativas:

  • desenvolvimento da penicilina;

  • uso da tecnologia na produção alimentar;

  • surgimento de vacinas para erradicação de doenças;

  • saneamento básico, tratamento de esgoto e planejamento urbano, além de infraestruturas que possibilitaram a população mundial viver mais e melhor.

Desde que nos tornamos sedentários, durante a Revolução Neolítica, nossa alimentação e o estilo de vida nos levaram a viver mais, sem os perigos da natureza vivenciados pelos nossos ancestrais. Entretanto, mesmo com uma vida mais confortável, a população não aumentava de forma expressiva, pois em muitos locais a produção de alimentos não conseguia atender a todos, além da existência de doenças sem tratamento, como o evento da peste negra na Europa Medieval.

Graças às inovações científicas, a vida humana tornou-se mais longeva.

Foi com o desenvolvimento tecnológico e com a ciência que o ser humano atingiu o patamar de viver por mais tempo: vacinas, remédios, produção alimentícia em larga escala, entre outras inovações, o que reduziu consideravelmente a taxa de mortalidade.

Chegamos a 2 bilhões de pessoas em 1930, época da proliferação da penicilina pelo mundo e do desenvolvimento de vacinas. Cinquenta anos depois, na década de 1980, já éramos mais que o dobro de pessoas, 5 bilhões. No início do século XXI, em 2000, 6 bilhões. Atualmente, somos quase 8 bilhões de habitantes. Esse crescimento é assustador, mas nos faz refletir sobre as positivas mudanças para a vida humana, tornando-a mais confortável do que há 12 mil anos.

Veja também: Quais são as teorias demográficas?

Distribuição da população mundial

A população mundial não está distribuída de forma regular pelo globo. Há enormes áreas com vazios demográficos, como no continente africano e na América do Sul. Porém, existem territórios pequenos que abrigam uma significativa quantidade de pessoas, fazendo-as viver em condições de superlotação em determinados locais.

Como exemplo, vejamos o caso do Japão, país pequeno em extensão territorial, mas que abriga mais de 120 milhões de pessoas. A China é outro exemplo: é o país que possui a maior população do globo, mas essa população está concentrada, em sua maioria, na vertente oriental do país.

Segundo a Worldometer, organização que estuda dados demográficos, a população mundial está distribuída pelo planeta da seguinte forma:

Continente

População

Percentual em relação à população mundial

Ásia

4.641.054.775

59,5 %

África

1.340.598.147

17,2 %

América

1.022.831.978

13,1%

Europa

747.636.026

9,6 %

Oceania

42.677.813

0,5 %

Ranking de países mais populosos do mundo

Vejamos os 10 países mais populosos do mundo e suas respectivas populações, com dados de 2019.

  • 10º lugar: México — 127.575.529 habitantes.

  • 9º lugar: Rússia — 145.872.260 habitantes.

  • 8º lugar: Bangladesh — 163.046.173 habitantes.

  • 7º lugar: Nigéria — 200.963.603 habitantes.

  • 6º lugar: Brasil — 211.049.519 habitantes.

  • 5º lugar: Paquistão — 216.565.317 habitantes.

  • 4º lugar: Indonésia — 270.625.567 habitantes.

  • 3º lugar: Estados Unidos da América — 326.766.748 habitantes.

  • 2º lugar: Índia — 1.366.417.756 habitantes.

  • 1º lugar: China — 1.433.783.692 habitantes.

Países populosos X países povoados

O termo populoso faz referência à população absoluta de um local, ou seja, à quantidade total de pessoas que ali vivem. A China, por exemplo, é o país mais populoso do planeta.

Mapa com a densidade demográfica mundial. Localidades com luzes mais brilhantes são as mais povoadas.

Já o termo povoado volta-se para a forma como a população absoluta está distribuída pelo território, fazendo referência ao que se conhece como população relativa, que é medida pelo índice da densidade demográfica (a relação proporcional entre o número de pessoas e a área da localidade). O país mais povoado do mundo é Mônaco, com uma densidade demográfica de 26.152 hab/km² e uma população de 38.967 pessoas

Acesse também: Qual é a diferença entre população absoluta e população relativa?

População do Brasil

A população brasileira é uma das mais heterogêneas do planeta, com grande diversidade de etnias. É, também, uma população concentrada na vertente oriental do país, herança do processo histórico de colonização, que sempre priorizou o leste brasileiro. Para corroborar, basta observarmos que as principais cidades brasileiras estão localizadas no litoral do país.

O responsável pela contagem da população do Brasil é o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), fundado em 1937, durante o governo de Getúlio Vargas. Contudo, registros históricos afirmam que o primeiro censo brasileiro foi feito em 1872, durante o reinado de D. Pedro II.

Para contar a população, o IBGE realiza um censo com a ajuda do Programa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), que é feito anualmente. O censo com o total de brasileiros é atualizado de 10 em 10 anos.

Os dados do Pnad são importantes para o desenvolvimento de políticas públicas, além de servir para conhecermos a realidade nacional das cinco regiões do país.

Segundo as estimativas de 2020, a população brasileira era de 211,8 milhões. O município mais populoso é São Paulo, com 12.325.232 de habitantes.

População da China

Considerado o país mais populoso do mundo, a China viu sua população aumentar de forma considerável na segunda metade do século XX, o que trouxe benefícios ao país, como grande fornecimento de mão de obra, atraindo empresas transnacionais a partir da década de 1970, com a abertura do país à economia capitalista, após a morte do líder Mao Tsé-Tung.

Contudo, a explosão demográfica fez com que houvesse um rígido controle de natalidade, levando o governo a implantar na década de 1980 a política do filho único, uma frustrada tentativa de diminuir o crescimento populacional. Foi frustrada porque, ao longo das últimas décadas, houve uma brusca redução das taxas de natalidade, aumento da expectativa de vida e redução da mortalidade, fatores que, somados, levaram a um progressivo envelhecimento populacional.

Com isso, em 2018 o governo chinês revogou essa política e melhorou as políticas de incentivo à natalidade, como aumento das licenças-maternidades, tanto em tempo quanto em salário para as chinesas.

A maior população do mundo carrega consigo enormes problemas. As cidades chinesas são gigantescas em termos de quantidade populacional. Isso sobrecarrega o sistema de saúde, previdenciário, além de trazer à tona a fragilidade de políticas de moradia. Há, também, o peso de ser uma grande economia industrial, o que acarreta poluição do ar e diminuição da qualidade de vida.

Exercícios resolvidos

Questão 1 – (UECE 2016) Atente ao excerto a seguir:

“Duzentos e cinquenta milhões de habitantes na época da Antiguidade Clássica, meio bilhão pelos meados do século XVII, um bilhão em 1850, dois bilhões em 1940, mais quatro bilhões antes de 1980. [...] A mais inelutável das razões de desigualdade entre os homens é hoje a sua origem geográfica, isto é, o lugar onde nascem”.

George, 1986, p.7-8. In. Moreira, Ruy. Para onde vai o pensamento geográfico. Por uma epistemologia crítica. Contexto, São Paulo, 2011. p.78- 79.

As reflexões históricas, sociais e espaciais sobre a distribuição do homem na Terra podem ser as mais diversas. Dentre as causas da explosão demográfica, pode-se apontar corretamente

A) a revolução na higiene, que acompanhou a Revolução Industrial, principalmente nas áreas da medicina e do saneamento básico.

B) o acesso de toda a população mundial a remédios e tratamento de saúde mais modernos e eficazes.

C) o aumento global da produção de alimentos, que eliminou a fome e a desnutrição em todos os continentes.

D) o aumento do número de cidades no mundo, fato que elevou drasticamente a população global.

Resolução

Alternativa A. A população cresceu, de forma considerável, graças aos avanços medicinais e melhorias no saneamento básico, como acesso à água potável e tratamento de esgoto.

Questão 2 – (IFBA 2017) A geografia da população corresponde à constituição histórica, distribuição, dinâmica e distribuição dos habitantes do globo. Sabendo dessa complexidade de fatores e características, é correta a alternativa que afirma que:

A) a distribuição e as condições sociais da população dependem da localização e do tamanho dos países, de modo que sempre nos países menores encontra-se baixa densidade demográfica.

B) a estrutura da população no mundo é caracterizada pelo conflito entre o crescimento do número de idosos e as altas taxas de natalidade, que são características dos países mais desenvolvidos no cenário mundial.

C) o neomalthusianismo traz elementos da teoria malthusiana para justificar a desigualdade econômica entre os países e atribuir responsabilidade pelo desenvolvimento precário ou retardatário dos países a suas taxas de natalidade.

D) as teorias populacionais buscam explicar a relação entre o crescimento da população e o desenvolvimento social, de modo que a teoria malthusiana aponta para a real escassez de alimentos para a população atual.

E) a estrutura etária populacional tende ao equilíbrio entre natalidade, população jovem e adulta e longevidade.

Resolução

Alternativa C. A teoria populacional neomalthusiana atribui a miséria e pobreza de alguns países ao alto número de habitantes, pregando soluções drásticas, como um rígido controle de natalidade, algo polêmico e que não surte efeito, como o caso da China, que aboliu a política do filho único em 2018.

Por Átila Matias
Professor de Geografia

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